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2. (UFSCar)
Texto 1
Eu quero uma casa no campo
do tamanho ideal
pau-a-pique e sapê
Onde eu possa plantar meus amigos
meus discos
meus livros
e nada mais
(Zé Rodrix e Tavito)
Texto 2
Se o bem desta choupana pode tanto,
Que chega a ter mais preço, e mais valia,
Que da cidade o lisonjeiro encanto;
Aqui descanse a louca fantasia;
E o que té agora se tornava em pranto,
Se converta em afetos de alegria.
(Cláudio Manuel da Costa)
Embora muito distantes entre si na linha do tempo, os textos aproximam-se, pois o ideal
que defendem é
a) o uso da emoção em detrimento da razão, pois esta retira do homem seus melhores
sentimentos.
b) o desejo de enriquecer no campo, aproveitando as riquezas naturais.
c) a dedicação à produção poética junto à natureza, fonte de inspiração dos poetas.
d) o aproveitamento do dia presente - o carpe diem-, pois o tempo passa rapidamente.
e) o sonho de uma vida mais simples e natural, distante dos centros urbanos.
a) Os poetas árcades defendiam o bucolismo como estilo de vida no campo, longe dos
centros urbanos. A vida pobre e feliz no ambiente campestre contrasta com a vida
luxuosa e triste na cidade.
b) Apego excessivo pela forma em detrimento do conteúdo. O Arcadismo defendeu a
“arte pela arte”, um retorno aos ideais literários clássicos.
c) Como expressão artística da burguesia, o Arcadismo veiculou também certos ideais
políticos e ideológicos dessa classe, formulados pelo Iluminismo.
d) O desejo de aproveitar o dia e a vida enquanto é possível, também conhecido
como carpe diem.
e) A poesia árcade apresentou um convencionalismo amoroso: não há variações
emocionais de um poema para o outro nem de poeta para poeta, importando mais
escrever poemas como os poetas clássicos escreviam.
8. (UFN)
Não sei, Marília, que tenho,
Depois que vi o teu rosto,
Pois quanto não é Marília,
Já não posso ver com gosto.
Noutra idade me alegrava,
Até quando conversava
Com o mais rude vaqueiro:
Hoje, ó bela, me aborrece
Inda o trato lisonjeiro
Do mais discreto pastor
Que efeitos são os que sinto?
Serão efeitos de Amor?
(GONZAGA, Tomás Antônio. Marília de Dirceu & Cartas Chilenas. São Paulo: Ática, 1999).
9. (UEMG)
A Lira XIV, reproduzida a seguir, foi extraída da obra Marília de Dirceu, publicada em
1792; já a canção Tempos Modernos pertence ao álbum homônimo, lançado em 1982.
Tempos Modernos
(Lulu Santos)
(...) Hoje o tempo voa amor
Escorre pelas mãos
Mesmo sem se sentir
Não há tempo
Que volte amor
Vamos viver tudo
Que há pra viver
Vamos nos permitir...
(Www.letras.mus.br/. Acesso: 8/8/2012.)
Por meio de uma leitura comparativa entre os dois textos, é CORRETO afirmar que
a) Apesar de o tempo ser sempre o mesmo em todas as épocas, na modernidade ele
parece passar mais rápido; daí a urgência do amor, presente na canção contemporânea
de Lulu Santos, mas ausente na lira de Gonzaga, do século XVIII.
b) Embora os textos tratem do mesmo tema, eles se diferem quanto à abordagem
adotada. Na lira de Gonzaga, prevalece a idealização amorosa e a relação com a
natureza; na canção de Lulu Santos, por sua vez, prevalece a relação entre amor e
tempo.
c) Ambos os textos apontam para a necessidade de se viver o tempo presente,
decorrente da brevidade da existência; na lira de Gonzaga, o amor é tratado de forma
idealizada, ao passo que, na canção de Lulu Santos, ele é essencialmente carnal.
d) Embora escritos em épocas distintas, os textos tratam do mesmo tema e utilizam a
mesma estratégia: o eu-poético tenta persuadir a amada a gozar os amores no momento
presente, com base no argumento da fugacidade do tempo e da impossibilidade de se
recuperá-lo.
10. (UFRR) Leia o poema de Tomás Antônio Gonzaga, transcrito a seguir, e marque a
alternativa que aponta três características do Arcadismo brasileiro que nele podem ser
observadas.
Lira I
Eu, Marília, não sou algum vaqueiro,
Que viva de guardar alheio gado;
De tosco trato, d’expressões grosseiro,
Dos frios gelos, e dos sóis queimado.
Tenho próprio casal, e nele assisto;
Dá-me vinho, legume, fruta, azeite;
Das brancas ovelhinhas tiro o leite,
E mais as finas lãs, de que me visto.
Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela!