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TESTES DE AVALIAÇÃO c) As comemorações do Centenário possuem quatro eixos


programáticos: o da biografia, o da leitura, o das
COMPREENSÃO DO ORAL publicações e o académico; e) Os alunos, desde os mais
novos aos mais velhos, são os responsáveis futuros da
Teste 1 – Fernando Pessoa, Poesia do ortónimo divulgação de José Saramago.
(p. 203) 2.
1. a) F; b) V; c) V; d) F; e) F; f) V. 2.1 C; 2.2 A; 2.3 B; 2.4 D; 2.5 A; 2.6 C; 2.7 B.
1.1
a) O livro em causa versará sobre a faceta mais intimista ESCRITA
de Fernando Pessoa; d) O livro Super-Camões mostra-nos
Fernando Pessoa como alguém com sentido de humor;
e) João Pedro George considera que o que descobriu Teste 1 – Fernando Pessoa, Poesia do ortónimo,
sobre Pessoa foi surpreendente. e Padre António Vieira, «Sermão de Santo
António
2. [aos Peixes]» (p. 215)
2.1 B; 2.2 C; 2.3 D; 2.4 A; 2.5 B; 2.6 D; 2.7 C.
GRUPO I
Teste 2 – Fernando Pessoa, Poesia dos Parte A
heterónimos (p. 205) 1.
1. a) F; b) V; c) F; d) F; e) V; f) F. No primeiro verso do poema, o sujeito poético revela que
1.1 observa o que não lhe é possível ver, o que denota uma
a) A ronda turística abordará vários autores nacionais; possível contradição, que poderá estar associada ao
c) Pessoa era alguém com múltiplas facetas, não só contraste entre o sonho e a realidade. Assim, o eu, ao
literárias; d) No espólio pessoano foram descobertas mais recorrer à forma verbal «contemplo», evidencia o seu
de 300 cartas astrológicas; f) Siza Vieira define Pessoa desejo de permanecer no domínio onírico.
como uma figura plural e fascinante. 2.
2. Nos dois últimos versos do poema, o sujeito poético
apresenta o seu estado de espírito dominado pela
2.1 B; 2.2 A; 2.3 C; 2.4 D; 2.5 A; 2.6 B; 2.7 A. angústia («Mas triste é o que estou.», v. 16), uma vez que
não consegue definir-se — «Não sinto, não sou triste» (v.
Teste 3 – Fernando Pessoa, Mensagem (p. 207) 15) – nem permanecer no sonho, o que lhe poderia trazer
1. a) F; b) V; c) F; d) V; e) V; f) F. algum apaziguamento. Deste modo, torna-se evidente
1.1 que a temática pessoana presente no poema é a
a) O primeiro nome da obra foi Portugal; c) Mensagem é dicotomia entre o sonho e a realidade, já que o eu deseja
uma obra com características épicas; f) Teresa Rita Lopes evadir-se para o mundo onírico, mas essa ilusão não
descobriu que Pessoa era muito crítico em relação ao permite afastar-se totalmente da realidade.
regime ditatorial. 3.
2.1 A; 2.2 C; 2.3 B; 2.4 A; 2.5 D; 2.6 B; 2.7 C. A.
Parte B
Teste 4 – Contos (p. 209) 4.
1. a) V; b) F; c) V; d) F; e) V; f) F. Vieira interpela diretamente os peixes, servindo-se desta
1.1 apóstrofe que os identifica, pois eles são os destinatários
b) O seu avô não acreditava em restrições no que toca à do seu discurso. Contudo, dado o caráter alegórico do
leitura; d) Inês é uma pessoa voltada para a vida interior; sermão, os peixes surgem como ouvintes atentos que
f) Maria Judite de Carvalho defendia que se deveria apresentam qualidades que os homens não evidenciam,
sempre voltar às obras de Eça de Queirós. já que o perseguiram em vez de o ouvirem e o seguirem.
Por outro lado, esta apóstrofe contribui também para a
2.
surpresa do auditório, fazendo-o estar mais atento e mais
2.1 C; 2.2 B; 2.3 A; 2.4 D; 2.5 D; 2.6 B; 2.7 C. próximo do pregador. Ao interpelar o seu auditório,
Padre António Vieira considera os peixes como «irmãos»,
Teste 5 – Poetas contemporâneos (p. 211) demonstrando a proximidade que pretende que exista
1. a) V; b) F; c) V; d) F; e) F; f) V. entre ele e os peixes e que também deveria existir entre
os homens e o orador. Deste modo, é realçado, alegorica-
1.1
mente, o afastamento que mantém relativamente aos
b) O espetáculo acabou por ultrapassar a ideia inicial;
homens.
d) Mátria é uma ópera que evidencia a experiência
universal humana; e) As personagens da ópera são 5.
simples, mas extremamente profundas. A obediência, a ordem, a quietação e a atenção com que
ouvem a palavra de Deus são as diferentes qualidades
2.
que o pregador, primeiramente, louva nos peixes. Além
2.1 C; 2.2 A; 2.3 D; 2.4 B; 2.5 A; 2.6 D; 2.7 C. disso, com esta atitude virtuosa, evidenciam o respeito e
a devoção que dedicam à sua pregação. No entanto, este
Teste 6 – José Saramago (p. 213) louvor leva o Padre António Vieira a exclamar «grande
1. a) V; b) V; c) F; d) V; e) F; f) V. afronta e confusão para os homens!», porque, sendo
irracionais, os peixes comportam-se racionalmente,
1.1 escutando a sua pregação, comportamento incompreen-

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dido e até ofensivo para os homens. Contrariamente, os dando uma significação subjetiva ao conceito de
homens não ouvem a palavra de Deus e perseguem Santo «sofrimento». Assim, tudo aquilo que apropriamos pelos
António, querendo lançá-lo ao mar, mostrando-se sentidos é verdadeiro, mesmo que seja a injustiça, que
furiosos e obstinados. aqui deve ser encarada de forma concreta e objetiva, pois
6. as pessoas que sofrem são «afinal quem sofr[e]».
C. 2.
A interrogação do final do poema evidencia que o
Parte C conceito de injustiça não deve ser analisado, uma vez que
7. Tópicos de resposta este é natural, imutável, inevitável e concreto, ou seja,
– Para Fernando Pessoa ortónimo, a fuga para o mundo «Haver injustiça é como haver morte.» (v. 14), é uma
onírico é uma tentativa de superar a sua angústia certeza como a morte. Deste modo, questionar a injustiça
existencial. é inútil, pois esta ocorrerá sempre, mesmo que em
– O eu tenta refugiar-se no domínio do sonho, que situações que não passem para o domínio metafísico,
considera ser mais positivo e reconfortante do que a como o corte de uma laranja.
realidade, já que esta impossibilita a concretização da 3.
sua felicidade. Este desejo do eu está evidente no A.
poema «Não sei se é sonho, se realidade», no qual
também defende que o refúgio onírico poderá ser Parte B
ilusório, pois só reconfortará aqueles que nele 4.
acreditam. Os versos 3 e 4 evidenciam a angústia existencial do
– Ao constatar que é difícil distinguir estados reais dos sujeito poético, uma vez que este deseja que «Qualquer
ilusórios, o sujeito poético defende que o sonho é um música» (v. 1) o afaste de uma «incerteza» (v. 3) que
espaço de felicidade, mas simultaneamente inacessível. pretende uma «impossível calma» (v. 4). Assim, o eu
Esta impossibilidade de influenciar a realidade com o constata que esse seu desejo da «alma» (v. 2) é difícil de
sonho é defendida no poema «Bem sei que há ilhas lá ser concretizado, já que deseja algo que afirma ser
ao sul de tudo». «impossível» (v. 4).
GRUPO II 5.
A repetição do quantificador «Qualquer» enfatiza a
1. D; 2. C; 3. A; 4. D; 5. D. tentativa de afastamento da realidade e da angústia
6. existencial que domina o sujeito poético. Assim, este
a) complemento oblíquo; b) complemento do nome. deseja que «Qualquer coisa» (v. 9) permita que este «não
7. sinta o coração» (v. 12), ou seja, a «música» (v. 5) ou
Oração subordinada substantiva completiva. outra «coisa que não vida» (v. 9) o levem a um estado de
maior inconsciência e, consequentemente, de maior
GRUPO III felicidade.
Tópicos de resposta 6.
– Uma leitura poderá ser tão enriquecedora como uma B.
viagem se o leitor se deixar levar e imbuir plenamente
Parte C
naquilo que se encontra a ler. No entanto, a vivência
física de uma viagem poder-se-á também tornar 7. Tópicos de resposta
determinante para nós. – Álvaro de Campos é o heterónimo representante das
– Acredita-se que a imaginação é uma fonte inesgotável vanguardas do início do século XX, ou seja, um dos
de criação de imagens, cenários e, até, de defensores do Modernismo português.
personalidades. Por isso, viajar para outros locais – Evidencia uma deliberada postura provocatória e
através de um livro poderá ser bastante rico e permitir- transgressora da moral, com o propósito de
nos-á criar uma imagem mental mais positiva de um escandalizar e chocar, fazendo também a apologia da
espaço que não será tão idealizado na realidade. civilização contemporânea moderna, industrial e
– Estar fisicamente num espaço e poder contemplá-lo, tecnológica. Esta celebração de uma nova sociedade,
absorvendo a sua cultura e as suas características, inovadora e industrial, é visível na «Ode triunfal»,
permite-nos evoluir, conhecer realidades distintas e extenso poema em tom laudatório.
hábitos que não possuímos. Ao viajar, temos a – Por outro lado, o sensacionismo, tipicamente
necessidade de sair da nossa área de conforto e, ao modernista, é evidente na poesia de Campos, através
depararmo-nos, muitas vezes, com contratempos e da exacerbação e simultaneidade das sensações, com o
circunstâncias adversas, as nossas vivências serão muito objetivo de «sentir tudo de todas as maneiras»,
pertinentes e significativas. congregando em si toda a complexidade sensitiva.
–… GRUPO II

Teste 2 – Fernando Pessoa, Poesia dos 1. C; 2. B; 3. A; 4. C; 5. A.


heterónimos e do ortónimo (p. 223) 6.
a) Sujeito; b) Complemento do adjetivo.
GRUPO I
7.
Parte A Coesão gramatical referencial.
1.
GRUPO III
A frase, em discurso parentético, apresenta o
esclarecimento irónico do sujeito poético face ao verso Tópicos de resposta
anterior e, nomeadamente, à postura do pregador, não

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– O ser humano deve ser capaz de distinguir factos de Conde João Fernandes, apelidado de «treedor» (l. 18)
opiniões. Deste modo, é necessário que este conheça a nobre galego, após a morte de D. Fernando.
realidade de forma concreta e objetiva e, só depois, 6.
formule uma opinião sobre o que está à sua volta. B.
– O conhecimento objetivo da realidade deve ser a base
da ação humana. Os factos devem ser valorizados em
detrimento da opinião que se possa formular sobre
eles, já que só seremos justos, livres e verdadeiros se os
princípios que pautarem a nossa conduta tiverem a
certeza e a realidade como ponto de partida.
– É fundamental que cada um de nós saiba formular
adequadamente a sua opinião e que a consiga defender
com rigor e precisão. No entanto, esta capacidade só
poderá advir se, anteriormente, tenha sido
desenvolvida a sua análise objetiva da realidade que
nos circunda.
–…

Teste 3 – Fernando Pessoa, Mensagem,


e Fernão Lopes, Crónica de D. João I (p. 231)
GRUPO I
Parte A
1.
Nos versos 2 e 3, é revelado o caráter mítico e profético
deste monarca, uma vez que mandou plantar as «naus a
haver» (v. 2) e ouviu «um silêncio múrmuro» (v. 3), ou
seja, conseguiu perceber que a sua ação, no seu presente,
iria ser determinante para o «Império» que viria a surgir,
o expansionismo português. A madeira dos pinhais seria
«como um trigo» (v. 4), serão a base da criação desse
império. Entre os versos 2 e 3 e os versos 4 e 5
estabelece-se, assim, uma relação de causalidade, pois foi
a capacidade premonitória de D. Dinis que permitiu
também a edificação do império marítimo português.
2.
O poema ilustra a dupla faceta de D. Dinis, uma vez que
este «escreve um seu Cantar de Amigo» (v. 1) e é «O
plantador de naus a haver» (v. 2). Deste modo, logo no
início do poema, é destacada a sua vertente artística e
literária, já que compõe poesia. Por outro lado, o verso 2
evidencia a preocupação que revelou com a agricultura e
com a plantação do pinhal de Leiria, cuja madeira iria ser
fundamental para a construção das naus, no período dos
Descobrimentos.
3.
A.
Parte B
4.
A população da cidade de Lisboa encontrava-se unida na
defesa do seu Mestre, uma vez que, pela vontade de
Deus, estavam «todos feitos duũ coraçom» (l. 10).
Contudo, esta união leva à fúria e ao desejo de vingança
perante a possibilidade do assassínio de D. João, como se
constata em «com talente de o vingar» (l. 10). Perante o
Paço fechado, o povo apresentava-se desconfiado e
desor-ganizado, pois todos desejavam acudir ao Mestre,
fazendo um ruído tão grande «que se nom entendiam uũs
com os outros, nem determinavom neũa cousa.» (ll. 19-
20).
5.
Fernão Lopes apresenta a Regente do Reino como
«aleivosa», evidenciando as suspeitas de traição para
com o reino e a reprovação do seu envolvimento com o

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Parte C
7. Tópicos de resposta Teste 4 – Fernando Pessoa, Mensagem e Poesia
– No capítulo XI da Crónica de D. João I, o cronista relata dos heterónimos (Ricardo Reis) (p. 239)
um momento de indecisão política em Portugal, com a
GRUPO I
ameaça à independência nacional e o consequente
assassínio do Conde Andeiro. D. João, Mestre de Avis, Parte A
protagoniza este momento marcante e destaca-se 1.
como um dos atores individuais da Crónica. Assim, é A repetição do adjetivo «claro» realça uma faceta
descrito como alguém que revela, por vezes, atitudes relevante de D. Pedro, no contexto da obra Mensagem. O
de grande humanidade, aspeto que torna este ator sujeito poético descreve D. Pedro como sendo um
individual da Crónica de D. João I inesquecível para o homem honesto («claro no sentir», v. 1), harmonioso e
leitor. Além disso, todas as suas ações como estratega e extremamente inteligente e culto («Claro em pensar»,
executor fazem dele um líder carismático e v. 1) que sabia o que queria e como fazê-lo («Claro em
determinado, respeitado por todos. pensar, e claro no sentir, E claro no querer;», vv. 1-2) Com
– O povo, enquanto ator coletivo, constitui a força efeito, as várias ocorrências do vocábulo «claro»
armada e braçal em que se apoiou o Mestre de Avis, apontam para a importância dada a valores morais, à
pois a população de Lisboa resistiu ao cerco do rei de honra, ao compromisso, à dignidade e à justiça em
Castela. De facto, no capítulo CXV, aquando do cerco detrimento dos bens materiais.
castelhano, o povo, enquanto figura coletiva, preparou
mantimentos, recolhendo e salgando víveres e 2.
transportando gado morto em embarcações. Também B.
planeou formas de defesa, pois colocou material bélico 3.
nas torres, atribuiu áreas de defesa, combinando um – Herói histórico: referência ao facto de ter vivido
alarme comum, entre outras ações proativas de defesa serenamente, apesar de nunca ter sido bafejado pelo
da cidade. O povo respeitava as ordens de D. João, ator Destino. D. Pedro, enquanto homem que cumpriu os
individual, e envolvia-se nas tarefas propostas. Na seus deveres e foi fiel à sua palavra – «Fiel à palavra
verdade, os diferentes grupos sociais, os membros do dada e à ideia tida.» (v. 11).
clero e até raparigas se envolveram na defesa da – Herói mítico: colocou em prática tudo aquilo que era
cidade, evidenciando o seu papel coletivo como suposto ser feito, para mais, só se Deus quisesse. D.
protagonistas num momento tão crucial para garantir a Pedro fez tudo aquilo que deveria ser feito consoante a
independência nacional. vontade divina e, por isso, a sua memória deve
–… perdurar imaculada como mito, como se verifica no
verso 12 — «Tudo mais é com Deus!».
GRUPO II
Parte B
1. C; 2. B; 3. D; 4. C; 5. D.
4.
6. A.
a) modificador do nome apositivo; b) sujeito.
5.
7. As duas interrogações retóricas evidenciam a recusa
Oração subordinada adverbial condicional. estoica dos compromissos e das emoções intensas e a
GRUPO III consciência da efemeridade da vida, uma vez que tanto o
«trono» como os «louros» desaparecerão na hora da
Tópicos de resposta morte. Por este motivo, o sujeito poético coloca em causa
– O cartoon de Agim Sulaj expõe, de forma objetiva e a validade de tudo o que perecerá, ou nas mãos de
simples, as desigualdades sociais ou a problemática do «Átropos» (v. 8) ou nos «arbítrios de Minos» (v. 10).
acesso às oportunidades.
6.
– Descrição do cartoon: a imagem surge apenas em tons
Nestas duas estrofes, o eu apresenta um discurso exor-
cinzentos, apresentando, em reflexo, o final de umas
tativo marcado pela abdicação e pela serenidade face à
pernas com uns sapatos calçados e calças vestidas. No
vida. Assim, num tom coloquial, pede ao seu interlocutor
lado contrário, surgem uns pés descalços e umas pernas
que colha as flores, mas que abandone logo de seguida.
desnudadas, que parecem suster as pernas
Nos versos 17 e 18, aconselha novamente à abdicação e à
anteriormente referidas.
resignação com o uso da forma verbal no imperativo
– Comentário crítico: a imagem denuncia o
(«Abdica», v. 17). Desta forma, ao defender «sê rei de ti
aproveitamento dos mais poderosos face aos mais
próprio» (v. 18), o sujeito poético evidencia uma postura
vulneráveis, já que os pés descalços apoiam os que se
estoica e de recusa de quaisquer compromissos. Assim,
encontram calçados. Além disso, evidencia também as
estão presentes, nestas estrofes, a negação dos
desigualdades sociais, uma vez que aqueles que mais
compromissos e o estoicismo, com a defesa da abdicação
necessitam são os que se encontram numa situação
voluntária dos compromissos e das emoções.
mais precária e difícil de ultrapassar. É de salientar
também que as vivências dos que se impõem Parte C
socialmente são mais marcantes e sobrepõem-se às dos 7. Tópicos de resposta
que sofrem e se encontram em situações precárias, – Em Mensagem, estão presentes duas figuras femininas
como se evidencia pelo facto de os pés desnudados que são vistas como mediadoras da vontade divina.
estarem, de certo modo, ocultos pelos outros. – «D. Tareja», ou D. Teresa, é a primeira figura a quem o
sujeito poético se dirige, pedindo-lhe proteção e
apelidando-a de «mãe de reis e avó de impérios», uma
vez que foi mãe do primeiro rei de Portugal e, da sua

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genealogia, descenderam as figuras que deram origem para dialogar. Desta forma, acabam também por se sentir
ao período áureo das descobertas. A sua ação e a sua mais próximos e cúmplices.
«prece», para o eu, irão orientar Portugal para um
destino maior.
– A segunda figura feminina de Mensagem é D. Filipa de
Lencastre, casada com D. João I, ventre da Ínclita
Geração que deu origem ao império marítimo
português. O sujeito poético termina o poema a si
dirigido com o verso «Madrinha de Portugal!», pois,
segundo se crê, era adorada pelo povo, que acreditava
que, mesmo após a sua morte, D. Filipa estaria a velar
pelos portugueses.
GRUPO II
1. B; 2. A; 3. A; 4. D; 5. D.
6.
a) Complemento do nome. b) Complemento indireto.
7.
a) Valor imperfetivo. b) Valor perfetivo.
GRUPO III
Tópicos de resposta
– O cartoon de Alireza Pakdel apresenta a capacidade de
movimentar e guiar as massas. No entanto, nem
sempre surge com os motivos mais determinantes e
válidos.
– Descrição do cartoon: uma imagem dividida em quatro
tiras, o que permite criar uma ação, mesmo que de
modo incipiente. Assim, consegue-se observar um
grupo crescente de figuras humanas, semelhantes entre
si, que seguem, em tom reivindicativo, outra figura que
segura uma bandeira vermelha. No entanto, quando
esta figura enrola a bandeira e a transforma numa bolsa
para a levar às costas, o grupo diminui
consideravelmente e fica com um ar incrédulo e
perdido.
– Comentário crítico: a imagem ilustra o que, muitas
vezes, acontece na sociedade atual, pois as pessoas
defendem ideias e opiniões que não compreendem,
seguindo apenas aqueles que têm voz ou uma presença
marcante, como se evidencia por aquele que segura a
bandeira. Quando este perde a força e desiste, o grupo
perde também a sua força e não compreende o motivo
pelo qual luta, o que revela a falta de convicções e de
orientação da vida pelos verdadeiros valores. Pode
também considerar-se que este cartoon denuncia a
força de regimes totalitários em que a voz de um só é
determinante para levar os outros a agir, mesmo que as
suas razões nãosejam válidas ou corretas.
–…

Teste 5 – Manuel da Fonseca, «Sempre é uma


companhia», e Almeida Garret, Frei Luís de
Sousa (p. 247)
GRUPO I
Parte A
1.
Esta metáfora que inicia o excerto evidencia que a aldeia
se transformou num espaço muito mais vivo e enérgico,
revelado pelo recurso ao vocábulo «agora». De facto, os
habitantes de Alcaria já sabem o que acontece fora da
aldeia e dialogam entre si sobre estes acontecimentos,
algo que não ocorria no passado. Fazem silêncio para
ouvir notícias e «melodias» para poderem ter assunto

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2. 6.
a) Complemento direto. b) Sujeito.
Com a chegada da telefonia, o comportamento de Batola
7.
e da sua mulher modificou. Assim, Batola passou a
Dêixis pessoal e temporal.
levantar-se cedo e a atender os clientes na venda, para
poder continuar a dialogar sobre o que tinha conversado GRUPO III
na véspera. Além disso, passou a «consultar o velho
relógio» (l. 15), o que evidencia um maior cuidado com as Tópicos de resposta
suas rotinas e os seus compromissos. Por outro lado, a – A nossa vivência atual é marcada, maioritariamente,
sua mulher «quase deixou de aparecer na venda» (l. 16), pela azáfama e pelo movimento. No entanto, será que,
não contactando com ninguém e não permitindo que as nos nossos dias, é possível atingir a felicidade nesta
pessoas saibam o que «pensa ela do que contam as vozes vivência agitada ou seremos mais felizes se pautarmos a
desconhecidas» (ll. 16-17), apresentando um extremo nossa vida pela serenidade?
recato e isolamento, após a chegada do aparelho. – Muitas pessoas, imbuídas no espírito citadino e agitado,
consideram que só se sentem felizes e completas se a
3. sua vida tiver todo o conforto e acesso a bens e serviços
B. que uma cidade movimentada permite ter. A sua
Parte B felicidade advém da pluralidade de atividades e de
compromissos que a poderão fazer sentir-se mais
4.
completa.
Neste excerto, Maria de Noronha revela a sua preo-
– Porém, é cada vez mais comum ver-se pessoas que
cupação e consciência relativamente aos cuidados que os
trocam a vida citadina agitada por uma vivência mais
seus progenitores evidenciam pelo seu estado de saúde,
serena. Podem manter-se na cidade e afastar-se das
como está apresentado na sua segunda réplica, «Pois sim;
inúmeras solicitações que esta oferece ou poderão
tendo-me tanto amor que nunca houve que vos vejo
optar por uma mudança para um espaço mais rural,
andar sempre por minha causa (ll. 5-6). Por outro lado, é
onde a serenidade é tangível de modo mais evidente.
obsessiva e determinada em compreender o motivo que
–…
leva às constantes preocupações que os pais manifestam,
nomeadamente pelo facto de passar «noites inteiras em
claro» (l. 9) a tentar entender as motivações familiares, Teste 6 – Manuel da Fonseca, «Sempre é uma
como se evidencia em «a pensar em tudo, a ver se companhia», e Fernando Pessoa, Mensagem
descubro o que isto é, o porque» (l. 11). (p. 255)

5. GRUPO I
A utilização das reticências na réplica de Maria, entre as
Parte A
linhas 9 a 12, marca uma pausa da personagem para
refletir sobre as palavras e ações afetuosas da mãe e do 1.
pai. Além disso, as reticências permitem evidenciar a O narrador considera que Batola e a sua mulher são
tentativa de recuperar o que sonhara durante a noite, pessoas muito diferentes. De facto, António Barrasquinho
revelando a sua hesitação ao tentar referir-se à sua «Não faz nada, levanta-se quando calha» (ll. 1-2), o que
situação de saúde. As reticências revelam também a sua denuncia a sua inércia e falta de ação. Além disso, vive
emotividade ao evocar o amor e o carinho que os pais numa constante preguiça e sonolência, tentando «afastar
revelam ao prestarem-lhe tantos cuidados e atenção, os restos do sono» (ll. 10-11). Por seu lado, a mulher de
mostrando também a sua inquietação por sentir que não Batola é uma pessoa enérgica, já que é ela que abre a
consegue amenizar as preocupações reveladas pelos pais. venda, atende os clientes e faz a «lida da casa» (l. 4).
Apesar de ser uma pessoa «grave» e discreta, é «ela
6.
quem ali põe e dispõe» (l. 5), evidenciando a sua
C.
determinação em ter tudo organizado.
Parte C 2.
7. Tópicos de resposta D.
– Em «Sempre é uma companhia», o sentimento de 3.
solidão inicial, potenciado pela imensidão do espaço e Estas afirmações do narrador enfatizam a revolta que a
pelo silêncio dos campos sem fim, acompanha os monotonia de Alcaria e a forma de agir da mulher
sentimentos de vazio e inércia, vividos pelas despertam em Batola. Este recorre à bebida e cospe de
personagens, nomea-damente Batola, que vive num forma agressiva, já que a mulher lhe troca as voltas e faz
marasmo e solidão tão grandes que se entrega tudo «como ela entende que deve ser feito» (l. 33).
totalmente à bebida. Assim, Batola torna-se agressivo e a sua revolta
– Após a chegada da telefonia, a venda de Batola, espaço intensifica-se com a passagem do tempo.
de tristeza e solidão, transforma-se num espaço
privilegiado de convivialidade, onde as pessoas se Parte B
sentem livres e felizes, com vontade de viver. Após o 4.
jantar, reúnem-se e comunicam sobre as notícias do No poema «O dos Castelos», o sujeito poético perspetiva
mundo e dançam ao som da música. Batola transforma- a «Europa» como uma figura feminina, deitada e que se
se e adquire hábitos que mostram uma rotina e ação sustenta sobre os cotovelos. O rosto da «Europa» é
muito maiores. Portugal e a sua atitude revela estagnação e adorme-
cimento.
GRUPO II
5.
1. A; 2. C; 3. D; 4. D; 5. B.

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A repetição da forma verbal «fita» revela a forma atenta 2.
e determinada como o rosto da Europa olha para George fecha os olhos com força, uma vez que o diálogo
ocidente. Assim, Portugal está preparado para seguir este que estabelece com Georgina afasta-se do que lhe possa
caminho, já que o seu «olhar esfíngico e fatal» (v. 10) é trazer felicidade. Assim, ao fechar os olhos, afasta-se dos
enigmático e determinado pelo Destino a fazer algo de pensamentos negativos que a assolaram durante aquele
grandioso. hipotético diálogo, nomeadamente a solidão e o enve-
6. lhecimento.
A. 3.
A.
Parte C
7. Tópicos de resposta Parte B
– O conto «Sempre é uma companhia», de Manuel da 4.
Fonseca, denuncia diferentes problemas sociais da O Escudeiro é um nobre falido, como constatamos na
primeira metade do século XX, nomeadamente a denúncia feita pelo Moço nos versos «(Homem que nam
solidão e o isolamento vivenciados nas zonas rurais tem nem / preto casa muito na màora.)» (vv. 25-26), que
recônditas do Alentejo. António Barrasquinho é a figura nos diz que Brás da Mata não tem dinheiro para se casar.
que incorpora ausência de convívio e a falta de Além disso, é arrogante, mentiroso e dissimulado, pois
objetivos, o que o leva a entregar-se ao álcool como pede a Fernando que corrobore as suas mentiras, dizendo
forma de suprir aquilo que o faz sofrer. a Inês que é íntimo do Rei, como constatamos em «E se
– É também o protagonista do conto que concretiza a me vires mintir / gabando-me de privado / está tudo
violência e a agressividade no seio do ambiente dissi-mulado» (vv. 10-12). Por fim, é um falso
familiar. Como não possuía força anímica necessária galanteador, dado que é extremamente simpático e
para vencer as decisões da sua mulher, a solução elogia Inês quando esta se encontra na sua presença
encontrada por Batola era a violência física que exercia «nesse ar nesse despejo / mui graciosa donzela» (vv. 33-
contra esta. A sua ação associa-se à incapacidade para 34).
resolver os seus problemas pela via do diálogo. 5.
GRUPO II Os parênteses, nesta fala da personagem, evidenciam um
aparte do Moço que, em tom cómico, apresenta a
1. B; 2. D; 3. A; 4. D; 5. C. caracte-rização jocosa do Escudeiro, denunciando a sua
6. difícil situação económica e o desejo de casar para
a) Sujeito. b) Complemento oblíquo. recuperar a sua estabilidade financeira.
7. 6.
Coesão gramatical interfrásica. B.

GRUPO III Parte C


7. Tópicos de resposta
Tópicos de resposta
– Inês Pereira, protagonista da Farsa de Inês Pereira,
– Na escolha do seu futuro, os jovens tendem a seguir
partilha características com George, do conto de Maria
aquilo que os pais aconselham, nomeadamente numa
Judite de Carvalho. As duas figuras femininas pautam a
vertente mais materialista e de conforto financeiro.
sua conduta por um desejo de libertação do jugo
– De facto, muitas vezes, seguindo tradições familiares ou
familiar. Assim, Inês, para se afastar das tarefas
pensando naquilo que, materialmente, poderão obter
domésticas impostas pela Mãe, pretende arranjar um
no futuro, muitos jovens optam por uma carreira
casamento com um marido «avisado e discreto», com o
profissional que lhes traga esta estabilidade do que
qual julga poder atingir uma vida mais livre;
concretizar a profissão com que sempre sonharam.
– George é também uma figura feminina que deseja
– Por outro lado, o sonho que acalenta muitos jovens é
atingir uma vida marcada pela autonomia e pela
concretizado com a escolha da profissão. Assim, as
liberdade, de modo a poder viver da sua atividade
escolhas para o futuro estarão determinadas por
enquanto pintora, atividade da qual os pais
objetivos pessoais, sem interferência de questões
discordavam. Por esse motivo, foge de casa e vai atrás
materiais ou financeiras, deixando que o que sempre
do seu sonho.
desejaram seja concretizado, sem que haja qualquer
interferência do que materialmente poderá daí advir. GRUPO II
–…
1. C; 2. D; 3. B; 4. C; 5. B.
Teste 7 – Maria Judite de Carvalho, «George», e 6.
Gil Vicente, Farsa de Inês Pereira (p. 263) a) Complemento do adjetivo. b) Sujeito.
7.
GRUPO I
Dêixis pessoal.
Parte A
GRUPO III
1.
As palavras de Georgina apresentam o sentido da vida Tópicos de resposta
para esta figura feminina. Assim, defende que na vida – O ser humano é um ser entre muitos outros que
tudo é transitório e que um novo dia será sempre um habitam o planeta Terra. Porém, devido à sua
recomeço. No entanto, considera que há algo que racionalidade e capacidade de ação, o Homem assume
ninguém perdoa, algo que vê como «um crime» (l. 2), um papel determinante no mundo.
mas que não revela diretamente a George. – Por um lado, a sua ação pode levar a uma evolução
positiva e determinante para um mundo melhor, com

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 333


decisões conscientes e pautadas pela orientação no com os objetivos que possuía nesse momento da sua
sentido de se atingir um bem-estar comum a todos os vida.
seres e ao próprio planeta. Tome-se como exemplo as – O confronto com o seu passado associa-se também ao
inúmeras ações de reflorestação da Amazónia como modo como George passou a olhar para a vida, as
forma de recuperar o «pulmão» do mundo. relações familiares foram desvalorizadas e a conceção
– Por outro lado, a ação humana poderá ter um papel de futuro que os pais tinham criado para ela foi
determinante, mas no sentido negativo, já que, muitas adulterada.
vezes, o homem tende a desejar a satisfação imediata e
fácil das suas necessidades, não tendo consciência ou
não valorizando que aquilo que pretende vai colocar
em causa a vida ou o bem-estar de outrem. Um
exemplo desta atitude egoísta é o uso desenfreado de
recursos naturais, sem prever as consequências
nefastas de tal ação.
–…

Teste 8 – Maria Judite de Carvalho, «George»,


e Fernando Pessoa, Poesia do ortónimo (p. 271)
GRUPO I
Parte A
1.
Gi é uma figura feminina marcada pela fragilidade física,
característica que leva o narrador a compará-la a «um
vime» (l. 8). Além disso, denota-se a sua juventude e o
seu vazio existencial, revelado pelo «olhar esquecido,
vazio»
(l. 15), que será colmatado com a partida da localidade
onde habita.
2.
No encontro entre ambas as figuras femininas, o espanto
é relativo, uma vez que este é apenas imaginário e
permite o confronto de George com o seu passado.
Assim, torna-se «inverdadeiro» (l. 5), pois a figura com a
qual George se depara é o seu eu da juventude.
3.
B.
Parte B
4.
O sujeito poético faz uma afirmação em que revela que a
«esperança» que possui nunca será suficiente, pois a
«razão» irá sobrepor-se a tudo o resto. Assim, aquilo que
possui será sempre inferior ao que deseja, pois o seu
objetivo é atingir um estado de inconsciência e de
inocência que só será acessível às crianças.
5.
A segunda estrofe do poema concretiza a nostalgia da
infância, tema recorrente na poesia ortónima pessoana.
Deste modo, «Tudo isto é um sorriso / Que é nem sequer
sorriso meu.» (vv. 5-6) faz alusão ao riso da criança
mencionado no verso 1, que serve de inspiração ao
sujeito poético para se recordar da infância, momento da
vida humana em que somos mais felizes. De facto, o eu
não deseja recordar a sua própria infância, mas a fase
prototipicamente associada à inconsciência e à inocência.
6.
A.
Parte C
7. Tópicos de resposta
– George, após vários anos de ausência, regressa à sua
terra natal para vender a casa dos seus pais. Neste
momento, confronta-se com o seu eu do passado,
revendo-se e «dialogando» com a jovem que fora e

334 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano


GRUPO II C.
1. A; 2. D; 3. A; 4. B; 5. B; 6. A; 7. C.
GRUPO III
Tópicos de resposta
– A solidão é um sentimento cada vez mais dominante
nas sociedades contemporâneas. Este sentimento tem
domi-nado o ser humano, mas só a este cabe a tomada
de decisão para não se deixar abater pela solidão.
– Por um lado, se nos esforçarmos para combater este
sentimento, a solidão poderá ser residual na nossa vida.
De facto, podemos viver sozinhos, mas devemos saber
tirar partido destas situações e não nos sentirmos sós.
– Por outro lado, muitas vezes devido a estados
depressivos, a solidão apodera-se das pessoas, mesmo
que estas estejam rodeadas dos que lhe são mais
queridos. Assim, temos de possuir a resiliência e a força
de vontade para contornar as situações negativas e
perceber que, quando estamos sozinhos, não temos,
obrigatoriamente, de nos sentir solitários.
–…

Teste 9 – Miguel Torga e Poesia trovadoresca (p.


279)

GRUPO I
Parte A
1.
Ao longo do poema, o sujeito poético apresenta-se como
um ser marcado pela dualidade entre o Bem e o Mal.
Assim, confessa-se «pecador» (v. 2), mas,
simultaneamen-te, «Possesso / De virtudes teologais»
(vv. 8-9). Além disso, no desenvolvimento do poema,
revela-se como uma figura ora cega e raivosa ora terna e
serena, defendendo também que possui tanto
características humanas como divinas e transcendentes
(«ser um anjo caído / Do tal Céu que Deus governa» (vv.
33-34). Desta forma, enfatiza-se a sua totalidade,
marcada por facetas antagónicas.
2.
A estrutura do poema apresenta um caráter circular, uma
vez que o sujeito poético termina com um verso igual ao
que inicia a composição poética. Assim, a confissão que
faz no início do texto é desenvolvida ao longo das
diversas estrofes e é sintetizada na última, onde conclui
que tudo o que referiu anteriormente faz parte da sua
essência e identidade.
3.
D.
Parte B
4.
Nas primeira e segunda estrofes ou coblas, a amiga, o
sujeito poético, sente-se feliz e satisfeita, pois foi à fonte
lavar os cabelos, o que a levou a considerar-se «louçana»
(v. 3). Nas terceira e quarta estrofes, o seu estado de
espírito mantém-se, referindo que toda essa felicidade,
satisfação e alegria advinham do encontro com o seu
amigo, que lhe dissera que estava muito formosa (vv. 8-
9).
5.
A mãe assume o papel de confidente do sujeito poético: a
amiga transmite à mãe a sua alegria por ver o amigo na
fonte onde foi lavar as tranças.
6.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 335


Parte C 3.
7. Tópicos de resposta D.
– Na poesia de Miguel Torga, sobressaem, nomeada-
mente, as temáticas de cariz social, principalmente a Parte B
figura do poeta como um ser agónico que tenta 4.
combater as injustiças sociais que dominam a Na primeira estrofe, o desconhecido é interpelado com o
humanidade. Esta denúncia social é evidente no poema recurso à apóstrofe «Ó mar anterior a nós» (v. 1), local
«Dies Irae», no qual revela que, durante o período onde, antes das descobertas, existiam elementos que não
ditatorial, vivia-se num clima de opressão e repressão eram desvendados, sendo, por isso, caracterizado pelo
profundo. mistério e pelos perigos, causadores de medos. No
– A atitude de revolta e de luta contra o que se encontra entanto, surge o conhecido, o «Longe», que, depois de
instituído socialmente está também evidente no seu descoberto, se revela, perante os descobridores, como
questionamento constante, fazendo da poesia e da brilhante.
palavra uma forma de denúncia e de rebeldia sociais, 5.
como se constata no poema «Orfeu rebelde». A gradação ascendente que ocorre na sequência
GRUPO II «aproxima» / «mais perto» / «no desembarcar» traduz a
aproximação progressiva da «nau» à «terra». Também a
1. B; 2. D; 3. A; 4. C; 5. D. apreensão visual e auditiva atesta a aproximação da
6. «nau» à «costa», pois fornece mais informação, já que
a) Complemento direto. b) Sujeito. primeiro veem-se apenas a «encosta» e as «árvores»;
«mais perto» os sentidos da visão e da audição dão
7. acesso aos «sons e [à]s cores» e, «no desembarcar », «há
Modalidade deôntica com valor de obrigação. aves, flores».
GRUPO III 6.
A.
Tópicos de resposta
– Esta pintura de Paula Rego apresenta um contexto Parte C
festivo num ambiente noturno junto ao mar. 7. Tópicos de resposta
– Descrição da pintura: o quadro apresenta cores escuras – Em Miguel Torga, o poeta surge ora com pudor ora
que dominam o fundo da pintura, o que recria um numa espécie de revelação. É um ser revoltado, que usa
ambiente marítimo noturno, visível também através a poesia como arma de denúncia, com um canto
das sombras das figuras humanas projetadas pela luz da marcado pela rebeldia e pela revolta, tal como é
lua, que surge em destaque no céu. Além disso, no apresentado no poema «Orfeu rebelde».
fundo do quadro, está também representada uma – Para Eugénio de Andrade, o poeta projeta, medindo
fortaleza no alto de uma colina. As figuras que surgem cada traço, o seu retrato, a sua própria imagem, como
em primeiro plano encontram-se a dançar, revelando quem deixa um legado no poema. É um sujeito criador,
cumplicidade e partilhando um ambiente festivo. na medida em que procura transformar o mundo,
– Comentário crítico: é um ambiente que convida dotando a palavra de várias significações possíveis. A
também a comungar da festividade dos participantes, sua criação literária é marcada pelo rigor e pela
os olhares das figuras humanas evidenciam o seu obstinação, como se evidencia no poema «A sílaba».
efetivo envolvi-mento nos festejos e a serenidade que
paira no ar revela a cumplicidade entre eles. Por outro GRUPO II
lado, é de salientar a diversidade de dançarinos, o que
demonstra que a música que possa estar a ser tocada é 1. B; 2. C; 3. A; 4. B; 5. D.
do agrado de todos. Destaca-se também que o tempo 6.
que se faz sentir parece ser agradável e convidativo a a) Complemento do advérbio. b) Complemento do nome.
um serão como o ilustrado pela pintura de Paula Rego. 7.
Oração coordenada adversativa.
Teste 10 – Manuel Alegre e Fernando Pessoa,
Mensagem (p. 287) GRUPO III

GRUPO I Tópicos de resposta


– Esta pintura de José Malhoa apresenta uma ambiência
Parte A de serenidade junto ao mar.
1. – Descrição da pintura: a pintura apresenta uma
O destinatário do poema é Portugal. Pela sua pátria, o esplanada junto ao mar, marcada pelo despojamento e
sujeito poético evidencia um intenso amor que extravasa, pela simplicidade dos elementos que a compõem, como
como se constata no verso 8 – «Meu amor transbordou». se verifica nos bancos, na mesa com a toalha branca e
Além disso, revela a sua admiração e a sua incapacidade no telhado feito de colmo, cujas aberturas permitem a
de corresponder àquilo que a sua pátria possui. entrada do sol, o que possibilita a concretização de um
jogo de sombras. A contrastar com o singelo ambiente,
2. o casal que se destaca no quadro, principalmente a
Com a repetição do segmento «não há» ao longo de todo figura feminina, é marcado pela elegância e pelo
o poema, o eu evidencia a impossibilidade de requinte. A elegância da mulher revela-se pela forma
demonstrar, de forma clara e objetiva, o amor que nutre como se encontra sentada, pelo corte e cor do vestido
pela sua pátria. Considera que não existe nada que bem como pelo chapéu de abas largas que usa. A figura
consiga fazer jus ao seu amor pelo seu país. masculina parece alheada a tudo o que rodeia,

336 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano


centrando a sua atenção na mulher que se encontra à do tempo e a associação da felicidade às diversões,
sua frente. dirigindo-se assim ao leitor.
– Comentário crítico: a simplicidade e beleza do espaço
permitem criar uma atmosfera que convida o casal à Parte B
cumplicidade e ao diálogo sussurrado, parecendo que 4.
se encontram a confidenciar ou a trocar juras de amor. Perante tão extraordinárias qualidades, o rei deve
O facto de ser uma esplanada coberta junto ao mar recompensar os seus súbditos e apoiá-los sem distinção.
evidencia uma frescura e uma serenidade de um Camões aconselha D. Sebastião a promover os que
ambiente descontraído. A tonalidades cromáticas são dilatam a Fé e o Império, sem temer os inimigos nem
também extremamente marcantes, já que o branco poupar esforços (est. 151). O poeta pede ao rei que não
misturado com os azuis e com o castanho-claro da terra permita que os estrangeiros desvalorizem a capacidade
conferem uma naturalidade convidativa ao ócio e ao de os portugueses gerirem o seu destino (est. 152).
lazer. Aconselha-o também a dar ouvidos aos mais experientes,
que sabem mais do que os teóricos (est. 152).
Teste 11 – José Saramago, Memorial do convento, 5.
e Luís de Camões, Os Lusíadas (p. 295) Nos versos 1 e 2 da estância 155, o poeta apresenta total
disponibilidade para servir o rei, nomeadamente no que
GRUPO I respeita aos domínios bélico e literário. Para conseguir
Parte A cumprir, de forma exímia, esta disponibilidade para com
D. Sebastião, na estância 154, o poeta centra o discurso
1.
em si próprio, evidenciando as suas capacidades, que
De forma a caracterizar o ambiente de grande azáfama
«juntas se acham raramente», uma vez que tem
em que decorrem as obras do convento que, mesmo sob
«engenho», expe-riência e «honesto estudo», para poder
condições adversas não cessam, o narrador utiliza
servir totalmente o Rei, numa atitude subserviente.
diferentes recursos, tais como a enumeração presente
em «têm o risco da pedra a seguir, caneluras, acantos, 6.
festões, acrotérios, grinaldas » (ll. 5-6) e em «carregar e As marcas linguísticas que evidenciam que D. Sebastião é
descarregar, puxar e empurrar, arrastar e levantar» (ll. o interlocutor do poeta são os determinantes possessivos
23-24), que evidenciam tanto o trabalho árduo dos e os pronomes pessoais na segunda pessoa do plural,
canteiros, como as diferentes tarefas que eram levadas a como se verifica em «Pera servir-vos» (v. 1, est. 155) e
cabo nas obras do convento. A onomatopeia em «truca- «Olhando a vossa inclinação divina» (v. 8, est. 155). Além
truca, truca-truca» (ll. 11 e 28) que reproduz o som disso, a articulação entre a utilização do modo imperativo
contínuo do trabalho dos canteiros no seu esculpir da («Fazei») com o recurso ao vocativo na apóstrofe,
pedra. A comparação em «os dos carros de mão, menos «Senhor», presente no verso 1 da estância 152.
afortunados que as formigas» (ll. 12 e 13) que realça a Parte C
fragilidade da vida dos trabalhadores que, mesmo sob a
chuva teriam de trabalhar, contrariamente às formigas, 7. Tópicos de resposta
que se abrigam das intempéries. A metáfora em «uma – Os trabalhadores recrutados para a construção do
escura cortina de água» (ll. 15-16) que demonstra a convento são os verdadeiros heróis para o narrador, tal
dimensão do temporal que assolava Mafra, durante as como é apresentado na «epopeia da pedra», que
obras do convento. A ironia presente ao longo do excerto simboliza o esforço sobre-humano dos trabalhadores e
ao apresentar situações penosas e que exigem sacrifício as péssimas condições de trabalho e de segurança.
para os trabalhadores «que são gente fina» (l. 3); Assim, o narrador vai enumerar de A a Z os nomes dos
«provavelmente prefeririam descansar» (l. 4); «têm os trabalhadores como forma de perpetuar a sua
canteiros o privilégio de trabalhar pelo seguro» (l. 9). memória, já que muitos sucumbiram durante as obras,
como foi o caso de Álvaro Diogo, cunhado de Baltasar.
2. – O recrutamento brutal e desumano, conduzindo ao
Ao referir-se aos «canteiros» como «fidalgos de cabelei- desmembramento familiar e à perdição de muitos
ra», o narrador pretende salientar o facto de estes se homens são também os motivos que levam o narrador
encontrarem a trabalhar arduamente o mármore, mesmo a prestar a sua homenagem às figuras que sofreram e
sob condições atmosféricas adversas, demonstrando a pereceram para que se concretizassem os objetivos de
quantidade excessiva de pó libertado pela tarefa de lavrar um rei megalómano.
a pedra. Por outro lado, evidencia a sua função
importante e o caráter privilegiado dos «canteiros» nas GRUPO II
obras de construção do convento, uma vez que os
apelidara anteriormente de «gente fina» (l. 3). 1. C; 2. A; 3. A; 4. C; 5. B; 6. D.
3. 7.
No último parágrafo do texto, o narrador concretiza uma Dêixis pessoal.
transgressão temporal, já que pretende colocar em GRUPO III
contraste as diversões que se viviam no século XVIII e o
cinema (século XX), realçando a escassez de Tópicos de resposta
divertimentos que havia na época em que se estava a – O ser humano é marcado pela dualidade entre a
construir o convento. Discorre sobre o futuro em relação esperança que alimenta a sua alma e pelo medo que o
ao tempo figurado na narrativa, em prolepse, através da inibe de concretizar, muitas vezes, o que idealiza.
referência feita ao cinema («para vir o cinema ainda – De facto, perante a realidade atual, o ser humano deve
faltam duzentos anos», l. 33) e aos avanços tecnológicos, pautar a sua existência pela esperança e pela
como os aviões («passarolas a motor», l. 33). Além disso, resiliência, acreditando que as adversidades são meros
o narrador tece um comentário sobre a morosa passagem obstáculos que se devem ultrapassar para se atingir o
que se pretende.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 337


– No entanto, muitas vezes, o medo apodera-se de nós e homenagem àqueles que sentiram o peso do acróstico:
impede a concretização de tudo aquilo que possa Mortos, Assados, Fundidos, Roubados, Arrastados.
parecer impossível. Deve-se, assim, ultrapassar este
sentimento e fazer com que este não domine a nossa GRUPO II
existência. 1. A; 2. B; 3. A; 4. B; 5. A; 6. C.
–…
7.
Oração subordinada substantiva completiva.
Teste 12 – José Saramago, Memorial do convento,
e Ana Luísa Amaral (p. 303) GRUPO III
GRUPO I Tópicos de resposta
– Atualmente, os jovens são capazes, se assim o
Parte A desejarem, de trazer uma mudança significativa ao
1. mundo, desde que a sua forma de pensar e agir seja
A voz narrativa de Baltasar — «É Mafra, além»; «É a também orientada nesse sentido.
minha terra» — evidencia a sua alegria ao reconhecer a – Por um lado, é na camada mais jovem da população que
terra natal, ainda que fosse difícil de reconhecer àquela deve residir a esperança de um mundo melhor. Se os
distância, «nunca a tendo visto do ar». Esta reação pueril mais jovens se preocuparem com as questões cívicas e
de Baltasar suscita uma reflexão por parte do narrador políticas que dizem respeito a todos nós, a sua ação
sobre a natureza, a veracidade e a força da ligação de para um futuro mais promissor tornar-se-á mais
cada um à terra natal: umbilical («reconhece-a como um significativa e permitirá uma evolução mais positiva.
corpo»); como a relação entre um homem e uma mulher. Tome-se como exemplo a ativista paquistanesa Malala
Assim, segundo o narrador, uma ligação genuína, baseada Yousafzai que foi vítima de um atentado por defender
nos sentimentos, é inconsciente, natural, percebe-se a os direitos femininos no seu país.
qualquer distância, em qualquer momento, em quaisquer – Por outro lado, o predomínio das redes sociais e a
condições. apresentação de um estilo de vida marcado pelo
2. materialismo e pela aparência que se constatam na
C. sociedade atual poderão ser determinantes para que os
jovens se afastem das preocupações sociais e não
3. manifestem o seu interesse por questões politicamente
No segundo parágrafo do excerto, é visível a complemen- pertinentes. Se a sua orientação não for feita de forma
taridade do casal, uma vez que ambos atuam em sintonia adequada, os seus objetivos de vida poderão divergir de
para que a máquina desça de forma mais serena e não uma preocupação por fazer do mundo um lugar melhor.
choque com o solo. Assim, sabem como devem agir, e – ...
Blimunda nem tem de explicar a Baltasar que é
necessário abraçar-se a uma esfera para que a máquina
não atinja uma velocidade desenfreada. Teste 13 – José Saramago, O ano da morte de
Ricardo Reis, e Luís de Camões, Rimas (p. 311)
Parte B
GRUPO I
4.
Entre os versos 1 a 3 e a penúltima estrofe do poema Parte A
existe uma relação de consequência. Deste modo, o 1.
criador levou «Tanto tempo» (v. 1) e empreendeu tanto No início do excerto, Ricardo Reis e Fernando Pessoa
esforço para criar a sua obra que esta o traiu e levou-o a discutem sobre o conceito que ambos possuem sobre a
um estado de esforço e fadiga por perceber que aquilo solidão. Assim, Reis acredita que viver sozinho se associa
que desejou não foi o que totalmente concretizou. à solidão. No entanto, Fernando Pessoa defende que o
5. seu heterónimo ainda tem muito a aprender sobre
A segunda estrofe do poema revela o teor do sonho de solidão, uma vez que defende que não se trata de viver
«deus». Este sonhou com a concretização de corpos sozinho, mas será a distância entre o mais íntimo de nós e
humanos com «braços e pernas / e cabeças» (vv. 5-6) e o nosso eu exterior. Para evidenciar esta conceção,
com a capacidade intelectual que permitisse «conversas Pessoa recorre à metáfora da árvore, referindo que a
calmas» (v. 9). solidão «é a distância entre a seiva profunda e a casca,
6. entre a folha e a raiz» (l. 7). Defende que a solidão é algo
C. dentro de nós e não se associa ao ato de estar com o
outro.
Parte C 2.
7. Tópicos de resposta B.
– Em todo o Memorial do convento, o narrador tem a 3.
função de ridicularizar e dessacralizar o poder régio e o Pessoa considera que não ter incluído «O Adamastor» em
poder religioso, revelando a sua solidariedade para com Mensagem foi um «Imperdoável esquecimento», já que
os oprimidos. esta figura mitológica está associada à solidão e ao amor
– A crítica e o olhar mordaz do narrador enfatizam a incorrespondido por Tétis. Defende que o seu papel em
escravidão a que foram sujeitos quarenta mil Os Lusíadas foi óbvio e de concretização do sofrimento
portugueses, para alimentar o sonho de um rei amoroso do próprio poeta.
megalómano ao qual se atribui a edificação do
convento de Mafra. Além disso, o narrador resgata do Parte B
esquecimento histórico os verdadeiros heróis da 4.
construção do convento: o «memorial de A a Z» em

338 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano


Ao longo do poema, podemos constatar a presença da nível da individualidade, sem nunca desvalorizar aquilo
resignação perante a constatação disfórica da sua que os outros países possuem de único e identitário.
situação amorosa, como se verifica no verso quatro «que
mais não pode ser!». Por outro lado, o desapontamento
também está presente, pois, apesar de tudo o que o eu
fez em prol do amor, não conseguiu obter nada de
positivo. A mágoa e desgosto por tudo o que sofreu ao
longo da vida, mesmo tendo investido no seu sentimento,
estão presentes nos versos sete e oito — «se cousa há
que mágoa dê maior, / eu a verei, que tudo posso ver.».
5.
O tom exclamativo do último verso do soneto apresenta a
constatação resignada do seu sofrimento amoroso.
Poderá apresentar também a sua revolta perante o
excessivo sofrimento de que sempre foi alvo.
6.
B.
Parte C
7. Tópicos de resposta
– Com a deambulação de Ricardo Reis pelo espaço
citadino, é possível visualizar a cidade de Lisboa nos
anos de 1935 e 1936, recuperando paisagisticamente
este espaço, em que mortos e vivos circulam. Além
disso, possibilita também o mapeamento geográfico e
social do centro urbano da metrópole, sugerindo um
jogo entre a realidade e a irrealidade: itinerários reais
definidos contrastam com as recriações labirínticas e
simbólicas da cidade.
– A deambulação geográfica catalisa a viagem literária.
Assim, os monumentos, as ruas, o rio Tejo e a
população lisboeta sugerem escritores e ficções
literárias, levando também a encontros com o fantasma
de Pessoa, que proporcionam discussões de índole
filosófica, literária, existencialista, entre outras. Por fim,
a deambulação geográfica permite a revisitação da
própria obra de Ricardo Reis.
GRUPO II
1. D; 2. B; 3. C; 4. A; 5. C.
6.
a) Complemento do nome. b) Complemento oblíquo.
7.
Dêixis pessoal e temporal.
GRUPO III
Tópicos de resposta
– A identidade de um país é determinada por diferentes
fatores, sendo um deles a sua cultura. Por esse motivo,
a sua concretização e os múltiplos eventos culturais
definem, neste caso, o que é ser português e o que é
Portugal.
– De facto, um país não possui a sua identidade completa
se não se valorizar a sua cultura. As suas tradições, os
seus costumes, a sua literatura, a sua música e outras
vertentes culturais levam à afirmação das
idiossincrasias de cada país. Portugal tem os seus
eventos culturais e outras manifestações artísticas e
não se tornaria único se não possuísse uma cultura que
o distinguisse dos demais.
– Por outro lado, não é apenas a cultura que leva à
afirmação da identidade de uma nação. Porém, esta
torna-se fulcral para que todas as outras vertentes
também possam ser afirmadas e defendidas. A cultura e
tudo o que lhe é inerente permite elevar um país ao

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano 339


Teste 14 – José Saramago, O ano da morte de
Ricardo Reis, e Eugénio de Andrade (p. 319) GRUPO III

GRUPO I Tópicos de resposta


– Para que alguém possa ser um cidadão de pleno direito,
Parte A com a sua consciência cívica devidamente desenvolvida,
1. tem, necessariamente, de ler e de se questionar sobre o
O narrador apresenta uma reflexão sobre a dimensão real que a realidade envolvente lhe oferece.
que a noite confere ao mundo à nossa volta. Assim, a «luz – Por um lado, a leitura e interpretação não só de jornais
do dia» (l. 4) é enganadora e «faz da vida uma sombra e de documentos informativos, mas também de textos
apenas recortada» (ll. 4-5). Por seu lado, a noite traz a literários permitem a cada um de nós desenvolver a sua
lucidez à realidade, no entanto, o sono acaba por capacidade crítica e de análise. Assim, terá uma
suplantar a dura certeza conferida pela noite, para que legitimidade maior para reivindicar os seus direitos e
consigamos estar mais sossegados e para que tenhamos cumprir com os seus deveres.
descanso. – Por outro lado, além da informação consciente, um
cidadão ativo é também alguém que se questiona sobre
2. o que ouve, o que vê e o que lê no meio onde se
Os jornais que relatam a morte de Fernando Pessoa ora encontra inserido. Deste modo, será alguém com uma
concordam ora divergem na apresentação da informação verdadeira consciência cívica e com discernimento
sobre o poeta. Assim, os jornais referem que era um suficiente para fazer escolhas adequadas para o seu
«espírito admirável» (l. 11), com uma inteligência futuro e o da sociedade de que faz parte.
vocacionada não só para a poesia como também para a
crítica, valorizando a sua excecionalidade na escrita de –…
Mensagem. Por outro lado, apenas um dos jornais
menciona o silêncio que pautava a sua conduta e o facto
de a sua atividade literária não lhe permitir viver apenas
da escrita.
3.
A.
Parte B
4.
A segunda estrofe do poema concretiza a forma como
nasceu a alegria, tendo em conta o que o eu defende.
Assim, com o recurso à forma verbal «é», o sujeito
poético enumera todas as circunstâncias que envolvem o
surgi-mento da alegria.
5.
A enumeração presente no último verso do poema revela
aquilo que o eu pretende partilhar com o tu a quem se
dirige, para que as possam amar em conjunto. Deste
modo, «a juventude, o vento e as areias» (v. 16) são
elementos determinantes para que o sujeito poético e o
seu interlocutor possam vivenciar a alegria.
6.
B.
Parte C
7. Tópicos de resposta
– Ao longo de toda a obra, há uma evocação constante,
pela voz do narrador ou inerente ao discurso das duas
personagens principais, da obra de Fernando Pessoa
ortónimo e heterónimo e semi-heterónimo, da lírica e
da épica camonianas, da poética de Cesário Verde
(sobretudo de «O sentimento dum ocidental»).
– A intertextualidade recorrente através da imitação
criativa, alusão, paráfrase e paródia surge como
mecanismo para convocar outras obras que dão sentido
à narrativa. Destaca-se a imitação criativa do verso de
Os Lusíadas com que a obra inicia e termina.
GRUPO II
1. A; 2. D; 3. B; 4. D; 5. A; 6. C.
7.
Oração subordinada substantiva relativa.

340 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 12.° ano

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