Você está na página 1de 9

Testes por sequência

Letras em dia, Português, 12 .° ano • Teste 4

Sequência 2 • Contos

Grupo I

Apresenta as tuas respostas de forma bem estruturada.

Parte A

O rosto da jovem que se aproxima é vago e sem contornos, uma pincelada clara, e, quando
os tiver, a esses contornos, ele será o rosto de uma fotografia que tem corrido mundo numa
mala qualquer, que tem morado no fundo de muitas gavetas, o único fetiche 1 de George. As
suas
5 feições ainda são incertas, salpicando a mancha pálida, como acontece com o rosto das
pessoas mortas. Mas, tal como essas pessoas, tem, vai ter, uma voz muito real e viva, uma voz
que a cal e as pás de terra, e a pedra e o tempo, e ainda a distância e a confusão da vida de
George, não prejudicaram. Quando falar não criará espanto, um simples mal-estar.
Agora estão mais perto e ela encontra, ainda sem os ver, dois olhos largos, semicerrados,
1 uma boca fina, cabelos escuros, lisos, sobre um pescoço alto de Modigliani2. Mas nesse tempo,
0 dantes, não sabia quem era Modigliani e outros que tais, não eram lá de casa, os pais tinham
sido condenados pelas instâncias supremas à quase ignorância, gente de trabalho, diziam
como se os outros não trabalhassem, e sorriam um pouco com a superioridade dessa mesma
ignorância se a ouviam falar de um livro, de um filme, de um quadro nem pensar, o único que
tinham visto talvez fosse a velha estampa desbotada do Angelus 3 que estava na casa de jantar.
1 Com superioridade, pois, e também com uma certa indignação. Ou seria mesmo vergonha?
5 Como quem ouve um filho atrasado dizer inépcias4 diante de gente de fora que depois, Senhor,
pode ir contar ao mundo o que ouviu. E rir. E rir.
Já não sabe, não quer saber, quando saiu da vila e partiu à descoberta da cidade grande,
onde, dizia-se lá em casa, as mulheres se perdem. Mais tarde partiu por além-terra, por além-
mar. Fez loiros os cabelos, de todos os loiros, um dia ruivos por cansaço de si, mais tarde
2
castanhos, loiros de novo, esverdeados, nunca escuros, quase pretos, como dantes eram.
0
Teve muitos amores, grandes e não tanto, definitivos e passageiros, simples amores, casou-se,
divorciou-se, partiu, chegou, voltou a partir e a chegar, quantas vezes? Agora está – estava –,
até quando?, em Amesterdão.
Depois de ter deixado a vila, viveu sempre em quartos alugados mais ou menos modestos,
depois em casas mobiladas mais ou menos agradáveis. As últimas foram mesmo francamente
2
confortáveis. [...]
5
Uma casa mobilada, sempre pensou, é a certeza de uma porta aberta de par em par, de
mãos livres, de rua nova à espera dos seus pés.

CARVALHO, Maria Judite de, 2015. «George».


In George e Seta Despedida. Porto: Porto Editora (pp. 8-10)

1. fetiche: objeto que suscita grande interesse e atração. 2. Modigliani: pintor italiano (1884-1920). 3. Angelus: oração católica que se reza
à Virgem Maria; 4. inépcias: absurdos, tolices.
Testes por sequência
Letras em dia, Português, 12 .° ano • Teste 4

1 Explicita o valor da «fotografia» (l. 2), considerando o encontro entre George e a «jovem que se
aproxima» (l. 1) descrito nos dois primeiros parágrafos.

2 Interpreta, no contexto em que surge, a referência às transformações físicas da figura feminina.

3 Seleciona a opção de resposta adequada para completar a afirmação.

No final do terceiro parágrafo, o desapego e o desprendimento de George são sugeridos através de


(A) anáforas e anástrofes.
(B) metáforas e antíteses.
(C) interrogações retóricas e comparações.
(D) enumerações e interrogações retóricas.

Parte B
Lê o excerto da Farsa de Inês Pereira, de Gil Vicente, e as notas.

Vem a Mãe e diz: Mãe Ora espera assi, vejamos.


20
Inês Quem já visse esse prazer!
Mãe Logo eu adivinhei Mãe Cal’-te, que poderá ser,
lá na missa onde eu estava, que ante a Páscoa vêm os Ramos.
como a minha Inês lavrava Não te apresses tu, Inês,
a tarefa que lhe eu dei... maior é o ano qu’ o mês.
5 25
Acaba esse travesseiro! Quando te não precatares6,
E nasceu-te algum unheiro1? virão maridos a pares,
Ou cuidas que é dia santo? e filhos de três em três7.
Inês Praza a Deus que algum quebranto2
me tire do cativeiro. Inês Quero-m’ora alevantar;
folgo mais de falar nisso,
10 30
Mãe Toda tu estás aquela! – assi me dê Deus o Paraíso,
Choram-te os filhos por pão? mil vezes que não lavrar.
Inês Prouvesse a Deus! Que já é razão
de eu não estar tão singela3. VICENTE, Gil, 2014. Farsa de Inês Pereira.
Porto: Porto Editora (pp. 9-11)
Mãe Olhade ali o mau pesar!
15
Como queres tu casar
com fama de preguiçosa?
Inês Mas eu, mãe, sam aguçosa4
e vós dais-vos devagar5.
Testes por sequência
Letras em dia, Português, 12 .° ano • Teste 4

4 Procede à caracterização de Inês, justificando a resposta com passagens textuais significativas.

5 Compara a perspetiva de mãe e filha quanto ao casamento, considerando as duas últimas falas de
cada uma das personagens.

6 Completa as afirmações seguintes, selecionando a opção adequada a cada espaço.

Regista as letras – (a), (b) e (c) – e, para cada uma delas, o número que corresponde à opção
selecionada em cada um dos casos.

No excerto apresentado, são percetíveis várias características do teatro vicentino,


nomeadamente a sua dimensão (a) , patente, entre outros aspetos, no uso da ironia, tal
como se verifica nos versos (b) . Através desta dimensão, o autor denuncia defeitos que
atingiam a sociedade do seu tempo, tais como (c) .

(a) (b) (c)

1. laudatória 1. «Não te apresses tu, Inês,/maior é o ano qu’ o 1. a subversão dos valores
2. religiosa mês.» (vv. 23-24) morais e a ambição

3. sacra 2. «– assi me dê Deus o Paraíso,/mil vezes que não 2. a observância dos valores
lavrar.» (vv. 30-31) familiares e religiosos
4. satírica
3. « Logo eu adivinhei/lá na missa onde eu 3. o carácter desinteressado das
estava,/como a minha Inês lavrava/a tarefa que lhe jovens donzelas
eu dei...» (vv. 1-4) 4. o carácter conflituoso
4. «Quero-m’ora alevantar;/folgo mais de falar das mães
nisso,» (vv. 28-29)

Parte C

7 A família, com diferentes configurações, está presente em diversas obras abordadas durante o
ensino secundário.
Baseando-te na tua experiência de leitura, escreve uma breve exposição sobre o modo como a
família é representada em dois dos autores ou em duas das obras que estudaste, no ensino
secundário, no domínio da Educação Literária.
A tua exposição deve incluir:
– uma introdução ao tema;
– um desenvolvimento no qual explicites um aspeto que evidencie o modo como a família é
representada em cada um dos autores ou obras que selecionaste, fundamentando cada um
desses aspetos em, pelo menos, um exemplo pertinente;
– uma conclusão adequada ao desenvolvimento do tema.
Testes por sequência
Letras em dia, Português, 12 .° ano • Teste 4

Grupo II

Nas respostas aos itens de escolha múltipla, seleciona a opção correta.

Lê o texto. Em caso de necessidade, consulta as notas.

Tenho andado a viver em casas alugadas desde que vivo por conta própria. Muitas vezes penso
que, tal como as coisas estão em Portugal, é irracional pagar uma renda. Com o mesmo montante
mensal, compra-se uma casa ao banco. Mas a verdade é que me agrada o carácter transitório do
aluguer. Agrada-me ainda mais o carácter subversivo do aluguer: optar por não dever nada à banca, em
5 Portugal, é tão subversivo como optar por um casamento de amor na Índia. Desmorona-se o sistema.
Não gosto da imobilidade definitiva dos imóveis, nem do peso lacónico1 dos móveis. Deprimem-me
as avarias indecifráveis dos eletrodomésticos e as despesas fixas da eletricidade. Perturba-me a
transparência psicológica da decoração: «Diz-me como preenches os teus interiores, e serei obrigado a
saber quem és.» Mesmo que eu não o queira, terei que saber quem és. Irrita-me a ditadura do espaço
1 ditada pelas paredes, e a corrosão do tempo nas paredes.
0 Não gosto de casas, mas gosto de janelas. Há qualquer coisa de sagrado numa janela, um altar
primordial sobre os horizontes das possibilidades humanas, uma revelação que separa a luz das
trevas. A janela representa uma conquista civilizacional, indica uma sociedade que alcançou segurança
e paz, que honra os acordos territoriais estabelecidos com os vizinhos; e que confia num comportamento
semelhante por parte desses vizinhos. Recordo-me de ter atravessado muitas povoações no
1 Afeganistão cujas casas não possuíam o conceito de janela: uma abertura na parede não era um luxo,
5 era um perigo. Imagino que os habitantes dessas casas não sentissem a falta de janelas, porque
simplesmente não deviam pôr a questão de, um dia mais tarde, as colocar.
Uma janela tem, por definição, uma parede a emoldurá-la. A matéria e a sua ausência, a leveza e o
peso contrapostos. Mas nem sempre a parede define a janela por oposição. Por vezes a parede e a
respetiva janela podem concorrer para a mesma sensação de liberdade e movimento: é o caso da
2 parede do compartimento de um comboio, que atravessa campos de trigo soviético, que fura
0 desfiladeiros andinos2, que serpenteia pelas colinas etruscas3 que deram a cor, séculos mais tarde, à
pintura serena de Piero della Francesca. Uma janela pode ser a escotilha de um cargueiro, dar vista
sobre aguaceiros equatoriais, sobre ondas preguiçosas que a proa do navio cruza em diagonal, sobre o
cromatismo sonolento de contentores alinhados em busca de portos orientais.
Para lá da janela estende-se o mistério da paisagem. A casa encerra o espaço, a janela desvenda
2 e oferece o mundo.
5
CADILHE, Gonçalo, 2011. 1 Km de cada vez. Alfragide: Oficina do Livro (pp. 58-59)

1. lacónico: básico; 2. andinos: relativo aos Andes; 3. etruscas: relativas à Etrúria, antiga região da Itália (correspondente à atual Toscana).

1 No primeiro e no segundo parágrafos do texto, o autor assume a sua preferência por casas alugadas

(A) uma vez que acarretam despesas irrisórias.


(B) pela mobilidade e liberdade que proporcionam.
(C) por permitirem investir no seu interior.
(D) devido à depressão que os valores dos imóveis lhe provocam.
Testes por sequência
Letras em dia, Português, 12 .° ano • Teste 4

2 Com a expressão «transparência psicológica da decoração» (l. 8), Gonçalo Cadilhe refere-se

(A) à tendência que existe para se analisar o perfil de alguém a partir da decoração da sua
casa.
(B) ao facto de a decoração de um espaço refletir, irrefutavelmente, a personalidade de quem o
ocupa.
(C) à influência que a decoração de uma casa tem nos seus proprietários.
(D) à repercussão que a decoração tem na aquisição de um imóvel.

3 De acordo com o terceiro parágrafo do texto, o conceito de «janela»


(A) é exclusivo das sociedades modernas.
(B) está associado a uma dimensão sagrada em muitos locais do mundo.
(C) não se altera de acordo com o contexto geográfico e político.
(D) está sujeito a interpretações distintas, dependentes de diferentes contextos civilizacionais.

4 No contexto em que ocorre, a expressão «ondas preguiçosas» (l. 25) apresenta


(A) uma metáfora associada à lentidão do movimento marítimo.
(B) uma metáfora associada ao perigo do mar calmo.
(C) uma personificação associada à tranquilidade e à lentidão do movimento do mar.
(D) uma hipálage associada à «preguiça» dos navios.

5 As expressões «o sistema» (l. 5) e «o mistério da paisagem» (l. 27) desempenham a função sintática
de
(A) complemento direto, em ambos os casos.
(B) sujeito, em ambos os casos.
(C) complemento direto e sujeito, respetivamente.
(D) sujeito e complemento direto respetivamente.

6 Completa a afirmação abaixo apresentada, selecionando a opção adequada a cada espaço.

Regista as letras – (a), (b) e (c) – e, para cada uma delas, o número que corresponde à opção
selecionada em cada um dos casos.

No segmento «Recordo-me de ter atravessado muitas povoações no Afeganistão cujas


casas não possuíam o conceito de janela» (ll. 15-16), a oração subordinada é introduzida por
um (a) , classifica-se de (b) e desempenha a função sintática de (c) .

(a) (b) (c)

1. advérbio relativo 1. subordinada adverbial consecutiva 1. complemento do nome


2. pronome relativo 2. subordinada adjetiva relativa restritiva 2. modificador do nome restritivo
3. determinante relativo 3. subordinada substantiva relativa 3. modificador do nome apositivo
Testes por sequência
Letras em dia, Português, 12 .° ano • Teste 4

7 Identifica o ato de fala presente no enunciado «Irrita-me a ditadura do espaço ditada pelas paredes,
e a corrosão do tempo nas paredes.» (ll. 9-10).
Testes por sequência
Letras em dia, Português, 12 .° ano • Teste 4

Grupo III
Num texto de opinião bem estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas e
cinquenta palavras, defende uma perspetiva pessoal sobre o(s) papel(éis) que o espaço íntimo (lar)
desempenha na vida do ser humano.
No teu texto:
– explicita, de forma clara e pertinente, o teu ponto de vista, fundamentando-o em dois argumentos,
cada um deles ilustrado com um exemplo significativo;
– utiliza um discurso valorativo (juízo de valor explícito ou implícito).

Observações:
1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco, mesmo
quando esta integre elementos ligados por hífen (ex.: /dir-se-ia/). Qualquer número conta como uma única palavra,
independentemente do número de algarismos que o constituam (ex.: /2023/).
2. Relativamente ao desvio dos limites de extensão indicados, há que atender ao seguinte:
− um desvio dos limites de extensão indicados implica uma desvalorização parcial do texto produzido;
− um texto com extensão inferior a oitenta palavras é classificado com zero pontos.

Cotações
Item
Grupo
Cotação (em pontos)
1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.
I 104
16 16 8 16 16 16 16
1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.
II 56
8 8 8 8 8 8 8
III Item único 40
Total 200
Testes por sequência
Letras em dia, Português, 12 .° ano • Teste 4

Matriz do Teste 4 • Contos

Estrutura e cotação Domínios Aprendizagens Essenciais

Parte A • Interpretar obras literárias


portuguesas produzidas no
século XX:
1. 16 pontos
Contos («George», de Maria
Judite de Carvalho).
2. 16 pontos
• Interpretar textos literários
portugueses produzidos entre
3. 8 pontos
Educação os séculos XII e XVI:
Literária Farsa de Inês Pereira, de Gil
Parte B Vicente. [Retoma]
Grupo I
104 pontos • Comparar textos de diferentes
4. 16 pontos épocas em função dos temas,
ideias, valores e marcos históricos
5. 16 pontos e culturais: Contos («George»,
de Maria Judite de Carvalho) e
Farsa de Inês Pereira,
6. 16 pontos
de Gil Vicente.

Parte C
Escrita • Escrever uma exposição,
respeitando as marcas de género.
7. 16 pontos

1. 8 pontos
• Ler textos de diferentes graus
de complexidade argumentativa:
2. 8 pontos
relato de viagem.

3. 8 pontos • Sistematizar o conhecimento


das diferentes funções sintáticas.
Grupo II Leitura
4. 8 pontos • Explicitar o conhecimento
56 pontos Gramática
gramatical relacionado com a
5. 8 pontos articulação entre constituintes e
entre frases (frase complexa).

6. 8 pontos • Analisar situações de comunicação


distinguindo os diversos atos de
fala.
7. 8 pontos

Grupo III • Escrever um texto de opinião,


Item único 40 pontos Escrita
40 pontos respeitando as marcas de género.
Testes por sequência
Letras em dia, Português, 12 .° ano • Teste 4

Sugestões de resolução do Teste 4 casar, pois acredita que o casamento a libertará das
tarefas domésticas que tanto despreza («Quero-
Grupo I – Parte A m’ora alevantar;/ folgo mais de falar nisso/ – assi me
1. O encontro entre George e Gi, descrito nos dê Deus o Paraíso,/mil vezes que não lavrar.», vv.
parágrafos iniciais, corresponde a um cruzamento 28-31). Por seu lado, a Mãe considera que o papel
entre fases distintas da vida da protagonista (George da mulher, no casamento, é o de cuidar da casa e ter
corresponde à idade adulta e Gi representa o tempo filhos («Quando te não precatares,/virão maridos a
de juventude da mesma). A fotografia, onde surge o pares,/ e filhos de três em três.», vv. 25-27).
rosto de Gi («O rosto da jovem que se aproxima é 6. a) 4; b) 3; c) 1.
vago e sem contornos, uma pincelada clara, e,
quando os tiver, a esses contornos, ele será o rosto Grupo I – Parte C
de uma fotografia que tem corrido mundo», ll. 1-2), é
referida como o único «fetiche» de George, que, 7. Resposta pessoal. Tópicos de resposta:
apesar de estar em constante mudança, mantém – Amor de Perdição, de Camilo Castelo Branco: a
sempre consigo esse retrato («o rosto de uma família surge como instituição que dá prioridade à
fotografia que tem corrido mundo numa mala honra e estatuto social, em detrimento da felicidade
qualquer, que tem morado no fundo de muitas dos seus elementos (as famílias dos protagonistas,
gavetas», ll. 2-3). Assim sendo, é possível concluir Simão Botelho e Teresa Albuquerque, proíbem o
que a «fotografia» representa, na fase adulta da amor do jovem casal, cuja história termina com a
personagem, a ligação ao passado, a fixação da clausura, exílio e morte).
juventude perdida, a imagem ideal da juventude – Os Maias, de Eça de Queirós: obra que relata a
intocada e dos sonhos por cumprir. história da família dos Maias, ao longo de três
gerações (Afonso da Maia, Pedro da Maia e Carlos
2. George pode ser interpretada como protótipo da
da Maia), explorando as suas alegrias, dramas e
mulher independente e profissionalmente realizada,
conflitos. Destaca-se o acolhimento de Carlos da
tendo tido a coragem de enfrentar preconceitos
Maia por parte do seu avô (Afonso), após o suicídio
sociais relativos às mulheres ao abandonar a vila
de seu pai (Pedro), revelando que a família
onde nasceu em busca de um sonho. Deste modo,
representa, acima de tudo, um espaço de refúgio,
as transformações físicas vividas pela personagem
acolhimento e amor.
são reveladoras do carácter livre da personagem,
que exterioriza, através da cor com que pinta o
cabelo, o seu desprendimento em relação à vida, à Grupo II
criação de hábitos e de rotinas e também a sua 1. (B).
quebra com as convenções representadas pelo
2. (A).
ambiente da vila e as perspetivas da família sobre a
sua vida e o seu futuro. 3. (D).
3. (D). 4. (C).

5. (B).
Grupo I – Parte B
6. a) 3; b) 2; c) 2.
4. No excerto apresentado, Inês é caracterizada
como preguiçosa, aspeto denunciado pela própria 7. Ato de fala expressivo.
mãe («Logo eu adivinhei/ lá na missa onde eu
estava,/ como a minha Inês lavrava/ a tarefa que lhe Grupo III
eu dei.../ Acaba esse travesseiro!», vv. 1-5, e «
Resposta pessoal.
Como queres tu casar/com fama de preguiçosa?»,
vv. 15--16). Para além disso, é uma personagem
sonhadora e romântica, desejando,
desesperadamente, casar-se («Prouvesse a Deus!
Que já é razão/de eu não estar tão singela», vv. 12-
13).

5. Considerando as duas últimas falas de cada uma


das personagens, torna-se percetível que existe uma
divergência na forma como Inês e a sua Mãe
perspetivam o casamento. Com efeito, Inês deseja

Você também pode gostar