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TESTES DE AVALIAÇÃO

TESTE DE AVALIAÇÃO 3 Fernando Pessoa: poesia épica. Mensagem

NOME N.º DATA / /

GRUPO I
Apresenta as tuas respostas de forma bem estruturada.

PARTE A

Lê o poema e consulta a nota.

Nun’Álvares Pereira
Que auréola te cerca?
É a espada que, volteando,
Faz que o ar alto perca
Seu azul negro e brando.

5 Mas que espada é que, erguida,


Faz esse halo no céu?
É Excalibur1 a ungida,
Que o Rei Artur te deu.

‘Sperança consumada,
10 S. Portugal em ser,
Ergue a luz da tua espada
Para a estrada se ver!

Fernando Pessoa, Mensagem e Outros Poemas sobre Portugal,


Lisboa: Assírio & Alvim, 2016, p. 81.

1. Identifica três traços caracterizadores de D. Nuno Álvares Pereira valorizados indiretamente pelo eu
poético.

2. Interpreta a simbologia da espada do herói, tendo em conta que é comparada a Excalibur.

3. Indica o recurso expressivo presente no verso 11 “Ergue a luz da tua espada” e comenta a sua
expressividade.

1
Espada sagrada, com poder indestrutível para a defesa do bem. Só os puros de coração podiam empunhá-la.

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4. Explica o motivo pelo qual este poema integra a 1.ª parte de Mensagem, completando as frases.
NOTAS:

Este poema integra a primeira parte de Mensagem, __a)__, porque é nela que o poeta enaltece os
__b)__ da Pátria e os que, pelos seus feitos e esforço, a estruturam. É o caso de D. Nuno Álvares
Pereira que comandou exércitos portugueses contra os __c)__, assegurando a independência e
liberdade de Portugal.

a) b) c)

1. “Encoberto” 1. fundadores 1. franceses


2. “Brasão” 2. criadores 2. infiéis
3. “Mar português” 3. criativos 3. castelhanos

PARTE B
Lê o texto.

Os pais de Simão Botelho


Domingos José Correia Botelho de Mesquita e Meneses, fidalgo de linhagem, e um dos mais
antigos solarengos de Vila Real de Trás-os-Montes, era, em 1779, juiz de fora de Cascais, e
nesse mesmo ano casara com uma dama do paço, D. Rita Teresa Margarida Preciosa da Veiga
Caldeirão Castelo Branco, filha dum capitão de cavalos, e neta de outro, António de Azevedo
5 Castelo Branco Pereira da Silva, tão notável por sua jerarquia, como por um, naquele tempo,
precioso livro acerca da Arte da Guerra.
Dez anos de enamorado, mal sucedido, consumira em Lisboa o bacharel provinciano. Para
fazer-se amar da formosa dama de D. Maria I minguavam-lhe dotes físicos: Domingos Botelho
era extremamente feio. Para se inculcar como partido conveniente a uma filha segunda,
10 faltavam--lhe bens de fortuna: os haveres dele não excediam a trinta mil cruzados em
propriedades no Douro. Os dotes de espírito não o recomendavam também: era alcançadíssimo
de inteligência, e granjeara entre os seus condiscípulos da universidade o epíteto de “brocas”
com que ainda hoje os seus descendentes em Vila Real são conhecidos. Bem ou mal derivado,
o epíteto brocas vem de broa. Entenderam os académicos que a rudeza do seu condiscípulo
15 procedia do muito pão de milho que ele digerira na sua terra. (…)
Formara-se Domingos Botelho em 1767, e fora a Lisboa ler no Desembargo do paço,
iniciação banal dos que aspiravam à carreira da magistratura. Já Fernão Botelho, pai do
bacharel, fora bem aceite em Lisboa, e mormente ao duque de Aveiro, cuja estima lhe teve a
cabeça em risco, na tentativa regicida de 1758. O provinciano saiu das masmorras da Junqueira
20 ilibado da infamante nódoa, e até benquisto do conde de Oeiras, porque tomara parte na prova
que este fizera do primor de sua genealogia sobre a dos Pintos Coelhos, do Bonjardim do Porto:
pleito ridículo, mas estrondoso, movido pela recusa que o fidalgo portuense fizera de sua filha
ao filho de Sebastião José de Carvalho.
Camilo Castelo Branco, Amor de Perdição (cap. I), Edição genética e crítica de Ivo Castro, IN-CM, 2007, pp. 149-53.

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5. Explica o teor documental deste excerto.

6. Identifica referências à incipiência do estado de direito.

PARTE C

7. Tendo em conta o conhecimento global da Farsa de Inês Pereira, de Gil Vicente, demonstra a
atualidade da peça, numa exposição (130-170 palavras). Ilustra o teu texto com referências concretas
à obra.
A tua exposição deve incluir:
• uma introdução ao tema;
• um desenvolvimento no qual explicites a atualidade da peça, fundamentando as características
apresentadas em, pelo menos, um exemplo significativo;
• uma conclusão adequada ao desenvolvimento do tema.

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GRUPO II
Lê o texto.

Ainda há tempo para ser criança? A opinião de duas psicólogas


Temos por hábito olhar para a infância como um lugar cor-de-rosa, quase mágico,
onde os sonhos acontecem, a liberdade existe e o poder da imaginação comanda os
dias. Mas, será esta a infância que estamos a permitir às nossas crianças?

Ou será que apenas estamos a romantizar a aulas seguidas intervaladas por apenas 5
5 ideia daquilo que deve ser infância, porque não minutos – por muito que na essência esteja a
conseguimos criar espaço para a verdadeira 40 proteção da criança –, devia ser considerado um
infância livre e despreocupada fluir? A verdade é mau trato e tido como um sinal de alerta
que se tirarmos um bocadinho do nosso tempo vermelho contra uma infância saudável.
para escutarmos as entrelinhas de ser criança, E é assim que, de distração dos adultos em
10 percebemos que estamos em velocidade distração, comprometemos a infância,
relâmpago a ‘atropelar’ a infância e aquilo que 45 comprometemos o crescimento e deixamos que
de mais bonito a acompanha, sensibilidade, as crianças se sintam mais vezes do que todos
intuição e criatividade. desejaríamos, cansadas, com uma certa
Definimos padrões expectáveis – sensação de solidão e desprotegidas. E é neste
15 principalmente de rendimento académico – e espaço que a infância se começa a perder e a
consideramos que todas as crianças devem ter 50 deixar marcas que mais tarde, mais do que
um registo similar, deixando para trás o tempo magia, são pequenas cicatrizes, nem sempre
que cada uma precisa para a aquisição de fáceis de ultrapassar.
competências. Acresce que muitas vezes, uma Se queremos continuar a preservar a infância
20 criança aos oito anos, passa oito horas por dia como um lugar mágico, repleto de sensibilidade,
na escola, seguindo-se um sem fim de 55 imaginação e criatividade, não nos podemos
atividades extracurriculares, tpc’s, jantar e esquecer que entre um novo ano letivo e a
dormir. No fim das contas, o tempo para brincar pandemia, não podemos ‘chutar para canto’ as
livremente foi diminuto e a criança acaba por se necessidades inerentes a Ser criança. Tomando
25 sentir próxima da exaustão. consciência de que, apesar do contexto em que
Se a esta dinâmica que já se tornou norma 60 vivemos, o tempo das crianças serem crianças é
para a maioria das crianças, adicionarmos as agora, e, devemos proporcionar-lhes esse
regras atuais, em que muitas escolas, para tempo. Assim, se queremos que as crianças
proteger a saúde das crianças, reduziram os continuem a ter infância, temos de repensar a
30 intervalos, ou simplesmente extinguiram-nos, escola e tudo aquilo que exigimos e que

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estamos ainda mais rapidamente a ‘atropelar’ a 65 proporcionamos às crianças, não só em tempos


infância. Por um lado, exigimos que aprendam, de pandemia, mas pela vida fora.
por outro lado tiramos-lhes algo essencial à
aprendizagem, brincar livremente. Se fizermos Cátia Lopo, Sara Almeida,
35 o exercício de nos colocarmos no lugar de uma https://lifestyle.sapo.pt/ (consultado em 18.06.22).

criança, percebemos facilmente que retirar os


intervalos a uma criança, fazendo maratonas de

1. No título do texto, a interrogação


(A) salienta a importância da opinião das duas psicólogas.
(B) realça a necessidade de reflexão sobre o conteúdo da pergunta.
(C) enfatiza a necessidade de pensarmos as várias fases da infância.
(D) reforça uma perspetiva da infância como refúgio.

2. A opinião das autoras está expressa no primeiro parágrafo do texto através


(A) de uma comparação.
(B) de uma metáfora.
(C) da formulação de uma pergunta.
(D) de um jogo de palavras.

3. No segundo parágrafo, os travessões delimitam


(A) um exemplo.
(B) um comentário.
(C) uma explicação.
(D) um argumento.

4. Ao longo do texto, predomina um tom


(A) irónico.
(B) assertivo.
(C) pessimista.
(D) formal.

5. No segundo e quarto parágrafos, o recurso às expressões “Acresce que” (l. 19) e “E é assim que” (l. 43)
contribui para a coesão interfrásica, exprimido uma ideia de
(A) oposição.
(B) concessão.
(C) adição.
(D) causa.

6. Todas as orações abaixo transcritas desempenham a função de complemento direto, exceto a oração
(A) “que estamos em velocidade relâmpago a ‘atropelar’ a infância” (ll. 10-11).
(B) “que todas as crianças devem ter um registo similar” (ll. 16-17).
(C) “que já se tornou norma para a maioria das crianças” (ll. 26-27).
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(D) “que aprendam” (l. 32).

7. Indica a função sintática da expressão “de competências” (ll. 18-19).

GRUPO III
Na nossa era surge o conceito de navegação associado à internet. Esta, tal como a navegação marítima
dos marinheiros portugueses na época das descobertas, traz benefícios e encerra perigos.

Num texto de opinião bem estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas e
cinquenta palavras, defende uma perspetiva pessoal sobre as vantagens e os perigos da navegação na
internet.

No teu texto:

• explicita, de forma clara e pertinente, o teu ponto de vista, fundamentando-o em dois argumentos, cada
um deles ilustrado com um exemplo significativo;
• utiliza um discurso valorativo (juízo de valor explícito ou implícito).

Grupo Itens e cotações


1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.
I 104
16 16 16 12 16 12 16
1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.
II 56
8 8 8 8 8 8 8
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III 40
TOTAL 200
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