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PORTUGUÊS • 10.o Ano
António Vilas-Boas
Manuel Vieira
Índice
GRAMÁTICA 3
ESCRITA 53
1. Apreciação crítica 54
2. Exposição sobre um tema 61
3. Síntese 68
SOLUÇÕES 75
Gramática
Processos fonológicos de inserção, supressão
e alteração
Palavras convergentes e divergentes
Funções sintáticas
Das classes de palavras às funções sintáticas
Complemento direto, complemento indireto,
complemento oblíquo e complemento agente da passiva
Complementos e modificadores
Modificador de grupo verbal / modificador de frase /
modificador do nome
Predicativo do complemento direto
Predicativo do sujeito e predicativo do complemento direto
to
Complemento do nome
Complemento do adjetivo
Funções sintáticas
Coordenação
Subordinação
Orações subordinadas adverbiais
Orações subordinadas substantivas completivas
Orações subordinadas adjetivas relativas
(restritivas e explicativas)
Orações subordinadas substantivas relativas
(sem antecedente)
Subordinação em Os Lusíadas
Classificação de orações subordinadas
Coordenação e subordinação: classificar orações
Arcaísmos e neologismos
Campo lexical e campo semântico
Processos irregulares de formação de palavras
ras
Gramática Manual Seq. 2: p. 59
A B
2. Observa a evolução das palavras e indica, na respetiva coluna, o processo fonológico verificado. Segue
os exemplos.
Processos fonológicos
Evolução das palavras
Inserção Supressão Alteração
j. capa / capinha
4
1
3. Lê o texto.
- Mia irmana fremosa, treides comigo
- a la igreja de Vigo u é o mar salido
- e miraremos las ondas.
«Deles braadavom por lenha, e que veesse lume pera poerem fogo aos Paaços, e
queimar o treedor e a aleivosa. Outros se aficavom pedindo escaadas pera sobir
acima, pera veerem o que era do Meestre; e em todo isto era o arroido atam grande
que se non entendiam uũs com os outros, nem determinavom neũa cosa».
Fernão Lopes, Crónica de D. João I (Textos escolhidos), Lisboa, Seara Nova / Comunicação, 1992, p. 97.
(Apresentação crítica, seleção, notas e sugestões literárias de Teresa Amado)
5
Gramática Manual Seq. 6: pp. 221-222
Palavras convergentes
e divergentes
1. Apesar de haver um grande número de palavras que provêm do celta, das línguas germânicas e do
árabe, a maioria das palavras portuguesas têm o seu étimo, isto é, a sua origem, no latim.
a. óculo 1. PEDE-
b. filho 2. LEGE-
c. pé 3. FILIU-
d. lei 4. OCULU-
2. O étimo latino PLENU- deu origem às palavras divergentes pleno e cheio – o primeiro por via erudita
(mais próximo do étimo) e o segundo por via popular (mais afastado do étimo).
2.1 Preenche a tabela com as formas eruditas e populares que se encontram no quadro seguinte.
a. LIMPIDU-
b. PARABOLA-
c. CLAVE-
d. INTEGRU-
e. DUPLU-
f. MATERIA-
6
2
2.2 Relaciona os étimos latinos e as palavras divergentes que lhes correspondem.
2.3 Identifica, entre os seguintes, o étimo latino de que provêm as palavras portuguesas fogo e foco.
3.1 Com a ajuda de um dicionário, estabelece relações de sentido entre as palavras divergentes
seguintes.
a. adro e átrio
b. foco e fogo
c. duplo e dobro
4. As palavras convergentes apresentam uma única palavra portuguesa para dois ou mais étimos.
7
Gramática Manual Seq. 1: p. 28; Seq. 5: p. 192; AI: pp. 317-321
Funções sintáticas
Das classes de palavras às funções sintáticas
Lê o texto.
Texto 1
a. o conjunto de duas palavras, sendo a primeira uma preposição e a segunda um nome, com função
sintática de complemento oblíquo, ll. 1-2;
b. o conjunto de duas palavras, sendo a primeira uma preposição contraída com um determinan-
te artigo e a segunda um nome, com a função sintática de modificador de grupo verbal, ll. 1-2;
d. os dois pronomes pessoais com função sintática de complemento indireto, ll. 6-8;
g. o conjunto de duas palavras, um determinante artigo e um nome, com função sintática de sujeito,
colocado à direita da forma verbal, ll. 13-15;
i. um conjunto de duas palavras, preposição e nome, com função sintática de modificador de grupo
verbal, ll. 16-18.
2. A expressão «no chão», l. 27, constituída por uma preposição contraída com um determinante artigo
e por um nome, tem a função sintática de
(A) complemento agente da passiva. (C) complemento indireto.
(B) complemento direto. (D) complemento oblíquo.
4. Encontra, entre as ll. 36-38, uma expressão constituída por uma preposição contraída com um deter-
minante artigo e por um nome, com a função sintática de complemento indireto.
9
Gramática
Funções sintáticas
(cont.)
Texto 2
Robert Byron, A estrada para Oxiana, Lisboa, Tinta da China, 2014, p. 75.
(Texto adaptado)
1. Identifica, no texto, dois sujeitos sintáticos à direita da forma verbal, constituídos por:
3. Identifica uma conjunção subordinativa temporal e a respetiva oração subordinada adverbial temporal.
4. Identifica um pronome relativo e a oração subordinada adjetiva relativa explicativa que inicia.
10
3
Complemento direto, complemento indireto, complemento oblíquo
e complemento agente da passiva
1. Em cada uma das frases existem complementos destacados. Identifica-os.
q. Levanta-te depressa!
r. Levantou-te um processo?
11
Gramática
Funções sintáticas
(cont.)
Complementos e modificadores
1. Preenche a grelha, transcrevendo os complementos e os modificadores de cada frase.
12
3
2. Identifica os modificadores presentes em cada uma das frases seguintes.
Textos Modificadores
Texto 1
Não existia, provavelmente, um percurso principal para
• um modificador de frase
quem na Idade Média ia em romagem ao túmulo do apóstolo
Santiago, saindo de Lisboa. • um modificador do nome
Carlos Gil e João Rodrigues, Por caminhos de Santiago,
Lisboa, Dom Quixote, 1997, p. 32. (Texto adaptado)
Texto 2
Naturalmente, os antigos peregrinos encontravam, assim, • um modificador de frase
motivos para se deterem em Alcobaça, porto de abrigo espiritual.
• dois modificadores do nome
Carlos Gil e João Rodrigues, Op. cit., p. 42.
(Texto adaptado)
Texto 3
Os peregrinos da Idade Média chegavam a esta vila pelo lado • dois modificadores do grupo
do nascente, e entravam na vila amuralhada pela porta do João verbal
Tição.
• dois modificadores do nome
Carlos Gil e João Rodrigues, Op. cit., p. 96.
(Texto adaptado)
Texto 1
Texto 2
Texto 3
13
Gramática Manual Seq. 4: p. 147; AI: p. 319
Funções sintáticas
(cont.)
1.1 Assinala aquelas em que o complemento direto destacado está completo, pois a frase tem gra-
maticalmente sentido (A), e os casos em que ela não tem sentido pois o complemento direto
exige algo que o complete (B): o seu predicativo. A/B
a. Os portugueses elegeram uma mulher.
b. Ontem comprei um apartamento.
c. Eu achei o João.
d. Eles tomaram o meu primo.
e. Os alunos consideraram difícil o teste.
2. Completa as frases nas quais o complemento direto está incompleto com um predicativo adequado.
3. Identifica os complementos diretos e respetivos predicativos presentes em cada uma das frases.
Complemento Predicativo do
Frases
direto complemento direto
4. Sublinha todos os complementos diretos presentes no texto que estejam acompanhados por um
predicativo – que deves também indicar.
14
3
Predicativo do sujeito e predicativo do complemento direto
1. Identifica, nos verbos destacados nas frases seguintes, os copulativos e os principais.
2. Identifica, nas palavras ou expressões destacadas, as que têm a função sintática de predicativo do sujeito e de
predicativo do complemento direto.
Predicativo Predicativo
Frases
do sujeito do complemento direto
3. Todas as frases que se seguem apresentam complementos diretos (em itálico). À direita destes complementos,
ocorre sempre uma expressão destacada.
3.1 Identifica os casos em que a expressão destacada tem a função sintática de predicativo do complemento
direto, pois completa o sentido desse complemento.
4. No texto que se segue, encontram-se dois predicativos do sujeito e dois predicativos do complemento direto.
4.1 Sublinha-os.
- Há quem o considere pintor, mas ele não é um artista reconhecido. Tem pintado alguns quadros,
- mas muito raramente. Além disso, estes quadros apresentam uma qualidade muito discutível: pare-
- cem, frequentemente, reproduções mal feitas. Conheci-o numa exposição coletiva, ele tinha lá dois
- ou três quadros. Tanto quanto me disseram, não conseguiu vender nenhum. Eu julgo este artista de
5 fraca qualidade, já o afirmei publicamente.
15
Gramática Manual Seq. 5: p. 192; AI: p. 320
Funções sintáticas
(cont.)
Complemento do nome
1. Identifica os complementos do nome presentes nas seguintes frases.
3. O complemento do nome presente na frase Os habitantes dessa ilha remota tiveram a possibili-
dade de adquirir as mercadorias porque o enorme navio as desembarcou facilmente no novo
porto, onde todos se reuniram logo que a embarcação atracou é
(A) remota.
(B) de adquirir as mercadorias.
(C) as mercadorias.
(D) novo.
Texto A
Dei-lhe a indicação dos livros importantes com a intenção de que ele os lesse; no entanto,
penso que ainda os não leu. Seria importante que o fizesse pois há neles informações sobre a
pesca do atum que lhe serão muito úteis. Apesar do ambiente agitado em que ele vive, penso
que a leitura desses livros deveria ser feita o mais depressa possível.
Texto B
A situação política e social em França revela-se complicada pois há muita agitação por cau-
sa de alguns subsídios que o governo pretende retirar. Asseguraram-me que o governo preten-
de a consecução dos seus objetivos financeiros até ao final deste ano. A possibilidade de isso
suceder parece-me, contudo, remota.
Texto C
A libertação desse prisioneiro não será feita brevemente. Na verdade, entende-se que o cri-
me é de tal gravidade que a sugestão de o libertar já é inaceitável. Eu sei que a família do crimi-
noso tem o desejo de o ter em casa no Natal.
16
Manual Seq. 1: p. 28; AI: p. 320
3
Complemento do adjetivo
1. Todas as frases que se seguem incluem um adjetivo destacado. Indica os que selecionam um com-
plemento e os que não selecionam.
a. O Pedro é alto.
b. O Pedro comprou um computador caro.
c. Fiquei admirado ontem.
d. O meu irmão está satisfeito.
e. Estes livros estão repletos.
Texto A
Como o meu gato mostrava estar agitado, atribuí essa agitação a ele estar cheio de fome;
decidi, por isso, dar-lhe de comer; vi que ficou satisfeito com a minha decisão: quando acabou
de comer aproximou-se de mim a ronronar…
Texto B
Há dias, vi o meu cão cansado, farto de correr pela quinta; chamei por ele. Aproximou-se,
predisposto a receber uma carícia. Mas, como a não teve, afastou-se e sentou-se.
Texto C
O meu cão fica incapaz de brincar quando está muito cansado; ele está sempre interessado
em dormir, depois das correrias pela quinta. É um animal muito bonito: no ano passado ganhou
um concurso de cães da sua raça, e eu fiquei muito orgulhoso com isso.
17
Gramática
Funções sintáticas
(cont.)
A poesia galaico-portuguesa
- A poesia galaico-portuguesa chegou até nós através de três Cancioneiros manuscritos: o
- da Biblioteca da Ajuda, dos últimos decénios do século XIII, o da Biblioteca Nacional de Lisboa,
- antigo Colocci-Brancuti, copiado em Itália em começos do século XVI por ordem do huma-
- nista Angelo Colocci e comprado pelo governo português em 1924, depois da sua descoberta
5 na biblioteca do conde Brancuti, e o da Biblioteca do Vaticano, originário também da biblioteca
- de Angelo Colocci. É constituída por cerca de 1680 textos de caráter profano, da autoria de 153
- trovadores e jograis. A sua cronologia abrange o período que vai desde fins do século XII até à
- segunda metade do século XIV.
- É uma poesia escrita numa língua comum a poetas de origem diversa: galegos, portu-
10 gueses, leoneses e até provençais, como Raimundo de Vaqueiras, que escreveu entre 1180 e
- 1205, o que demonstra a existência de uma tradição oral, já firmada por essa altura, de que
- não restam testemunhos diretos. Isto prende-se, por outro lado, com o debate sobre a origem
- de um dos aspetos mais originais dessa poesia – as cantigas de amigo, em que é a rapariga
- que fala – cuja tradição pode remontar a uma lírica peninsular pré-trovadoresca: as jarchas
15 moçárabes, muito próximas, do ponto de vista formal e temático, do universo das cantigas.
- A variedade dos autores – desde reis, como D. Dinis, bastardos de sangue real, como
- D. Afonso Sanches e D. Pedro de Portugal, nobres como Afonso Lopes de Baião, Pay Gomes
- Charinho, Gonçal’Eanes do Vinhal, até eclesiásticos como D. Gomez Garcia, abade de
- Valhadolide, cavaleiros como Roy Queimado, escudeiros como Pero da Ponte, além de mui-
20 tos outros, burgueses, judeus, homens de letras – dá um quadro do mundo que esta poesia
- retrata. Sátiras políticas e pessoais, muitas vezes de grande violência, nas cantigas de escarnho
- e mal dizer, ou quadros de um lirismo extremo, com um cenário simbólico em que a fonte,
- o cervo, os cabelos ou o vestido da rapariga, a vegetação, sugerem uma elaborada composi-
- ção, nas cantigas de amigo, ou ainda a complexidade dos sentimentos em relação à senhor, (…),
25 nas cantigas de amor, dão-nos uma imagem da vida medieval nos seus aspetos mais diversos.
18
3
Funções sintáticas em textos – II
Texto 1
http://cinecartaz.publico.pt
(Consultado em 15-10-2014)
Texto 2
Clube de Elite
- Alistair Ryle e Miles Richards são dois jovens de famílias aristocráticas que se iniciam
- na prestigiada Universidade de Oxford. Para além de serem ambos caloiros, a única coisa que
- têm em comum é terem sido aceites no Clube de Elite que, tal como o nome indica, se ca-
- racteriza por ser bastante rigoroso na escolha dos novos membros. Quando os dois rapazes
5 tomam parte no jantar anual do clube, apercebem-se, da pior maneira possível, de até onde
- podem ir os excessos daquele grupo e de que forma a reputação de alguém pode ser construí-
- da e tragicamente destruída numa única noite…
- Com realização de Lone Scherfig («Uma Outra Educação», «Um Dia»), adapta a peça
- «Posh», da dramaturga inglesa Laura Wade, que se inspira no verdadeiro Bullingdon Club.
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(Consultado em 15-10-2014)
19
Gramática
Funções sintáticas
(cont.)
Texto 3
A boa mentira
- Entre 1983 e 2005, durante os terríveis anos da Guerra Civil que assolou o Sudão, estima-
- -se que mais de dois milhões de pessoas tenham perdido a vida. Em busca de abrigo, um sem-
- -número de famílias deixou as suas casas e seguiu em direção a campos de refugiados. Devido
- à situação caótica em que viviam, perto de 27 mil crianças foram separadas dos pais, fazendo
5 o trajeto sozinhas. Eram estes os «lost boys/girls», crianças de todas as idades que, fugindo
- aos perigos e, muitas vezes, acompanhadas pelos irmãos, percorriam milhares de quilóme-
- tros para alcançar os campos. Alguns anos mais tarde, um esforço humanitário levou para os
- EUA algumas destas crianças.
- 1993. Mamere e Theo são filhos do chefe de uma pequena aldeia no Sul do Sudão. Quan-
10 do um ataque das milícias destrói toda a aldeia e lhes mata os pais, Theo é forçado a liderar
- um grupo de jovens sobreviventes e levá-los para um lugar seguro. Nesse árduo percurso, vão
- encontrando outras crianças em fuga. Entre elas está Jeremiah, de 13 anos, um rapaz inteli-
- gente e destemido que os ajuda a chegar com vida ao campo de refugiados de Kakuma, no
- Quénia. Anos mais tarde, Mamere, Theo e Jeremiah têm a oportunidade de deixar o campo
15 e de se estabelecerem na América. Ao chegarem a Kansas City, no Missouri, são recebidos por
- Carrie Davis, que foi incumbida de os ajudar a retomar as suas vidas. Para ela, esta será uma
- oportunidade de perceber como a generosidade e o despojamento podem fazer realmente a
- diferença na vida de alguém.
- Com argumento de Margaret Nagle e realização de Philippe Falardeau (argumentista
20 e realizador de Monsieur Lazhar, nomeado para o Óscar de Melhor Filme Estrangeiro), uma
- história dramática baseada em factos reais que conta com Reese Witherspoon como prota-
- gonista e com os atores Emmanuel Jal, Arnold Oceng, Ger Duany e Kuoth Wiel, alguns dos
- quais viveram de perto a experiência mostrada no filme.
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(Consultado em 15-10-2014)
3. Identifica, no último parágrafo, o primeiro adjetivo com a função sintática de modificador do nome
restritivo.
20
3
Funções sintáticas em textos – III
Teresa Amado (apresentação crítica), Crónica de D. João I de Fernão Lopes, Lisboa, Seara Nova / Comunicação, 1980, p. 19.
(Texto com supressões)
1. Identifica no texto:
Texto 2
Funções sintáticas
(cont.)
Texto 3
- É na 1.ª Parte [da Crónica de D. João I], em torno do cerco de Lisboa, que têm lugar as
- mais intensas experiências de sofrimento e de regozijo, de traição, de dedicação, de coragem
- coletivas. O discurso que as narra participa das próprias emoções. E é igualmente num tom
- comovido que a batalha de Aljubarrota, em última análise decidida para defender Lisboa, é
5 tratada também como um acontecimento popular, na expectativa que a antecede, nas rea-
- ções que provoca nos dois países, e na participação dos que nela lutam.
2. Escolhe a opção correta. A expressão «das próprias emoções», l. 3, tem a função sintática de
(A) sujeito.
(B) complemento indireto.
(C) complemento oblíquo.
(D) complemento direto.
22
3
Funções sintáticas em textos – IV
Lê o texto.
Texto 1
História trágico-marítima
- Ora, vendo o piloto, o mestre, os marinheiros, que havia perto de três dias que andavam
- eles neste trabalho; que recebiam os nossos muito dano dos tiros disparados pelos France-
- ses, e que já lhes ia faltando a pólvora, – pediram ao fidalgo e aos que o ajudavam que consen-
- tissem enfim na rendição, pois lhes era impossível o prosseguir na defesa: não fossem causa
5 de os matarem a todos, ou de os meterem no fundo! Responderam a isto os combatentes que
- estavam decididos a não se renderem enquanto capazes para pelejar. Os outros, vendo-os
- assim determinados, deram de súbito com as velas em baixo, e começaram a bradar para os
- Franceses: entrassem, entrassem na nau, que se lhes rendia!
- Os que combatiam, indignados, quiseram matar o piloto e o mestre, pelo ato de fraque-
10 za a que forçavam todos; não tardou, porém, que subissem e entrassem dezassete Franceses,
- armados de espadas, de broquéis, de pistoletes, e alguns deles com alabardas. Num instante
- se assenhorearam da nau.
- Verificando a maneira como vinha esta, perguntaram com que artilharia e que muni-
- ções se haviam defendido tantos dias, e o número dos homens que combatiam. Responde-
15 ram-lhes que só Jorge de Albuquerque fizera tudo, para o carregarem a ele com toda a culpa.
- Ouvindo isto, dirigiu-se o capitão dos Franceses a Jorge de Albuquerque Coelho com o rosto
- soberbo e melancólico, e disse-lhe assim:
- – Que coração temerário é o teu, homem, que tentaste a defesa desta nau tendo tão pou-
- cos petrechos de guerra contra a nossa, que vem tão armada, e que traz seis dezenas de arca-
20 buzeiros?
«As terríveis aventuras de Jorge de Albuquerque Coelho (1565)», in História trágico-marítima – narrativas
de naufrágios da época das conquistas, Lisboa, Sá da Costa Editora, 2009. (Adaptação de António Sérgio)
1. Identifica, nas palavras ou expressões destacadas no texto, as funções sintáticas a seguir indicadas.
Funções sintáticas
(cont.)
Lê o texto.
Texto 2
a. O primeiro sujeito sintático presente no texto encontra-se à esquerda da forma verbal res-
petiva e o segundo à direita.
b. A função sintática da oração subordinada substantiva completiva «que o cabo se embru-
lhara nuns pregos.», l. 7, é de complemento direto da forma verbal / elemento subordinante
«viu», l. 7.
c. A função sintática imediatamente seguinte à do complemento indireto «a Afonso Luís»,
l. 7, é a de modificador do nome restritivo.
d. A função sintática da oração subordinada substantiva completiva «que alassem por ele de
cima», l. 9, é de complemento direto da forma verbal / elemento subordinante «disse», l. 9.
e. Na frase «caiu a cruz solta», l. 10, o sujeito encontra-se à direita da forma verbal.
f. A última oração subordinada presente no texto tem a função sintática de complemento
direto.
24
Manual AI: pp. 321-322
4
Coordenação
1. Classifica as orações coordenadas destacadas em cada uma das frases seguintes.
b. À saída de Miranda do Douro, vai o viajante aguçando a observação para que nada se perca ou
alguma coisa se aproveite.
g. À noite (…) deve haver grandes conversas entre elas, quem estava, quem casou ou saiu batizado…
h. Riu-se a terra, corou o céu envergonhado, e o viajante continuou viagem para Murça.
Segmentos textuais extraídos de José Saramago, Viagem a Portugal, Lisboa, Caminho, 2011.
(Texto adaptado)
2. As orações coordenadas na frase Nem vou a Paris no próximo ano nem me deslocarei a Londres são
25
Gramática
Coordenação
(cont.)
3. Une as frases simples presentes na coluna da esquerda de modo a obteres frases complexas forma-
das por coordenação, conforme indicado na coluna da direita.
a.
b.
c.
d.
e.
f.
B. As empresas que são nossas doadoras contratam-nos com frequência, mas eles também
ingressam noutras ou criam as suas de raiz. A filosofia orientadora é que, depois de eles se
formarem, paguem a sua formação.
Duas orações:
C. … a lagoa neste troço do Okavango era escura e parecia profunda, pois estava envolvida na
sombra quando o sol se pôs atrás dela, mas o sol oblíquo dourou os juncos do pântano e
cintilou nos ramos das acácias…
Quatro orações:
26
Manual AI: pp. 321-322
5
Subordinação
Orações subordinadas adverbiais
1. Sublinha com cores distintas, nas frases abaixo reproduzidas, os diferentes tipos de orações subordi-
nadas adverbiais e as orações subordinantes que delas dependem.
h. Como faltam alguns meses para o teu regresso, escrevo-te este postal. Causal
i. Lisboa é uma cidade mais bonita do que todas essas capitais. Comparativa
j. O café «A Brasileira» ficou conhecido já que o seu fundador importava o
Causal
melhor café do Brasil.
k. Embora conheçamos várias capitais europeias, Lisboa é a que preferimos. Concessiva
l. Caso visitemos Lisboa no próximo ano, iremos visitar o Museu dos Coches. Condicional
Algumas destas frases foram extraídas, por vezes com ligeiras adaptações,
de AA. VV., Lisboa – viagens e histórias, Maia, Objecto Anónimo, 2011.
2.1 «Cá está a coleira. O viajante disse e cumpriu: mal entrasse em Lisboa iria ao Museu de Arqueo-
logia e Etologia à procura da falada coleira usada pelo escravo dos Lafetás. Podem-se ler os di-
zeres. «Este preto he de Agostinho de Lafetá do carvalhal de Óbidos.» O viajante repete uma
vez e outra para que fique gravado nas memórias esquecidas. Este objeto, se é preciso dar-lhe
um preço, vale milhões de contos, tanto como os Jerónimos aqui ao lado (…)».
27
Gramática
Subordinação
(cont.)
2.2 «O viajante não pode ficar. Se se deixa prender não sairá daqui, porque esta igreja é das mais
belas coisas que até agora os seus olhos viram.»
a. Oração subordinada adverbial condicional
b. Oração subordinada adverbial causal
2.3 «O dia vai desandando para o crepúsculo. Deixa o viajante Rio Mau, mete-se à estrada e, se não
fosse tão arriscado o negócio, iria de olhos fechados para conservar mais tempo a impressão
magnífica.»
a. Oração subordinada adverbial condicional
b. Oração subordinada adverbial final
3. Identifica as orações subordinadas adverbiais presentes nos segmentos textuais seguintes e classi-
fica-as.
a. «(…) mas este Minho é de um tal viço, agora em novembro como o será em maio, que o viajante se
aturde e perde em meio de verdes que resistem às outoniças cores e acabam por vencer.»
b. «Linhares é boa terra. Mal desembarcou, logo o viajante criou amizade com o encarregado das
obras que se faziam na igreja da misericórdia (…).»
c. «Embora a manhã esteja no princípio, faz calor. Os garotos não interrompem o jogo, e o visitante
começa a fatigante ascensão para o castelo.»
d. «Como a tarde vai chegando ao fim, o viajante quer dar uma última vista de olhos à paisagem de
onde veio.»
e. «Vai o viajante assim refletindo quando outra vez lhe aparece pela frente o Guadiana, agora de
amplo e pacífico regaço.»
f. «E de repente, (…) surge a opulência da floresta, a mata do Gerês, as altas árvores que o viajante
vai olhando enquanto desce para a barragem da Caniçada.»
g. «o que vê é a pedregosa margem espanhola do Douro, de tão dura substância que o mato mal lhe
pôde meter o dente.»
28
5
Orações subordinadas substantivas completivas
1. Identifica as orações subordinadas substantivas completivas presentes nas frases seguintes.
a. Neste momento ainda o viajante não sabe que alguns dias mais tarde há de estar em Bragança.
b. (…) quando muito mais tarde torna à sua dúvida, decide que o caso não tem importância.
h. Quando o viajante sai para o claustro pergunta a si próprio se os apóstolos e os diáconos (…) esta-
rão cantando responsos…
i. As mulheres tinham dito ao viajante para virar à esquerda junto à fonte grande.*
j. (…) vai beber água daquela fonte, pedir que lhe abram a porta da igreja do antigo mosteiro…
l. Ao acordar, na manhã seguinte, o viajante acredita que terá o seu dia estragado.
A maior parte das frases ou segmentos textuais reproduzidos no exercício 1 são extraídos de José Saramago,
Viagem a Portugal, Lisboa, Caminho, 2011.
Indicam-se com * os que não são.
2. Sublinha o elemento subordinante de cada uma das orações subordinadas que identificaste, isto é, a
forma verbal da qual dependem.
29
Gramática
Subordinação
(cont.)
2. Atenta nas orações subordinadas adjetivas relativas presentes nos segmentos textuais seguintes.
A. Entre Vinhais e Rebordelo a chuva foi constante. Este caminho é uma festa que o céu acompanha
enviando tudo quanto tem para mostrar.
B. O viajante, que vem de paisagens agrestes e rudezas primitivas, tem de habituar-se outra vez à
presença do trabalho transformador.
C. Nunca se sabe o que espera o viajante que se mete ao caminho, mas o aviso cá fica.
D. São gigantes pessoas, e isto não passa de imaginações do viajante, que as tem pródigas, quando se
está mesmo a ver que têm os homens o seu tamanho natural, e basta.
E. Torna a passar a ponte depois de ter deitado um olhar de despedida à trecentista Nossa Senhora
da Piedade que está no nicho.
Segmentos textuais extraídos de José Saramago, Viagem a Portugal, Lisboa, Caminho, 2011.
30
5
2.1 Indica as afirmações verdadeiras (V) e as falsas (F). Corrige as falsas. V/F
a. Em A ocorre uma oração subordinada adjetiva relativa restritiva.
b. Em B ocorre uma oração subordinada adjetiva relativa restritiva.
c. Em C ocorre uma oração subordinada adjetiva relativa explicativa.
d. Em D não ocorre nenhuma oração subordinada adjetiva relativa.
e. Em E ocorre uma oração subordinada adjetiva relativa restritiva.
2.2 Transcreve o elemento subordinante do qual dependem todas as orações adjetivas relativas que
identificaste.
3. Das três orações subordinadas substantivas relativas presentes nas frases seguintes só uma tem a
função sintática de complemento direto.
31
Gramática
Subordinação
(cont.)
Subordinação em Os Lusíadas
1. Identifica em cada segmento textual as orações subordinadas indicadas.
e. «Dai-me igual canto aos feitos da famosa / Gente vossa, que a Marte tanto
ajuda; / Que se espalhe e se cante no Universo, / Se tão sublime preço Adjetiva relativa explicativa
cabe em verso. Adverbial condicional
Canto I, estância 4, vv. 5-8
32
5
Segmento textual Orações subordinadas
h. «Quem valerosas obras exercita, / Louvor alheio muito o esperta e incita.» Substantiva relativa
Canto V, estância 92, vv. 7-8 (sem antecedente)
j. «Mas o pior de tudo é que a ventura / Tão ásperos os fez e tão austeros, /
Tão rudos e de ingenho tão remisso, / Que a muitos lhe dá pouco ou nada Adverbial consecutiva
disso.»
Canto V, estância 98, vv. 5-8
m. «Da boca dos pequenos sei, contudo, / Que o louvor sai às vezes acabado.»
Substantiva completiva
Canto X, estância154, vv. 3-4
33
Gramática
Subordinação
(cont.)
Texto 1
- A minha primeira invitation au voyage [vontade de partir, de viajar] chegou-me sob a for-
- ma de uma velha coleção da National Geographic, que existia no sótão da casa de campo de
- um tio meu. Sei de cor o cheiro daqueles suculentos volumes da revista, uma mistura de tinta
- envelhecida com o insidioso bafo de humidade que os invernos à sombra da serra de Sintra
5 deitavam em todas as coisas.
António Mega Ferreira, Papéis de jornal – Crónicas – 2013 – 2010, Lisboa, INCM, 2011, pp. 22-23.
a.
b.
- O nosso mundo era tão apertado, nesse tempo, que qualquer coisa tinha para nós o per-
- fume do exotismo; as nossas referências eram tão parcas, que o luxo aparente do bom papel,
- das boas fotografias e da boa impressão, chegavam para nos fazer sonhar, até com viagens
- mais modestas. A National Geographic era de outros céus e por isso lhe devo tanto.
António Mega Ferreira, Op. cit.
Texto 2
-
No interior de uma casa com fachada de azulejos dourados, vivia uma família que tanto
-
discutia como sorria. Era a casa de uma família como tantas outras, cujas paredes encerravam
-
histórias que não passavam cá para fora.
-
A vizinhança sabia que viajavam com frequência. Em certas alturas do ano, lá estava
5
a menina à porta para pedir que lhe tomassem conta do gatinho / enquanto estivessem
-
ausentes.
AA. VV., Lisboa – viagens e histórias, Maia, Objecto Anónimo, 2011, p. 21.
(Texto adaptado)
34
5
- De acordo com o patriarca da família, que repetia esta história aos restantes habitan-
- tes da casa, corria-lhes nas veias o sangue de um marinheiro anónimo. Eram descendentes de
- um homem dos mares que participara na gesta dos Descobrimentos, pois embarcara com
10 Pedro Álvares Cabral na célebre viagem em que acostaram a terras de Vera Cruz.
- Para atestar a veracidade daquela narrativa, existia uma enfiada de contas que trai sido
- oferecida por um ameríndio ao marinheiro anónimo, em troca de um sombreiro preto.
2. Escolhe a opção correta. As quatro orações subordinadas destacadas no texto são, respetivamente,
(A) subordinada adverbial final / subordinada adjetiva relativa restritiva / subordinada adjetiva
relativa explicativa / subordinada adjetiva relativa restritiva.
(B) subordinada adjetiva relativa explicativa / subordinada adjetiva relativa restritiva / subordi-
nada adverbial final / subordinada adjetiva relativa restritiva.
(C) subordinada adverbial final / subordinada adjetiva relativa explicativa / subordinada adjetiva
relativa restritiva / subordinada adjetiva relativa restritiva.
(D) subordinada adjetiva relativa restritiva / subordinada adjetiva relativa explicativa / subordi-
nada adjetiva relativa restritiva / subordinada adverbial final.
Texto 3
- Apesar da partida de mau gosto que nos pregou, será a vila de Mogadouro o ponto de
- partida para esta viagem. Embarquemos para oriente, em direção a Santiago e ao cometimen-
- to da primeira façanha: a pouco aconselhável travessia da serra de Variz, pelo caminho flores-
- tal, que liga duas povoações, Santiago e Variz.
5 É uma aldeiazita de pacatez ensoalhada, como são as outras aldeias destes arredores,
- tem alguns traços a marcar-lhe a fisionomia.
- Comecemos no castelo esta incursão por Campo Maior. Recordemos que a vila foi víti-
- ma da conquista cristã, já por meados do século XIII.
- Vamos cortar à esquerda, cerca das Furadas e da Chamorra, para atravessar o Caia em
10 fácil vau neste setembro ainda seco.
Fernando António Almeida, Percursos de fim-de-semana, Lisboa, Dom Quixote, 1992, pp. 41, 136, 223 e 230.
(Texto adaptado, com supressões)
A B C
a a a
1. – adverbial comparativa 1. – adjetiva relativa restritiva 1. – adjetiva relativa restritiva
a
2. – adverbial final 2. – adjetiva relativa explicativa 2.a – adjetiva relativa explicativa
a
35
Gramática
Subordinação
(cont.)
Coordenação e subordinação
Classificar orações
Texto 1
- O dia amanheceu sem nuvens e morno, ideal para esta época do ano. Às nove da ma-
- nhã, encontrei-me com o motorista do camião, e o homem disse-me que partíamos às onze.
- Às onze, estavam a carregar latões de combustível, e o ajudante do motorista disse-me para
- estar pronto à uma. À uma, tinha eu mandado vir as malas para baixo, quando me disseram
5 que não partíamos hoje. Os outros passageiros voltaram todos ontem para as suas aldeias,
- por causa da chuva, e ainda não regressaram.
Robert Byron, A estrada para Oxiana, Lisboa, Tinta da China, 2014, p. 148.
(Texto adaptado)
1. Identifica no texto:
a. as três orações subordinadas substantivas completivas.
Texto 2
- Os habitantes desta aldeia são estranhamente pouco prestáveis. Ovos? Parafina? Feno?
- Não tinham nada disso. Disse-lhes que pagava. Mas, vendo-me na companhia de um funcio-
- nário público, não acreditaram em mim. A autoridade do meu guia acabou por conseguir o
- que queríamos, e também uma casa para pernoitar, que é feita de quatro paredes e tem um
5 buraco no teto. Infelizmente, o fumo da fogueira que se encontrava no meio do chão não saía
- por aquele buraco. Mas é agradável estar quente para variar. Somos sete dentro de casa.
36
5
2. Identifica a única oração subordinada adjetiva relativa explicativa presente no texto.
Texto 3
- Partimos num Ford: Ali Asgar, o meu novo criado, o «sultão» (nome pelo qual é desig-
- nado o capitão), o motorista, o respetivo ajudante e eu, juntamente com as malas, a comida e
- o vinho. Desta vez, viajo principescamente, para poupar tempo. Sem criado, perde-se meio-
- -dia só para fazer e desfazer as malas.
Robert Byron, Op. cit, p. 202.
Texto 4
Continuamos a subir pelo vale. (…) Quando vimos maçãs silvestres, pedimos a um
nativo que as fosse colher. Depois, ele subiu aos coqueiros para nos trazer cocos.
1. Escolhe a opção correta. As três orações subordinadas destacadas no texto são, respetivamente
(A) adverbial causal, substantiva completiva, adjetiva relativa.
(B) adverbial final, adverbial temporal, adverbial causal.
(C) adverbial temporal, substantiva completiva, adverbial final.
(D) substantiva completiva, adverbial consecutiva, adverbial final.
37
Gramática
Subordinação
(cont.)
Texto 5
Texto 6
Ao pôr do sol, o vento amainou, embora estivesse ainda muito forte para o barco.
Tehei apresentou-nos um nativo que consentiu em levar-nos no seu barquinho até Raiatea
pela quantia incrível de dois dólares chilenos.
Jack London, O cruzeiro do Snark, Lisboa, Antígona, 1998, p. 182.
(Texto adaptado)
1. Escolhe a opção correta. As duas orações subordinadas destacadas no texto são, respetivamente
(A) adverbial consecutiva, adverbial concessiva.
(B) adverbial final, adverbial temporal.
(C) adverbial temporal, substantiva completiva.
(D) adverbial concessiva, adjetiva relativa.
38
Manual Seq. 1: p. 41 Seq. 4: p. 131
6
Arcaísmos e neologismos
Arcaísmos
Lê o excerto da Farsa de Inês Pereira de Gil Vicente.
Texto 1
1. Indica se as seguintes afirmações são verdadeiras (V) ou falsas (F). Corrige as falsas. V/F
a. As palavras «tristura», v. 8, e «asinha», v. 12, são arcaísmos visto que deixaram de se usar
na língua portuguesa.
b. A palavra «prenhe», v. 5, não é um arcaísmo uma vez que ainda é usada em certos registos
do português moderno.
c. A forma de tratamento familiar, na segunda pessoa do plural, que se observa no diálogo
entre Lianor Vaz e Inês Pereira, é um arcaísmo, uma vez que caiu em desuso no português
moderno.
d. A palavra «casta», v. 6, é um arcaísmo, na medida em que esta palavra deixou de se usar
no português moderno.
e. As formas verbais «havedes», v. 10, e «casade», v. 11, são formas arcaicas às quais corres-
pondem as que se utilizam na comunicação atual, respetivamente, haveis e casai.
f. A forma verbal «perdeo», v. 14, é um arcaísmo, visto que não se utiliza na comunicação do
português moderno.
39
Gramática
Arcaísmos e neologismos
(cont.)
Palavras do português
Arcaísmos
contemporâneo
A. «– U matom o Mestre?»
D. «Vendo ele estonce que nenhuma dúvida tinha e sua segurança (…),
cavalgou com os seus acompanhado de todos os outros».
E. «E ele respondia, adur podendo ser ouvido, que lho agradecia muito».
3.1 Identifica entre as palavras destacadas a única que não é um arcaísmo. Justifica.
40
6
Neologismos
Lê o texto.
Texto 2
- O BANIF vai abandonar de vez o mercado espanhol com a deslocalização, para Lisboa,
- das funções «de seguimento e recuperação de crédito» quanto ao negócio que a instituição
- ainda tinha do BANIF Mais em Espanha. A operação tinha sido herdada com a compra do
- Banco Mais pelo grupo em 2009.(…).
5 Fonte oficial sublinha que «a decisão de descontinuar a originação de carteiras em Es-
- panha» já estava tomada há anos, sendo o ativo líquido, à data de 31 de março de 2014, de
- apenas três milhões de euros. Por outro lado, confirma que «a racionalização em causa irá
- traduzir-se numa deslocalização, para Lisboa, de funções de seguimento e recuperação de
- crédito». Havia ainda a participação direta de 33,32% que ainda restava no Banco Pueblo e que
10 será também para vender. (…)
http://economico.sapo.pt/noticias/banif-deixa-definitivamente-o-mercado-espanhol_193099.html
(Texto adaptado, consultado em 18-10-2014)
1.1 Identifica no texto a palavra utilizada para indicar essa mudança de local.
[Imagem 1] [Imagem 2]
In Blogue Educação do meu umbigo, Exame informática, nº 226, abril de 2014, p. 15.
https://educar.wordpress.com/2014/10/ (consultado em 30-10-2014)
2.2 Indica os processos de formação de palavras que estão na origem desses neologismos.
Imagem 1: Imagem 2:
41
Gramática
Arcaísmos e neologismos
(cont.)
2.3 Apresenta o significado possível de cada um deles tendo em conta o seu processo de formação.
Imagem 1: Imagem 2:
3. Lê o texto seguinte.
- Como as aves são animais ubíquos, podem observar-se em qualquer lugar, desde os buli-
- y\`\`]N_^bR`RWN_QV[`PVaNQV[\`Nazt``\``RTNQN`g\[N`»\_R`aNV`RNT_~P\YN`QR`QR\[~cRY
- do mar, nas costas rochosas e arenosas, até aos píncaros mais agrestes dos cumes montanho-
- sos, passando pelas zonas húmidas dulçaquícolas, ribeirinhas e lagunares, e pelas planícies
5 cerealíferas alentejanas entre muitos outros locais.
Superinteressante, nº 195, julho de 2014, p. 32.
a. «citadinos», l. 2.
b. «dulçaquícolas», l. 4.
c. «lagunares», l. 4.
d. «cerealíferas», l. 5.
4. Em cada uma das séries seguintes, indica a única palavra que não é neologismo.
Correção da falsa:
42
Manual Seq. 5: pp. 177, 183 AI: p. 325
7
Campo lexical e campo semântico
Campo lexical
Lê o texto.
Texto 1
- Chega a Portugal uma competição única e nunca antes vista. O NOS Air Race
- Championship é um campeonato de corridas de aviões, com um novo conceito que tem como
- base as famosas Reno Air Races, que contam já com mais de 50 anos de existência nos Estados
- Unidos. O conceito, baseado no modelo dos principais eventos motorizados, foi sanciona-
5 do pela primeira vez por membros da RARA (Reno Air Race Association), que avaliaram este
- projeto como tendo todas as características para se tornar numa competição aérea singular a
- nível mundial. Escolheram Portugal para realizar a primeira prova pela inquestionável beleza
- da baía de Cascais e por reunir condições climatéricas de exceção. Assim, nos próximos dias
- 4, 5 e 6 de julho, sobre a baía de Cascais, decorrerá a corrida aérea mais emocionante e com-
10 petitiva que Portugal já teve oportunidade de testemunhar. Com múltiplas aeronaves a voar
- simultaneamente e pilotadas por um grupo internacional de aviadores de elite, o NOS Air Race
- Championship é um evento que combina a competitividade, a localização privilegiada e um
- espetáculo emocionante. O NOS Air Race Championship alia o que têm de melhor as melhores
- provas a nível internacional, num evento ímpar, em que aeronaves a voar a 350 quilómetros
15 por hora e 30 metros acima do nível do mar superarão todas as expectativas, dando ao público
- a oportunidade de ver ao vivo uma corrida aérea que conjuga competição e acrobacia no mes-
- mo espetáculo.
Superinteressante, nº 195, julho de 2014, p. 96.
43
Gramática
Campo lexical e
campo semântico (cont.)
2. Identifica no texto palavras (nomes, verbos, adjetivos) ou expressões que pertençam aos campos
lexicais de:
Competição Aviação
3. A palavra «mar», l. 15, possui um campo lexical mais vasto do que aquele em que aparece no texto.
3.1 Entre as palavras constantes da tabela, sublinha as que não fazem parte do seu campo lexical.
4. A palavra «prova», l. 7, pode pertencer a campos lexicais diferentes, consoante o contexto em que se
encontre.
Observa os exemplos:
• Fui ao meu alfaiate fazer a última prova de um fato que mandei confecionar.
• Os investigadores encontraram uma prova de que ele se encontrava no local do assalto.
No 1.o caso, prova pertence ao campo lexical de vestuário; no segundo, inclui-se no campo lexical de
crime.
4.1 Completa os respetivos campos lexicais na grelha seguinte, indicando pelo menos três nomes,
dois adjetivos e três verbos para cada um deles.
prova prova
44
Manual Seq. 2: p. 55 AI: p. 325
7
Campo semântico
Lê o excerto da Farsa de Inês Pereira.
Texto 1
1. O verbo dar possui vários significados, consoante os contextos em que se encontre. O conjunto de
todos esses significados constitui o seu campo semântico.
A B
g. Como a decisão era difícil, dei-lhe algum tempo para refletir. 7. distribui
Campo lexical e
campo semântico (cont.)
a. atribuir;
b. render (proporcionar uma renda);
c. bater, soar;
d. sentir-se.
4. Seleciona a opção correta. O verbo ver, no contexto em que se encontra («vês», v. 6), tem o significado
de
a. observar.
b. saber.
c. avistar.
d. encontrar-se.
4.1 Elabora uma frase em que o verbo ver se encontre no seu sentido mais frequente.
5. Lê as frases seguintes.
5.1 Indica em qual das frases a palavra garganta aparece no seu sentido mais comum (sentido
denotativo).
a. Deixa-te dessas ameaças, só tens garganta!
b. Atravessar o desfiladeiro apenas é possível através de uma garganta muito estreita.
c. O meu primo tem frequentes dores de garganta.
6. Sublinha o único verbo mencionado no quadro que pode substituir as palavras destacadas nas frases
seguintes.
A. Foi Souto de Moura quem concebeu o projeto da «Casa das Histórias», em Cascais.
B. O Pedro completou vinte anos em dezembro.
C. Este texto não foi escrito por ela.
D. Naquele lagar fabrica-se o melhor azeite do país.
E. A queda do muro provocou um barulho enorme.
7. Com a ajuda de um dicionário, elabora duas frases em que o nome «trama», v. 3, possua um signifi-
cado diferente do que se encontra no texto.
46
Manual Seq. 1: p. 32
8
Processos irregulares
de formação de palavras
1. Relaciona as afirmações da coluna A com as da coluna B de forma a obteres definições dos diversos
processos irregulares de formação de palavras.
A B
a. O acrónimo é uma palavra que se constitui a partir da 1. diferentes, de modo a formar novas palavras.
Lê o texto seguinte.
http://www.ionline.pt/artigos/portugal/metade-das-vitimas-avc-nao-chamam-inem
(Texto adaptado, consultado em 06-12-2014)
2.1.1 Justifica.
47
Gramática
Processos irregulares de
formação de palavras (cont.)
4.1 Elabora duas frases diferentes em que estas palavras tenham os significados que aparecem nos
verbetes seguintes:
vírus nome masculino Programa executado vacina nome feminino Programa destinado
independentemente da vontade do utilizador e a impedir a contaminação do computador por
geralmente sem seu conhecimento, capaz de um ou mais tipos de vírus determinados.
criar cópias de si mesmo em meios magnéti- vacinação substantivo feminino Acto ou
cos e na memória primária de computadores, efeito de vacinar.
e que geralmente danifica, corrompe ou destrói vacinado adjectivo e substantivo masculino
1. Que ou o que se vacinou. 2. Diz-se daquele
as informações armazenadas, trava a máquina
em que se inoculou a vacina.
ou provoca outros efeitos indesejáveis.
Dicionário eletrónico Houaiss
Dicionário eletrónico Houaiss (Texto adaptado)
(Texto adaptado)
48
8
5. Lê o texto.
- Colin Firth está prestes a incendiar de novo os corações femininos no mais recente
- filme de Woody Allen, «Magia ao luar», nos cinemas desde quinta-feira. O ator oscarizado
- deleita-se no papel de Stanley Crawford, um mágico charmoso que enverga smoking e está
- decidido a denunciar como charlatã uma médium espírita, Sophie Baker (Ema Stone). Pas-
5 sado na Riviera francesa nos anos 1920, o filme é um soufflé cómico delicioso que aproveita
- a química romântica inflamável entre Firth e Stone e também os locais aliciantes e figurinos
- de época (…).
5.1 Identifica as afirmações verdadeiras (V) e as falsas (F). Corrige as falsas. V/F
a. A palavra smoking, l. 3, é um empréstimo, uma vez que surge na língua para identificar
um tipo de vestuário para o qual não existia uma palavra portuguesa.
b. A palavra «charmoso», l. 3, provém do étimo francês charme. Trata-se, portanto, de
um empréstimo.
c. A palavra médium, l. 4, é um empréstimo do latim, visto não existir em português a
palavra para designar alguém que se dedica à prática do espiritismo.
d. A palavra soufflé, l. 5, é um empréstimo do francês, visto não existir na língua portu-
guesa um nome para designar essa especialidade culinária.
e. A palavra «inflamável», l. 6, formou-se a partir do étimo latino FLAMA. Trata-se, portan-
to, de um empréstimo.
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(Texto adaptado, consultado em 12/10/2014)
5.2.3 Indica três palavras do campo lexical das TIC (Tecnologias da Informação e Comunicação)
que tenham entrado no português como empréstimos do inglês.
49
Gramática
Processos irregulares de
formação de palavras (cont.)
Lê o texto seguinte.
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=734000
(Texto adaptado, consultado em 17-10-2014)
50
8
7. Considera a palavra «cibernautas», ll. 20-21.
7.1 Seleciona a opção correta. Esta palavra resulta da junção de partes das palavras cibernética +
astronauta. Trata-se, portanto, de uma
a. sigla.
b. extensão semântica.
c. amálgama.
d. truncação.
7.2 Encontra outra palavra no texto que se tenha formado como «cibernauta».
Lê o texto.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Metro_sobre_pneus
(consultado em 17-10-2014)
8. Identifica a palavra por que vulgarmente se conhece o transporte metropolitano subterrâneo, como
o de Paris.
8.1 O processo de formação irregular de palavras que te permitiu identificar essa palavra designa-se
a. extensão semântica.
b. truncação.
c. amálgama.
d. empréstimo.
8.2 Encontra no texto uma outra palavra que se tenha formado pelo mesmo processo.
51
Gramática
Processos irregulares de
formação de palavras (cont.)
8.4 Seleciona, entre as palavras destacadas das frases seguintes, a única que é formada por trun-
cação.
a. Hoje tive um furo a matemática ao 3.o tempo.
b. A tecnologia Laser veio revolucionar as intervenções cirúrgicas.
c. Os principais perigos da Internet residem no software malicioso utilizado para vigiar ou
roubar os nossos dados – malware e spyware.
d. Tive de tirar uma foto para incluir no visto para S. Tomé.
9. Revê os processos irregulares de formação de palavras identificando a única afirmação falsa (F).
Corrige-a.
V/F
a. Na frase Uma rede criminosa foi desmantelada pela GNR no último fim de semana, a palavra
destacada é uma sigla porque as iniciais de que se compõe se pronunciam separadamente.
b. Na frase Furei um pneu ao bater com a roda no passeio a palavra destacada é um exemplo
de truncação, dado ter resultado da redução de uma outra de maior extensão.
c. Na frase Para usar esta aplicação, faça download do ficheiro e instale-o no seu computador,
a palavra destacada entrou na língua portuguesa por empréstimo do inglês.
d. Na frase Na semana passada a ASAE apreendeu diversos materiais contrafeitos,
a palavra destacada é um acrónimo visto que as iniciais de que resultou a sua formação
se pronunciam como uma palavra só.
e. Na frase Muitos portugueses comunicam com os espanhóis em «portunhol», o elemento
destacado é uma amálgama, isto é, uma palavra que resulta da junção de dois ou mais
radicais.
f. Na frase Abra o ficheiro numa nova janela e proceda segundo as instruções, a palavra
destacada adquiriu um novo significado através do processo de extensão semântica.
Correção da falsa:
52
Escrita
Apreciação crítica
Exposição sobre um tema
Síntese
Escrita Manual Seq. 1 • Textos não literários
Apreciação crítica
Lembra: Antes de elaborares os textos de apreciação crítica aqui propostos, podes consultar a oficina de escrita
do Manual, nas páginas 35-37.
Proposta 1
Proposta 2
54
Manual Seq. 2 • Poesia trovadoresca
1
Proposta 3
Proposta 4
55
Escrita Manual Seq. 3 • Fernão Lopes, Crónica de D. João I
Apreciação crítica
(cont.)
Proposta 5
Observa o quadro que Picasso pintou pouco depois do primeiro bombardeamento aéreo sobre
populações civis, durante a guerra civil espanhola (1936-1939). O quadro intitula-se Guernica – o nome
da cidade basca bombardeada.
Escreve uma apreciação crítica a este quadro que tenha entre 160 e 200 palavras.
Poderás desenvolver os seguintes tópicos:
• descrição segundo um percurso definido, por exemplo, da esquerda para a direita;
• marcas de violência;
• movimentos ascendentes: justificação;
• opção pela tendência para a uniformidade cromática: justificação.
Proposta 6
56
Manual Seq. 4 • Gil Vicente, Farsa de Inês Pereira
1
Proposta 7
No belo álbum de Stefan Bollmann Mulheres que leem são perigosas, publicado em 2007 pela
Quetzal Editores, reproduzem-se muitos quadros ou fotografias que apresentam meninas, rapa-
rigas ou mulheres a ler. O acesso à leitura foi durante muito tempo negado à mulher, ou muito
restringido, e teve de ser conquistado.
Escolhe um dos dois quadros abaixo reproduzidos e escreve um texto em que o aprecies criti-
camente.
[Quadro 1] [Quadro 2]
Vanessa Bell, Amaryllis and Henrietta, 1952
O teu texto deve ter entre 160 e 200 palavras. Poderás desenvolver os seguintes tópicos:
Quadro 1 Quadro 2
Proposta 8
Apreciação crítica
(cont.)
Proposta 9
Observa e compara os dois retratos abaixo reproduzidos. Ambos foram pintados por Sandro
Boticelli, um dos grandes nomes da pintura da Renascença.
Escreve um texto de apreciação crítica no qual os compares, apresentado pontos de contacto ou
diferenças significativas.
O teu texto deve ter entre 200 e 300 palavras.
Poderás desenvolver os seguintes tópicos:
• o motivo de cada um dos quadros;
• olhares: o que revelam;
• cores: contraste e/ou uniformidade;
• luz: efeitos da incidência.
Sandro Boticelli, Retrato de um jovem rapaz, 1493 Sandro Boticelli, Primavera, 1482 (detalhe)
58
Manual Seq. 6 • Luís de Camões, Os Lusíadas
1
Proposta 10
Apreciação crítica de cartaz
alotes.
leias e cach
Observar ba
de uma
Subir ao topo m
a co m mais de 2000
montanh
de altura.
r com
me preocupa
Nunca mais
enas.
coisas pequ
OBSERVAÇÃO DE CETÁCEOS
Situada no coração do Atlântico, os
Açores estão na rota migratória de
diversos tipos de cetáceos que podem ser
observados durante grande parte do ano.
Descubra um dos melhores destinos do
mundo para observar baleias, golfinhos e
cachalotes.
Açores. Um lugar vivo, mágico e seguro
onde os dias nunca são iguais.
59
Escrita Manual Seq. 7 • História trágico-marítima
Apreciação crítica
(cont.)
Proposta 11
Encontra-se reproduzido abaixo um cartaz publicitário referente ao filme Titanic, que certamente
já viste…
Escreve um texto de apreciação crítica a este filme que tenha entre 160 e 200 palavras.
Poderás desenvolver os seguintes tópicos:
• realizador, ano de realização, atores, autor do argumento…;
• desempenho dos atores principais;
• a soberba civilizacional;
• a força do amor.
60
Manual Seq. 1 • Textos não literários
2
Exposição sobre um tema
Lembra: Antes de elaborares os textos expositivos aqui propostos, podes consultar a oficina de escrita
do Manual, nas páginas 81-83.
Proposta A
Escreve um texto no qual exponhas a história do cinema em Portugal, apresentando etapas do seu
desenvolvimento desde o início do século XX até aos dias de hoje.
O teu texto deve ter entre 150 e 200 palavras e apresentar-se estruturado nas três partes habituais.
Proposta B
Escreve um texto no qual exponhas as etapas fundamentais da conquista do espaço no século XX.
O teu texto deve ter entre 150 e 200 palavras e apresentar-se estruturado nas três partes habituais.
Proposta C
Escreve um texto de natureza expositiva no qual apresentes as tuas ideias sobre os modos como a
publicidade influencia a vida dos adolescentes no mundo atual.
O teu texto deve ter entre 200 e 300 palavras e apresentar-se estruturado nas três partes habituais.
Tem em atenção os quatro tópicos orientadores que deverão ser desenvolvidos no teu texto – pela
ordem que entenderes:
• a relação dos adolescentes com a publicidade;
• os tipos de publicidade mais consumidos pelos adolescentes – apresentando exemplos;
• os comportamentos de vida dos adolescentes condicionados pela publicidade;
• formas de resistir à força dos apelos publicitários.
61
Escrita Manual Seq. 2 • Poesia trovadoresca
Exposição sobre
um tema (cont.)
Proposta A
Escreve um texto no qual, com base na tua experiência de leitura, exponhas os temas principais
das cantigas de amigo, referindo especificamente:
• a variedade do sentimento amoroso;
• a confidência amorosa;
• a relação da amiga com a Natureza.
O teu texto deve ter entre 120 e 150 palavras. Sempre que o teu texto aborde temas literários,
deves fazer pelo menos duas pequenas citações relativas à tua experiência de leitura.
Proposta B
Escreve um texto no qual, com base na tua experiência de leitura, exponhas os temas principais
das cantigas de amor, referindo especificamente:
• o elogio cortês da senhor;
• a coita de amor.
O teu texto deve ter entre 120 e 150 palavras. Sempre que o teu texto aborde temas literários,
deves fazer pelo menos duas pequenas citações relativas à tua experiência de leitura.
Proposta C
Escreve um texto no qual, com base na tua experiência de leitura, exponhas os temas principais
das cantigas de escárnio e maldizer, referindo especificamente a sua dimensão satírica concretizada:
• na paródia do amor cortês;
• na crítica de costumes.
O teu texto deve ter entre 120 e 150 palavras. Sempre que o teu texto aborde temas literários,
deves fazer pelo menos duas pequenas citações relativas à tua experiência de leitura.
Proposta D
Escreve um texto de natureza expositiva no qual apresentes informação objetiva sobre os diferen-
tes espaços públicos preferidos pelos jovens para namorar.
O teu texto deve ter entre 150 e 200 palavras e apresentar-se estruturado nas três partes habituais.
Proposta E
Escreve um texto de natureza expositiva no qual indiques os principais modos usados pelos meios
de comunicação social para criticar e satirizar a sociedade em geral.
O teu texto deve ter entre 150 e 200 palavras e apresentar-se estruturado nas três partes habituais.
62
Manual Seq. 3 • Fernão Lopes, Crónica de D. João I
2
Proposta A
Escreve um texto no qual exponhas, com base em leituras feitas, o que foi a crise de 1383-1385,
referindo, nomeadamente:
• os principais intervenientes;
• as causas dessa crise;
• as suas consequências.
O teu texto deve ter entre 120 e 150 palavras. Sempre que o teu texto aborde temas literários,
deves fazer pelo menos duas pequenas citações relativas à tua experiência de leitura.
Proposta B
Escreve um texto no qual exponhas, com base na tua experiência de leitura, as seguintes caracte-
rísticas da Crónica de D. João I de Fernão Lopes:
• protagonismo de atores individuais ou coletivos;
• afirmação de uma consciência coletiva.
O teu texto deve ter entre 120 e 150 palavras. Sempre que o teu texto aborde temas literários,
deves fazer pelo menos duas pequenas citações relativas à tua experiência de leitura.
Proposta C
Escreve um texto de natureza expositiva no qual apresentes informação objetiva sobre a fome no
mundo nos dias de hoje.
O teu texto deve ter entre 150 e 200 palavras e apresentar-se estruturado nas três partes habituais.
Proposta D
Escreve um texto de natureza expositiva no qual apresentes informação objetiva sobre formas de
solidariedade social no Portugal de hoje.
O teu texto deve ter entre 150 e 200 palavras e apresentar-se estruturado nas três partes habituais.
Proposta E
Escreve um texto de natureza expositiva no qual apresentes as tuas ideias sobre a relação do ser
humano com a guerra.
O teu texto deve ter entre 200 e 300 palavras e apresentar-se estruturado nas três partes habituais.
Tem em atenção os quatro tópicos orientadores que deverão ser desenvolvidos no teu texto – pela
ordem que entenderes:
• a guerra – fenómeno intemporal;
• a guerra – fenómeno universal;
• a guerra – fenómeno presente nos meios de comunicação social;
• a guerra – objeção de consciência.
63
Escrita Manual Seq. 4 • Gil Vicente, Farsa de Inês Pereira
Exposição sobre
um tema (cont.)
Proposta A
Escreve um texto no qual exponhas, com base na tua experiência de leitura, os seguintes tópicos
relativos à Farsa de Inês Pereira de Gil Vicente:
• caracterização das personagens Inês e sua Mãe;
• relação entre elas.
O teu texto deve ter entre 120 e 150 palavras. Sempre que o teu texto aborde temas literários,
deves fazer pelo menos duas pequenas citações relativas à tua experiência de leitura.
Proposta B
Escreve um texto no qual demonstres, com base na tua experiência de leitura, a dimensão satírica
da Farsa de Inês Pereira, de Gil Vicente, nomeadamente no que respeita:
• a Brás da Mata;
• a Pero Marques.
O teu texto deve ter entre 120 e 150 palavras. Sempre que o teu texto aborde temas literários,
deves fazer pelo menos duas pequenas citações relativas à tua experiência de leitura.
Proposta C
Escreve um texto de natureza expositiva no qual apresentes, com base na tua experiência de
leitura, pelo menos três situações típicas do quotidiano popular do século XVI que se encontram
presentes na Farsa de Inês Pereira de Gil Vicente.
O teu texto deve ter entre 120 e 150 palavras. Sempre que o teu texto aborde temas literários,
deves fazer pelo menos duas pequenas citações relativas à tua experiência de leitura.
Proposta D
Escreve um texto no qual exponhas a informação mais relevante que possas obter sobre a vida e
a obra de Gil Vicente.
O teu texto deve ter entre 150 e 200 palavras e apresentar-se estruturado nas três partes habituais.
Proposta E
Escreve um texto de natureza expositiva no qual apresentes a tua opinião sobre os modos que
reveste a relação entre pais e filhos no mundo atual.
O teu texto deve ter entre 150 e 200 palavras e apresentar-se estruturado nas três partes habituais.
64
Manual Seq. 5 • Luís de Camões, Rimas
2
Proposta A
Escreve um texto no qual exponhas, com base na tua experiência de leitura, a visão da mulher
amada na poesia lírica de Luís de Camões, referindo, especificamente:
• modos da sua representação;
• sua relação com a Natureza.
O teu texto deve ter entre 120 e 150 palavras. Sempre que o teu texto aborde temas literários,
deves fazer pelo menos duas pequenas citações relativas à tua experiência de leitura.
Proposta B
Escreve um texto no qual exponhas, com base na tua experiência de leitura, o sentido das refle-
xões que, na sua poesia lírica, Camões desenvolve a propósito:
• da sua experiência amorosa;
• da sua vida pessoal.
O teu texto deve ter entre 120 e 150 palavras. Sempre que o teu texto aborde temas literários,
deves fazer pelo menos duas pequenas citações relativas à tua experiência de leitura.
Proposta C
Escreve um texto de natureza expositiva no qual refiras, com base na tua experiência de leitura da
lírica camoniana, em que consistem:
• o tema do desconcerto do mundo;
• o tema da mudança.
O teu texto deve ter entre 120 e 150 palavras. Sempre que o teu texto aborde temas literários,
deves fazer pelo menos duas pequenas citações relativas à tua experiência de leitura.
Proposta D
Escreve um texto no qual exponhas a evolução do conceito de beleza da mulher desde 1900 até
hoje.
O teu texto deve ter entre 150 e 200 palavras e apresentar-se estruturado nas três partes habituais.
Proposta E
Escreve um texto no qual exponhas as principais linhas da história da escravatura no Ocidente.
O teu texto deve ter entre 200 e 300 palavras e apresentar-se estruturado nas três partes habituais.
Tem em atenção os quatro tópicos orientadores que deverão ser desenvolvidos no teu texto – pela
ordem que entenderes:
• as origens deste fenómeno social;
• o papel de Portugal como responsável pelo desenvolvimento da escravatura, durante os Desco-
brimentos;
• formas assumidas pelo tráfico: meios de transporte, rotas, destinos, trabalhos…;
• a luta contra a escravatura e o seu fim – o papel de Portugal.
65
Escrita Manual Seq. 6 • Luís de Camões, Os Lusíadas
Exposição sobre
um tema (cont.)
Proposta A
Escreve um texto no qual exponhas, com base na tua experiência de leitura de Os Lusíadas de
Luís de Camões, os modos que assume a constituição da matéria épica, referindo, especificamente:
• os planos da viagem e da História de Portugal;
• a sublimidade do canto;
• as formas de mitificação do herói.
O teu texto deve ter entre 120 e 150 palavras. Sempre que o teu texto aborde temas literários,
deves fazer pelo menos duas pequenas citações relativas à tua experiência de leitura.
Proposta B
Escreve um texto no qual exponhas, com base na tua experiência de leitura de Os Lusíadas de Luís
de Camões, as principais temáticas das reflexões do Poeta:
• indicando onde ocorrem;
• explicitando-as.
O teu texto deve ter entre 120 e 150 palavras. Sempre que o teu texto aborde temas literários,
deves fazer pelo menos duas pequenas citações relativas à tua experiência de leitura.
Proposta C
Escreve um texto no qual exponhas as principais etapas da biografia do rei D. Sebastião.
O teu texto deve ter entre 150 e 200 palavras e apresentar-se estruturado nas três partes habituais.
Proposta D
Escreve um texto de natureza expositiva no qual apresentes as principais etapas da biografia de
Vasco da Gama.
O teu texto deve ter entre 150 e 200 palavras e apresentar-se estruturado nas três partes habituais.
Proposta E
Escreve um texto no qual exponhas as principais linhas da história dos Descobrimentos portugue-
ses.
O teu texto deve ter entre 200 e 300 palavras e apresentar-se estruturado nas três partes habituais.
Tem em atenção os quatro tópicos orientadores que deverão ser desenvolvidos no teu texto – pela
ordem que entenderes:
• o início – os responsáveis e as primeiras descobertas;
• as grandes descobertas – a Índia, o Brasil, a chegada ao Oriente (China e Japão);
• os grandes objetivos – comércio, domínio militar, religião…;
• sinais da presença portuguesa no mundo atual – como consequência dos Descobrimentos.
66
Manual Seq. 7 • História trágico-marítima
2
Proposta A
Escreve um texto de natureza expositiva, com base na tua experiência de leitura de excertos de um
relato da História trágico-marítima, no qual refiras características do comportamento dos portugue-
ses que passavam por naufrágios ou os testemunhavam, nomeadamente:
• imprevidência e ganância;
• egoísmo;
• altruísmo.
O teu texto deve ter entre 120 e 150 palavras. Sempre que o teu texto aborde temas literários,
deves fazer pelo menos duas pequenas citações relativas à tua experiência de leitura.
Proposta B
Escreve um texto de natureza expositiva no qual apresentes a história do naufrágio do Titanic.
O teu texto deve ter entre 150 e 200 palavras e apresentar-se estruturado nas três partes habituais.
Proposta C
Escreve um texto de natureza expositiva no qual apresentes as etapas fundamentais da constru-
ção naval em Portugal desde 1900 até hoje.
O teu texto deve ter entre 150 e 200 palavras e apresentar-se estruturado nas três partes habituais.
Proposta D
Escreve um texto no qual exponhas as principais linhas da história das relações entre Portugal e
o Brasil.
O teu texto deve ter entre 200 e 300 palavras e apresentar-se estruturado nas três partes habituais.
Tem em atenção os quatro tópicos orientadores que deverão ser desenvolvidos no teu texto – pela
ordem que entenderes:
• a descoberta do Brasil em 1500;
• a colonização – as capitanias, a luta contra os índios;
• a independência – 1822;
• a emigração de Portugal para o Brasil – séculos XIX e XX.
67
Escrita Manual Seq. 1 • Textos não literários
Síntese
Lembra: Antes de elaborares as sínteses, podes consultar a oficina de escrita do Manual, nas páginas 105-109.
Escreve uma síntese dos textos que se seguem que tenha cerca de um quarto das suas palavras.
Em caso de necessidade, consulta o vocabulário apresentado.
Texto 1 Texto 2
Vocabulário
1
que se encontram por toda a parte
2
tipo de réptil
68
Manual Seq. 2 • Poesia trovadoresca
3
Escreve uma síntese do texto que se segue de cerca de um quarto das suas palavras.
A poesia galaico-portuguesa
A poesia galaico-portuguesa chegou até nós através de três Cancioneiros manuscritos: o da
Biblioteca da Ajuda, dos últimos decénios do século XIII, o da Biblioteca Nacional de Lisboa,
antigo Colocci-Brancuti, copiado em Itália em começos do século XVI por ordem do humanis-
ta Angelo Colocci e comprado pelo governo português em 1924, depois da sua descoberta na
biblioteca do conde Brancuti, e o da Biblioteca do Vaticano, originário também da biblioteca
de Angelo Colocci. É constituída por cerca de 1680 textos de caráter profano, da autoria de 153
trovadores e jograis. (…) A sua cronologia abrange o período que vai desde fins do século XII até
à segunda metade do século XIV.
É uma poesia escrita numa língua comum a poetas de origem diversa: galegos, portugue-
ses, leoneses e até provençais, como Raimundo de Vaqueiras, que escreveu entre 1180
e 1205, o que demonstra a existência de uma tradição oral, já firmada por essa altura,
de que não restam testemunhos diretos. Isto prende-se, por outro lado, com o debate
sobre a origem de um dos aspetos mais originais dessa poesia – as cantigas de amigo,
em que é a rapariga que fala – cuja tradição pode remontar a uma lírica peninsular pré-
-trovadoresca: as jarchas moçárabes, muito próximas, do ponto de vista formal e temá-
tico, do universo das cantigas.
A classificação por géneros da poesia galaico-portuguesa é feita a partir de uma «Arte
de trovar» que se encontra no Cancioneiro da Ajuda (o mais antigo dos três cancioneiros).
Os três grandes géneros são constituídos pelas cantigas d’amor, cantigas de amigo, e cantigas
de escarnho e de mal dizer. Além destes, há tenções, pastorelas, lais, ou ainda, albas, prantos,
descordos, entre outros, numa variedade que revela a riqueza deste conjunto.
Acrescente-se a este aspeto o lado musical desta tradição poética. Com efeito, o Can-
cioneiro da Ajuda tem iluminuras que mostram a execução das cantigas, com espaço reser-
vado para a música, que não chegou a ser copiada. Chegou até nós, no entanto, a música
das «Cantigas da Santa Maria»; um documento da transição do século XIII para o XIV,
o pergaminho Vindel, transcreve sete cantigas de amigo de Martim Codax, seis das quais
conservam a música; mais recentemente, em 1990, na Torre do Tombo, foi descoberto pelo
Professor Harvey L. Sharrer um pergaminho contendo sete cantigas de D. Dinis acompanhadas
da respetiva notação musical.
A variedade dos autores – desde reis, como D. Dinis, bastardos de sangue real, como D. Afonso
Sanches e D. Pedro de Portugal, nobres como Afonso Lopes de Baião, Pay Gomes Charinho,
Gonçal’Eanes do Vinhal, até eclesiásticos como D. Gomez Garcia, abade de Valhadolide, cava-
leiros como Roy Queimado, escudeiros como Pero da Ponte, além de muitos outros, burgueses,
judeus, homens de letras – dá um quadro do mundo que esta poesia retrata. Sátiras políticas e
pessoais, muitas vezes de grande violência, nas cantigas de escarnho e mal dizer, ou quadros de
um lirismo extremo, com um cenário simbólico em que a fonte, o cervo, os cabelos ou o vestido
da rapariga, a vegetação, sugerem uma elaborada composição, nas cantigas de amigo, ou ainda
a complexidade dos sentimentos em relação à senhor, (…), nas cantigas de amor, dão-nos uma
imagem da vida medieval nos seus aspetos mais diversos.
69
Escrita Manual Seq. 3 • Fernão Lopes, Crónica de D. João I
Síntese
(cont.)
Escreve uma síntese do texto que se segue com cerca de um quarto das suas palavras.
Em caso de necessidade, consulta o vocabulário apresentado.
70
Manual Seq. 4 • Gil Vicente, Farsa de Inês Pereira
3
Escreve uma síntese do texto que se segue que tenha cerca de um quar-
to das suas palavras. Em caso de necessidade, consulta o vocabulário apre-
sentado.
71
Escrita Manual Seq. 5 • Luís de Camões, Rimas
Síntese
(cont.)
Escreve uma síntese dos dois textos que se seguem que tenha cerca de um quarto das suas palavras.
Texto 1 Texto 2
- Camões, Luís Vaz de (1525? – 1580) - Isto dito, vejamos o pouco que se sabe,
- ESCORÇO BIOGRÁFICO. É o nome do - afinal, e o muito que se ignora a respeito
- mais célebre dos escritores portugueses. - de Luís Vaz de Camões. Era descendente
- Tendo vivido quase isolado dos seus pa- - de uns Camões galegos, exilados em Por-
5 res, nenhum dele em sua vida se lhe refere 5 tugal no tempo de D. Fernando. Terá nas-
- e só depois da morte mereceu de um ou - cido por volta de 1524 ou 25, como deixa
- outro raro amigo uma breve alusão, que, - entrever um documento que o dá tendo
- na ausência geral delas, atinge valor de - 25 anos em 1550, aquando da sua primeira
- preciosa. É, todavia, possível, completan- - tentativa de ir para a Índia. Não sabemos
10 do os documentos que lhe respeitam, a ele 10 a terra da sua naturalidade – muito prova-
- ou à família, com seus escritos, tentar um - velmente Lisboa (Miguel Torga diria que
- esboço biográfico sem grande perigo de - uma coisa é certa: – sabemos que ele era
- erros fundamentais, se bem deixando la- - de Portugal). Sabemos pouco da sua con-
- cunas e sombras que já agora não há gran- - dição social – talvez membro da pequena
15 de esperança de eliminar. 15 nobreza, talvez simples escudeiro, talvez
- Impossível determinar a terra natal - aparentado com Inês de Castro e vice-
- do poeta. Lisboa? Coimbra? A sua forma- - -reis, como pretende Jorge de Sena. Não
- ção cultural, essa decorreu em Coimbra, - sabemos se fez estudos regulares e onde.
- cidade em que o tio Crúzio D. Bento de - A sua enorme cultura e repetidas alusões
20 Camões era chanceler da Universidade 20 aos campos do Mondego, no entanto, dei-
- à qual o poeta se refere na Canção «Vão - xam entrever que possa ter estudado em
- as serenas águas…». Aliás, a cultura que a - Coimbra, eventualmente num colégio je-
- obra demonstra é mais fácil compreen- - suíta de que um tio era diretor. Mas de tais
- dê-la admitindo-a como preparada em - estudos não há registos. Sabemos que fre-
25 alguns anos de calma escolaridade, do 25 quentou a corte, mas sobretudo os bair-
- que supondo-a adquirida na dissipação - ros populares e de má fama de Lisboa (do
- boémia da mocidade, em Lisboa, ou na - que nos dão testemunho duas cartas que
- acidentada existência de soldado ou de - escreveu dessa cidade). Sabemos que es-
- funcionário no Oriente. A sua estada em - teve preso na prisão do Tronco por se ter
30 Ceuta, de que fala o seu primeiro biógrafo, 30 envolvido em brigas com um servidor do
- Pedro de Mariz, documenta-se com a ele- - rei – notícia constante de um documento
- gia «Aquela que de amor descomedido», - de perdão. Sabemos também ter comba-
- e à perda em combate de um dos olhos se - tido em Ceuta (há também uma carta sua
- refere a Canção «Vinde cá, meu tão certo - escrita de lá) e d éter sido ferido num olho,
35 secretário». 35 de que ficou cego.
Hernâni Cidade, in Dicionário de Literatura, Amélia Pinto Pais, História da literatura em Portugal,
Vol. I, Porto, Figueirinhas, 1976, p. 136. Vol. I, Porto, Areal Editores, pp. 124-125.
(Direção de Jacinto do Prado Coelho)
72
Manual Seq. 6 • Luís de Camões, Os Lusíadas
3
Escreve uma síntese do texto que se segue que tenha entre 110 e 140 palavras. Em caso de necessi-
dade, consulta o vocabulário apresentado.
A carreira da Índia
- Chama-se carreira da Índia à ligação anual entre Lisboa e os portos da Índia
- (Cochim e Goa), que se estendeu por vários séculos; mas este breve enunciado pouco ou
- nada diz, por si só.
- De facto não houve outra rota como esta na era da navegação à vela: pela extensão do percur-
5 so, pela dureza e duração da viagem, pelas incontáveis vidas que se perderam no caminho, em
- naufrágios causados tanto pelas próprias condições de navegação ou pelas tempestades como
- pela cupidez1 dos homens, que os levava a carregar excessivamente os navios.
- Sobretudo pela duração no tempo. A viagem de Vasco da Gama, que mostrou a possibilidade
- de atingir a Índia vindo da Europa por via marítima, contornando o continente africano, foi uma
10 viagem inaugural, em nada típica do que se tornou depois o curso regular da navegação para
- os portos orientais. Vasco da Gama saiu tarde, a 8 de julho, quando as armadas posteriores o
- fizeram sobretudo em março; tardou cerca de dois anos na ida e retorno, quando a duração mé-
- dia posterior andava por volta de 15 meses, em condições normais; perdeu metade, ou mais de
- metade da tripulação, um valor excecional para a época; e viajou em pequenos navios de 100 ou Vocabulário
15 de pouco mais de 100 toneladas de arqueação2, quando logo depois, com Pedro Álvares Cabral, 1
ganância
- chegaram ao triplo, aumentando significativamente a sua resistência ao mar e a capacidade de 2
peso
3
- carga para o comércio que se pretendia fazer. cem anos
4
grandes e rápidos
- A Carreira da Índia começou pois com a viagem de uma grande armada de 13 velas, capitanea- veleiros
- da por Pedro Álvares de Gouveia, ou Pedro Álvares Cabral, nome por que ficou recordado pela 5
movidas a motor
20 posteridade. Mas acabou quando? Uma pergunta difícil
- de responder, ou melhor, para a qual se tem procurado
- evitar a resposta. No século XIX segundo a maioria das
- opiniões, em momento incerto, dos inícios à segunda
- metade da centúria3; há várias hipóteses em aberto. Sem
25 dúvida, porém, a Carreira chega – ou quase – até ao final
- da era dos grandes veleiros, muito embora os navios
- que faziam então a chamada Rota do Cabo (a rota que
- levava os navios de Portugal à Índia pelo Cabo da Boa
- Esperança) não se pudessem equiparar aos velozes cli-
30 ppers4 ou similares que batiam recordes na travessia do
- Atlântico, na vã tentativa de vencer a concorrência das
- embarcações de propulsão mecânica5. A Carreira da Ín-
- dia, tal como se define classicamente, acabou por igual
- com o aparecimento nos mares de navios que podiam
35 manter uma marcha regular sem estarem dependentes
- dos regimes dos ventos e correntes. Grosso modo du-
- rou três séculos e meio; daí vem sobretudo, como dizía-
- mos, o seu caráter excecional.
Síntese
(cont.)
Escreve uma síntese do texto que se segue que tenha cerca de um quarto das suas palavras.
Em caso de necessidade, consulta o vocabulário apresentado.
Álvaro Garrido, A epopeia do bacalhau / The codfish epic, Lisboa, CTT, 2011, pp. 15-16.
1
barco de pesca do bacalhau; 2 zonas marítimas muito ricas em bacalhau; 3 baixar; 4 parte de trás do navio, oposta à
proa; 5 botes, pequenos barcos de pesca de bacalhau; 6 ficaram; 7 Portugal manteve-se neutral durante a Segunda Guerra
Mundial (1939-1945); 8 conjuntos de navios que navegavam perto uns dos outros, pertencentes aos países aliados, prin-
cipalmente Inglaterra e os EUA.
74
Soluções
Soluções
Gramática Complementos e modificadores p. 12
1. Processos fonológicos de inserção, 1. a. ao João / esse livro (complementos); no ano passado (modifi-
supressão e alteração pp. 4-5 cador); b. na cadeira / rapidamente (modificadores); c. o livro (com-
plemento); na página certa (modificador); d. ao João / todo o stock de
1. a. 3.; b. 1.; c. 2.
meias (complementos); facilmente (modificador); e. ao cinema (com-
2. b. aférese (supressão); c. assimilação (alteração); e. apócope (su- plemento); Anteontem (modificador); f. o apartamento (complemento);
pressão); g. sonorização (alteração); h. palatalização (alteração); com rapidez (modificador); g. nas jaulas do circo (complemento); com
i. epêntese (inserção); j. redução vocálica (alteração); k. síncope (su- dificuldade (modificador); h. ao agente policial (complemento); mal
pressão); crase (alteração); l. sinérese (alteração); m. metátese (alte- (modificador); i. Calmamente (modificador); j. o crime (complemento);
ração). com horror (modificador); k. todos os livros (complemento); provavel-
3. 3.1 a. síncope; b. prótese; c. sonorização. mente (modificador); l. às dez horas / provavelmente (modificadores);
4. 4.1 a. F (Ocorre uma crase – duas vogais /aa/ contraem-se numa lá (complemento); m. essas palavras (complemento); com gratidão
só, /a/.) (modificador); n. te (complemento); em Londres / no ano passado (mo-
dificadores); o. daqui (complemento); já (modificador).
5. c.
Modificador de grupo verbal, modificador de frase,
2. Palavras convergentes e divergentes pp. 6-7 modificador do nome pp. 12-13
1. 1.1 a. 4.; b. 3.; c. 1.; d. 2. 1.2 b. 1.3 c. 1. a. atentamente (modificador de grupo verbal); b. Infelizmente (mo-
2. 2.1 a. límpido (forma erudita) / limpo (forma popular); b. parábola dificador de frase); rapidamente (modificador de grupo verbal); c. Com
(forma erudita) / palavra (forma popular); c. clave (forma erudita) / cha- efeito (modificador de frase); d. inglês (modificador do nome); no mês
ve (forma popular); d. íntegro (forma erudita) / inteiro (forma popular); passado (modificador de grupo verbal); e. lisboeta (modificador do
e. duplo (forma erudita) / dobro (forma popular); f. matéria (forma eru- nome); provavelmente (modificador de frase).
dita) / madeira (forma popular). 2.2 a. 3.; b. 1.; c. 4.; d. 2. 2.3 c. 2. a. apressadamente; b. inglês / em Londres ou em Lisboa; c. tão bo-
3. 3.1 a. Tanto o «adro» como o «átrio» constituem o espaço, exterior nito; d. no ano passado; e. Certamente / durante as férias; f. provavel-
ou interior, que precede a entrada numa casa (átrio) ou numa igreja mente.
(adro); b. Um «foco» possui uma luz intensa que queima ao toque, tal 3.
como acontece com o «fogo»; c. O duplo de um ator no cinema dobra-o Texto 1
(substitui-o) em certas cenas; é, portanto, o seu «dobro». provavelmente (modificador da frase) / principal (modificador do nome).
4. 4.1 a. 3.; b. 1.; c. 2. Texto 2
Naturalmente (modificador de frase); antigos / porto de abrigo espiri-
3. Funções sintáticas pp. 8-24 tual (modificadores do nome).
Texto 3
Das classes de palavras às funções sintáticas pp. 8-10 pelo lado do nascente / pela porta de João Tição (modificadores de
Texto 1 grupo verbal); da Idade Média / amuralhada (modificadores do nome).
1. a. a Beirute; b. no cais; c. escondidos; d. vos / lhe; e. ligeiramente;
Predicativo do complemento direto p. 14
f. alto; g. a voz; h. um carpinteiro e os seus quatro filhos; i. por medida.
1. 1.1 a. B; b. A; c. B; d. B; e. A.
2. (D).
2. a. Os portugueses elegeram uma mulher Presidente da República. /
3. b.
c. Eu achei o João adoentado. / d. Eles tomaram o meu primo por tolo.
4. às baratas. (Outras soluções são possíveis.)
Texto 2 3. a. o Pedro (complemento direto) / deputado (predicativo do comple-
1. a. o Christopher; b. uma professora de inglês. mento direto); b. a Marta (complemento direto) / por ignorante (pre-
2. fotografar-me / nos regalou / aconselharam-me / informou-me. dicativo do complemento direto); c. este livro (complemento direto) /
3. quando um polícia se aproximou; 3.1 modificador de grupo verbal. muito bom (predicativo do complemento direto); d. o Carlos (comple-
mento direto) / um assassino (predicativo do complemento direto);
4. que regressava de uma conferência missionária em Teerão; 4.1 mo-
e. os meus primos (complemento direto) / deputados (predicativo do
dificador do nome apositivo.
complemento direto); f. esses engenheiros (complemento direto) /
5. que preferia as canções de motorista. 5.1 complemento direto. muito competentes (predicativo do complemento direto).
Complemento direto, complemento indireto, complemento 4. me (complemento direto) / apto para o trabalho (predicativo do
oblíquo e complemento agente da passiva p. 11 complemento direto); a oferta (complemento direto) / insatisfatória
(predicativo do complemento direto); me (complemento direto) / por
1. a. complemento direto; b. complemento oblíquo; c. complemento
ignorante (predicativo do complemento direto; o (complemento direto) /
agente da passiva; d. complemento indireto; e. complemento indireto;
um pouco lento (predicativo do complemento direto).
f. complemento oblíquo ; g. complemento oblíquo ; h. complemento di-
reto; i. complemento indireto; j. complemento direto; k. complemento
oblíquo / complemento indireto; l. complemento oblíquo / complemen-
to agente da passiva; m. complemento indireto / complemento direto;
n. complemento oblíquo; o. complemento indireto / complemento indi-
reto; p. complemento direto; q. complemento direto; r. complemento
indireto.
76
Soluções
Predicativo do sujeito Texto 3
e predicativo do complemento direto p. 15 1. a. Entre 1983 e 2005; b. terríveis; 1.1 humanitário.
1. a. verbo copulativo; b. verbo principal; c. verbo copulativo; d. verbo 2. a. lhes, l. 10; b. Mamere e Theo, l. 9 / Mamere, Theo e Jeremiah, l. 14;
principal. c. por Carrie Davis, ll. 15-16; d. os, l. 16; e. a generosidade e o despoja-
mento, l. 17; f. realmente, l. 17.
2. a. / b. / c. / g. predicativos do complemento direto; d. / e. / f. predi-
cativos do sujeito. 3. dramática, l. 21.
3. 3.1 b. e d.
Funções sintáticas em textos – III pp. 21-22
4. 4.1 um artista reconhecido / reproduções mal feitas (predicativos
Texto 1
do sujeito) artista / de fraca qualidade (predicativos do complemento
1. a. as mais tardias poesias reunidas nos Cancioneiros medievais,
direto).
ll. 1-2 / os poetas palacianos do Cancioneiro de Resende, ll. 3-4; b. de
meados do século XIV, l. 1; c. que então se praticava, l. 6; d. da poesia.
Complemento do nome p. 16
Texto 2
1. a. do Miguel; b. da máquina; c. do jogador, d. desses cientistas belgas.
1. a. / b. / g. complementos do nome; c. complemento direto;
2. a. desses elementos; b. do João; c. de que lhe entregues o automó- d. / f. modificadores de grupo verbal; e. sujeito.
vel; d. de conhecer essa região do país.
Texto 3
3. (B). 1. b.
4. 2. (C)
Texto A – dos livros importantes / de que ele os lesse / do atum /
3. (B)
desses livros.
Texto B – política e social em França / dos seus objetivos financeiros / 4. (D)
de isso suceder. 5. (A)
Texto C – desse prisioneiro / de o libertar / do criminoso / de o ter em
casa. Funções sintáticas em textos – IV pp. 23-24
Texto 1
Complemento do adjetivo p. 17 1. a. a pólvora, l. 3; os combatentes, l. 5; dezassete Franceses, l. 10;
1. a. não seleciona complemento; b. não seleciona complemento; esta, l. 13; o capitão dos Franceses, l. 16; b. ao fidalgo, l. 3; c. na nau,
c. seleciona complemento; d. seleciona complemento; e. seleciona l. 8; d. e aos que o ajudavam, l. 3; e. que consentissem enfim na ren-
complemento. dição, ll. 3-4; que só Jorge de Albuquerque fizera tudo, l. 15; ambas
2. c. Fiquei admirado ontem com a trovoada. / d. O meu irmão está as orações completam o sentido das formas verbais / elementos su-
satisfeito com o ordenado. / e. Estes livros estão repletos de manchas. bordinantes pediram e Responderam; f. indignados, l. 9; g. soberbo e
(Outras soluções são possíveis.) melancólico, l. 17; h. tantos dias, l. 14. (Outras soluções são possíveis.)
3. a. por ter obtido essa nota; b. com essa situação; c. desse resultado; Texto 2
d. de comer esse prato de peixe. 1. a. V; b. V; c. F («a Afonso Luís, piloto», l. 7, tem a função sintática
de modificador do nome apositivo.); d. V; e. V; f. F («para que pudesse
4.
servir por uns três dias», l. 16, é uma oração subordinada adverbial final
Texto A – cheio / satisfeito.
com função sintática de modificador de grupo verbal.).
Texto B – farto / predisposto.
Texto C – incapaz / interessado / muito orgulhoso.
4. Coordenação pp. 25-26
Funções sintáticas em textos – I p. 18
1. a. oração coordenada conclusiva; b. oração coordenada disjuntiva;
1. a. modificador do nome restritivo; b. modificador de grupo verbal; c. oração coordenada adversativa; d. oração coordenada copulativa
c. complemento do adjetivo; d. complemento do nome; e. modifica- (sindética); e. oração coordenada copulativa (assindética); f. oração
dor do nome apositivo; f. sujeito; g. modificador do nome restritivo; coordenada copulativa (sindética); g. oração coordenada disjuntiva;
h. modificador do nome apositivo; i. modificador do nome restritivo; h. corou o céu envergonhado – oração coordenada copulativa (assindé-
j. sujeito composto; k. complemento indireto; l. complemento direto. tica) / e o viajante continuou viagem para Murça – oração coordenada
copulativa (sindética).
Funções sintáticas em textos – II pp. 19-20
2. (A).
Texto 1
3. a. Visitamos essa cidade, mas não visitamos ainda Paris; b. Visita-
1. a. reformado; b. da CIA.
mos todas as capitais de distrito, logo visitamos essa cidade também;
2. antigo amigo e discípulo. c. Visitamos Lisboa pois queríamos conhecer o Mosteiro dos Jeróni-
3. da Rússia. mos; d. Visitamos essas aldeias e percorremos todos esses caminhos;
Texto 2 e. Visitamos essas aldeias, percorremos todos esses caminhos; f. Visi-
1. Alistair Ryle e Miles Richards. tamos Londres ou visitamos Paris.
2. caloiros.
3. jantar – anual (modificador do nome); jantar – do clube (complemen-
to do nome).
77
Soluções
4. A. mas rapidamente se cansaram (oração coordenada adversativa) 2. 2.1 a. V – que o céu acompanha; b. F (A oração «que vem de pai-
e mostrar-me atarefado (oração coordenada copulativa – sindética). sagens agrestes e rudezas primitivas» é adjetiva relativa explicativa.);
B. mas eles também ingressam noutras (oração coordenada adversa- c. F (A oração «que se mete ao caminho» é adjetiva relativa restriti-
tiva) ou criam as suas de raiz (oração coordenada disjuntiva); C. e pa- va.); d. F (Ocorre uma oração subordinada adjetiva relativa explicati-
recia profunda (oração coordenada copulativa – sindética); pois estava va – «que as tem pródigas».); e. V – que está no nicho; 2.2. a. festa;
envolvida na sombra (oração coordenada explicativa) mas o sol oblíquo b. viajante; c. viajante; d. viajante; e. Nossa Senhora da Piedade
dourou os juncos do pântano (oração coordenada adversativa) e cintilou
nos ramos das acácias (oração coordenada copulativa – sindética). Orações subordinadas substantivas relativas
(sem antecedente) p. 31
5. Subordinação pp. 27-38 1. a. Quem vai ao ar; b. Quem investigar devidamente; c. quem come-
teu o crime.
Orações subordinadas adverbiais pp. 27-28 2. a. e b. – sujeito; c. complemento direto.
1. a. Assim que regressa a casa; b. Quando à noite entra pelo bairro 3. 3.1 b. quem tinha sido o autor do boato – oração subordinada subs-
dentro; c. para viver em Lisboa; d. uma vez que tem uma belíssima tantiva relativa (sem antecedente).
decoração; e. Enquanto se deliciava com o fado; f. Se chover; g. que
(= porque) tenho de cumprimentar um amigo; h. Como faltam alguns Subordinação em Os Lusíadas pp. 32-33
meses para o teu regresso; i. mais bonita do que todas essas capi-
1. a. que tanto sublimaram; b. Se a tanto me ajudar o engenho e a arte;
tais [são]; j. já que o seu fundador importava o melhor café do Brasil;
c. que fizeram; d. Por que de vossas águas Febo ordene / Que não
k. Embora conheçamos várias capitais europeias; l. Caso visitemos Lis-
tenham enveja às de Hipocrene; e. que a Marte tanto ajuda / Se tão
boa no próximo ano; m. que apetece abraçá-la!
sublime preço cabe em verso; f. Que para si de Eneias toma a fama;
As orações subordinadas correspondem ao resto de cada frase com-
g. que trazem / Que os pensamentos eram de inimigos; h. Quem vale-
plexa: o que não é oração subordinada é oração subordinante.
rosas obras exercita; i. que é mentira / Quando a deixava António por
2. 2.1 a. mal entrasse em Lisboa; b. para que fique gravado nas memó- Glaphyra; j. Que a muitos lhe dá pouco ou nada disso; k. que ilustram
rias esquecidas; c. se é preciso dar-lhe um preço; d. tanto como [va- tanto as vidas; l. Que viram largos anos, largos meses; m. Que o louvor
lem] os Jerónimos aqui ao lado. 2.2 a. Se se deixa prender; b. porque sai às vezes acabado; n. que aqui vereis presente.
esta igreja é das mais belas coisas. 2.3 a. se não fosse tão arriscado o
negócio; b. para conservar mais tempo a impressão magnífica. Classificação de orações subordinadas pp. 34-35
3. a. oração subordinada adverbial comparativa – como o será em maio; Texto 1
oração subordinada adverbial consecutiva – que o viajante se aturde; 1. 1.1 a. que existia no sótão da casa de campo de um tio meu (oração
b. [o viajante] mal desembarcou – oração subordinada adverbial tem- subordinada adjetiva relativa explicativa); b. que os invernos à sombra
poral; c. Embora a manhã esteja no princípio – oração subordinada ad- da serra de Sintra deitavam em todas as coisas (oração subordinada
verbial concessiva; d. Como a tarde vai chegando ao fim – oração su- adjetiva relativa restritiva). 1.2 que qualquer coisa tinha para nós o per-
bordinada adverbial causal; e. quando outra vez lhe aparece pela frente fume do exotismo (oração subordinada adverbial consecutiva).
o Guadiana, agora de amplo e pacífico regaço – oração subordinada ad-
Texto 2
verbial temporal; f. enquanto desce para a barragem da Caniçada – ora-
1. Respetivamente: oração subordinada adjetiva relativa restritiva / ora-
ção subordinada adverbial temporal; g. que o mato mal lhe pôde meter
ção subordinada substantiva completiva / oração subordinada substan-
o dente – oração subordinada adverbial consecutiva.
tiva completiva / oração subordinada adverbial temporal.
3. 3.1 b. V; c. V. Texto 2
1. que pagava. 1.1 Disse. 1.2 complemento direto da forma verbal disse.
Orações subordinadas adjetivas relativas 2. que é feita de quatro paredes. 2.1 casa. 2.2 modificador do nome
(restritivas e explicativas) pp. 30-31 apositivo – casa.
1. a. que no meio do caminho para o automóvel (oração subordinada ad- 3. que se encontrava no meio do chão. 3.1 fogueira. 3.2 modificador do
jetiva relativa restritiva); b. que assim começa (oração subordinada ad- nome restritivo – fogueira.
jetiva relativa restritiva); c. que passa sobre a ribeira da Vilariça (oração Texto 3
subordinada adjetiva relativa explicativa); d. que vai ao lado da estrada 1. Oração subordinada adverbial final. 1.1 Desta vez, viajo principesca-
(oração subordinada adjetiva relativa restritiva); e. que o viajante não vai mente. 1.2 modificador de grupo verbal.
procurar (oração subordinada adjetiva relativa restritiva); f. que é rapaz
Texto 4
novo e tranquilo (oração subordinada adjetiva relativa explicativa).
1. (C)
78
Soluções
Texto 5 4. 4.1 Campo lexical de vestuário – nomes: calças, colete, alfaiate,
1. a. V; b. V; c. F (É uma oração subordinada adjetiva relativa restritiva.); smoking; adjetivos: elegante, antiquado, vistoso, defeituoso, confortá-
d. V; e. V; f. F (É uma oração subordinada adverbial consecutiva.); g. V; vel; verbos: vestir, provar, despir, cortar, cerzir. Campo lexical de crime
h. V – nomes: indício, arma, detetive, prisão; adjetivos: inocente, indiciado,
Texto 6 criminoso, detido, arrependido; verbos: roubar, assaltar, prender, indi-
1. (D) ciar, investigar. (Outras soluções são possíveis.)
Arcaísmos pp. 39-40 2. a. 3.; b. 4.; c. 1.; d. 2.; e. 8.; f. 5.; g. 6.; h. 7.
1. a. V; b. V; c. V; d. F (A palavra não é um arcaísmo porque ainda 3. a. Que idade me dás?; b. As ações deram-me 100 euros de lucro;
se utiliza no português atual com o mesmo significado do texto.); e. V; c. Deram 10 h no sino da igreja; d. Ele dá-se bem com os ares da serra.
f. F (Esta forma verbal continua a usar-se no português atual. Embora (Outras soluções são possíveis.)
o ditongo eo se grafe <eu> no português contemporâneo, a pronúncia 4. b. 4.1 Ex.: O meu primo não vê bem do olho direito.
continua a ser a mesma.).
5. 5.1 c.
2. 2.1 A. «U»; B. «doestos»; C. «ca»; D. «estonce»; E. «adur»; F. «gui-
6. fazer.
sa». 2.2 A. onde; B. insultos; C. porque; D. então, já; E. dificilmente;
F. maneira, modo. 7. Exemplos possíveis – A subida do preço do ouro deveu-se a uma trama
internacional liderada por agentes financeiros desconhecidos. / O tecido
3. 3.1 comigo. A palavra continua a ser usada no português contem-
rasgou-se porque a trama não estava corretamente tecida.
porâneo. 3.2 É um arcaísmo porque no português contemporâneo o
pronome «vós» desapareceu como forma de tratamento respeitosa.
8. Processos irregulares de formação de palavras pp. 47-52
Neologismos pp. 41-42 1. a. 2.; b. 5; c. 6.; d. 1.; e. 3.; f. 4.
1. 1.1 «deslocalização». 1.1.1 É um neologismo porque designa uma 2. 2.1 a. siglas. 2.1.1 São siglas porque se formam pela redução de um
realidade nova na língua num determinado momento da sua evolução. conjunto de palavras às suas iniciais, as quais se pronunciam separada-
1.2 Derivação por prefixação. mente. 2.2 INEM. Trata-se de um acrónimo, uma vez que as iniciais que
2. Imagem 1: hiperburocracia; Imagem 2: Backup. 2.2 Na imagem 1, o compõem se pronunciam como uma palavra só.
a palavra hiperburocracia é formada por composição morfológica. Na 3. a. acrónimo: SIDA; b. sigla: PSP; c. acrónimo: FIFA; d. acrónimo:
imagem 2, a palavra backup é um empréstimo do inglês. 2.3 Como o ASAE; e. sigla: UE.
prefixo <hiper> indica uma ordem de grandeza elevada, hiperburocracia
4. 4.1 Frase 1 – Apanhei um vírus na Internet que me infetou todos os
pode significar uma burocracia gigantesca. Por seu lado, backup é uma
ficheiros de texto. Frase 2 – Os antivírus atuais contêm vacinas muito
palavra inglesa que originariamente significa apoio. Fazer um backup
eficazes que impedem a maioria dos vírus de causarem danos nos fi-
dos dados existentes no computador ou na cloud significa fazer uma
cheiros. 4.1.1 c. 4.2 d.
gravação de apoio que permita a sua reposição em caso de avaria.
5. 5.1 a. V; b. F (A palavra charme é um empréstimo do francês, mas a
3. 3.1 b. 3.2 composição morfológica. 3.3 Trata-se de um adjetivo que
sua derivada «charmoso» já se formou a partir das regras da derivação
significa de água doce.
do português; não é, portanto, um empréstimo, mas uma palavra deri-
4. a. aterrar; b. psicologia; c. televisão. vada por sufixação.); c. V; d. V; e. F (A palavra «inflamável» forma-se
5. a. V; b. V; c. V; d. F (Os neologismos não são exclusivos de nenhum a partir do radical verbal <inflama> a que se acrescenta o sufixo –vel;
domínio técnico ou científico, podendo aparecer em qualquer área do é, portanto, uma palavra derivada por sufixação.). 5.2.1 low-cost, site,
conhecimento.); e. V. check-in, online. 5.2.2 Campos lexicais de viagens (low-cost e check-in)
e de Internet (site e online). 5.2.3 web, Internet, blogue, entre outras.
7. Campo lexical e campo semântico pp. 43-46 6. 6.1 As palavras hotspot e email são utilizadas no português porque
designam objetos, conceitos ou processos inovadores para os quais,
Campo lexical pp. 43-44 normalmente, não existem palavras equivalentes aquando da sua in-
1. a. V; b. V; c. F (A palavra «corrida» faz parte do campo lexical de trodução na língua.
competição e não do de aviação.); d. F (A palavra «prova» é um sinóni- 7. 7.1 c. 7.2 informática. 7.3 c – motel.
mo de competição não se incluindo, portanto, no domínio da realidade 8. Este tipo de transporte designa-se por «metro». 8.1 b. 8.2 pneu.
indicado pela palavra aviação.). 8.2.1 c. 8.3 demo. 8.3.1 demónio. 8.4 d.
2. Campo lexical de competição: «corridas», l. 2; campo lexical de avia- 9. a. V; b. V; c. V; d. V; e. F (É uma amálgama, isto é, uma palavra que
ção: «aviões», l. 2, «aeronaves», l. 10; «aviadores», l. 11; «voar», l. 14; resulta da junção de partes de outras, neste caso dos elementos desta-
«aérea», l. 16. cados nas palavras português e espanhol.); f. V.
3. 3.1 Não fazem parte do campo lexical de «mar», l. 15, os nomes al-
titude e escarpa, os adjetivos escarpado e nublado e os verbos encostar
e escalar.
79
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