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António Vieira
No imenso espaço seu de meditar,
Constelado de forma e de visão,
Surge, prenúncio claro do luar,
El-Rei D. Sebastião.
- Capacidade visionária
Plano geral da sua Surgimento de um novo
grandeza - Regresso espiritual de D. Império
Sebastião
Recursos expressivos:
O ponto final utilizado no verso 1 serve para “O céu estrela o azul e tem grandeza.”
esclarecer a grandeza de António Vieira.
“António Vieira”
A grandeza do
escritor no que diz O caráter visionário
O Quinto Império
respeito à literatura de Vieira
portuguesa
Texto:
Introdução Desenvolvimento
Conclusão
Só com a grandeza interior é que
o povo português enfrentou os
obstáculos
105 - O recado que trazem é de amigos,
Mas debaixo o veneno vem coberto;
Que os pensamentos eram de inimigos,
Segundo foi o engano descoberto.
Ó grandes e gravíssimos perigos!
Ó caminho de vida nunca certo:
Que aonde a gente põ e sua esperança, 106 - No mar tanta tormenta, e tanto dano,
Tenha a vida tã o pouca segurança! Tantas vezes a morte apercebida!
Na terra tanta guerra, tanto engano,
Tanta necessidade avorrecida!
Onde pode acolher-se um fraco humano,
Onde terá segura a curta vida,
Que nã o se arme, e se indigne o Céu sereno
Contra um bicho da terra tã o pequeno?
O verso “O esforço é grande e o homem é pequeno” está relacionado com as reflexõ es de Camõ es
no final do Canto I de Os Lusíadas.
Ainda que separados por quatro séculos, tanto Camõ es como Fernando Pessoa cantam a pá tria
portuguesa. Ambos veem D. Sebastiã o como um salvador, sendo que, na obra Os Lusíadas, é visto
como um rei poderoso e, na obra Mensagem, representa a loucura. Efetivamente, o adjetivo
“grande” está associado ao esforço e a “pequenez” está associada ao homem. Desta forma,
Fernando Pessoa pretende mostrar que o homem, apesar de ser pequeno e frá gil, tem muita
força, sendo que podemos comprovar isto com pequenos excertos do texto, “Fraco humano”;
“curta vida”; “bicho da terra tã o pequeno”.
De facto, no final no canto I, é quando verificamos as reflexõ es de Camõ es sobre a fragilidade da
vida humana, quando ele nos mostra que nó s, seres humanos, somos frá geis e fracos. Mas,
independentemente da nossa fraqueza, da nossa fragilidade, nó s, portugueses, temos a
capacidade de nos superarmos à custa de um grande esforço.
Em suma, o povo português enfrentou grandes obstá culos e só com a grandeza interior é que os
conseguiu enfrentar, levando-os ao estatuto de heró is.
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