O poema discute a função da poesia contemporânea. Defende que a poesia deve ser uma forma de intervenção no mundo, reagindo ao tempo presente e testemunhando a complexidade da realidade de forma comprometida, não apenas bela ou indiferente. O poeta deve cantar de forma exaltada e desafiante, não como os "rouxinóis felizes".
O poema discute a função da poesia contemporânea. Defende que a poesia deve ser uma forma de intervenção no mundo, reagindo ao tempo presente e testemunhando a complexidade da realidade de forma comprometida, não apenas bela ou indiferente. O poeta deve cantar de forma exaltada e desafiante, não como os "rouxinóis felizes".
O poema discute a função da poesia contemporânea. Defende que a poesia deve ser uma forma de intervenção no mundo, reagindo ao tempo presente e testemunhando a complexidade da realidade de forma comprometida, não apenas bela ou indiferente. O poeta deve cantar de forma exaltada e desafiante, não como os "rouxinóis felizes".
1. A ideia de rebeldia concretiza-se no uso de palavras conotadas com ações intensas e fortes, que contribuem para a (auto)caracterização do «eu» como alguém insubmisso e revoltado: «possesso» (v. 2); «fúria» (v. 4); «desafio» (v. 8); «gritos» (v. 11); «violências» (v. 12). 2. O sujeito poético diferencia-se dos outros poetas por não se reconhecer nesses «rouxinóis» «felizes» (v. 7). O seu canto não se distingue pela mera beleza ou pela suavidade indiferente ao mundo. É, antes, um canto exaltado, marcado pela força (v. 4), desafiante (vv. 8 e 15-16) e comprometido com a realidade (vv. 5-6), seja ela «de terror ou de beleza» (v. 18). 3. B 4. O poema preconiza a poesia como uma forma de intervenção sobre o mundo: o sujeito poético canta em reação ao (seu) tempo, testemunhando a complexidade e a diversidade da realidade, procurando, de igual modo, com as suas palavras, agir sobre o mundo. Tópicos de resposta: – No poema de Alexandre O’Neill, em tom intimista, marcado pelo uso da segunda pessoa gramatical, é focada a vertente lírica da produção de Camões, com referências a figuras femininas representadas em composições de métrica tradicional («Lianor», v. 15, e «Bárbara», v. 17). O poema de Torga evidencia um tom elogioso e reverente, adequado à evocação da obra épica do autor renascentista (v. 7). – Em ambos os poemas a figura de Camões assume um valor exemplar face ao tempo da escrita (década de 80 do século XX) e permite, por confronto, criticar esse mesmo tempo e destacar os seus aspetos negativos. No Texto B, o sujeito poético alude ao presente como «segunda hora / De vil tristeza (vv. 11-12), após um primeiro momento assim descrito por Camões em Os Lusíadas e que o épico procurou ajudar a superar. Para tal, tentou «ressuscitar» (v. 3) a pátria, procurando interromper o seu percurso «a caminho da negra sepultura» (v. 6) com a exaltação heroica, mas também com as suas críticas e os seus conselhos aos portugueses. É, pois, paradigmática a sua tentativa de insuflar nova «vida» (v. 8) ao país, através tanto da vertente épica como da dimensão antiépica da sua epopeia. No Texto A, Luís (de Camões) representa os «esquivos» (v. 7), os «loucos» (v. 19) que não se resignam acriticamente às «normas» (v. 8) e ao «cerimonial / dos graúdos» (vv. 1-2), ou seja, à «moral» e aos «usos» (vv. 3- 4) impostos. Por isso, cantou «Bárbara» (v. 17), desviando-se dos cânones poéticos da época, e é ironicamente aconselhado a pôr «Lianor», representante desses cânones, «na fonte / a render, a render» (vv. 15-16) e a resignar-se à «gramática / videirinha dos dias» (vv. 23-24). 5.