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Contextualização histórica do período romântico (em Portugal)

I – Enquadramento histórico. Antecedentes

Os EUA assinaram a sua Declaração de Independência em 4 de julho de 1776,


enquanto que na Europa, cerca de uma década depois ocorreu a Revolução
Francesa, em 1789.

Esses dois factos históricos foram consequência de ideias iluministas, que se


fortaleceram durante o século XVIII. Os iluministas valorizavam a razão em
detrimento da fé, o que levou a um enfraquecimento dos laços entre a Igreja e
as monarquias europeias. Como consequência, houve a decadência do
absolutismo em toda a Europa, incluindo Portugal e o “direito divino dos reis” foi
gradualmente substituído pelo direito dos cidadãos.

Nesse contexto, a burguesia tomou o poder e passou a ter, desde então, forte
protagonismo político e econômico em todo o mundo ocidental. O lema da
revolução francesa “Liberdade, igualdade, fraternidade” passou a inspirar
vários artistas e intelectuais burgueses, que viam na queda do absolutismo o
nascimento de um novo mundo. Assim, esse ideal de liberdade foi o principal
elemento responsável pelo surgimento do romantismo.

Por seu turno, a era napoleônica (1799-1815) teve influência no surgimento


do nacionalismo romântico em Portugal e o imperador francês Napoleão
Bonaparte (1769-1821) ameaçou invadir o nosso país, caso não se fechasse
os portos aos ingleses. No entanto, a Inglaterra era uma aliada antiga e
poderosa. Sem querer desagradar a nenhum dos lados, em 1807, D. João VI
(1767-1826) e sua corte fugiram de Portugal em direção ao Brasil.

D. João VI, após a expulsão dos franceses e com a ameaça de perder o seu
poder em Portugal, voltou ao seu país, em 1821, com o objetivo de
restabelecer a ordem. Pressionado, assinou a Constituição de 1822, na
tentativa de estabelecer uma monarquia constitucional. Entretanto, em 1823,
houve a Revolta de Vilafrancada, seguida pela Revolta de Abrilada, em 1824,
eventos que antecederam a Guerra Civil Portuguesa (1828-1834).

Nesse contexto conturbado, de disputa entre constitucionalistas e absolutistas,


os artistas portugueses sentiram a necessidade de recorrer
ao nacionalismo para unir e fortalecer a nação.

O Romantismo surgiu em Portugal num período de grande instabilidade


politica, tal como no resto da Europa, alguns anos apos a revolução liberal de
1920.
Existia um contexto de instabilidade política no país, marcado pela invasão
francesa, domínio inglês e ausência do rei e no paós ocorreram ao tempo
algumas revoltas que levaram à Guerra Civil Portuguesa.
Participaram nessa revolução vários setores da burguesia portuguesa,
incluindo professores, militares, comerciantes, etc… Influenciados pelas ideias
da revolução francesa, esses setores defendiam a elaboração de uma
Constituição, a liberdade do comercio, o direito a participação politica do
cidadão. Lutavam pela modernização de Portugal.
II _ Evolução do Romantismo em Portugal

Neste contexto, o Romantismo em Portugal divide-se em dois momentos


importantes:
O primeiro representa o esforço de se firmar como movimento literário, apoiado
pela cultura popular, na busca das origens medievais do país;
O segundo momento consiste na transição para o realismo.
São apontados como autores românticos da primeira geração (1825-1840),
Almeida Garret  e  Alexandre Herculano, que tiveram a responsabilidade de,
por meio de seus textos, despertar o sentimento de nacionalidade no povo
lusitano.

Num segundo momento, a segunda geração romântica portuguesa (1840-


1860) abandonou a ideologia política de seus antecessores para produzir uma
literatura de entretenimento, marcada pelo exagero sentimental, como se pode
verificar nas obras de Camilo Castelo Branco e Soares de Passos.

A terceira geração romântica em Portugal (1860-1870), é caracterizada


pela temática social, podendo apontar-se como autores desta terceira geração
Júlio Dinis e Antero de Quental.

III – Principais caraterísticas

No âmbito das principais caraterísitcas do romantismo em Portugal, detacam-


se, designadamente: o individualismo e egocentrismo; alguma liberdade formal;
muita utilização de adjetivos; o uso intenso de exclamações, interrogações e
reticências; a subjetividade e originalidade; a idealização do amor e da mulher;
o exagero sentimental; o teocentrismo
Bibliografia consultada
Romantismo em Portugal: contexto, obras, autores - Mundo Educação
(uol.com.br)

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