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Contextualização histórico-literária
Contextualização histórico-literária
52.
E os poetas desapareceram.
De facto, o que alguém quis dizer,
e tinha razão, foi que a poesia limpa e belíssima é inaceitável
depois do que os homens fizeram a outros homens
no século XX. É um facto, as palavras
delicadas são inaceitáveis. Mas não esquecer o resto.
Apesar de tudo, bater dói mais do que dizer que se vai bater.
República Sociedade
em Portugal das Nações
(1910) (1920)
Freud, Partido Ditadura
Introdução à Nacional- Militar em Estado Início da Rendição da
Teoria da 2ª Guerra
Relatividade, Início da Psicanálise Socialista Portugal Novo em Alemanha e
1ª Guerra (1916) (1920) (1923) Portugal Mundial do Japão.
Einstein (1939)
(1905) Mundial (1933) Fundação da
Revoluções
(1914) ONU (1945)
de fevereiro Putsh de Publicação Início da era
Guerra Publicação do
Publicação e de outubro Hitler em da Revista Estalinista
Civil de Novo
da Revista na Rússia Munique Presença (1928)
Espanha Cancioneiro
Orpheu (1917) (1923) (1927) Crash
(1915) Publicação Bolsista em (1936) (1927).
da Revista Nova Afirmação do
Portugal Iorque(1929) Neorrealismo.
Futurista
(1917)
Enquadramento histórico-cultural
Literatura e artes
• Procura da originalidade
Novos conceitos antitradicionais
Novos caminhos estéticos
Modernismo
Ismos de Vanguarda
Escândalo e polémica
Tendência para a dispersão
Sondagem do inconsciente
Multiplicidade do eu
Primeira Geração Modernista
A Geração do Orpheu
• Rompimento com a tradição
• Reação às limitações do meio cultural português
• Rejeição das convenções
• Libertação estética
• Procura de novas linguagens
• Primazia da vertigem das sensações
Em Síntese
• 1ª Parte
1ª quadra
1º verso: tese/aforismo
“O poeta é um fingidor ”
“AUTOPSICOGRAFIA”
≠
• Mentir (conceito mais habitual)
[Quinto Horácio Flaco (65 a. C.-8 a.C.) foi um poeta lírico e satírico
romano, além de filósofo. É conhecido por ser um dos maiores poetas
da Roma Antiga]
“AUTOPSICOGRAFIA”
2ª quadra
• Duas dores do leitor
“dor lida” (o que as palavras significam)
dor que julga perceber (construída pela sua imaginação);
esteticamente percebida pelo leitor
“AUTOPSICOGRAFIA”
2ª Parte
3ª quadra
• Conflito “RAZÃO” / “CORAÇÃO”
PENSAR / SENTIR
(o coração, metaforicamente, é um “comboio de
corda”, um brinquedo que se move regulado por
calhas em que gira)
mas
• o coração “gira, a entreter a razão” = o coração fornece os
temas/emoções que a razão elabora (emoção estética)
Teoria do Fingimento Poético
• Poeta = Fingidor
escreve uma emoção fingida, pensada, fruto da razão e
da imaginação
não escreve a emoção sentida pelo coração porque ela
chega ao poema transfigurada, trabalhada poeticamente;
não há espontaneidade
Teoria do Fingimento Poético
(cont.)
considerados poemas de teorização poética
ou de doutrinação estética, em que se
apresenta a teoria do fingimento poético.
2. O que significa intelectualizar ou
racionalizar uma emoção, no
contexto da poesia de Fernando
Pessoa?
Intelectualizar uma emoção ou
sentimento significa pensar a partir daquilo
que se sentiu.
3. Qual é o fundamento da teoria do
fingimento poético explicitado no
poema “Autopsicografia”?
No processo de criação poética, o sujeito
intelectualiza a “dor sentida”, registando, no
poema, a “dor fingida”. Por sua vez, os leitores
não têm acesso nem à “dor sentida” nem à
“dor fingida”, apenas à “dor lida”. Esta tese é o
fundamento da teoria do fingimento poético.
Fernando Pessoa
Sonho e realidade
Sonho e realidade
Sonho
Angústia
existencial
Realidade
Sonho e realidade
Procura da felicidade
Angústia Evasão
Sonho = Refúgio
Desilusão
EDUCAÇÃO LITERÁRIA
Poesia do ortónimo
Sonho e realidade
1. Como se concretiza a oposição
sonho/realidade na poesia ortónima?
“EU”
“dama”
• elemento feminino; alguém menos experiente (“Não sei”);“Filha”
• procura obter respostas ( “Porque era tudo meu?”)
• 5ª estrofe: o desejo de continuar a sonhar:
• Conta-me contos, ama… (“resistência ao conselho desesperançado
da ama”)
Conclusão:
Contos : evasão no tempo/espaço = felicidade.
Esquematizando
“TU”
ama
• inicialmente parece ser alguém mais experiente
• confidente ou voz da consciência (alter-ego)
• respostas entre parênteses:
não sabe responder (Filha, quem o soubera!...);
perplexidade (responde, por vezes, com perguntas: (Filha, quem o
adivinha?);
o que nos transcende, algo inalcançável
• a voz do bom senso, da razão
(Filha, os sonhos são dores…); (Filha, o resto é morrer…).
Conclusão
A ama, com o seu realismo, tenta refrear o entusiasmo da dama,
trazendo à baila o tema da morte (efemeridade da vida).
Na 5ª estrofe, a ama, com o seu tom de desalento, já não comparece.
Valor simbólico dos elementos referidos:
• “jardim”, “azul”, “céu”, “Primavera”, “flores”: o paraíso (Éden), a
infância, a felicidade perdida
• a “ama”: o aconchego, a segurança do passado
• o “sonho”: a fuga aos limites da realidade, a felicidade