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As ilhas Afortunadas
Por fim, e última parte, é-nos apresentado “O Encoberto” que integra 13 poemas e que
nos mostra Sebastião que traz glória e ânsia pela morte das energias de Portugal.
O poema que mais me chamou atenção foi “As ilhas afortunadas”, pois na obra diz que
na ilha é onde esperam o regresso de D. Sebastião, concluído, assim, que todo o drama
ocorrido ficou para trás e estão num momento de reflexão, o que se assemelha à obra de Os
Lusíadas, de Camões, com a ilha dos Amores, pois era um paraíso na terra, que servia como
prémio perante o esforço dos heróis.
O assunto da Mensagem é a essência de Portugal e a missão que tem para cumprir. Nos seus
poemas os reis são apresentados como heróis, mas como símbolos de diferentes significados.
Fernando Pessoa acreditava que através dos seus textos, conseguia despertar as consciências
e fazê-las acreditar e desejar a grande que noutra altura viveram.
Quarto
As ilhas afortunadas
É a voz de um homem
Mas incompreensível
Na primeira estrofe é feita a pergunta (“Que voz vem no som das ondas/ Que não é a voz do
mar?”) que remete para um mistério que tentará ser resolvido no restante do poema. Esta voz é
uma voz incompreensível e apenas se ouve em certos momentos (“É a voz de alguém que nos
fala,/ Mas que, se escutamos, cala,/ Por ter havido escutar”).
Na segunda estrofe, diz-nos que esta voz só se consegue ouvir num período de alguma
inconsciência, no momento em que está quase a adormecer (“E só se, meio dormindo, / Sem
saber de ouvir ouvimos”). E essa voz diz para a nação portuguesa acreditar que Portugal
voltará a ser um reino de grandes feitos (“Que ela nos diz a esperança/ A que, como uma
criança/ Dormente, a dormir sorrimos”).
Por fim e última estrofe, esta voz misteriosa pretende apelar á nação portuguesa que mantenha
viva a crença na grandiosidade, que irá renascer com o Quinto Império (aqui representado
como sendo as “ilhas afortunadas”) onde o Rei se encontra. No entanto, este regresso à
grandeza é meramente simbólico, como se comprova nos versos, “Mas, se vamos
despertando, / Cala a voz, e há só o mar.”), o que significa que a voz nada mais faz do que
levar a Nação a manter vivos nos seus pensamentos todos os feitos e conquistas de Portugal.
O esquema rimático deste poema é abccd, com rima emparelhada nos 3º e 4º versos e
interpolada no 2º e nos 4º versos. É constituído por três quintilhas e apresenta versos
heptassílabos.
Conclusão
Após a análise e estudo deste poema, é possível compreender o que se sucede após a toda a
batalha acontecida no Mar Português e que apenas se aguarda a esperança e crença que um
dia Sebastião regressará e trará glória a todos os que antes sofreram.
Como vimos as ilhas afortunadas representam um lugar perfeito, imaginário e idílico onde os
heróis eram recebidos pelos deuses.
Na minha opinião o poema serve de consolo para o que antes aconteceu, e o facto de as ilhas
serem um lugar sereno assim como as Ilhas dos Amores, retratado em Os Lusíadas sendo um
paraíso que não existe pecados e apenas são glorificados pelos seus feitos, no poema
Mensagem D. Sebastião aguarda num limbo, o dia do seu regresso para a implantação do
Quinto Império.
Bibliografia
https://www.infopedia.pt/$ilhas-afortunadas
https://prezi.com/l5o8qhas-c_7/as-ilhas-afortunadas/
https://pt.slideshare.net/MariaJooOliveira19/as-ilhas-afortunadas-anlise
esqm.pt/documentos/BE/MwnsagemFP.pdf
prezi.com/wgsqptr9ale/mensagem-fernando-pessoa/