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Grupo I
Lê o seguinte poema.
OCIDENTE
Com duas mãos – o Ato e o Destino –
Desvendámos. No mesmo gesto, ao céu
Uma ergue o facho trémulo e divino
E a outra afasta o véu.
145
Nô mais, Musa, nô mais, que a Lira tenho
Destemperada e a voz enrouquecida,
E não do canto, mas de ver que venho
Cantar a gente surda e endurecida.
5 O favor com que mais se acende o engenho
Não no dá a pátria, não, que está metida
No gosto da cobiça e na rudeza
Düa austera, apagada e vil tristeza.
146
E não sei por que influxo de Destino
10 Não tem um ledo orgulho e geral gosto,
Que os ânimos levanta de contino
A ter pera trabalhos ledo o rosto.
Por isso vós, ó Rei, que por divino
Conselho estais no régio sólio posto,
15 Olhai que sois (e vede as outras gentes)
Senhor só de vassalos excelentes.
147
Olhai que ledos vão, por várias vias,
Quais rompentes liões e bravos touros,
Dando os corpos a fomes e vigias,
20 A ferro, a fogo, a setas e pelouros,
A quentes regiões, a plagas frias,
A golpes de Idólatras e de Mouros,
A perigos incógnitos do mundo,
A naufrágios, a pexes, ao profundo.
148
25 Por vos servir, a tudo aparelhados;
De vós tão longe, sempre obedientes;
A quaisquer vossos ásperos mandados,
Sem dar reposta, prontos e contentes.
Só com saber que são de vós olhados,
30 Demónios infernais, negros e ardentes,
Cometerão convosco, e não duvido
Que vencedor vos façam, não vencido.
Luís de Camões, Os Lusíadas (prefácio de Costa Pimpão),
4.ª ed., Lisboa, MNE, Instituto Camões, 2000, pp. 476-477.
5. Refere três motivos para o rei ter orgulho dos seus «vassalos excelentes».
326 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens 12.o ano
Grupo II
Nas respostas aos itens de escolha múltipla, seleciona a opção correta, indicando o número do item
e a letra que identifica a opção escolhida.
1
Antológica: que merece ser registada.
2
Casuísticas: minuciosas.
3
D. Sebastião: poema do livro Mensagem recitado por Caetano Veloso no meio de «É proibido proibir», canção decisiva
da história da música brasileira de protesto contra o regime militar então vigente.
4. No contexto em que ocorre, o vocábulo «doída» (l. 16) remete para a ideia de
(A) ofensa.
(B) queixa.
(C) mágoa.
(D) ressentimento.
5. Na expressão «como molduras sobre telas» (l. 23) o autor recorre a uma
(A) metáfora.
(B) perífrase.
(C) hipérbole.
(D) comparação.
6. No excerto «Corri atrás dessas palavras e vim a saber, estarrecido, que eram de um poeta
português, de que eu mal ouvira falar» (ll. 7-8), as palavras sublinhadas são
(A) um pronome e uma conjunção, respetivamente.
(B) uma conjunção e um pronome, respetivamente.
(C) pronomes em ambos os contextos.
(D) conjunções em ambos os contextos.
8. Refere a função sintática desempenhada pela oração subordinada presente em «O meu “caso"
com o poeta começou no final dos anos sessenta, quando ouvi pela primeira vez a música de
Caetano Veloso […]» (ll. 2-3).
10. Identifica o antecedente do pronome «ele» presente na expressão «[…] integraram-me a ele.»
(l. 24).
Grupo III
A coragem, a determinação, o desafio do desconhecido, revelados no passado pelo povo
português, ainda hoje são evidentes em tudo quanto realiza.
Num texto bem estruturado, de duzentas a trezentas palavras, defende um ponto de vista
pessoal sobre a capacidade empreendedora dos portugueses.
Fundamenta o teu ponto de vista recorrendo, no mínimo, a dois argumentos e ilustra cada um
deles com, pelo menos, um exemplo significativo.