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Manuel Alegre

Poema: ‘’Orfeu rebelde’’


O sujeito poético assume uma postura de rebeldia não por ter perdido a sua
amada, como o Orfeu da mitologia, mas por se encontrar revoltado face à passagem
da vida e à passagem inevitável do tempo. O poeta assume-se como “rebelde” (v.1),
“um possesso” (v. 2), livre de regras e preconceitos, encontrando na poesia a sua
forma de expressão.

1ªEstrofe- O Sujeito Poético começa por revelar a sua revolta face à morte e à
passagem dolorosa de cada momento (V.3-6) querendo gravar cada momento para
que jamais seja esquecido.
2ªEstrofe- Ele usa a poesia como forma de eternização e expressão plena, ele
recusa dos românticos que idealizam a realidade (V.7).
(V.8-12) Reforça a passagem dolorosa de cada momento e faz uma breve
descrição de exemplos do sofrimento sentido.
(V.13) Neste verso, o Eu-Lírico demonstra violência, revolta e agrassividade na
tentativa de vencer aquilo que o seu instinto adivinha (a Morte).
(V.15-16) Refugia-se e expressa-se através da poesia, face à consciência da
brevidade da vida, sendo que tanto lhe faz que o canto seja ‘’de terror ou de beleza’’,
pois vai cantar a realidade tal como ela é. “Canto” como única forma de “legítima
defesa” (v. 16), sugerindo que a poesia é uma arma e a palavra e a liberdade de
expressão são formas de denúncia. Sendo que o “canto” do sujeito poético é agressivo,
violento e repentino, afastando-se do “canto” dos “Outros” ( “rouxinóis”), que são os
românticos que não usam a poesia como a verdadeira expressão.

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