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TÓPICOS DE RESPOSTA
(Cenários de resposta)
«percurso de manutenção»
1.
O momento em que, numa manhã de novembro, fez um percurso de manutenção no pinhal da Aroeira.
2.
Relação de cumplicidade e possivelmente de amor.
3.
Apesar de novembro ser um mês frio, é possível, nesta época, viver momentos agradáveis como aquele
que é narrado.
4.
Serenidade: «novembro é arenoso e / muito sossegado sob os sapatos de ténis, é mesmo / muito mais
lírico do que se imagina.»
Alegria, plenitude: «a brisa marinha enredará esta mediania, esta / doçura útil de existir, assobiar ao
vento, entre chão e paisagem.»
1.
a) Vítor Aguiar e Silva nasceu em 1939, em Braga. Licenciou-se e fez o doutoramento na Universidade
de Coimbra, com uma tese intitulada Maneirismo e Barroco na poesia lírica portuguesa. Foi
professor catedrático nesta instituição até 1989, data em que pediu para ser transferido para a
Universidade do Minho, onde exerceu as funções de vice-reitor até 2002. Dedica-se sobretudo ao
estudo da literatura portuguesa dos séculos XVI e XVII, bem como da obra de Luís de Camões.
b) D. Manuel de Faria e Sousa nasceu em 1590, em Felgueiras, e morreu em 1649, em Madrid. Foi um
grande humanista, tendo-se destacado sobretudo pelo facto de ter sido o primeiro crítico literário a
escrever uma obra de vulto sobre Luís de Camões. Muito embora posteriormente se tenha chegado
à conclusão de que acrescentou poemas à obra do poeta apenas porque considerava que estes, pela
sua qualidade, teriam de ser da sua autoria, tendo também introduzido alterações em alguns textos,
a verdade é que o seu contributo para os estudos camonianos foi fundamental.
c) Karl Lachmann (1793-1851) foi um filólogo e crítico germânico, que deu um contributo fundamental
para os estudos de crítica textual (estudos através dos quais se procura determinar a forma definitiva
de um texto). Wilhelm Storck (1829-1905) foi um tradutor e linguista alemão, que traduziu a obra de
Camões para esta língua.
3.
No fundo, a atribuição de um poema a um autor depende de discussões entre académicos que, apesar
do seu rigor científico, têm sempre uma certa dimensão subjetiva.
4.
Segundo o eu, os versos de Camões são passíveis de serem identificados pela sua enorme beleza
e complexidade e também pelo facto de provocarem uma reacção intensa nos seus leitores.
1.
Trata-se do momento em que a filha mais nova do sujeito poético acorda a chorar e este vai aquecer
leite e a embala até que ela volta a adormecer.
2.
Esta expressão mostra que a sua filha já é um pouco pesada, mas, ao mesmo tempo, é frágil,
de porcelana.
3.
O mundo exterior é marcado pelo movimento dos carros e das pessoas e pelo frio, enquanto o mundo
interior é calmo e protegido.
4.
O eu deseja que as filhas tenham uma vida serena e segura, marcada por acontecimentos alegres.
Ainda que confrontadas com a desordem do mundo, espera que elas mantenham a sua pureza.
5.
Amor, cumplicidade, confiança e ternura.
«e mexe-me na cara quando eu chego outra vez a “inda mal abria os olhos”, / já ouviu esta toada
umas centenas de vezes e passa a mão pelo meu queixo / e aconchega a cabeça e as pálpebras
começam a baixar-lhe / muito devagarinho e a pequenina mão abandona-se na gola do meu pijama»;
«e como da irmã, quando a irmã tinha esta idade, eu digo / que sei muito desta menina, e sei. e vou
deitá-la outra vez.»
1.
«Ouvi contar outra que outrora, quando a Pérsia»
1.1 Princípio do Epicurismo — os jogadores de xadrez concentravam-se no seu jogo enquanto a sua
cidade era saqueada e a sua família era morta, recusando-se a deixarem-se afetar por estes
acontecimentos dramáticos. O púcaro de vinho — tal como o xadrez — é mais um elemento
associado aos prazeres moderados defendidos por aquela corrente filosófica da Antiguidade
Clássica.
2.
2.1 «Come chocolates, pequena» («Tabacaria»)
2.1.1 Em «Tabacaria», o eu exorta a menina a comer chocolates, afirmando que não há mais metafísica
na vida, isto é, recusando qualquer tipo de pensamento. No poema de Vasco Graça Moura,
Ricardo Reis aconselha Lídia a comer castanhas ao invés de caçar borboletas, ou seja, a evitar
qualquer esforço excessivo, desfrutando de prazeres moderados, tal como era preconizado pelo
Epicurismo. Além disso, é inútil tentar reter algo de cada momento (neste caso, as borboletas),
dado que tudo é efémero.
2.1.2 Ao longo do poema, Lídia apanha rosas e desfolha-as, atividade associada aos prazeres
moderados do Epicurismo e ao princípio de que toda a beleza é frágil e passageira.
Posteriormente, parece seguir o conselho de Ricardo Reis e come castanhas. No entanto, fá-lo,
mais uma vez, com a consciência de efemeridade da vida, dado que se entrega com moderação
a este prazer, limitando-se a mordiscá-las.
3.
Nesta estrofe, a vida é associada ao ouriço da castanha, que crava em nós os seus espinhos, caso não
saibamos viver em ataraxia, isto é, de forma tranquila e sem nos apegarmos fortemente ao que nos
rodeia. É por este motivo que Lídia apenas morde ao de leve as castanhas.