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(Neoclassicismo)
Imagem:
François-Édouard
Picot / The Siege
of Calais, 1838 /
Palácio de
Versailles / Public
domain
A ORIGEM
DO NOME
Arcadismo vem da
palavra Arcádia – região do
Peloponeso na Grécia –
considerada região de morada
dos deuses. Lá habitavam
pastores que, além do
pastoreio, se dedicavam à
poesia.
As arcádias portuguesas
foram grupos de poetas que
queriam redescobrir o
equilíbrio e a sabedoria da
antiguidade greco-latina,
também chamada de clássica.
Daí, então, o nome
NEOCLASSICISMO.
Conjunto de tendências
ideológicas, filosóficas e
científicas desenvolvidas no
século XVIII, como
consequência da recuperação
de um espírito experimental,
racional, que buscava o saber
enciclopédico.
Imagem:Nicolas Lancret / O Balanço, 1730.
DEFININDO NEOCLASSICISMO
Foi um movimento literário formado por artistas e
intelectuais que se concentraram no combate à
mentalidade religiosa e à arte barroca através do
resgate do racionalismo e do equilíbrio do
Classicismo do século XVI.
Imagem a:
Vincenzo
Camuccini /
Portrait des
de:August Grahl
(1791-1868) /
domínio público
Principais características
1 - EQUILÍBRIO
Os árcades propunham o retorno ao modelo clássico porque
neles encontravam o equilíbrio dos sentimentos por meio
da razão. Essa razão é a força controladora dos excessos.
DO
Portugal.
Funda-se a chamada “Escola mineira”, com poetas
ARCADISMO influenciados pelo Iluminismo e comprometidos
com o pensamento mais avançado do século XVIII.
BRASILEIRO
O
NEOCLASSICISMO
no Brasil inicia-se em
1678 com a publicação
de “Obras poéticas”
de Cláudio Manuel da
Costa e se estende até
1836 com a publicação
de “Suspiros poéticos e
Saudades” de
Gonçalves de
Magalhães.
Imagem: Cláudio Manuel da Costa / Obras poéticas
de Claudio Manoel da Costa / domínio público
PRINCIPAIS
AUTORES ÁRCADES
Cláudio Manuel da Costa
Imagens da esquerda para direita: (a) Tomás Antonio Gonzaga / Capa de Marília de Dirceu, 1824 / public domain. (b) Autor desconhecido / Tomás Antônio Gonzaga /
GNU Free Documentation License.
Marília de Dirceu
Eu, Marília, não sou algum vaqueiro,
Que viva de guardar alheio gado;
De tosco trato, d’expressões grosseiro,
Dos frios gelos, e dos sóis queimado.
Tenho próprio casal, e nele assisto;
Dá-me vinho, legume, fruta, azeite;
Das brancas ovelhinhas tiro o leite,
Análise
E mais as finas lãs, de que me visto. • No poema de Tomás Antônio Gonzaga,
Graças, Marília bela, percebemos vários dos preceitos latinos
Graças à minha Estrela! anteriormente citados. Trata-se de um
sujeito lírico (pastor) vivendo no campo
Eu vi o meu semblante numa fonte, (locus amoenus), cultivando uma vida
Dos anos inda não está cortado: simples (aurea mediocritas), longe das
Os pastores, que habitam este monte, dinâmicas de vida na cidade (fugere
Com tal destreza toco a sanfoninha, urbem).
Que inveja até me tem o próprio Alceste:
Ao som dela concerto a voz celeste;
• Além disso, percebemos também a
Nem canto letra, que não seja minha,
valorização do amor e a idealização da
Graças, Marília bela, amada, característica árcade que perduraria
Graças à minha Estrela! pelo movimento seguinte, o romantismo.
Marília de Dirceu, de Tomás Antônio
Gonzaga
Cartas Chilenas
• As Cartas Chilenas, constituem uma espécie de “romance epistolar”
em versos onde Critilo, pseudônimo de Tomás Antonio Gonzaga,
descreve ao amigo Doroteu a corrupção, crueldade e os desmandos
existentes na fictícia capitania de Chile.
• As cartas, que ao todo são treze, narram na verdade o governo de d.
Luís da Cunha Meneses, governador da capitania de Minas Gerais de
1783 a 1788.
• O inconfidente Tomás Antônio Gonzaga escreve comentários satíricos
e mordazes contra o governo daquele que em seu texto nomeia
“Fanfarrão Minésio” e, por intermédio da ironia, descreve e critica os
mandos e desmandos ocorridos nas Minas Gerais durante o final do
século XVIII.
“CARTA lª Em que se descreve a entrada que fez Fanfarrão em Chile
Imagens de cima para baixo: (a) F. Briguiet / O poeta Basílio da Gama por F. Briguiet /
FREIRE, Laudelino, org. e GARNIER, M. J. des. Sonetos brasileiros: desenho dos
sonetos. Rio de Janeiro: F. Briguiet, [189-?]. 12 v. [1]. (b) Basilio da Gama (1740 —
1795) / O Uraguay de Basílio da Gama, 1769 / domínio público
O Uraguai é uma obra
de Basílio da Gama, Nos versos abaixo a descrição da morte de Lindóia é
poeta brasileiro. O livro é apresentada de forma fantasiosa e bucólica,
considerado um poema características típicas do Arcadismo (1768-1836).
épico de 1769 que tinha o
objetivo de exaltar a “Descobrem que se enrola no seu corpo
política do Marquês de Verde serpente, e lhe passeia, e cinge
Pombal contra os Pescoço e braços, e lhe lambe o seio.
jesuítas. Utilizando
Fogem de a ver assim sobressaltados,
a Guerra
Guaranítica como tema E param cheios de temor ao longe;
histórico, Basílio da E nem se atrevem a chamá-la, e temem
Gama coloca a culpa do Que desperte assustada, e irrite o monstro”.
massacre indígena nos
jesuítas.
SANTA RITA DURÃO
Sua obra mais importante: o
poema épico “Caramuru”, que
se caracterizava pela exaltação
da paisagem brasileira e contra
a chegada dos portugueses à
Bahia.
Personagens principais: o
português Diogo Álvares
Correia (o Caramuru) e as
índias Paraguaçu e Moema.
Imagens de cima para baixo: (a) Autor desconhecido / O administrador colonial português Tomé de Sousa e
um índio, século XVIII / domínio público. (b) Santa Rita Durão / domínio público
Canto VI
XXXVII
Copiosa multidão da nau francesa
Corre a ver o espetáculo assombrada;
E, ignorando a ocasião de estranha empresa,
Pasma da turba feminil que nada.
Caramuru (1781), Uma, que às mais precede em gentileza,
Não vinha menos bela do que irada;
cujo subtítulo, Poema Era Moema, que de inveja geme,
épico do E já vizinha à nau se apega ao leme.
descobrimento da
Bahia, remonta ao XLII
Os versos acima retratam a morte da índia Moema, uma das mais belas
cenas já descritas na literatura brasileira.
A) POESIA LÍRICA – poesias descritivas e
NEOCLASSICISM elogiosas da vida rural;
O no Brasil foi um B) POESIA SATÍRICA – denuncia desmandos
movimento administrativos da Capitania de Minas;