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Resumo
O ARCADISMO
A corrente literária árcade, influenciada pelos ideais do Iluminismo no século XVIII, visava
retornar alguns marcos artísticos do período renascentista. Com o intuito de promover o
racionalismo na poesia - uma vez que o período da dualidade barroca deu espaço ao
antropocentrismo – o Arcadismo é caracterizado pela temática mais pastoril e bucólica,
contrariando os apegos materialistas que marcavam aquele momento e resgatando
alguns aspectos da cultura clássica.
CONTEXTO HISTÓRICO
CARACTERÍSTICAS DO ARCADISMO
LEMAS ÁRCADES
Conhecidos como lemas árcades, estes são expressões latinas que remetem aos valores
de uma vida simples, sem apegos materiais e que valorize as pequenas coisas da vida.
Veja quais são: • Carpe Diem (Aproveitar a vida, viver o momento); • Locus Amoenus
(Lugar ameno, significa um lugar simples, um refúgio longe dos centros urbanos); •
Fugere Urbem (Fuga da cidade, remetendo à felicidade da vida no campo, em contraste
com o caos urbano); • Aurea Mediocritas (Desvínculo à vida material, que segundo os
árcades era considerada uma vida medíocre, mas rica em realizações espirituais); •
Inutillia Truncat (“cortar o inútil”, ou seja, afastar-se da infelicidade que o apego material
pode causar
PRINCIPAIS AUTORES NO BRASIL).
Cláudio Manuel da Costa, Tomás Antônio Gonzaga, Basílio da Gama, Silva Alvarenga e
Santa Rita Durão e Basílio.
CARTAS CHILENAS
No Brasil, durante o período da Inconfidência Mineira, muitos autores e intelectuais eram
engajados politicamente e lutavam contra as tiranias do governo. As cartas chilenas
tratam-se de poemas que criticavam o abuso de poder e satirizavam os desmandos
administrativos da região mineira, além disso, por medo de serem perseguidos, os
escritores omitiam a sua autoria.
Leia um trecho de uma das cartas, que aborda sobre os despachos e os contratos:
“Os grandes, Doroteu, da nossa Espanha
Têm diversas herdades: uma delas
Dão trigo, dão centeio e dão cevada,
As outras têm cascatas e pomares,
outras muitas peças, que só servem,
Nos calmosos verões, de algum recreio.
Assim os generais da nossa Chile Têm diversas fazendas: numas passam
As horas de descanso, as outras geram
Os milhos, os feijões e os úteis frutos
Que podem sustentar as grandes casas.
Fonte: IGLESIA, Francisco (org.). Melhores poemas de Cláudio Manuel da Costa. São
Paulo: Global, 2012, p. 96.
06. (UFN)
Não sei, Marília, que tenho,
Depois que vi o teu rosto,
Pois quanto não é Marília,
Já não posso ver com gosto.
08. (UEMG)
A Lira XIV, reproduzida a seguir, foi extraída da obra Marília de Dirceu, publicada em
1792; já a canção Tempos Modernos pertence ao álbum homônimo, lançado em 1982.
Tempos Modernos
(Lulu Santos)
Por meio de uma leitura comparativa entre os dois textos, é CORRETO afirmar que
a. Apesar de o tempo ser sempre o mesmo em todas as épocas, na modernidade ele
parece passar mais rápido; daí a urgência do amor, presente na canção contemporânea
de Lulu Santos, mas ausente na lira de Gonzaga, do século XVIII.
b. Embora os textos tratem do mesmo tema, eles se diferem quanto à abordagem
adotada. Na lira de Gonzaga, prevalece a idealização amorosa e a relação com a
natureza; na canção de Lulu Santos, por sua vez, prevalece a relação entre amor e
tempo.
c. Ambos os textos apontam para a necessidade de se viver o tempo presente, decorrente
da brevidade da existência; na lira de Gonzaga, o amor é tratado de forma idealizada, ao
passo que, na canção de Lulu Santos, ele é essencialmente carnal.
d. Embora escritos em épocas distintas, os textos tratam do mesmo tema e utilizam a
mesma estratégia: o eu-poético tenta persuadir a amada a gozar os amores no momento
presente, com base no argumento da fugacidade do tempo e da impossibilidade de se
recuperá-lo.
09. (UFRR) Leia o poema de Tomás Antônio Gonzaga, transcrito a seguir, e marque a
alternativa que aponta três características do Arcadismo brasileiro que nele podem ser
observadas.
Lira I
Eu, Marília, não sou algum vaqueiro,
Que viva de guardar alheio gado;
De tosco trato, d’expressões grosseiro,
Dos frios gelos, e dos sóis queimado.
Tenho próprio casal, e nele assisto;
Dá-me vinho, legume, fruta, azeite;
Das brancas ovelhinhas tiro o leite,
E mais as finas lãs, de que me visto.
Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela!
a. Vulgarização da figura da mulher; medievalismo; egocentrismo.
b. Denúncia social; exaltação da vida no campo; temas urbanos.
c. Exaltação da vida no campo; linguagem simples; pastoralismo.
d. Temas urbanos; linguagem simples; medievalismo.
e. Egocentrismo; pastoralismo; denúncia social.