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Nome do aluno _______________________________________________

Nº________ Série ___________ Data: ___________________

História
Prof. Mauricio Freitas
6º Ano

Ilíada e Odisséia, fundação do mundo grego

Ilíada, Canto XXII – A morte de Heitor

Heitor treme quando Aquiles chega perto. E foge. Aquiles vai atrás dele, que corre em
redor dos muros e depois na direção do porto de onde brotam as águas, duas vertentes, uma quente
da qual emana vapor, outra fria, como as neves da montanha.
(...) Competiam pela vida de Heitor.
Zeus então falou:
- Tenho piedade de Heitor, perseguido em torno das muralhas. Heitor que tantos sacrifícios
tem feito aos deuses.
Mas Atena, olhos azuis, responde:
- Ó Zeus, raios coruscantes, queres de novo salvar da morte aquele que há muito está
destinado a morrer?
Zeus lhe respondeu que não, que ela podia fazer o que quisesse. Atena então precispitou0se
para a planície de Ílion (Tróia), onde Aquiles perseguia Heitor sem deixar que ele se aproximasse
das portas da cidade.
Aquiles faz sinal aos gregos para que não atirem suas setas contra Heitor, pois ele quer ser o
primeiro a ferí-lo.
Zeus tomou sua balança de ouro. Pois de um lado Aquiles e do outro Heitor. Pesa na balança
o lado troiano. Heitor já está a caminho do Hades. Apolo o abandonara. (...)
Heitor dirigiu-se a Aquiles, tentando fazer com ele um pacto: aquele que vencesse não
profanaria o cadáver do outro. Mas Aquiles respondeu que não queria fazer nenhum pacto. (...)
E atirou sua lança sobre Heitor.
O troico (que vem de Tróia) abaixou-se e a lança fincou-se no chão. Mas Atena devolveu a
lança a Aquiles.
Heitor, por sua vez, lançou sua lança, que bateu no escudo do inimigo e saltou longe.
Heitor, que não tinha mais lanças pediu uma a seu irmão. Mas não conseguiu encontrá-lo.
(...) Puxou a espada e avançou.
Aquiles também avançou contra ele, com as franjas de ouro de seu elmo ondulado. Procurou
o ponto vulnerável das armas de Heitor, e atirou sua lança de ponta de bronze.
Heitor cai e Aquiles grita:
- Quando retiraste a armadura de Pátroclo, não contavas com a minha vingança. Os gregos
vão agora prestar homenagem a Pátroclo. Mas tu serás devorado pelos cães.
(...) Aquiles então resolveu levar o corpo de Heitor aos navios, dando assim grande glória
aos gregos. Amarra o corpo dele à biga e, erguendo o arnês glorioso que dele retirou, chicoteia os
cavalos.

Glossário:
Apolo: Filho de Zeus e de Latona. Conduz o carro do sol e é confundido com ele. Deus das Artes.
Aquiles: Filho de Tétis e Peleu. O maior herói da guerra de Tróia. Prefere a glória sem fim da morte
em plena juventude do que uma vida longa e tranqüila, mas sem ser lembrado.
Arnês: Armadura completa.
Atena: Filha de Zeus e Metis. Ao nascer, sai toda armada da cabeça de Zeus. Deusa da guerra e da
inteligência.
Biga: Carro de guerra puxado por cavalos.
Hades: Filho de Crono e Rea como todos os deuses Olímpios, irmão de Zeus. Deus da morte, reina
no mundo subterrâneo das trevas.
Heitor: Príncipe de Tróia, filho de Príamo, Rei de Tróia.
Pátroclo: Primo de Aquiles.
Profanaria: Impedir de que o corpo fosse enterrado com todas as honras.
Zeus: Soberano dos deuses, filho de Cronos e Rea. Vence os titãs e os monstros que ameaçam a
ordem cósmica que ele, como soberano, instituiu.
Odisséia, parte II, na qual Ulisses conta suas aventuras nos mares desde que saiu de Tróia.

Depois de muito navegar, chegaram à terra dos ciclopes, gigantes enormes de um olho só
que viviam em grutas e não precisavam plantar nada, pois tudo crescia nesse lugar, sem que se
precisasse plantar.
Eles pararam numa pequena ilha perto da ilha dos ciclopes. Descansaram, comeram à
vontade, pois ali havia grandes rebanhos de cabras, e beberam do vinho que ainda restava nos
navios.
(...) Depois de comerem Ulisses e mais doze companheiros foram a ilha dos ciclopes.
Quando chegaram à caverna, que era muito grande, havia muitos estábulos, com filhotes de
várias idades. As prateleiras estavam cheias de queijos.
Os companheiros de Ulisses quiseram logo se apossar de alguns cabritos e queijos e fugir
dali o mais rápido possível.
Mas Ulisses achou que ainda podia receber presentes de hospitalidade e resolveu esperar
pelo dono da casa. (...)
Quando o gigante apareceu, trazia seu rebanho e um enorme feixe de lenha, que jogou no
chão, causando uma barulho assustador que os homens correram todos para o fundo da gruta,
amedrontados.
O ciclope tapou a entrada da gruta com uma pedra enorme e pesadíssima. Sentou-se e
começou a ordenhar as ovelhas e as cabras. Quando acabou, acendeu o fogo e então se deu conta da
presença dos homens.
- Quem são vocês? – gritou com sua voz poderosa. – De onde vem?
Ulisses ficou apavorado com sua voz e seu ar ameaçador, mas respondeu, dizendo que eram
gregos que voltavam de Tróia e que suplicavam que ele os respeitasse como hóspedes, em nome de
Zeus.
O ciclope respondeu caçoando, dizendo que os ciclopes são mais poderosos que qualquer
deus e que não ia poupar ninguém. (...)
Então, sem dizer nada, o gigante levantou-se, agarrou dois dos marinheiros jogou-os no
chão, arrebentando suas cabeças. (...) Comeu os dois, deitou-se e dormiu.
Apavorados, os homens choraram de medo.
Ulisses pensou em matar o gigante com sua espada, mas logo viu que, se fizesse isso
ficariam todos presos na caverna, já que não poderiam tirar a pedra que fechava a entrada.
Quando amanheceu, o gigante acordou, acendeu o fogo, ordenhou as ovelha, agarrou mais
dois homens e os devorou.
Retirou a pedra da entrada, fez que o rebanho saísse e tornou a botá-la no lugar.
Ulisses tratou então de inventar um plano para livrar-se e livrar seus companheiros dessa
terrível situação. Descobriu num canto um pedaço de tronco de oliveira, e a partir dele fez uma
lança muito afiada. Escondeu então a arma no meio do estrume que havia no chão.
Quando o monstro chegou, fez tudo como tinha feito na véspera, inclusive devorar mais dois
homens.
Ulisses então ofereceu-lhe uma gamela de vinho que ele tinha trazido. O gigante bebeu
rapidamente e pediu mais, dizendo que daria um presente de hospitalidade a Ulisses por causa do
vinho. Por três vezes o ciclope esvaziou a gamela.
Então perguntou a Ulisses seu nome.
- Ninguém! Ninguém é meu nome.
- Pois bem! – Disse o gigante. – Você será o último a ser devorado! Esse será meu presente
de hospitalidade!
Mas ele estava muito bêbado e caiu de costas, dormindo profundamente.
Mais que depressa, Ulisses pôs em prática seu plano. Com a ajuda dos companheiros,
desenterrou o enorme espeto que tinha preparado e pôs a ponta do espeto no fogo, até que ficou em
brasa.
Então, todos juntos, enterraram com força aquele tição no olho do ciclope, e giraram e
giraram e forçaram para dentro até que boa parte do espeto ficou enterrada.
O gigante soltou um tremendo berro, levantou-se com dificuldade e arrancou o tição do
olho.
Começou então a gritar e a chamar pelos outro ciclopes, que logo chegaram de todos os
lados da ilha e se reuniram em frente a caverna, perguntando:
- O que aconteceu?
- Quem foi que te fez mal?
E o ciclope, de dentro da caverna, respondia:
- Ninguém! Ninguém está me matando! Ninguém!
- Se ninguém está te matando, deves ter algum mal causado a Zeus. Chama Poseidon, nosso
pai, para que o socorra!
E forma embora.
O monstro, louco de dor, retirou a pedra que fechava a gruta e sentou-se na saída,
estendendo os braços em todas as direções para que nenhum homem fugisse.
Ulisses, então, amarrou as ovelhas e as cabras de três em três e debaixo de cada grupo de
animais prendeu um de seus homens. Ele mesmo escolheu o maior de todos os animais e agarrou-se
embaixo segurando firmemente.
Ulisses sabia que o ciclope deveria levar os animais para pastar. Realmente, logo amanheceu
e o gigante começou a deixar que os animais saíssem, sempre passando a mão no dorso de cada um,
temendo que os homens escapassem montados neles.
Foram todos saindo até que Ulisses, o inventador de artimanhas, saiu, por sua vez.
Rumaram para o navio ainda levando alguns animais. (...)
Quando o navio já estava longe, Ulisses começou a gritar desaforadamente:
- Ciclope você abusou da hospitalidade e devorou meus companheiros. Mas Zeus o fez pagar
por seus pecados.
O ciclope, que já estava danado, ficou ainda mais furioso! Arrandou uma enorme pedra de
um morro e arremessou na direção do barco. A rocha caiu a pouca distancia do navio. (...) Mas os
homens remaram com força e conseguiram controlar a embarcação.
- Ciclope, se alguém perguntar a causa de sua cegueira, diga que o culpado foi Ulisses, o
saqueador de cidades! Ulisses, filho de Laertes, que tem sua casa em Ítaca.

Glossário
Desaforadamente: sendo mal educado.
Dorso: costas.
Estrume: fezes dos animais que habitavam a caverna.
Feixe: pedaço grande.
Gruta: caverna.
Poseidon: Deus do Olimpo, filho de cronos e Rea, irmão de Zeus. Recebeu a herança de reinar
sobre as ondas marinhas.
Tição: Madeira em brasa ou carbonizada.
Referências:
Homero. Ilíada. Adaptação de Ruth Rocha. Editora Salamandra. São Paulo, 2010. pp. 117-119.
______. Odisséia. Adaptação de Ruth Rocha. Companhia das Letrinhas. São Paulo, 2000. pp.42-49.
Vernant, Jean-Pierre. O universo, os deuses, os homens. Trad. Rosa freire Aguiar. Companhia das
Letras. São Paulo, 2010. pp. 28-49 e glossário.
Questões para o trabalho:
1. Indique em cada um dos textos, ao menos, dois personagens, sendo um humano e um deus,
que participam da ação.
2. Explique qual a relação do deus que você escolheu na questão 1 com o que acontece em
cada uma das histórias.
3. Aquiles é considerado o principal herói da guerra de Tróia, assim como é um dos
protagonistas do poema da Ilíada. A partir do trecho lido, indique qual é a sua principal
virtude. Depois de indicá-la, transcreva alguma passagem do texto que a explicite.
4. Ulisses é considerado o personagem principal do poema da Odisséia. A partir do trecho lido,
indique qual é a sua principal virtude. Depois de indicá-la, transcreva alguma passagem do
texto que a explicite.
5. Na batalha dos deuses, que ocorre depois que Zeus faz com que Cronos vomite seus irmãos,
acredita-se que a vitória de Zeus só foi possível depois que alguns titãs se juntaram a ele. O
que os titãs entregaram a Zeus e o que fez com que ele ganhasse a guerra?
6. Escolha uma das duas histórias e a reescreva com as suas palavras. (Mínimo de 20 linhas)

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