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Ricardo Reis

“ Só o Ter Flores… ”

Trabalho Elaborado por:


-João Completo Nº 16
-Daniel Almeida Nº 7
Ricardo Reis
Biografia

Só o Ter Flores

Análise de recursos expressivos presentes nas estrofes

Análise geral do Poema

Bibliografia
Biografia
Ricardo Reis (1887 - actualidade ) é um dos três heterónimos mais
conhecidos de Fernando Pessoa. Nascido na cidade do Porto. Estudou num
colégio de jesuítas, formou-se em medicina e, por ser monárquico,
expatriou-se espontaneamente desde 1919, indo viver para o Brasil. Era
latinista e semi-helenista.

Em sua biografia não consta sua morte. Saramago faz uma intervenção
sobre o assunto em seu livro O Ano da Morte de Ricardo Reis, situando a
morte de Reis em 1936.
Só o Ter Flores…
Repetição expressiva da frase para reforçar a ideia

Só o ter flores pela vista fora


Nas áleas largas dos jardins exactos Necessidade de
        Basta para podermos aproveitar as
        Achar a vida leve. belezas da vida
porque o destino
De todo o esforço seguremos quedas e a morte já estão
As mãos, brincando, pra que nos não tome traçados
        Do pulso, e nos arraste.
        E vivamos assim.
Carpe diem - Repetição
Buscando o mínimo de dor ou gozo, expressiva da
aproveitar o Bebendo a goles os instantes frescos,
momento, o frase para
As mãos, brincando, pra que nos não tome reforçar a ideia.
prazer imediato,         Translúcidos como água
viver cada dia         Em taças detalhadas, taças - referência ao cálice da vida,
como se fosse o ou seja, o destino que traz o
último. Da vida pálida levando apenaspronuncio de morte
As rosas breves, os sorrisos vagos,
Visão epicurista -         E as rápidas carícias
        Dos instantes volúveis.
fuga à dor,
procura do prazer
moderado.
Estoicismo - Pouco tão pouco pesarei nos braços
aceitação do Com que, exilados das supernas luzes, Precariedade da
destino sem         Escolhermos do que fomos vida
        O melhor pra lembrar
revolta
Quando, acabados pelas Parcas, formos, Submissão ao
Vultos solenes de repente antigos, destino imposto
Crença no         E cada vez mais sombras,
pelas Parcas
        Ao encontro fatal
neo-paganismo
e no fatum Do barco escuro no soturno rio,
(destino) Descrição da
E os nove abraços do horror estígio,
        E o regaço insaciável viagem até ao
        Da pátria de Plutão. inferno
Só o ter flores pela vista fora

Análise de recursos expressivos


presentes na 1ª estrofe

Só o ter flores pela vista fora


Nas áleas largas dos jardins exactos Aliteração |L| - repetição
        Basta para podermos de um som consonântico.
        Achar a vida leve.
Análise de recursos expressivos
presentes na 2ª estrofe

De todo o esforço seguremos quedas Gradação - enumeração


As mãos, brincando, pra que nos não tome sequencial de
        Do pulso, e nos arraste. acontecimentos de forma
        E vivamos assim. crescente.
Análise de recursos expressivos
presentes na 3ª estrofe

Aliteração |D| - repetição


Buscando o mínimo de dor ou gozo, de um som consonântico.
Bebendo a goles os instantes frescos,
As mãos, brincando, pra que nos não tome como - Comparação
        Translúcidos como água (aproximação de dois
Hipérbato –        Em taças detalhadas,
termos). Neste caso
inversão na
sequência das “translúcidos com água”.
palavras de
uma frase
Análise de recursos expressivos
presentes na 4ª estrofe

Da vida pálida levando apenas


As rosas breves, os sorrisos vagos, Aliteração |D| (repetição de
        E as rápidas carícias um som consonântico).
        Dos instantes volúveis.
Análise de recursos expressivos
presentes na 5ª estrofe

Diácope (repetição da mesma


Pouco tão pouco pesarei nos braços palavra com outra de permeio).
Com que, exilados das supernas luzes,
        Escolhermos do que fomos Hipérbato - inversão na
        O melhor pra lembrar ordem das palavras. Neste
caso “supernas luzes” em vez
de “luzes supernas”.
Análise de recursos expressivos
presentes na 6ª estrofe
Hipérbato - inversão na
ordem das palavras. Neste
caso “Quando, acabados
Quando, acabados pelas Parcas, formos,
pelas Parcas, formos” em
Vultos solenes de repente antigos,
vez de “Quando formos
        E cada vez mais sombras,
acabados pelas Parcas”.
        Ao encontro fatal Perífrase - utilizar muitas
palavras para descrever
aquilo que podia ser
referido numa só palavra.
Neste caso “encontro
fatal” em vez de “morte”.
Análise de recursos expressivos
presentes na 7ª estrofe
Hipérbato -
inversão na ordem
das palavras. Neste
O barco escuro
caso “soturno rio”
representa o Do barco escuro no soturno rio, em vez de “rio
barco que E os nove abraços do horror estígio,
soturno”.
transporta as         E o regaço insaciável
almas para o         Da pátria de Plutão.
Perífrase - utilizar muitas
inferno.
palavras para descrever aquilo
Os nove abraços do horror estígio representam a que podia ser referido numa só
viagem das almas no barco pelo rio Estige até ao palavra. Neste caso “Pátria de
inferno, rio este que rodeia o inferno nove vezes, Platão” em vez de “inferno”.
sendo o número nove um número importante na
mitologia.
Análise Geral Do Poema
 Tem sete estrofes (o sete é um número com significado especial na
mitologia).

 Nesta ode Ricardo Reis recorre a uma certa cadência de ritmo, recorrendo a
utilização de versos brancos (sem rima).

 O recurso a aliterações é fundamental para marcar a cadência e o ritmo do


poema.

 O texto é todo uma alegoria em que se pode citar a referência às flores e aos
jardins que são na verdade tudo o que existe de agradável na vida, é também
feita referência ao carpe diem, que consiste em viver cada momento como se
fosse o último, aproveitando ao máximo a vida enquanto estamos em
momentos de felicidade
Análise Geral Do Poema
Simbolismo

 O poema é influenciado pelo simbolismo. A vida vazia, despreocupada


é comparada aos jardins de flores.

 A morte é referida com recurso às sombras, ao rio Estige e a outras


figuras da mitologia como as Parcas (divindades do destino) e Plutão
(deus do inferno).

 Também se verificam alusões ao estoicismo e ao epicurismo, em que o


destino imposto pelas Parcas é aceite de forma natural sem resistência.
Ainda que exista a consciência do futuro da morte inevitável, tudo é
aceite sem contestação.
Bibliografia
 Manual Ser em Português 12 da Areal Editores

Caderno diário de português

http://pt.wikipedia.org (consultado em 15-11-2009)

Documentos em PDF do moodle sobre Ricardo Reis e


Fernando Pessoa

http://www.notapositiva.com (consultado em 15-11-2009)


FIM
Obrigado Pela Vossa
Atenção

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