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O CACTO
E AS RUÍNAS
A poesia entre outras artes
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A beleza
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O cacto e as ruínas
À memória de
João Luiz Machado Lafetá
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I.
1. A força calma
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2. Inextinta estrela
ção’. É como tudo que você está fazendo nestes últimos tempos e que conheço.
Uma delícia silenciosa. O que eu mais quero da sua poesia, tanto é certo que a gente
mais quer o que não tem, é a extraordinária impressão de força calma que dá”. Cf.
Mário de Andrade, Cartas a Manuel Bandeira, Rio de Janeiro, Simões, 1958, p.
111.
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Petrópolis, 1925
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II.
4Na verdade o morro era o de Santa Teresa, mas assim se referia Bandeira
à sua moradia naquela época. Cf., por exemplo, o Itinerário de Pasárgada, in Ma-
nuel Bandeira, Poesia e prosa, vol. II, edição citada, pp. 51-2.
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2. Cactos comparados
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Desde a primeira abordagem, é possível perceber as mui-
tas semelhanças que relacionam “O cacto” aos demais poemas
dos livros em questão: um ar de família os vincula pela técnica
e a atitude, pela posição do espírito que parece ter regido sua
composição.
Para tanto, basta reparar primeiro, como fez Mário de An-
drade, no uso do verso livre, já a essa altura perfeitamente domi-
nado e incorporado pelo poeta que levara anos no exercício de
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de Gilda de Mello e Souza. Em seus: Exercícios de leitura, São Paulo, Duas Cida-
des, 1980, pp. 249-77.
8Cf. Manuel Bandeira, “Tarsila antropófaga”. Em suas: Crônicas da Pro-
víncia do Brasil, in Poesia e prosa, vol. II, edição citada, pp. 225-6. Sobre “a arte
do gesto simples” nos desenhos de Tarsila, ver ainda Victor Knoll, “A arte da li-
nha”, Arte-Hoje, nº 24, 1979, pp. 46-9.
9 Cf. Gilda de Mello e Souza, “Vanguarda e nacionalismo na década de 20”,
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3. Matéria e método
Objetivismo lírico
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museu do Vaticano) que é uma das obras-primas da arte grega do período hele-
nístico, provavelmente da segunda metade do século I a. C., trabalho de esculto-
res de Rodes (Agesandro, Polidoro e Atenodoro). Refere-se, como tudo indica, a
uma passagem famosa da Eneida de Virgílio (II, vv. 199 ss.). Laocoonte, sacerdo-
te de Apolo, teria despertado a cólera do deus, ao profanar o templo a ele consa-
grado, unindo-se à sua mulher diante da estátua da divindade. Mas os troianos, a
quem advertiu quanto ao perigo do cavalo de madeira deixado pelos gregos em
Tróia, viram nisto a causa de sua trágica morte. Ao sacrificar um touro a Netuno,
foi destruído, juntamente com os filhos que procurava proteger, por duas mons-
truosas serpentes vindas do mar. E do cavalo de pau veio a destruição da cidade. A
escultura inspirou páginas célebres da reflexão estética no século XVIII: primeiro
as de Winckelmann, e, em parte por causa destas, as de Lessing, sobre as diferen-
ças entre as artes do espaço e as do tempo. Já Ugolino della Gherardesca é o conde
pisano que se transformou numa figura trágica do “Inferno” de Dante (canto
XXXIII): aparece roendo o crânio do arcebispo Ruggieri degli Ubaldini, seu anti-
go aliado, que o acusou de traição, prendendo-o com dois filhos e dois netos (ou
sobrinhos) na Torre da Fome, onde morreram, gradualmente, à míngua. Na ex-
traordinária passagem, o v. 75 mantém na ambigüidade, para os intérpretes mo-
dernos, o fato terrível, que permanece, entretanto, sugerido, de Ugolino ter podi-
do devorar, vencido pelo jejum maior do que a dor, os descendentes. Cf., nesse
sentido, a bela leitura de Borges: “El falso problema de Ugolino”, em seus Nueve
ensayos dantescos, Obras completas, Buenos Aires, Emecé, 1989, pp. 351-3.
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4. Análise
Impressões iniciais
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13 Penso nos teóricos que depois dos escritos decisivos de Theodor Lipps
voltaram constantemente ao tema, como Wilhem Worringer em seu Abstração e
empatia, ou Herbert Read, em O significado da arte.
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Construção
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16 Sobre o aspecto realista da arte cubista, ver, por exemplo: Giulio Carlo
Argan, L’arte moderna 1770/1970, Florença, Sansoni, 1986, p. 369 (reimp.).
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17 Segundo
se sabe, antes de se definir, se é que se definiu alguma vez, co-
mo um poema breve de fundo satírico, o epigrama é a inscrição que indica, em
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Caracterização: as imagens
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20 Vernesse sentido: Bram Dijstra, Cubism, Stieglitz, and the early poetry of
William Carlos Williams, Nova Jersey, Princeton University Press, 1969.
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Narração e alegoria
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Os versos prosaicos
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Beleza e moralidade
(org.), Critique de la faculté de juger, Paris, Gallimard, 1985, pp. 313-7, § 59.
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III.
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