Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Referências
D.Fernando, Infante de Portugal
Era o mais novo de oito irmãos, por isso não teve acesso a tantas riquezas como os
mais velhos, então tenta pôr-se ao serviço do papa, do imperador ou de outro soberano
europeu para ganhar algum prestígio. Fernando era bastante religioso, mas sem extremos,
contudo deixou esta vida apenas religiosa e focou as suas atenções para a luta de cruzada
em Marrocos, que lhe poderia trazer bastante fortuna. Contudo, quando foi para a guerra
em África, foi feito prisioneiro e acabara por morrer nas cárceres de Fez.
Os seus restos mortais foram transportados para o Mosteiro da Batalha, para a
Capela do Fundador.
Este poema pertence à Primeira Parte, à parte do Brasão, onde se relata o princípio da
nacionalidade, a formação do reino, a sua consolidação como nação graças aos primeiros
fundadores e seus antepassados.
Pertence também ‘As Quinas’, transposição heráldica das chagas de Jesus, que foram,
segundo a lenda, oferecidas por Cristo ao nosso primeiro rei, D.Afonso Henriques. As
figuras nacionais consagradas nestes 5 poemas são os heróis-mártires.
Estes heróis são reis e infantes que contribuíram com o seu sacrifício ou o seu sangue para
cimentar a mística nacional. Tornam-se figuras míticas por realização de missões que os
imortalizou e que permitiu a concretização de uma obra.
Estrutura do poema
Tem 3 estrofes,
Cada estrofe tem 5 versos, são quintilhas,
Tem metrica irregular,
Rima cruzada, emparelhada e interpolada.
Análise do poema
‘Deu-me Deus o seu gládio porque eu faça\ A sua santa guerra.\ Sagrou-me seu em honra
e em desgraça,’ (vv1-3)
‘E esta febre de Além, que me consome,\ E este querer grandeza são seu nome\ Dentro
em mim a vibrar.’(vv8-10)
Nestes versos percebemos que o sujeito poético está a sentir uma imensa vontade
de conquista, de querer a grandeza e fazer progressos. Este aceita a missão de Deus e é
notória a sua vontade de a cumprir.
Podemos relacionar estes versos com o Quinto Império, ou seja, com o que este
quinto império significa. É o símbolo de inquietação necessária ao progresso assim como
o sonho: não se pode ficar sentado à espera que as coisas aconteçam, há que ser ousado,
curioso, corajoso e aventureiro, há que estar inquieto e descontente com o se tem e o que
se é.
O quinto império ou império espiritual é mesmo isto, é querer levar Portugal ainda
mais longe e louvar esta nação.
‘Cheio de Deus, não temo o que virá,\ Pois, venha o que vier, nunca será\ Maior do que a
minha alma.’ (vv13-15)
Recursos Expressivos
Hipálage - figura de linguagem caracterizada pela atribuição de uma característica de um
ser ou objeto a outro ser ou objeto que se encontra próximo ou relacionado com ele.
- minha face calma (v.12).
Opinião
Na nossa opinião considerámos este poema relativamente fácil de analisar, pois menciona
a vontade de concretização do quinto Império ou Império espiritual, tema abordado em
grande parte dos poemas de Fernando Pessoa. Também conhecemos melhor D.Fernando
e percebemos porque razão é considerado um herói para o povo lusitano.