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ná\ise

Sintátiea·
MÁRCIA ANGÉLICA
·. DOS S ANTOS

6ªa ed· - - 1999


. ,çao
5- tiragem - 2008

P• Saraiva
Editora
ISBN 978-85-02-00296-8
ISBN 978-85-02-00297-5 (Livro do professor)

Supervisão editorial: José Lino Fruet


Copy-desk: Renoto Alberto Colombo Jr.
Programação visual: Fátima Gilberti
Produção gráfica: João Batista Ribeiro P-
Diagramação: Francisco Augusto do Costa Filho
Arte-final: Cesor Montogno de Oliveira
Revisão: Denise de Almeida, Lucilo B. Focchini,
Isabel Rebelo
Composição: Aldo Moutinho de Azevedo, Ano Maria Pionotto do Silvo
Revisão de fotolito: Liberoto Verdile Junior

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Santos, Márcia Angélica dos


Aprenda Ânálise Sintática / Márcia Angélica dos Santos. - 6. ed.
- São Paulo : Saraiva, 2003.

ISBN 978-85-02-00296-8 (livro do aluno)


ISBN 978-85-02-00297-5 (livro do professor)

1. Português - Sintaxe 1. Título.

03-02206 CDD-469.5

Índice para catálogo sistemático:

1. Análise sintática : Português : Lingüística 469.5

(\1. Editora
~ Saraiva
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APRESENT AÇAO -
A palavra Anáiise tem sua origem no substantivo grego analy-
sis e significa decompor um todo. Partindo dessa definição, a
Análise Sintática tem sido caracterizada como a decomposição dos
enunciados de uma lingua, apontando cada um de seus membros. ··
Porque tem ocorrido ênfase no aspecto mecânico, o assunto
vem sendo menosprezado e visto como um raciocínio inútil e com-
plicado.
A .Análise Sintática é muito mais que dividir uma oração em
termos ou um período em orações. A Análise Sintática é o relato
sistematizado dos fenômenos do dia-a-dia. Por trás de cada defini-
ção está a organização de nosso universo, de nossa vida: um verbo
é transitivo porque existe uma ação que "transita" de um elemen-
to a outro. A compreensão de mundo liga-se à compreensão da
Análise Sintática.
É desse fundamento que partimos para elaborar nossos con-
ceitos. Acreditamos que só se aprende algo quando se identificam
o seu significado, o seu porquê.
Objetivando o entendimento desses conceitos, empregamos
uma linguagem despojada, um grande número de exemplos, co-
mentários, esquemas visuais em tipologia diferente.
Nossos exemplos abrangem de Camões a Chico Buarque e até
traduções livres, e são comentados de forma a evidenciar a teoria
passo a passo. Todas as funções sintáticas que costumam gerar dú-
vidas foram confrontadas através da explicação dos exemplos, res-
saltando suas diferenças e, assim, eliminando os fatores de equí-
voco.
É preocupação permanente não só apontar os procedimentos
teórico-significativos como também os métodps práticos de reco-
nhecimento, e utilizá-los imediatamente, a fim de efetivar a assimi-
lação. Por isso, cada item é seguido de um bloco de exercícios es-
tritamente ligado ao que estiver sendo desenvolvido.
Tal como os exemplos, os exercícios apresentam realizações
dos mais variados autores, mostrando que os esquemas refletem
ocorrências vivas da língua: é sobre eles que todos se expressam. A
esses exercícios juntamos questões de vestibulares, pois, oficial-
mente, elas representam para o aluno médio o mais alto grau de
exigências no assunto. As respostas dos exercícios, colocadas no
fim do livro, foram detalhadas para evitar dúvidas.
Por fim, queremos ressaltar que a organização de nosso estu-
do procurou evitar a fragmentação do raciocínio das condutas
convencionais, geradora da falta de entendimento: em vez de de-
compormos a oração e a seguir o período, criamos uma unidade de
apoio ao raciocínio, a oração, e a analisamos como elemento divi-
sível (os termos da oração) e como elemento uno (uma oração rela-
cionada a outra oração).
Com esta obra, esperamos oferecer aos que a utilizem os pas-
sos de um conhecimento que capacita o raciocínio, desenvolve e
aprimora os vários desempenhos lingüísticos, amplia a um grau ili-
mitado a análise do homem e do mundo.
a autora
,
INDICE
A ORAÇÃO ......................................................................................................... 7

A ORAÇÃO E OS VERBOS (A Predicação Verbal) ............ 8


Verbos Transitivos e Verbos Intransitivos, 8 - Verbos de Ligação, 12 -
Exercício Geral, 13

A ORAÇÃO E SEUS COMPONENTES (Os Termos da


Oração) .................................·................................................................................ 16
TERMOS ESSENCIAIS, 16
Sujeito, 16 - Núcleo do Sujeito, 17 - Sujeito Agente e Sujeito Pacien-
te, 17 - Classificação do Sujeito, 19 - Os Pronomes Indefinidos e a
Classificação como Sujeito Determinado, 23 - Os Pronomes Pes-
soais e a Função de Sujeito, 23 - A Colocação do Sujeito na Oração,
23 - Exercício Geral, 24
Predicado, 26 - Classificação do Predicado, 27 - Exercido Geral, 33

TERMOS INTEGRANTES DA ORAÇÃO, 36


Objeto Direto, 36 - Os Pronomes Pessoais e a Função de Objeto Dire-
to, 37 - Objeto Direto Preposicionado, 38 - Objeto Direito Pleonás-
tico, 40 - Objeto Direto Interno, 40
Objeto Indireto, 41 - Os Pronomes Obliquos e a Função de Objeto In-
direto, 42 - Objeto Indireto Pleonástico, 43
Complemento Nominal, 44 - Os Pronomes Oblíquos e a Função de
Complemento Nominal, 45 - Relação das Principais Palavras Regen-
tes do Complemento Nominal, 45 - Ó Complemento Nominal e o
Objeto Indireto, 47
Agente da Passiva, 48 - O Agente da Passiva, o Objeto Indireto e o
Complemento Nominal, 48

OS TERMOS ACESSÓRIOS DA ORAÇÃO, 49


Aposto, 49
Adjunto Adnominat 52 - Os Pronomes Obliquos Átonos e a Função de
Adjunto Adnominal, 53 - O Adjunto Adnominal e o Complemento
Nominal, 54
Adjunto Adverbial, 56

TERMO INDEPENDENTE , 58
Vocativo, 58 - Distinção entre Aposto e Vocativo, 59
QUESTÕES DE VESTIBULARES .....................................................;... 61

A ORAÇÃO E O PERÍODO .................................................................... 68


O Relacionamento das Orações no Período, 69 - A Oraçã_o Principal,
70 - A Oração Subordinada, 70 - Classificação das Orações Subor-
dinadas, 71

ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA, 72


Clas~ificação, 72 - Distinção entre Oração Predicativa e Subjetiva, 80
- Exercício Geral, 81

ORAÇÃO SUBORDINADA ADJETIVA, 83


Classificação, 84 - Função Sintâtica dos Pronomes Relativos na Oração
Adjetiva, 85 - Exercício Geral, 88 - Distinção entre Oração Subordi-
nada Adjetiva e Oração Subordinada Substantiva Completiva Nomi-
nal, 90

ORAÇÃO SUBORDINADA ADVERBIAL, 91


Classificação, 91 - A Polissemia Conjuntiva e a Oração Adverbial, 96
- Exercício Geral, 98

A ORAÇÃO COORDENADA, 101


Classificação, 102 - A Oração Coordenada Reduzida, 103 - A Polisse-
mia Conjuntiva e a Oração Coordenada, 103 - Distinção entre Ora-
ção Coordenada Sindética Explicativa e Oração Subordinada Adver-
bial Causal, 104

COORDENAÇÃO DE ORAÇÕES SUBORDINADAS, 105

A ORAÇÃO INTERCALADA, 106

A DUPLA FUNÇÃO DE UMA ORAÇÃO NO PERIODO, 106

EXERCICIO FINAL, 107 .

QUESTÕES DE VESTIBULARES ......................................................... 108

RESPOSTAS ......................................................................................................... 117

BIBLIOGRAFIA ............................................................................................... 139


A ORAÇÃO

Oração é qualquer enunciado que apresenta verbo. Esse verbo pode


estar flexionado nos tempos simples, nos tempos compostos, em locu-
ções verbais. Quanto à mensagem, a oração pode apresentá-la com senti-
do completo ou incompleto.

"A roda de samba acabou." (Chico Buarque)


O exemplo acima é uma oração, pois ocorre a presença do verbo acabar
flexionado no pretérito perfeito simples do modo indicativo. ---

A roda de samba havia acabado.


Igualmente temos neste exemplo uma oração, pois ocorre a presença do
verbo acabar, agora flexionado no pretérito mais-que-perfeito composto
do modo indicativo.

" ... que queria negar suas origens." (Ferreira Gullar)


Embora a mensagem esteja incompleta, a locução verbal queria negar ca-
racteriza o exemplo acima como oração.

ORAÇÃO
É obrigatório: verbo
Não é obrigatório: mensagem completa

7
A ORAÇÃO E OS VERBOS
(A predicação verbal)

Os verbos que caracterizam a oração podeni ser diferenciados,


quanto ao que expressam, por relatarem o aspecto dinâmico ou retrata-
rem o lado estático de nosso universo, de nossa vida.

VERBOS TRANSITIVOS E VERBOS INTRANSITIVOS


Indicam qualquer processo dinâmico: o que depende da vontado do
homem (ex.: guerrear) e o que não depende (ex.: chover); o que se passa
em seu mundo interior (ex.; sonhar) e o que acontece no muqdo exterior
(ex.: navegar). A ação contida no processo pode dirigir-se a um alvo, po-
de precisar de um elemento pelo qual se desenvolva, pode ter um destino.

Em:
Eu acendi
a ação contida em acender exige um alvo, pois quem acende, acende Al-
C UMA COISA.
Eu acendi A LENHA .
~
alvo

Em:
Recebi O A VISO tardiamente.
o processo de receber desenvolve-se pelo AVISO.

Em:
Enviara poucas cartas AOS PAIS.
o processo de enviar pede um destino, indicado por AOS PAIS.

8
Quando a ação requer um alvo, um elemento, um destino, sob o
ponto de vista da sintaxe ocorrem verbos que exigem complemento, de-
nominados VERBOS TRANSITIVOS.
ALVO

!
AÇÃO-mE:::::=:::::::=:ELEMENTO
DESrNO

VERBOS TRANSITIVOS COMPLEMENTO

Os verbos transitivos compreendem:


• verbo transitivo direto - não exige preposição, ligando-se diretamente
ao seu complemento denominado objeto direto:
ação alvo
" ... paralisem os negócios, ... " (Carlos Drummond de Andrade)
VTD 0D

..---- MÉTODO PRÁTICO DE RECONHECIMENTO - - - .


Para déterminar a ocorrência de verbo transitivo direto, basta
perguntar O QUÊ? ou QUEM? depois do verbo. Com esse procedi-
mento, verifica-se a presença do complemento e a ausência de pre-
posição:

Quem paralisa, paralisa ALGUMA COISA;


. L--------sem preposição
paralisem O QUÊ? os negócios.
t_ _____ j__-&em preposição
" ... paralisem os negócios, ... " (Carlos Drummond de Andrade)
VTD 0D

O senhor do engenho protegia os retirantes.


Quem protegia, protegia ALGUÉM;
t_ ________.sem preposição
protegia QUEM? os retirantes.
L _____i.sem preposição
O senhor do engenho protegia os retirantes.
VTD 0D

9
, . Agora, aplique o método prático nas seguintes orações:
1. "O poeta desfolha a bandeira ... " (Gilberto Gil)
2. "Pedro pedreiro esperava o carnaval..." (Chico Buarque)
3. "As fotos não negam os fatos ... " (Mauro Mota, Eduardo Ribeiro)
4. "Vi uma estrela tão alta!" (Manuel Bandeira) .
5. Eu ainda tenho uma esperança.
6. "Nunca entendi o livro de Jó ... " (Machado de Assis)

• verbo transitivo indireto: - exige preposição, ligando-se indiretamen-


te ao seu complemento denominado objeto indireto:
ação alvo
"Mas d{!sconfio de muita coisa.,, (João Guimarães Rosa)
VTI OI

- - - MÉTODO PRÁTICO DE RECONHECIMENTO- - -


O reconhecimento do verbo transitivo indiret9 também pode
ser feito com as perguntas QUÊ? ou QUE . depois do verbo, pro-
cedimento esse que evidencia a preposição e o complemento:
Quem desconfia, desconfia DE ALGUMA COISA;
desconfio DE QUÊ? de muita coisa.
"Mas desconfio de muita coisa. (João Guimarães_Rosa)
VTI OI
Todos duvidavam de mana Maria.
Quem duvidava, duvidava DE ALGUÉM;
duvidavam DE QUEM? de mana Maria.
Todos duvidavam de mana Maria.
VTI OI

, Agora, aplique o método prático nas seguintes orações:


l. "Os ananases não gostam de Úm clima frio." (Aulete)
2. Não simpatizaram com você.
3. Às vezes, devemos. obedecer aos impulsos do coração.
4. Todos assistiram ao debate.
5. " ... ansiavam por uma oportunidade a mais ... " (Érico Veríssimo)
6. Não conseguia acreditar em suas palavras.
Observação: quando se trata de locução verbal, como acontece nos exemplos 3 e
6, o verbo a ser analisado é sempre o principal; no exemplo 3 é o verbo obedecer,
no exemplo 6 é o verbo acreditar.

10
• verbo transitivo direto e indireto - antigamente chamado de bitransi-
tivo, esse tipo de verbo exige objeto direto e objeto indireto ao mesmo
tempo:
ação elemento destino
Os jagunços ofereciam seus serviços a o usineiro.
VTDI 0D OI

- - - MÉTODO PRÁTICO DE RECONHECIMENTO - - -


Quem oferecia, oferecia ALGUMA COISA A ALGUÉM;
ofereciam O QUÊ? seus serviços
A QUEM? ao usineiro.

Pediu a bênção ao pai.


Quem pediu, pediu ALGUMA COISA A ALGUÉM;
Pediu O QUÊ? a bênção
A QUEM? ao pai.

Pediu a bênção ao pai.


VTDI 0D OI

, Agora, aplique o método prático nas seguintes orações:


1. "Disse algumas palavras de consolo ao abade." (Alexandre Herculano)
2. ·"José da Silva Lisboa aconselhou a D. João a Abertura dos Portos." (Aulete)
3. Ninguém informou o novo regulamento ·aos alunos.
4. Ninguém informou os alunos do novo regulamento.
5. Pagarei todas as despesas ao congressista.
6. Daremos uma nova oportunidade ao culpado ..

Muitos verbos podem expressar uma ação que não requer um alvo,
um elemento ou um destino. O processo dinâmico concentra-se no pró-
prio ser, transita com ele. Sob o ponto de vista da sintaxe, esses verbos
n_ã o exigem complemento e denominam-se INTRANSITIVOS: ·

VERBOS INTRANSITIVOS
"Uma estrela caiu." (Chico Buarque)
VI

11
São considerados intransitivos:
• verbos que indicam movimento: ir, vir, partir, voltar, chegar, en-
trar, sair, andar, caminhar, correr, cair etc.

• verbos que indicam ação: brincar, nadar:, ajoelhar, lutar etc.

• verbos que indicam fenômenos da natureza: amanhecer, anoite-


cer; chover, trovejar, nevar, ventar, gear etc.

• verbos que indicam fenômenos naturais: adormecer, dormir,


acordar, nascer, crescer,· viver, morrer, tremer, brilhar etc.

• verbos que indicam situação: estar, ficar, permanecer etc.

VERBOS DE LIGAÇÃO
Retratam o lado estático de nossa vida, indicando o estado dos ele-
mentos. Qualquer verbo poderá ser classificado como de ligação, se pu-
der expressar:
• estado permanente - retrata o que é eterno, o que é habitual, o
que não se modifica; isso pode ser indicado pelos verbos ser, vi-
ver:
" ... Que a dor!.. tão velha... " (Chico Buarque)

• estado transitório - retrata o que é momentâneo, o que é passa-


geiro; verbos estar, andar, achar-se, encontrar-se:
"Manuela está triste." (Anibal Machado)

• estado aparente -:-- indica a aparência; verbo parecer:


Umbelino parecia satisfeito.

• mudança de estado:_ revela transformação; verbos ficar, tornar-


se, virar, acabar, cair, fazer-se, converter-se, meter-se:
"Tati ficou sozinha." (Anibal Machado)

• continuação de estado - verbos permanecer, continuar:


"O Rio de Janeiro continua lindo .... " (Gilberto Gil)

12
~ Agora, reconheça os estados expressos pelos verbos de ligação das orações
abaixo:
1. "Eu ando louco de saudade ... " (Ary Barroso)
2. "Forte eu sou, ... " (Milton Nascimento, Fernando Brandt)
3. "Ele se tornara homem ... " (Clarice Lispector)
4. Tudo permanecia escuro e quieto.
5. O sertanejo continuava aborrecido em seu canto.
6. "Eu estava só, na rua e no mundo." (Orígenes Lessa)
7. A cidade parecia calma, sem vida.
8. A noite está fria.
9. O ateu virou padre.
10. "Você é meu caminho ... " (Caetano Veloso)
11 . .Ela vive cansada. ·
12. "Meu lar está deserto." (Castro Alves)
13. O rapaz caíra doente.
14. O vendedor convertera-se em diretor.
15. O cristão acabou mártir.
16. Ele se fez líder do grupo.
17. Toda a família encontrava-se preocupada.
18. Os funcionários achavam-se descontentes.

EXERCICIO GERAL
Para classificar um verbo, é preciso analisar a sua ocorrência no contexto.
Nenhum verbo é coisa alguma, ele só o será no contexto e, em contextos,
qualquer verbo pode ser tudo:

"Manuela está triste." (Anibal Machado)


O verbo estar indica estado transitório: é verbo de ligação.

Manuela está em São Paulo.


O verbo estar não indica estado, indica o processo de situar-se em al-
gum lugar: é verbo intransitivo.

Classifique, quanto à predicação, os verbos das orações de 1 a 12:


1. "A dissonância será bela." (Flávio Venturini, Vermelho, Márcio Borges)
2. "Eu vejo um novo começo de era." (Lulu Santos)
3. "Hoje o tempo voa, amor." (Lulu Santos)
4. A noite oferece todos os sonhos aos jovens.
5. A natureza estava tão triste.

13
6. "O bicho estava perto." (Orígenes Lessa)
1. "O tempo trouxe a sua ação benéfica ao meu coração." (Machado de Assis)
8. "... pensei no seminário ... " (Machado de Assis)
9. "Ouvimos passos no corredor; ... " (Macbado de Assis)
10. Todos viviam muito cansados naquela época.
11. "Vivo à margem- da vida." (Ary Barroso)
12. "Mandei recado a sua mãe agora mesmo,_ ... " (Machado de Assis)
13. Em: "Vasabarros era feio a qualquer hora." (José J. Veiga) temos:
a) verbo intransitivo; d) verbo transitivo direto;
b) verbo transitivo indireto; e) verbo transitivo direto e indireto.
c) verbo de ligação;
14. "Hoje não colho mais as flores de maio ... "
(Clãudio Nucci, Paulinho Tapajós, Mu)
Quanto à predicação, o verbo acima sublinhado recebe a mesma classificação de:
a) O magistrado não resistiria ao seu apelo.
b) Os fiéis atiravam suas oferendas· ao mar.
c) O céu vive nublado.
d) Todos viveriam na casa grande.
e) "Os automóveis ouvem a notícia ... " (Zé Ramalho)
15. A classificação do verbo estã incorreta em:
a) "Broto tem que usar monoquini ... " (Roberto Carlos, Erasmo Carlos)
- verbo transitivo direto;
b) Dedicara toda a sua vida aos irmãos. - verbo transitivo direto e indireto;
c) "O dia estava esplêndido." (Machado de Assis) - verbo de ligação;
d) "Rubião precisava de um pedaço de corda ... " (Machado de Assis) -
verbo transitivo indireto;
e) "E partiu a comitiva." (Machado de Assis) - verbo transitivo direto.
16. (VUNESP-SP) "( ... ) e o largo do jardim estava deserto na noite fria."
"( ...) não encontro nada."
"( ... ) não pensei mais nem nela nem no altar,( ... )"
"( ... ) vagou petas ruas e becos ( ...)"
Classifique, quanto à predicação, os verbos dos fragmentos acima.
17. (U.F.UBERL.-MG) Todos os períodos abaixo apresentam verbo transitivo
direto e indireto ao mesino tempo, exceto em:
a) "Fernando opôs à pretensão da noiva a razão de estado."
b) " ... essa palavra proferida, sem intenção pelo velho, inflingiu-lhe a mais
acerba das humilhações."
c) "Deus a destinara à opulência."
d) "Vou confiar-lhe meu segredo, um segredo que a ninguém neste mundo
foi revelado, e que só Deus sabe."
e) "Estas últimas palavras, a moça proferiu-as com uma indefinível expres-
são."

14
18. Ocorre verbo de ligação em:·
a) Acabei de chegar.
b) "O sonho acabou." (John Lennon)
c) Todos acabaram exaustos.
d) Acabe com isso!
e) Já acabamos todo o serviço.
19. Classifique, quanto à predicação, as ocorrências do verbo passar nas seguin-
tes orações:
"O primeiro amor passou." (Carlos Drummond de Andrade)
Severino passou a chefe do bando.
O pároco passou a noticia aos fiéis.
Os mais jovens passaram os mais velhos.

15
A ORAÇAO -
E SEUS COMPONENTES
(Os termos da oração)

- Termos Essenciais
- Termos Integrantes
- Termos Acessórios
- Termo Independente

TERMOS ESSENCIAIS
São aqueles que compõem a estrutura básica da oração. Dividem-se
em Sujeito e Predicado.

SUJEITO
O sujeito pode ser:
- o .elemento sobre o qual se declara alguma coisa;
- o elemento que pratica ou recebe a ação expressa pelo verbo;
- o termo com -o qual o verbo concorda;
- o termo que pode ser substituído por um pronome do caso reto
(eu, tu, ele, ela, nós, vós, eles, elas).
"O povo pediu uma providência ao prefeito. "
(lgnácio de Loyola Brandão)
No exemplo acima o povo é:
- o elemento sobre o qual se declarou algo (pediu uma providência
ao prefeito);
- o elemento que pratica a ação de pedir;
- o termo com o qual o verbo concorda; o verbo pedir está flexiona-
do na 3!1 pessoa do singular;
- o termo que pode ser substituído por um pronome do caso
reto:

O povo pediu uma providência ao prefeito.


ELE pediu uma providência ao Prefeito.

i6
- - - - MÉTODO PRÁTICO DE RECONHECIMENTO- - - - .

Para determinar o sujeito da oração, colocam-se as expressões in-


terrogativas QUEM? ou O QUÊ? antes do verbo.
QUEM pediu uma providência ao prefeito?
O povo.
"O pêndulo iria de um lado para o outro, ... "
(Machado de Assis
O QUÊ iria de um lado para o outro?
O pêndulo.

NÚCLEO DO SUJEITO

Núcleo indica a palavra que realmente está exercendo uma determi-


nada função sintática. Em se tratando de sujeito, o núcleo apresentará
substantivo, ou palavra com valor de substantivo, ou pronome:

núcleo
"Os meus !acordes! vão terminar... "
sujeito (Flávio Venturini, Vermelho, Márcio Borges)

SUJEITO AGENTE E SUJEITO .PACIENTE

Em:
"O povo pediu uma providência ao prefeito. "
(lgnácio de Loyola Brandão)
o sujeito povo pratica a ação expressa pelo verbo, por isso denomjna-se
sujeito agente.

Em:
Uma providência foi pedida ao prefeito pelo povo.
o sujeito providência não pratica a ação, não é o centro irradiador do
processo dinâmico; é o receptor. Por isso, denomina-se sujeito paciente.

17
Quando ocorre sujeito paciente, o verbo apresenta-se:.

• na voz passiva analitica - construída com os verbos auxiliares ser, es- ·


tar, ficar, ir, vir, e verbos transitivos diretos ou verbos transitivos dire-
tos e indiretos como verbo principal:

verbo verbo
,---.,...,.,,--,,-;auxiliar principal
Uma!providência! foi pedida ao prefeito pelo povo.
sujeito paciente

Além do auxiliar formador da voz passiva, pode ocorrer um verbo


auxiliar dos tempos compostos ou locuções verbais:
verbo
auxiliar
Uma providência deve ser pedida ao prefeito.

• na voz passiva sintética·- o verbo transitivo direto ou verbo transitivo


direto e indireto flexionado na 3~ pessoa, acompanhado do pronome
apassivador se:
~-------
Pediu-se uma jprovidêncial ao prefeito.
sujeito paciente

equivale a:

Uma providência foi pedida ao prefeito.

Se houver um verbo auxiliar na voz passiva sintética, ele aparecerá


flexionado na 3~ pessoa, concordando com o sujeito paciente:

--------.-'-·--~
Deve-se pedir umajprovidêncialao prefeito.
sujeito paciente

equivale a:

Uma. providência deve ser pedida ao prefeito.

18
. , . Agora: ·
- aponte o sujeito da oração, procurando identificar o termo com o
qual o verbo concorda;
- substitua-o, quando possível, por um pronome do caso reto;
- indique se o sujeito é agente ou paciente.
1. "João da Mata parou à beira da calçada ... " (Adolfo Caminha)
2. "Os encantos da gentil cantora eram ainda realçados pela singeleza ... "
(Bernardo Guimarães)
3. "O clarão do sol poente por tal sorte abraseava as vidraças ... "
(Bernardo Guimarães)
4. "A baronesa a ninguém participou, além de Jorge, a sua partida para
Lisboa." (Júlio Diniz)
5. As folhas e as flores eram levadas pela correnteza do rio.
6. "Pensava ele uma noite no seu leito." (Júlio Diniz)

CLASSIFICAÇÃO DO SUJEITO

Nem sempre o sujeito pode ser identificado na estrutura da oração.


Por isso, classifica-se em: determinado, indeterminado e inexistente.

• sujeito determinado - é facilmente apontado; divide-se em:


a) simples - apresenta um único núcleo:

núcleo
"A ~ médica confabulava em torno do leito."
(Doe Comparato)

QUEM confabulava em torno do leito? A equipe médica, cujo núcleo


equipe é único.
Logo, há sujeito determinado simples: equipe.

b) composto - apresenta dois ou mais núcleos:

núcleo núcleo núcleo


"!Fabiano! , Sinha W@nãl e os !meninos! iam à festa de Natal na cidade."
(Graciliano Ramos)

QUEM ia à festa de Natal na cidade? Fabiano, Sinha Vitória e os meni-


nos. Há três núcleos; logo, o sujeito é determinado composto.

19
e) implicito - tambêm chamado de eliptico, desinencial e, antigamen-
te de sujeito oculto. Identifica-se pela desinência número-pessoa do
verbo:

"Alguns anos vivi em Itabira ... " (Carlos Drummond de Andrade)


QUEM viveu em ltabira alguns anos? Eu.
O sujeito é indicado pela flexão verbal na 1 !' pessoa do singular - vivi.
Logo, há· sujeito determinado implícito: eu.

• sujeJto indeterminado - é aquele que existe, mas que não pode ser
identificado. Quando o sujeito for indeterminado, Obrigatoriamente,
a oração apresentará uma das seguintes ocorrências:
- qualquer verbo flexionado na 3! pessoa do plural, sem o pronome
pessoal do caso reto ou sem qualquer outro elemento que obrigue o
verbo a essa flexão:
'!Querem acabar comigo." (Roberto Carlos, Erasmo Carlos)
QUEM quer acabar comigc;>? Não se consegue apontar.
Quanto à estrutura, não há na oração o termo que obriga o verbo a fle-
xionar-se na 3!' pessoa do plural;
Quanto à significação, sabe-se que existe alguém. a praticar o processo
dinâmico expres~o pela locução verbal, mas não se conseg·ue identificar;
Logo, ocorre oração com sujeito indeterminado.

- verbos intransitivos, verbos transitivos indiretos ou verbos de liga.,


ção flexionados na 3! pessoa do singular e acompanhados da pala-
vra se, que vai funcionar como indiçe de indeterminação do sujeito:

la-se por este caminho diariamente..


QUEM ia por este caminho diariamente? Não se consegue apontar.
O verbo ir é verbo intransitivo, está flexionado na 3!' pessoa do singular e
acompanhado da ·palavra se; não há nenhum termo que obriga o verbo a
essa flexão;
Quanto à significação, sabe-se que existe alguém à desenvolver o proces-
so dinâmico expresso pelo verbo, mas não se consegue identifi.car.
Logo, ocorre oração com sujeito indeterminado.

Confia-se pouco no próximo.


QUEM confia pouco no próximo? Não se consegue apontar.
O verbo confiar é verbo transitivo indireto (quem confia, confia em ai-

20
guém ou em algo), está flexionado na 3!1 pesso~ do singular e acompanha-
do da.palavra se; não há nenhum termo com o qual o verbo esteja concor-
dando;
Quanto à signifiêação, sabe-se que existe alguém a desenvolver o proces-
so dinâmico expresso pelo verbo, mas não se consegue identificar.
Logo, ocorre sujeito indeterminado.

Era-se mais feliz antigamente.

QUEM era mais feliz antigamente? Não se consegue apontar.


O verbo ser é verbo de ligação (indica estado), está flexionado na 3!1 pes-
soa do singular e acompanhado da palavra se, não há nenhum termo que
obriga o verbo a essa flexão;
Quanto à significação, sabe-se que alguém era mais feliz antigamente
mas· não se consegue identificar.
Logo, ocorre sujeito indeterminado.

Nota: não há sujeito indeterminado com verbo transitivo direto flexio-


nado na 3~ pessoa do singular e acompanhado da palavra se, pois esse
tipo de ocorrência apresenta sujeito determinado:

Via-se uma luz na neblina.


O QUE se via na neblina?
Uma [iüz].
Além disso:
- o verbo ver concorda com o termo luz; logo, luz é sujeito determinado
simples; - -
- é um sujeito paciente, já que não pode desenvolver o processo expres-
so pelo verbo: a luz não pode ver, só pode ser vista. Assim, a palavra se
é pronome apassivador.

Via-se uma luz na neblina.

equivale a:
Uma luz era vista na neblina.

O mesmo não ocorre em:


Nilo se vê com a neblina.
O QUE não se vê com a neblina?
Não se consegue apontar.

21
Além disso:
- o verbo ver não concorda com nenhum termo da oração:
não é advérbio de negação, atua como adjunto adverbial; .
com a neblina, caracterizada pela preposição fQ!!!, só poderá exercer
funções sintáticas que permitam á regência dessa preposição (adjunto
ou complemento);
- se não há um termo com o qual o verbo concorda, a sua atuação é co-
mo intransitivo: é apenas a possibilidade de ver com a neblina; logo, a
palavra se é índice de indeterminação do sujeito e o sujeito é indeter-
minado.

• sujeito inexistente - ocorre em orações cujo processo expresso pelo


verbo não pode ser desenvolvido ou recebido por nenhum sujeito. As-
sim, não haverá nenhum termo com o qual o verbo concorda e que
possa ser substituído por um pronome do caso reto. Essas orações de-
nominam-se Orações sem Sujeito e apresentam: ·
- verbos que indicam fenômenos da natureza:
Geia no extremo sul do Paraná.

- verbo haver significando existir ou em indicações de tempo decorrido:


Havia muitos bois na rua_.
Houve desentendimentos durante a reúniiio.
Há tr~ semanas, encontrei-o na praia.
it, . Poderá haver protestos.

- verbo fazer indicando tempo cronológico ou temperatura:


Fez muito frio nesse alio.
Faz cinco dias.
Deve fazer quatro anos.

- verbo ir indicando tempo:


Vai para três meses que niio recebe noticias.

- verbo estar indicando tempo (temperatura):


Está muito frio;

- os verbos bastar e chegar na acepção de ser suficiente:


Basta de confusilo.
Chega de encrenca.

22
OS PRONOMES INDEFINIDOS E A CLASSIFICAÇÃO
COMO SUJEITO DETERMINADO
Os pronomes indefinidos, especificamente alguém e ninguém, de-
vem ser classificados como sujeito determinado, já que essa denomina-
ção é atribuida ao termo que se consegue apontar como sujeito, indepen-
dente do seu significado:
Ninguém chegara até aquele momento.
QUEM chegara até aquele momento?
Ninguém, sujeito determinado simples.

OS PRONOMES PESSOAIS E A FUNÇÃO DE SUJEITO


A função sintática de sujeito é especifica dos pronomes do caso.reto:
eu, tu, ele, ela, nós, vós, eles, elas:
"Eu sou um arco-íris na tarde.,, (João Donato, Baby Consuelo)

Entretanto, os pronomes obliquos átonos podem exercer essa fun-


ção_toda vez que se apresentarem entre um verbo causativo (mandar, dei-
xar, fazer etc.) ou.um verbo sensitivo (ver, ouvir, sentir etc.) e um verbo
na forma nominal do infinitivo:
verbo
sensitivo infinitivo
Vi-o sair apressado.
sujeito

QUEM saiu apressado? Ele, representado pelo pronor:ne oblíquo átono Q.


Vi-o sair apressado.
equivale~
Vi que ~ i u apressado.
-sujeito

A COLOCAÇÃO DO SUJEITO NA ORAÇÃO


A ordem lógica da oração é sujeito e predicado, isto é, o sujeito ini-
cia a oração:
"A [diüvãl cessara de todo.,, (Machado de Assis)
sujeito

23
Entretanto, essa posição não é obrigatória:
"BrillÍalJI estrelas de São João. ,, (Moraes Moreira, Abel Silva)
O QUE brilha? estrelas de São João.
Logo, estrelas é o sujeito, embora colocado depois do verbo.

EXERCICIO GERAL
Classifique o sujeito das orações de 1 a 18:
1. "Um capitão médico rile examinou o olho." (Fernando Sabino)
2. "Sigo pela rua principal..." (Lygia Fagundes Télles)
3. "O rancho do novo dia
O cordão da liberdade
e o bloco da mocidade
vão sair no carnaval ....." (Gilberto Gil)
4. "Lá fora faz uin tempo confortá~el..." (Zé Ramalho)
5. "Forte eu sou ... " (Milton Nascimento, Fernando Brandt)
6. "Há silêncios eloqüentes ... " (Tristão de Athaíde)
7. "Ninguém quer brincar ... " (Anibal Machado)
8. "Vinham passos do fundo ... " (Orígenes Lessa)
9. "Estávamos na rua eu e aqueles passos cada vez mais próximos ... "
(Origenes Lessa)
10. Chuviscou durante a madrugada.
11. Bateram na porta.
12. Crê na vida!
-13. Do alto do edifício, assistia-se a tudo.
14. Troca-se zíper.
15. Basta de reclamações.
16. Ouviu~se um rumor na folliagem.
17. Não se ouvia bem na galeria do teatro.
18. Maria, traga-me as frutas.
19. Em: "Não passava pela minha càbeça nenhuma neblina." (Cecília Meire-
les) o sujeito é:
a) indeterminado; d) cabeça;
b) inexistente; e) cqmposto: cabeça e neblina.
c) neblina;
20. "Cortou-se a dificuldade facilmente." (Machado de Assis)
A oração que recebe a mesma classificação de sujeito do exemplo acima é:
a) "\'.'ivia-se ali." (Machado de Assis)
b) Não o vejo faz algum tempo.
c) "Os dois garotos brincam nà praia." (Orígenes Lessa)
d) "Expediram-sé logo várias ordens importantes." (Machado de Assis)
e) Com o calor, chega-se cansado ao trabalho.

24
21. Há dias eu o~ passar.
Os sujeitos dos verbos sublinhados classificam-se como:
a) indeterminado, determinado;
b) inexistente, inexistente;
c) implícito, implícito;
d) inexistente, determinado;
e) inexistente, implícito.
22. (MACK-SP) No período: "Saíram a passeio pÔrque fazia anos que não anda-
vam a cavalo", os sujeitos dos verbos sair, fazer e andar são, respectivamente:
a) indeterminado, anos, indeterminado;
b) desinencial (eles), inexistente,_ desinencial (eles);
c) indeterminado, inexistente, indeterminado;
d) desinencial (eles), desinencial (eles), desinencial (eles);
e) desinencial (eles), indeterminado, indeterminado.
23. (MACK-SP) No período: "Que houve de fascinante nas sensações misterio-
sas que Denise sentia?", os sujeitos dos verbos haver e sentir são, respectiva-
mente:
a) que, que; d) inexistente, Denise;
b) sensações misteriosas, Denise; e) elíptico, que.
c) que, Denise;
24. A classificação do sujeito está incorreta em:
a) "ltaguaí e o universo ficavam à beira do abismo." (Machado de Assis)
- sujeito determinado composto;
b) Venha jantar comigo. - oração com sujeito elíptico;
c) ·'Ninguém mais me procurará hoje." (Machado de Assis) - sujeito de-
terminado;
d) "Muitas coisas se dizem." (Carlos Drummond de Andrade) - sujeito
indeterminado;
e) Apareceram no horizonte estranhos objetos luminosos. - sujeito deter-
minado simples.
25. Em: "Quem vem lá?", o sujeito é:
a) indeterminado; d) quem;
b) inexistente; e) implícito.
c) indefinido;
26. Qual a oração cujo sujeito não é agente?
a) "Esperava-se a hora do chá." (Machado de Assis)
b) "Esqueça-se de mim." (Machado de Assis)
c) Assistia-se ao filme.
d) "Escrevo·sem assunto." (Machado de Assis)
e) "Vai-se a primeira pomba ... " (Raimundo Correa)

25
27. O sujeito é representado por um pronome oblíquo átono em:
a) Feriu-se ao consertar a janela.
b) Devo-lhe chamar pelo nome de batismo.
c) Faça-o ficar quieto!
d) Quero-lhe dizer o que sinto.
e) Venha-lhe contar tudo o que sabe.
28. Em: "Morre-se um pouco todos os dias", o sujeito é:
a) indeterminado; d) um pouco;
b) inexistente; e) ele.
c) implícito;

PREDICADO
O predicado pode ser:
- aquilo que se declara sobre o sujeito:
"O povo pediu uma providência ao prefeito. ,.
predicado (lgnácio de Loyola Brandão)

- uma declaração que não se refere a nenhum sujeito (oração sem


sujeito):
Chove pouco no sertão do Nordeste.
predicado

- - -MÉTODO PRÁTICO DE RECONHECIMENTO - - -

Para determinar o predicado, basta separar o sujeito. Ocorrendo


uma oração sem sujeito, o predicado abrangerá toda a declaração. A
presença do verbo é obrigatória, seja de forma explícita ou implícita:
"Nossos bosques têm mais vida.,. (Gonçalves Dias)
predicado com verbo explicito
"Nossa vida mais amores." (Gonçalves Dias)
(tem) predicado com verbo implicito

~ Agora, aplique o método prático nas seguintes orações:


1. "Maria Rosa arrumou a capa da cadeira. (Clarice Lispector)
2. "A vida era inteiramente nova." (Clarice Lispector) .
3. "A ferocidade, Sr. Soares, é o grotesco a sério!" (Machado.de Assis)

26
4. "Um desses fugitivos chegou a ser preso a duzentos passos da vila."
(Machado de Assis)
S. "- Não entendo." (Machado de Assis)
6. Nevava somente no alto da montanha.
7. Exibiam-se nas barracas lindas toalhas bordadas.
8. "Uma camioneta apontou ao longe." (Fernando Sabino)

CLASSIFICAÇÃO DO PREDICADO
A classificação do predicado depende do significado e do tipo de
verbo que apresenta. Há:
- predicado nominal
- predicado verbal
- predicado verbo-nominal

• predicado nominal:
Quanto ao significado, retrata o estado do sujeito, atribuindo-lhe uma
condição ou qualidade;
Quanto ao aspecto sintático apresenta:
- verbo de ligação;
- predicativo do sujeito, função exercida por substantivos, adjetivos,
pronomes e locuções que atribuem uma condição ou qualidade.

QUALIDADE
ESTf DO + CONDIÇÃO

' -
VERBO DE LIGAÇAO +
PREDICATIVO DO SUJEITO
Predicado Nominal
'
"O poeta está melancólico. " (Carlos Drummond)
está melancólico é predicado nominal, pois indica o estado transitório do
sujeito poeta.
está - é verbo de ligação.
melancólico - é predicativo do sujeito.

VL P .Suj.
"O poeta está !melancólico!." (Carlos Drummond de Andrade)
núcleo ,

No predicado nominal, o núcleo é sempre o predicativo do sujei-


to, porque a principal mensagem é a qualidade ou condição.

27
Predicativ.õ do sujeito pleonástico.
É a dupla ocorrência dessa função sintática na mesma oração, a
fim de enfatizar o significado que é único:

Medr~era.
predicativo predicativo do sujeito pleonãstico
do sujeito

, Agora, separe o predicado nominal das orações abaixo, aponte o verbo de


ligação e o predicativo do sujeito:
1. "D. Evarista ficou aterrada." (Machado de Assis)
2. "Não estarei apenas nervosa?" (Cecília Meireles)
3. "Meu coração é um vago de acalanto." (Vinicius de Moraes)
4. O dia tornara-se insuportável.
5. É de pedra a minha estrada.
6. As faces continuavam vermelhas.
7. " ... tu és absurda ... " (Machado de Assis)
8. Cada minuto parecia um ano.

• predicado verbal:
Quanto ao significado - relata os processos dinâmicos praticados ou
recebidos pelo sujeito, bem como os que não dependem de um sujeito;
Quanto ao aspecto sintático - apresenta verbos intransitivos e transi-
tivos.
- predicado verbal com verbo intransitivo:
VI
"Os trens de subúrbio n0o lpassavaml ali." (Anibal Machado)
núcleo

- predicado verbal com verbo transitivo direto:


VTD 0D
"i Examinei! a rua." (Orígenes Lessa)
1 núcleo

- predicado verbal com verbo transitivo indireto:


VTI OI
O movimento das marés !obedecei aos ciclos lunares.
núcleo

28
- predicado verbal com verbo- transitivo direto e indireto:
0D OI
l.Dedicaral toda a sua vida aos filhos.
núcleo ·

No predicado verbal o núcleo é sempre o verbo porque sua mensagem


principal é a ação.

, Agora, separe o predicado verbal das orações abaixo e classifique os ver-


bos:
1. "E a cidade morre." · (Fernando Sabino)
2. "Haverá no meu rosto algum indício?" (Cecília Meireles)
3. Expliquei o novo procedimento ao colega.
4. "A eternidade tem as suas pêndulas." (Machado de Assis)
5. "Rubião não cuidou mais do coche ... " (Machado de Assis)
6. A tarde, pagaria ao Juvenal.
7. "Oliveira entrou afoitamente no gabinete." (Machado de Assis)
8. "O velho atleta recorda as jogadas felizes ... " (Moacir Franco)

• predicado verbo-nominal:
Quanto ao significado, relata um processo ativo e retrata um estado
(ação + estado);
Quanto ao aspecto sintático, apresenta:
- verbos transitivos e intransitivos;
- predicativo do sujeito, se o estado atribui uma qualidade ou condi-
ção ao sujeito;
- predicativo do objeto, se o estado atribui uma qualidade ou condi-
ção ao que desempenha a função de objeto direto ou indireto.
O predicado verbo-nominal é a reunião do ·predicado verbal com o
predicado nominal:
Os fiéis partiram. - indica ação, é predicado verbal.
Os fiéis estavam felizes. - indica· estado, é predicado nominal.
Os fiéis [PartiramU felizes j • - indica ação e estado, é predicado ver- ·
1 núcleo núcleo, bo-nominal.

partiram é verbo intransitivo


felizes é predicativo do sujeito, indica o estado do elemento que funcio-
na como sujeito da oração - fiéis -.

29
No predicado verbo-nominal há dois núcleos, o verbo e o predicativo,
pois as informações por eles expressas possuem igual importância.

- predicado verbo-nominal com verbo transitivo direto e predicativo


do sujeito:

(nós) VTD 0D P. Suj.


[sujeito implícito] !Ouvimos! seu relato incrédulos .
núcleo núcleo

- predicado verbo-nominal com verbo transitivo direto e predicativo


do objeto:

VTD OD P. Ob'.
!Achamo~ seu relato interessante :
núcleo núcleo

- predicado verbo-nominal com verbo transitivo indireto e predicati-


vo do sujeito:

VTI OI P. Suj.
Os ilhéus !assistiam Iao desfile entusiasmados .
núcleo núcleo

- predicado verbo-nominal com verbo transitivo indireto e predicati-


vo do objeto:

VTI OI P. Obj.
!Chamavam! ao pobre rapaz de ignorante .
núcleo núcleo

Os verbos intransitivos só admitem predicativo do sujeito; os verbos


transitivos admitem predicativo do sujeito ou predicativo do objeto.

30
Verbos que admitem predicativo do objeto
- os que expressam um julgamento, pois, quando se avalia algo ou
alguém., automaticamente, atribui-se um estado:

00 ~ 0 b j . t ~ (-
achar - Achávamos sua atitude incorreta.
Q.. r
,:;I" o
00 P. 0b_t--
acusar - Acusaram o colegã'ditiaidor.

P. 0bj. 00
considerar ~ Considerei fmprópri~ decisllo.

P.0bj. 00
crer - Creio justÓSÕs!eus motivos.

P. 0bj.----.... 00
dar - A comissllo deu por concluidos os trabalhos.

00 ,,,,,..---...._P. 0bj.
haver - Haviam a minha presença como indesejável.

00 .-----!· 0bj.
julgar - Todos julgavam as suas atitudes interesseiras.

00 P. 0bj.
reputar - Reputam o r a ~ o herói.

00 ..-----!· 0bj.
ter - Todos têm esse senhor como amigo.

00...,...---.,.._ P. 0bj.
Todos têm esse senhor na conta de amigo.

- os que expressam uma transformação:

00.-----!'. 0bj.
fazer - Os passeios fizeram o menino mais alegre.
00 P. 0bj.
tornar - As circunstâncias tornaram o jov~ltado.
00 ,.,----.?· 0bj.
transformar - O poder transforma qualquer homem em amoral.

31
- os que expressam uma denominação:

0D~ P. Obj.
apelidar - A classe apelidou o novo aluno de caçula.

· OD.,..--P. Obj.
chamar - Chamam esses grupos de punks.

01....---P. Obj.
Chamam a esses grupos de punks.

OD,.---....._ P. Obj.
denominar - Denomino esta obra de pós-modernista.

OD~P.Obj.
tachar - Tacharam o diretor de ignorante.

- os que expressam uma atribuição:

0D ~ P. Obj .
coroar - Coroaram o filho mais novo príncipe deste reino.

O D ~ P . Obj.
designar - Designaram o vereador prefeito-substituto.

O D ~ P.Obj.
eleger - Elegeram tr& alunos seus representantes.

O D ~ P.Obj.
escolher - Os homens escolheram a primavera como símbolo da vida.

OD.---f. Obj .
nomear - Nomeou o tio seu procurador.

- os que expressam uma declaração:

,' oo_P. Obj.


aclamar - O mundo aclamou Pelé rei do futebol.

OD,-..P. Obj.
declarar - O júri declarou o réu inocente.

0D ...----.!'· Obj.
proclamar - Procl°'maram o mais jovem seu lfder.

32
- deixar, encontrar, querer, saber e ver, em contextos do seguinte
tipo:
OD__.!'. Obj.
A noticia deixou o rapaz arrasado.
OD P. Obj.
Encontraram-nó'abatido.

oo •.:..f Obj .
Queria o filho deputado.
ODr,:--.,P, Obj.
Sabia-o falso amigo.
OD~P. Obj.
Viu-me tllo f e/iz.

~ Agora, separe o predicado verbo-nominal das orações abaixo e identifique


todos os seus componentes: verbos intransitivos ou transitivos, complementos
verbais, predicativos~
1. "Batista saiu dali fascinado." (Machado de Assis)
2. Mariana encontrou o irmão indignado.
3. "Os amigos acharam-no triste." (Machado de Assis)
4. A população adotou um novo comportamento esperançosa.
5. Concordarei com o novo regulamento um pouco contrariado.
6. A vida o fez ~m rude.
7. "O calor do fogão tomara mais rosado o seu rosto." (Josué Montello)
8. Chamaram ao povo de inconseqüente.
9. "Paulinho sorri, orgulhoso." (Origenes Lessa)
10. "Os·outros diretores se voltaram, estupefatos." (Fernando Sabino)
11. O diretor deu por encerrado os trabalhos.
12. Já o tenho como amigo.
13. Madalena havia sido vista chorosa pelas ruas.
14. Nomeou-me seu assistente.
15. Até agora, ninguém o acusou de traidor.
16. Este dia, considerei proveitoso.
17. "Sempre achara triste e agourento o canto do galo." (Érico Veríssimo)
18. "Havia caixões cheios de niqueis." (José Lins do Rego)

EXERCICIO GERAL
Reconheça e classifique o predicado nas orações de 1 a 32:
1. "Já sou fã do comercial." (Edson Alencar, Hélio Matheus)
2. "O sol mal entrava ali." (Érico Veríssimo)
3. "O pajé gostava de mim." (Érico Veríssimo)

33
4. "A palavra imobilizou o farmacêutico." (João Clímaco Bezerra)
5. "A chuva é uma caricia de dedos longos." (Francisco Karan)
6. "A infeliz dama curvou a cabeça, obediente e chorosa."
(Machado de Assis)
7. "Ele estava inconveniente." (Fernando Sabino)
8. Chegou a casa cansado e triste.
9. "Raimundo deu-me a pratinha, sorrateiramente." (Machado de Assis)
10. Amanhecia.
11. "A cara era um pimentão." (Machado de Assis)
12. Todos julgaram-no inocente:
13. " ... vou colher avencas,
lirios, rosas, dálias
pelos campos verdes," (João de Aquino, Paulo César Pinheiro)
14. "A vida é traição." (Manuel Bandeira)
15. O dinheiro tornou-o um déspota.
16. "Olho a rosa na janela." (Sérgio Bittencourt)
17. "A vigilância cuida dp normal!" (Zé Ramalho)
18. Todo o arraial queria muito ao pobrezinho.
19. Achei a reunião satisfatória.
20. Estávamos na esquina à sua espera.
21. "Meu coração desmaia pensativo·." (Castro Alves)
22. "O pego se esqueceu da dádiva de Deus." (Castro Alves)
23. "Levei aos lábios o dourado pomo!" (Castro Alves)
24. A criancinha permanecia imóvel. •
25. Permaneceremos aqui.
26. O esconderijo fora totalmente destruído pelo soldado amarelo.
27. " ... dos quinze aos vinte chamavam-me poeta ... " (Machado de Assis)
28. "Um pássaro piou." (Érico Veríssimo)
29. Fiquei resfriado.
30. "Ele me daria indicação." (Origenes Lessa)
31. "Damião acabara de entrar espavorido!" (Machado de Assis)
32. " ... tomei-me sério ... " (Mac:hàdo de Assis)

33. (MACK-SP) "Na manhã seguinte desci um pouco amargurado, outro pouco
satisfeito."
Indique a alternativa que contém o predicado do mesmo tipo que do período
açima:
a) Naquele dia, eram tantos os cas~elos e tantos os sonhos esboroados.
b) Na tarde de uma segunda-feira, anunciei-lhe um pouco de minha tristeza,
outro pouco de minha satisfação.
c) Esta injúria merecia ser lavada com o sangue dos inimigos.
d) Mas eu era moço à semelhança de meu tio Neves.
e) Recebeu convicto e com certa afeição as verdade~ do filósofo.

34
34. (PUC-SP) Nas orações:
"O pavão é um arco-íris de pluma."
e
"De água e luz ele faz seu esplendor."
temos, respectivamente:
a) dois predicados nominais, cujos predicativos dos sujeitos são "arco-íris"
e "esplendor";
b) um predicado nominal, cujo predicativo do sujeito é "arco-íris", e um
predicado verbal, cujo predicativo do objeto é "esplendor";
c) um predicado nominal, cujo predicativo do sujeito é "arco-íris" e um pre-
dicado verbal, cujo objeto direto é "esplendor";
d) dois predicados verbais, cujos objetos diretos são "arco-íris" e "esplendor";
e) um predicado nominal, cujo verbo é de ligação e um predicado verbal,
cujo verbo é intransitivo.
35. Em:
"Que gente será esta?" (Camões)
O termo sublinhado exerce a função sintática de:
a) objeto direto; d) predicativo do objeto;
b) objeto indireto; e) sujeito.
c) predicativo do sujeito;
36. Escolha a correta classificação dos termos sublinhados em:
" ... que têm por mestra a longa experiência ... " (C~mões)
a) objeto direto;
b) objeto indireto;
' c) predicativo do objeto;
d) predicativo do sujeito;
e) sujeito.
37. Em:
"quantas naus esta viagem
fizerem de atrevidas ... " (Camões)
temos:
a ) predicado verbal com verbo transitivo direto e indireto;
b) predicado verbo-nominal com predicativo do sujeito;
c) predicado verbal com verbo transitivo indireto;
d) predicado verbo-nominal com predicativo do objeto;
e) predicado verbal com verbo transitivo direto .
38. Há predicativo do sujeito pleonástico em:
a) As sombras ... elas estavam por toda parte.
b) b recibo, encontrei-o dentro do livro.
c) Convidou-me; a mim somente.
d) Feliz. já não me sinto.
e) Feliz já não o sou.

35
TERMOS INTEGRANTES DA ORAÇÃO
São aqueles que se juntam a determinadas estruturas para torná-las
completas. Consideram-se termos integrantes:
- Objeto Direto
.:_ Objeto Indireto
- Complemento Nominal
- Agente da Passiva

OBJETO DIRETO
Quanto ao significado, revela o alvo da ação ou o elemento pelo
qual se desenvolve o processo dinâmico;
Quanto ao aspecto sintático, é complemento verbal não regido de
preposição, ligando-se diretamente a verbos transitivos diretos e verbos
transitivos diretos e indiretos.
ALVO
1
"Examinei o !relógi~ de pulsi.,, (Origenes Lessa)
VTD t I núcleo
Objeto direto
1

- sem preposição

. - - - - MÉTODO PRÁTICO DE RECONHECIMENTO - - - - .

Para determinar o objeto direto, basta perguntar QUEM? ou O


QUÊ? depois do verbo:

Examinei O QUÊ? O relógio de pulso.

A possibilidade de se transformar em sujeito da voz passiva também


caracteriza a maioria dos objetos diretos:
"Examinei o lrelógiol de pulso.,, (Origenes Lessa) - voz ativa, o su-
D jeito implícito eu pratica a ação

7 de examinar.

oi relógio! de pulso foi examinado por mim. - voz passiva, o sujei-


sujeito to relógio é receptor
paciente
da ação.

36
Distribuiu sorrisos a todos os presentes.
VTDI 00 OI

Distribuiu O QU Ê?
sorrisos.

Distribuiu sorrisos a todos os presentes. - voz ativa

/ºº
Sorrisos foram distribuídos a todos os presentes. - voz passiva
sujeito
paciente

OS PRONOMES PESSOAIS E A FUNÇÃO


DE OBJETO DIRETO

A função sintática de objeto direto é específica dos pronomes oblí-


quos, já que se caracterizam por representar os complementos. Por isso,
não podemos empregar um pronome pessoal do caso reto em seu lugar.
Deve-se construir:

Encontrei-~ ao passar pela ponte.


00

Não se deve construir:

Encontrei ele ao passar pela ponte.

ele é pronome do caso reto, não pode atuar como complemento verbal, já
que a sua função característica é de sujeito.

ôs pronomes oblíquos átonos que podem atuar como objeto direto


são: me, te, se, o, a, nos, vos, os, as.
Somente lhe, lhes não vão exercer essa função sintática.
Os pronomes oblíquos tônicos resultarão no objeto direto preposi-
cionado, ocorrência estudada a seguir.

37
OBJETO DIRETO PREPOSICIONADO
Embora o verbo transitivo direto não exija preposição para ligar-se
a seu complemento, muitas vezes o tipo de palavra ou a mensagem que
exerce a função sintática de objeto direto necessita de uma preposição:
a) as palavras Deus, Cristo, Jesus:

Os cristãós louvam g_ Jesus.


O verbo louvar continua sendo verbo transitivo direto:
quem louva, louva ALGUÉM ~u louva ALGUMA COISA. A palavra Je-
sus que aparece no objeto direto exige destaque, que é dado pela pre-
posição~-

b) a palavra ambos:

Não reconheci a ambos.

c) o pronome relativo quem com termo antecedente expresso:


antecedente
expresso
i a quem tanto adm,ras.
Quero conhecer o mestre .
~____.,. VTD
OD Prep.

d) os pronomes oblíquos tônicos, já que esse tipo de pronome só


ocorre acompanhado de preposição:

Convidou ª mim e não ª ti.

e) pronomes demonstrativos, indefinidos e de tratamento:

Elogiei g_ este.
Observávamos g_ todos.
Admiramos muito a Vossa Senhoria.

f) substantivos próprios ou que indicam pessoas:

Amava!!. Pedro sem restrições.

38
g) construções comparativas em que o verbo se encontra implícito:
Idolatrava-o como g_ um deus.
(como idolatraria a um deus)

h) objeto direto, composto de pronome oblíquo átono e de substan-


tivo:
Estimava-51. e g_os fiéis seguidores.
0D o substantivo transforma-se em OD Preposicionado

i) para realça,r a mensagem:


Cumprir a promessa. - - Cumprir com a promessa.
0D ODPrep.

Sacar o revólver. Sacar do revólver.


0D ODPrep.

Puxar a faca. Puxar ç!_a faca.


0D 0D Prep.

Usar violência. Usar de violência.


0D 0D Prep.

Tomar a palavra. Tomar da palavra.


0D 0D Prep.

Pegar a enxada. Pegar da enxada.


0D OD Prep.

j) para indicar a parte de um todo:


Comeremos gesta torta.
em vez de Comeremos esta torta.
A preposição de que aparece contraída com o pronome demonstra-
tivo esta indica parte.

1) para desfazer ambigüidade, quando há inversão dos termos:


- o sujeito coloca-se depois do verbo:
No primeiro tempo, vencia o Palmeiras o Santos.
Nesse exemplo, não se consegue distinguir o sujeito e o objeto dire-

39
to, ou seja, não se sabe quem vencia .e quem era vencido. Ao se
preposicionar o objeto direto, a ambigüidade se desfaz:

No primeiro tempo, vencia o Palmeiras f!O Santos.

- o objeto direto coloca-se antes do verbo:


A João feriu José.
OD Sujeito
Prep.

OBJETO DIRETO PLEONÁSTICO


É a dupla ocorrência dessa função sintática na mesma oração, a fim
de enfatizar o significado que é único:
" ... e eu nilo [! engano a ti.,, (Carlos Drummond de Andrade)
OD OD pleonástico

OBJETO DIRETO INTERNO


Denominação atribuída ao complemento representado por uma pa-
lavra que possui o mesmo radical do verbo ou apresenta a mesma carac.;.
teristica significativa:
Riu um riso aterrador.
Ventava o vento da morte.
Os jovens revolucionários mo"em morte vã.
Dormiu o sono dos justos e corajosos.
Chorava lágrimas de.felicidade.

.,. Agora, reconheça as ocorrências de objeto direto.


A seguir, transforme o objeto direto em sujeito paéiente, quando possivel.
Substitua alguns objetos diretos por pronomes obliquos correspondentes:
1. "A raiva a sufocava." (Clarice Lispector)
2. "Jorginho vende amendoim na boca da noite." (Origenes Lessa)
3. "Olho-te como a um fantasma." (Alberto de Oliveira)
4. "Crispim amava a mulher." (Machado de Assis)

40
5. "Oliveira admirava-o." (Machado de Assis)
6. "Vi um pernil de porco." (Orígenes Lessa)
7. A ela somente, nunca a deixaria.
8. Desta âgua não beberei.
9. "O menino me dâ a mão." (Milton Nascimento, Fernando Brandt)
10. " ... e apreciou muito a magnanimidade do alienista ... " (Machado de Assis)
11. Julgou a Corte Marcial ao infeliz companheiro.
12. Haveria uma solução?
13. Eu não tenho a sua paciência.
14. A multidão esperou-me por mais de duas horas.
15. Com o ruído cada vez mais próximo, sacou da arma.
16. Ajudavam-se, uns aos outros.
17. "Não queiras os restos do banquete!" (Castro Alves)
18. ·" ... guarda-la-ia em casa ... " (Machado de Assis)
19. A si apenas ferira-se.
20. Admirava a ti com sinceridade.
21. "Esta honra, tive-a eu." (Machado de Assis)
22. "Depois, explicou compridamente a sua idéia." (Machado de Assis)
23. O seu gesto ainda entenderíamos.
24. "Pegou das pontas dos cintos." (Machado de Assis)
25. Que queres aqui?
26. "Morrerâs morte vil da mão de um forte." (Gonçalves Dias)
27. A Marcelo, viram-no à beira do cais.
28. "Um sonho presente
um dia sonhei." (Manuel Bandeira)

OBJETO INDIRETO
Quanto ao significado, indica o alvo ou o destino da ação, ou ainda
o elemento pelo qual se desenvolve o processo dinâmico;
Quanto ao aspecto sintático, é complemento verbal regido de prepo-
sição obrigatória, ligando-se indiretamente a verbos transitivos indiretos
ou verbos transitivos diretos e indiretos:

DESTINO
"Jamais perdoou ~ um velho! amigq seu:" (Sérgio Porto)
VTI/ núcleo
objeto indireto
preposição

41
. - - - - MÉTODO PRÁTICO DE RECONHECIMENTO - - - -
Para apontar o objeto indireto, basta perguntar QUEM? ou
QU~? depois do verbo + preposição:
Perdoou a QUEM?
a um velho amigo seu, cujo núcleo
amigo atua como objeto indireto.

O objeto indireto não pode transformar-se em sujeito da voz passi-


va, com as seguintes exceções:
- verbo pagar: exige objeto indireto de pessoa; quem paga,
paga a alguém:
Pagaram ao ltabe/iãol. - voz ativa
/OI
O !~ta-b-el-iã...;,olfoi pago. - voz passiva
sujeito paciente

- verbo perdoar: exige objeto indireto de pessoa, quem perdoa,


perdoa a alguém:
Não perdoarei ao lculpadol. - voz ativa
. . - -..... /
OI
O lcu(padol não será perdoado por mim. - voz passiva
sujeito paciente

- verbo obedecer: exige objeto indireto regido pela preposição !=


Todos obedeceram ao novo lregulamentol . - voz ativa
OI
/
O novol~,,-eg-u-la_'m_e_n_to~lfoi obedecido por todos. - voz passiva
sujeito paciente

OS PRONOMES OBLÍQUOS E A FUNÇÃO


DE OBJETO INDIRETO
O objeto indireto pode ser representado pelos seguintes pronomes
oblíquos átonos: me, te, se, lhe, nos, vos, lhes. Os pronomes Q, os, as ª'
não exercerão essa função sintática:

42
Confiar-lhe-ei todo o meu segredo.
OI

Todos os pronomes oblíquos tônicos podem funcionar como objeto


indireto, já que sua característica é a ocorrência acompanhada de prepo-
sição:

Simpatizei contigo'.
~

OBJETO INDIRETO PLEONÁSTICO

É a dupla ocorrência dessa função sintática na mesma oração, a fim


de enfatizar o significado que é único:
"Ao pobre não lhe devo." (Francisco Rodrigues Lobo)
OI OTpleonástico

, Agora, separe o objeto indireto das seguintes orações:


1. " ... o alienista procedeu a uma vasta classificação de seus enfermos ... "
(Machado de Assis)
2. " ... estendeu-lhe a mão polidamente ... " (Machado de Assis)
3. "Nunca te pedi dinheiro." (Machado de Assis)
4. A ele, sem reservas, supliquei-lhe ajuda.
5. A chance proporcionaria ao jovem doutor um caminho desconhecido.
6. O filho dera muitas alegrias à sua velhice.
7. Conte-me a sua aflição.
8. "Trata-se de uma grande desgraça." (Machado de Assis)
9. "Manuela se esquece também de tudo ... " (Anibal Machado)
10. Concordo com você.
11. Senhor, rogai por nós.
12. A mim, dissera-me tudo.
13. Em algum momento, da mensagem em seus oíhos lembrar-se-ia.
14. A quem deste meu recado?
15. "Mas o telefone obedece a uma lei inalteràvel." (Clarice Lispector)
16. "Fernando não assistiu ao casamento." (Machado de Assis)
17. "Mas não deves consentir nisso ... " (Machado de Assis)
18. "Sinha Rita·não lhe negaria o perdão ... " (Machado de Assis)

43
COMPLEMENTO NOMINAL
Quanto ao significado, completa o sentido de substantivos, adjeti-
vos e advérbios, indicando o alvo do processo expresso por essas pala-
vras;
Quanto ao aspecto sintático, é função sintática regida de preposi-
ção, servindo de complemento a nomes.
a) complemento nominal de um substantivo:

Tenho a cert~nsideração.
Quem tem certeza, tem certeza de ALGO;
certeza de QUÊ? de sua consideração,
o núcleo consideração é complemento nominal
do substantivo certeza, indicando seu alvo.

b) complemento nominal de um adjetivo:


,----..___
Estou certo de sua lealdade.
Quem está certo, está certo de ALGO;
certo de QUÊ? de sua lealdade,
o núcleo lealdade é complemento nominal
do adjetivo certo.

c) complemento nominal de um advérbio:


,,.---__ . .----....
A vida está longe das grandes cidades e perto da natureza.
O que está longe, está longe de ALGO;
longe de QUÊ? d as grandes cidades, cujo núcleo cidades é
complemento nominal do advérbio longe.
O que está perto, está perto de ALG~
perto de QUÊ?d a natureza, cujo núcleo natureza é complemento
nominal do advérbiQ perto. ·

- - -MÉTODO PRÁTICO DE RECONHECIMENTO ·- - - - .

Para determinar o complemento nominal basta elaborar a per-


gunta abaixo, conforme se observa nos exemplos dados:
nome + preposição + QUEM?
QU~?

44
OS PRONOMES OBLÍQUOS E A FUNÇÃO
DE COMPLEMENTO NOMINAL
Os pronomes oblíquos átonos me, te, lhe, nos, vós; lhes, bem como
os tônicos mim, ti, ele, ela, si, nós, vós, eles, elas podem atuar como
çomplemento nominal:

-------
Os seus conselhos foram muito úteis f!...!!!.!!!!.·
Os seus conselhos foram-m~eis.

~ Agora, identifique o complemento nominal e o substantivo, adjetivo ou ad-


vérbio a que está ligado:
1. " ... ela pareceu indiferente a essas idéias ... " (Machado de Assis)
2. " .. . mas por ser fiel à história ... " (Machado de Assis)
3. "Ora, foi a lembrança do último castigo ... " . (Machado de Assis)
4. A sua falta às aulas foi notada.
5. Todo o vilarejo era-lhe grato.
6. O comentarista opinou contrariamente a seus colegas.
7. Parecia tão dedicado a ti.
8. A sua investida contra a minha proposta nada resolverá.
9. "As palavras deste relativamente à família da namorada fizeram-lhe grave
impressão no espírito." (Machado de Assis)
10. " ... meu coração está preso a outros laços ... " (Machado de Assis)

RELAÇÃO DAS PRINCIPAIS PALAVRAS REGENTES


DO COMPLEMENTO NOMINAL
aceito a, acostumado a, adequado a, afável com, agradável a, agradeci-
do a, alheio a, amante de, amor a, amigo de, amoroso com, análogo a,
ansioso por, anterior a, aparentado com, apto para ou a, assistência a,
atento a ou em, avaro de, avesso a, ávido de, analogia com, acusação
contra, antídoto contra, abstenção de, apoiado em, apaixonado por,
abundante em;

benéfico a, bom para;

capaz de, caritativo com, caro a, cego a, cheio de, compatível com, co-
mum a, confiança em, constante em, contíguo a, contrário a, convenien-
te a, conformado com, contente com, certo de, certeza de, ciente de, ce-
do para, convite para, carinho por;

45
desagradável a, desatento a, desconfiado de, desconfiança d_e, desejoso
de, desleal a, devoto de, diferente de, dificil de, digno de, ditoso com, dj- _
verso de, doce a, dócil a, doente de, dotado de, duro de, devido a, depen-
dente de, doido por, decidido a, desejo de;

equivalente a, escasso de, erudito em, essencial para, estranho a, exato


em, encontro com;

fácil de, favorável a, fiel a, firme em, forte de ou em_, fraco de ou em, fu-
rioso com ou de, fértil em, farto de, formado em;

generoso com, grato a, guerra a, gosto por;

hábil em, horror a, hostil a~

ida a, idêntico a, imediato a, impossível de, inacessível a, incapaz de, in-


certo d~ ou em, inconstante em, indigno de, infatigável em, inferior a, in-
fiel a, inimigo de, inocente de, insensível ~. intolerante com, inútil para,
investida contra, igual a, injusto com, intimidade com, intercessão por;

justo com, jeito para;

leal a, lento em, liberal com, livre· de, longe de, louco com ou de, lem-
brança de; lembrado de, licença para, luto por;

mau com ou para, molesto a , medo de, morto por, mudança para;

nocivo a, necessidade de, necessário a, necessitado de, notícia de, notável


por;

obediente a, odioso a, oposto a, orgulhoso com ou de, obrigado a, obje-


ção contra;

parecido a ou com, paralelo a, perito em, pernicioso a, piedade de-, pesa-


do a, pobre de, possível de, possuído de, posterior a, prejudicial a, pres-
tes a ou para, primeiro de ou dentre ou a, pronto para, propício a, pro-
veitoso a, próximo a ou de, parentesco com, pacto com, pecado contra,
· proveniente de, perito em, permanência em, partida para, predileção
por, preferência por, paixão por, pleno de;

quite com, queixa contra;

46
rebelde a, referente a, rente com ou a ou de, respeito a ou pQr, responsá-
vel por, revolta contra, receio de, repleto de;

sedento de ou por, seguro de ou em, semelhante a, severo com ou em, só-


brio de ou em, solícito com, superior a, suspeito de, sensível a;

temeroso de, temente a, temível a, triste com;

útil a, uso de;

vizinho a, viagem a, vexado com, vinda de, -viagem para, virado para,
voltado para, veneração por;

zangado com, zelo de ou por.

O COMPLEMENTO NOMINAL E O OBJETO INDIRETO


Tanto o complemento nomínal quanto o objeto indireto são funções
sintáticas regidas de preposição. Entretanto o complemento nominal só
pode ligar-se a substantivos, adjetivos e advérbios, enquanto o objeto in-
direto deve completar verbos. Quando houver dúvida, é preciso observar
a palavra a que se ligam os termos:

verbo
Naquela época, só obedecia ao meu coraçfio.
~indireto

substantivo
Naquela época, a obediência ao meu coraçfio prevalecia.
' ~mplemento
~nominal

, Agora, faça a distinção entre o objeto indireto e o complemento nominal


nas seguintes orações:
1. Com essa cantiga, lembrei-me de minha terra natal.
2. Com essa cantiga, acordaram as lembranças de minha terra natal.
3. Sempre resisti aos vanguardistas.
4. Sempre fui resistente aos vanguardistas.
5. Ele manteve seu gosto pelo luxo.
6. Ele sempre gostou do luxo.
7. Mostrou-se generoso com o inimigo.

47
8. Vou precisar de sua compreensão.
9. Portou-se indiferentemente aos noi;sos apelos.
10. A coleta de dados é essencial para a pesquisa.
11. O bilhete referia-se a seus inimigos.
12. A quantia era refere1;1te à taxa de serviços.
13. Os seus métodos eram incompatíveis com os nossos planos.
14. Ele optou por uma cidadezinha modesta.
15. Sentia-se livre de qualquer responsabilidade .
.16. A sua opção pelo curso técnico revela senso prático.

AGENTE DA PASSIVA
Estrutura caracterizada pelas preposições a, de, por e pela contração
pelo(il, s), ocorre em orações cujo verbo se apresenta na voz passiva, a
fim de indicar, quanto à significação, quem age sobre o sujeito paciente:
~ Terra será invadida por seres de outras galáxias.
sujeito paciente agente da passiva

Atualment.e, essa função sintática aparece em orações cuja voz pas-


siva é analítica. Entretanto, pode ocorrer na voz passiva sintética:
"Toda essa te"a se habita dessa gente sem lei." (Camões)
agente da passiva

equivale a:

Toda essa terra é habitada por essa gente sem lei.

O AGENTE DA PASSIVA, O OBJETO INDIRETO


E O COMPLEM~NTO NOMINAL
Por serem funções regidas de preposição, muitas vezes há dúvida na
distinção de suas ocorrências. Quando acontecer, basta observar o sujei-
to da oração. Para ser agente da passiva, é preciso haver um sujeito pa-
ciente.

, Faça um treino, procurando diferenciar as três funções nas orações abai-


xo:
1. As plantações foram prejudicadas por violentas geadas . .
2. A geada foi prejudicial ~ plantação.
3. Os ilhéus estavam cercados por jacarés.
4. O grande segredo era, realmente, conhecido de todos.

48
5. "Aqui se escreverão novas histórias por gentes estrangeiras." (Camões)
6. O trênó era puxado a rena.
7. As nossas dúvidas serão esclarecidas pelo abade.
8. Foram claras as respostas às nossas dúvidas.
9. O abade respondeu a nós com clareza.
10. Não estou duvidando de sua bondade.
11. "Buraco aberto pela agulha ... " (Machado de Assis)
12. O artista fora mal recebido pela platéia.
13. Os trastes iam "carregados pelo vendaval.
14. "Não vedes a Divina Sepultura possuída de cães ... " (Camões)
15. Sempre fora querido por toda a gente.
16. A jangada havia sido levada pelas ondas brancas.
17. Uma grande amizade estava sendo destruída pela incompreensão.

TERMOS ACESSÓRIOS DA ORAÇÃO


São aqueles que vão acompanhar substantivos, pronomes ou ver-
bos, informando alguma característica ou circunstância. São considera-
dos termos acessórios:
-Aposto
- Adjunto Adnominal
- Adjunto Adverbilµ

APOSTO
Quanto ao aspecto sintático, são estruturas ligadas a substantivos,
pronomes ou orações;
Quanto ao significado, essas estruturas objetivam explicar, identifi-
car, esclarecer, especificar, comentar ou simplesmente apontar algo, al-
guém ou um fato.
,---...._
Maria, a sobrinha do capitDo Lemos, ruborizou-se com a minha en-
trada. aposto
No exemplo acima, a estrutura a sobrinha do capitão Lemos liga-se ao ter-
mo Maria com a finalidade de identificar.

49
Pode ocorrer:
a) aposto explicativo - geralmente aparece entre vírgulas ou sepa-
rado do termo a que se liga por uma vírgula, identificando-o de
maneira factitiva, pejorativa, antonomástica, hipocorística:
~
Marllia e Dirceu, os noivos da Inconfidência, eram Maria Dorotéia
apo_sto
Joaquina de Seixas e Tomás Antônio Gonzaga.

b) aposto enumerativo - desdobra os elementos contidos em um


único termo:
,---..._
Víamos somente isto: vales, montanhas, campinas.
aposto

O aposto enumerativo pode vir antecedido das expressões a saber,


isto é, ou seja e similares:
~
Víamos somente três coisas, a saber: vales, montanhas, campinas.
aposto

e) aposto recapitulativo ou resumidor - condensa uma série de ele-


mentos citados na oração:
....----_
Os pais, os avós, os tios, todos se preocupavam com a sua situação.
aposto

d) aposto comparativo - estabelece uma comparação implícita:


..----......
Meu coração, uma nau ao vento, está sem rumo.
aposto

No exemplo acima, coração é comparado à nau de forma implícita


(meu coração, como uma nau ao vento). ·

e) aposto circunstancial:
,,...----..-..,
Em criança, Mozart fora considerado um prodígio.
aposto

No exemplo acima, em criança exprime uma característica circuns-


tancial (época) de MozarL - - -

50
O aposto de especificação - individualiza um termo genérico:
~
O poeta Carlos Drummond de Andrade.
aposto
~.
A rua do Ouvidor.
aposto
_,,,,---_
O no Amazonas.
aposto
,,..---.......,
O mês de março.
aposto
~
Meu primo José.
aposto

g) aposto da oração - é um comentário sobre o fato expresso pela


oração, ou uma palavra que condensa uma oração:
Após a notícia, ficara calado, sinal de sua preocupação.
aposto

A sua presença nllo era esperada, Q que nos causou estranheza.


aposto

h) aposto distributivo - dispõe os elementos eqüitativamente:


Separe duas folhas: uma para o texto e a outra para as perguntas.
aposto

, Agora, identifique o aposto:


1. O poder, o grande deus da humanidade, não possui rival.
2. "Despediram-se na esquina da rua do Lavradio." (Machado de Assis)
3. " ... mas ambos nós, Natividade e eu, acabamos ... " (Machado de Assis)
4. Ansiava por estas coisas: o sol, o mar, um dia de preguiça.
5. O primo Bastos acabara de chegar da Europa.
6. "A mãe, os tios, os avós, todos a cercavam ... " (Fernando Sabino)
7. "Era a sua bagagem: um caminhão de madeira com apenas três rodas, um
resto de biscoitos, uma chave ... " (Fernando Sabino)
8. Como amigo, não poderia abandoná-los neste momento.
9. " .. . em rapaz, ·foi aceito de muitas damas .. ." (Machado de Assis)
10. Notara a sua indiferença, o que muito a magoou.
1J. Conseguira aprender rápido toda a tabuada, fato surpreendente.

51
12. Tinham-lhe sugerido duas criadas: uma para os quartos e outra para a co-
zinha.
13 . Naquela noite tentaria reunir a ambos: ao amigo e ao oponente.
14. "Naquele dia-'-- uma segunda-feira do mês de maio - deixei-me estar alguns
instantes." (Machado de Assis)
15. "Um de nós, o Quincas Borba, esse então era cruel com o pobre homem."
(Machado de Assis)
16. As suas roupas eram de tecido barato, coisa que o humilhava.
17. " ... conversar com o amigo Capistrano e o inimigo João Ribeiro."
(José Geraldo Vieira)
18. "Peças de fazenda, carretéis de linha, chapéus, mantas de carne, sacos de fa-
rinha, latas de querosene, fogos de ar, candeeiros, tudo distribuído como por
encanto." (José Lins do Rego)
19. " ... ; o juiz Municipal, Dr. Samuel, se escondera na casa do padre."
(José Lins do Rego)
20. "Um dia aconteceu a grande novidade: a nomeação de João Teodoro para
delegado." (Monteiro Lobato)

ADJUNTO ADNOMINAL

Quanto ao aspecto sintãtico, são palavras que acompanham o subs-


tantivo, núcleo de uma outra função para, quanto ao significado, quali-
ficar, quantificar, especificar o elemento representado pelo substantivo:

adjetivos ~
artigos ~ " ~ ões
numerais ~substantivo adjetivas
pronomes (núcleo)

~r=.. ~,,,,---.......--.
-
Aqueles dois antigos lsoldadinhosjde chumbo ficaram esquecidos
1 núcleo /
no.sótiio da casa.

- adjetivo - palavra cuja função básica é a de acompanhar um


substantivo:
~
"Senta nessa nuvem clara ... "
(João de Aquino, Paulo César Pinheiro)

52
- artigos - definidos e indefinidos:
~
"Q animal devia estar com fome.,, (Orígenes Lessa)
"Eu sou um~ia." (João Donato, Baby Consuelo)

- numerais adjetivos - isto é, numerais que podem acompanhar


um substantivo:
DoQltos vinham ao longe.

- pronomes adjetivos - isto é, pronomes que podem acompanhar


um substantivo:
~
"Estávamos na rua eu e aqueles passos ... " (Qrígenes Lessa)

- locução adjetiva - construção geralmente composta de preposi-


ção e substantivo, equivalente a um adjetivo:
Um hom~ juízo não Jaz promessas vãs.


ajuizado

OSPRONOMESOB~QUOSÁTONOSEAFUNÇÃO
DE ADJUNTO ADNOMINAL
Os pronomes me, te, lhe, nos, vos, lhes exercem a função sintática
de adjunto adnominal quando assumem o valor de pronomes possessivos
em contextos do seguinte tipo:
Puxaram-me os cabelos.

O pronome oblíquo átono~ revela a quem pertencem os cabelos, equi-


vale a: ·
..---...
Puxaram meus cabelos.

Desse modo, assume a função de acompanhante e determinante de um


substantivo, exercendo, portanto, função de adjunto adnominal:
.,..---..,,.
Puxaram-me os cabelos.

53
, Agora, identifique o adjunto adnominal:
1. "Amemos o antigo encantamento de nossos olhos infantis."
(Clarice Lispector)

2. "Cala-me a ansiedade." (Castro Alves)


3. "O seu olhar foi um novo sol na minha existência." (Clarice Lispector)
4. "O ônibus da excursão subia lentamente a serra." (Clarice Lispector)
5. A dor rasga-me o peito.
6. O medo da filha divertia-o.
7. "A poeira da estrada meu passo levantava." (Castro Alves)
8. "O caminho do exílio é só de abrolhos!" (Castro Alves)
.9. "Você nem pode imaginar o meu estado de espírito." (Clarice Lispector)
10. "Você me encheu a vida." (Clarice Lispector) ·
11. Que tristeza eu sinto neste momento.
12. "Ouviram do Ipiranga as .margens plácidas
De um povo heróicQ o brado retumbante ... " (Osório Duque Estrada)

O ADJUNTO ADNOMINAL E O
COMPLEMENTO NOMINAL

Quando o adjunto adnominal é representado por uma locução adje-


tiva, pode confundir-se com o complemento nominal. Para distingui-los,
faça o seguinte raciocínio:

• Será ADJUNTO ADNOMINAL:


- se o substantivo a que se liga for um substantivo concreto:
~
"A casa da velha desapareceu ... " (Lygia Fagundes Telles)
adjunto adnominal

da velha só pode ser adjunto adnominal, pois o substantivo a que se liga,


~ . é concreto.

- se indicar posse ou indicar o agente daquilo que expressa o substan-


tivo a que se. liga, quando esse substantivo for abstrato:
,--....... '

A prefer~ncia do grupo não foi respeitada.


adjunto adnominal
preferência é substantivo abstrato
do grupo indica posse (a preferência pertence ao grupo) ou o agente (o
grupo é quem prefere).

54
• Será COMPLEMENTO NOMINAL:
- se indicar o alvo daquilo que o substantivo expressa, quando esse
substantivo for abstrato:
~
A preferência pelos novos alojamentos não foi respeitada.
complemento nominal

pelos novos alojamentos indica o alvo, isto é, a que é dirigida a pr.efe-


rência.

- se vier ligado a um adjetivo ou advérbio, uma vez que o adjunto ad-


nominal só se relaciona com o substantivo:
~
Manteve-se firme em seus objetivos.
complemento nominal

-
em seus objetivos é complemento nominal, pois liga-se ao adjetivo firme.

Referentemente a seu pedido a resposta virá ainda hoje.


complemento nominal

a seu pedido - é complemento nominal, porque está ligado ao advérbio


referentemente.

Nota: o complemento nominal e o adjunto adnominal representado


por locução não se excluem:
A preferência do grupo pelos novos alojamentos não foi respeitada.
adjunto complemento nominal
adnominal

, Agora, procure distinguir o adjunto adnominal e o complemento nominal


nas seguintes orações:
1. " ... iam cheios de si..." (Machado de Assis)
2. "As fontes de minha terra são mãos em concha ... " (Francisco Karan)
3. O novo regulamento originou a revolta dos funcionãrios.
4. "O doutor possuía mil lembranças de suas viagens." (Machado de Assis)
5. " ... quando avistamos as luzes de Benfica ... " (Fernando Sabino)
6. A cada dia aumentava o respeito por seu irmão.
7. Com sua atitude acabara perdendo o respeito dos seus.
8. S~mpre conquista o amor ·de todos.
9. Notava-se o amor ao seu trabalho.
10. Tinha medo da descoberta.
11. Conhecemos bem o medo de Pedro.

55
12. A explicação do orador a seus ouvintes não foi suficiente.
13. A opção dos amigos ainda era um enigma.
14. Todos acataram a sua opção pelo estudo profissionalizante.
15. A revolta dos funcionários contra o novo regulamento surpreendeu a dire-
toria.

ADJUNTO ADVERBIAL
Termo representado por advérbios, locuções adverbiais ou adjetivos
com valor adverbial, relaciona-se ao verbo ou a toda a oração para indi-
car, quanto ao significado, as mais variadas circunstâncias em que po-
dem ocorrer as ações, os estados, os fatos:

• circunstincia ~e tempo - responde à pergunta - quando?:


"Costa emprestou o dinheiro logo ... " (Machado de Assis)
Quando emprestou o dinheiro?, logo, a·djuntd adverbial de tempo.
--- -- 1

• circunstincia de lugar - responde à pergunta - onde? - com suas


variações, aonde, donde, para onde, por onde etc.:
"A marcha alegre se espalhou na avenida... " (Chico Buarque)
Onde a marcha alegre se espalhou? na avenida . adjunto adverbial de tempo.

• circunstincia de modo - responde à pergunta - como?:


"O dia acabou alegremente." (Machado de Assis)
Como acabou o dia? alegremente, adjunto adverbial de modo.

• circunstincia de intensidade - responde à pergunta - quanto?:


"Almoçou pouco." (Machado de Assis)
Quanto almoçou? pouco, adjunto adverbial ele intensidade.

• circunstincia de causa - responde à pergunta - por quê?:


Eu tremia de medo.
Por que eu tremia? de medo, adjunto adverbial de causa.

56
• circunstância de companhia - responde à pergunta - com quem?:
Venha jantar comigo.
Com quem virá jantar? comigo, adjunto adverbial de companhia.

• circunstância de instrumento - responde à pergunta - com quê?:


Com a máquina conseguiu Jazer todo o trabalho.
Com que conseguiu fazer todo o trabalho? com a máquina adjunto adver-
bial de instru-
mento.

• circunstância de dúvida - caracteriza o adjunto adverbial de dúvida


Talvez ele chegue mais cedo.

• circunstância de finalidade - responde às perguntas - para quê? -


ou - para quem?:
Vivia para o trabalho.
Para que vivia? para o trabalho, adjunto adverbial de finalidade.

• circunstância de meio - indica o meio utilizado para desenvolver a


ação, caracterizando o adjunto adverbial de meio:
Viajou de avião devido à rapidez.
Com sua meiguice alcançava todos os seus objetivos.

• circunstância de assunto - caracteriza o adjunto adverbial de assunto:


Falávamos sobre a amizade.

• circunstância de negação - caracteriza o adjunto adverbial de nega-


ção:
Não permitirei a sua dispensa.

• circunstância de origem - caracteriza o adjunto adverbial de origem:


Descendia de nobres.

• circunstância de afirmação - caracteriza o adjunto adverbial de afir-


mação:
Sairia sim, naquela manhã.

57
~ Agora, reconheça o adjunto adverbial:
1. "A mucama correu instintivamente para a porta dos fundos."
(Machado de Assis)
2. "Subi a escada com cautela ... " (Machado de Assis)
3. "O coração bateu-me muito ... " (Machado de Assis)
4. "E comecei a chorar de raiva ... " (Érico Veríssimo)
5. "Eu fiquei aqui, de resto ... " (João Guimarães Rosa)
6. "Para a esquina fomos." (Orígenes Lessa)
7. "Damião suspirou alto e triste." (Machado de Assis)
8. " ... fui à Tijuca duas vezes ... " (Machado de Assis)
9. "Angela recebeu-o com alegria infantil." (Machado de Assis)
10. Levantou-se de repente.
11. Venha conosco a Itaboraí.
12. Falaram bastante sobre nossas origens.
13 . Provavelmente o resultado será dado hoje.
14. Pretende ir ao Nordeste de bicicleta.
15. Todas as suas esculturas foram feitas com faca.
16. Sinto-me à vontade.
17. Os sonhos cresceram rápido.
18. Prefiro sentar-me à direita.
19. Com que pretendes descascar a fruta?
20. "Morro todos os dias, de paixão, de saudades ... " (Machado de Assis)
21. "Comeu pouco e sem vontade." (Machado de Assis)
22. "E roeu as unhas com furor." (Graciliano Ramos)

TERMO INDEPENDENTE
VOCATIVO
Quanto ao significado, expressa o sentimento do falante; sentimen-
to esse que se traduz numa invocação, num chamamento, riuma interpe-
lação, num apelo, reforçados ou não pela interjeição invocativa;
Quanto ao aspecto sintático, é o·termo que não faz parte da estrutu-
ra da oração, daí ser chamado de independente:
"O' sono! Unge-me as pálpebras ... " (Castro Alves)
"Anda, moleque. " (Machado de Assis)
"Já rompe, Nise, a matutina aurora. ·~ (Cláudio Manuel da Costa)

58
DISTINÇÃO ENTRE O APOSTO E O VOCATIVO
Para distinguir o aposto do vocativo, lembre-se do seguinte:
a) o aposto mantém ligação com um ou vários termos da oração, ou
até com toda a oração, atuando dependentemente desses termos
ou dessa oração:
Vasco da Gama, um navegador português, conta a história de sua gen-
te em "OS LUS/ADAS".
um navegador português identifica o sujeito da oração, Vasco da Ga-
ma, estabelecendo uma relação de dependência desse termo.

b) o vocativo não mantém ligação com nenhum termo da oração;


contrariamente, o vocativo poderá ter um termo ou uma oração
dele dependente:
Venha, navegador, sentar-se à minha direita.
navegador - não se liga a nenhum termo, mantendo-se independente
da oração Venha sentar-se à minha direita.

O' tu, que iluminas o céu, vem alegrar-me este momento.


O' tu - exerce a função de vocativo, mantendo-se independente da
oração vem alegrar-me este momento. Entretanto, que iluminas o céu
liga-se ao vocativo, estabelecendo uma relação de subordinação a es-
se termo.

~ Agora, procure distinguir o aposto e o vocativo, nas seguintes orações:


1. "E eu morro, o' Deus! na aurora da existência ... " (Castro Alves)
2. Era ele, Tonico Serrano, o homem esperado.
3. "Marília, escuta
um triste pastor ... " (Tomás Antônio Gonzaga)
4. "Cala a boca, besta." (Machado de Assis)
S. "O menino, caminho de lembranças,
bate bola do mundo pela rua ... " (Paulo Bonfim)
6. "Carlota, a vida é um tecido de equívocos." (Cyro dos Anjos)
7. "Acende, o' Viajor! a Fé no coração! ... " (Castro Alves)
8. "Passado - mar ímenso! ... inunda-me em fragrância!" (Castro Alves)
9. "Minha vida é curta, Oliveira;" (Machado de Assis)
10. "Deixo, Deuses, atrás a fama antiga ... " (Camões)

59
QUESTÕES DE VESTIBULARES

1. (FMU-FIAM-FAAM) Hino Nacional

Ouviram do lpira_nga as margens plácidas


De um povo heróico o brado retumbante,
E o sol da liberdade em raios fúlgidos
Brilhou no céu da Pátria nesse instante.

Se o penhor dessa igualdade


Conseguimos conquistar com braço forte,
Em teu seio, ó liberdade,
Desafia o nosso peito à própria morte!
(... )

Brasil, um sonho intenso, i1m ralo vívido


De amor e de esperança à terra desce,
Se em teu formoso céu, risonho e límpido,
A Imagem do Cruzeír'o resplandece.
( .. ,)

Deitado eternamente em berço esplêndido,


Ao som do mar e à luz do céu profundo,
Fulguras, ó Brasil, florão da América,
Iluminado ao Sol do Novo Mundo.

Do que a terra mais garrida


Teus risonhos lindos campos têm mais flores.
"Nossos bosques têm mais vida",
"Nossa vida", no teu seio "mais amores".
(.. ,)

Brasil, de amor eterno seja símbolo


O l_ábaro que ostentas estrelado,
E diga o verde-louro dessa flâmula
Paz no futuro e glória no passado.
( .. ,)

60
Para se entender um pensamento, o uso_da ordem direta, muitas vezes, é
fundamental.
Coloque os dois primeiros versos nesta ordem: sujeito, verbo e-comple-
mento.

2. (VUNESP-SP) "Ergueu a cabeça e contemplou o lugar onde tantas vezes se


aprestara para os seus breves triunfos no trapézio. No dia seguinte, desar-
mariam o Circo - pensava; e na próxima cidade, quando o reerguessem,
ele estaria longe. Nunca, porém, haveria de esquecer aquela frágil arma-
ção de lona e tabique, as cadeiras desconjuntadas, o quebra-luz sobre o es-
pelho partido e o modo como os aplausos e a música chegavam ali.
Baixou os olhos, voltou a folhear a revista. Em algum ponto do corpo
ou da alma, doía-lhe ver o lugar do qual se despedia e que lembrava, de
certo modo, o aposento de um morto, semelhança esta que seria maior,
não· fosse a indiferença quase rancorosa que rodeava; pois, a despedida
iminente, só ele sentia . Os colegas - o equilibrista, aqueles dois que con-
versavam em voz baixa, todos enfim - sabiam de sua história e não ha-
viam preparado a mínima homenagem. Pelo contrário: fingiam desconhe-
cer tudo, procuravam irritá-lo. Ainda há pouco, quando entrara no cama-
rim dos homens, os que lá se encontravam tinham respondido friamente à
saudação dele, como se fizessem um favor. Sentara-se então num banco,
apanhara aquela velha revista-e começara a folheá-la, sem interesse, para
fugir ao contato dessas pessoas que já o haviam excluído de seu mundo e
que, desde alguns dias, raramente lhe dirigiam a palavra - com uma sim-
plicidade afetada, esforçando-se para dar a entender que sua ausência não
seria sentida. Teriam inveja, talvez. Ou desprezo. Que lhe importava, po-
rém? Não precisava delas."

(Osman da Costa Lins - "Conto de Circo",


fragmento. ln: Os Gestos.)

Observando-se, dentro do texto, as orações abaixo relacionadas, conclui-


se que ocorre sujeito indeterminado em:

a) " No dia seguinte, desarmariam o Circo - " (a oração está no 1? §)


b) "Nunca, porém, haveria de esquecer aquela frágil armação de lona e ta-
bique (.. .)" (1? §)
c) "(. ..) fingiam desconhecer tudo (... )" (2? §)
d) " Sentara-se então num banco (.. .)" (2? §)
e) "Teriam inveja, talvez ." (final do 2? §)

61
3. (PUC0 SP) Indique a alternativa correta no que se refere ao sujeito da ora-
ção "Da chaminé da usina subiam para o céu nuvens de fumaça.":
a) simples, tendo por núcleo "chaminé"
b) simples, tendo por núcleo " ~ "
c) composto, tendo por núcleo "nuvens de fumaça"
d) simples, tendo por núcleo "fumaça"
e) simples, tendo por núcleo "usina"
4. (PUC-SP) No trecho:
"E dessa música e dessa cor, dessa harmonia e desse virginal azul vem en-
tão alvorando, através da penetrante, da sutil influência dós rubros Cânti-
cos altos do sol e das soluçadas lágrim·as noturnas da lua, a grande Flor ori-
ginal, maravilhosa e sensibilizada da Alma, mais azul que toda a irradia-
ção azul e em torno à qual as águiás e os astros, nas majestades e delicade-
zas das asas e das chamas, descrevem claros, largos giros ondeantes e sem-
piternos".
as expressões sublinhadas têm, respectivamente, funções de:
a) sujeito, sujeito;
b) aposto, aposto;
c) objeto direto, objeto direto;
d) objeto direto, sujeito;
e) sujeito, objeto direto.
5. (PUC-SP) No período:
"As águias e os astros amam esta região azul, vivem nesta região azul, pal-
pitam nesta região azul",
temos:
a) um predicado verbal e dois verbo-nominais, havendo, nos dois últimos,
o complemento predicativo do objeto;
b) três predicados verbais, sendo que, no primeiro, o complemento é o ob-
jeto direto, e, nos dois últimos, o objeto indireto;
c) três predicados verbo-nominais, havendo, no último, o complemento
predicativo do sujeito.
d) três predicados verbais, havendo, em apenas um deles, o complemento
objeto direto; ·
e) três predicados verbais formados por verbos intransitivos.
6. (FUVES_T-SP) No texto - "Acho-me tranqüilo - sem desejos, sem espe-
ranças. Não me preocupa o futuro." - os termos sublinhados são respecti-
vamente:
a) predicativo, objeto direto, sujeito;
b) predicativo, sujeito, objeto direto;
c) adjunto adnominal, objeto direto, sujeito;
d) predicativo, objeto direto, objeto indireto;
e) adjunto adnominal, objeto indireto, objeto direto.

62
7. (FUVEST-SP) "Sei que esperavas desde o início
que eu te dissesse hoje o meu canto solene.
Sei que a única alma que eu possuo
é mais numerosa que os cardumes do mar." U. de Lima)
Assinale a classificação correta de ~ (2? verso), única alma (3? verso) .!2!:!-
merosa (4? verso), nessa ordem:
a) objeto direto, objeto direto, sujeito;
b) objeto direto, sujeito, predicativo do sujeito;
c) objeto indireto, sujeito, predicativo do sujeito;
d) objeto direto, objeto direto, sujeito;
e) objeto indireto, objeto direto, sujeito.

8. (MACK-SP) "Apesar de vistosa, a construç·ão acelerada daquele edifício


deixou-nos insatisfeitos novamente."
Os termos grifados no período são respectivamente:
a) cor:nplemento nominal, objeto direto, predicativo do objeto;
b) adfunto adnominal, objeto indireto, adjunto adverbial;
c) complemento nominal, objeto direto, adjunto adverbial;
d) adjunto adnominal, objeto direto, predicativo do objeto;
e) adjunto adnominal, objeto indireto, adjunto adnominal.

9. (PUC-SP) Nos trechos:


"E fui eu que .Q descobri,"
"Veja, murmurava Q mineiro ... "
e
"Vou-lhe mostrar ... "
as palavras sublinhadas têm, respectivamente, funções de:
a) objeto direto, adjunto adnominal, objeto indireto;
b) objeto direto, objeto direto, objeto indireto;
c) adjunto adnominal, adjunto adnominal, adjunto adverbial;
d) adjunto adnominal, adjunto adnominal, objeto direto;
e) objeto indireto, objeto direto, objeto indireto.

10. (MACK-SP) Assinale a alternativa em que o lhe exerce a função sintática


de adjunto adnominal:
a) Aquela dor fora ainda aumentada com a que lhe infligiram os homens.
b) Dizia-me que, no fim de mais três semanas, podia dar-lhe mais_dinheiro.
c) Parece-me que André foi além, fazendo-lhe certas confidências.
d) Quem lhe levou os amores e as aventuras secretas?
e) Ao abnegado não lhe faltam bens nem dádivas extraordinárias.

63
11. (PUC-SP) No período: "ele me cobre de glórias e me faz magnífico, os ter-
mos sublinhados têm, respectivamente, as funçõessintáticas de:
a) objeto direto, objeto indireto, objeto direto;
b) objeto indireto, objeto indireto, predicativo do sujeito;
c) adjunto adnominal, adjunto adnominal, objeto direto;
d) objeto direto, objeto direto, predicativo do objeto;
e) predicativo do sujeito, predicativo do sujeito, objeto direto.

12. (PUC-SP) Em relação ao período:


"As águias e os astros abrem aqui, nesta doce, meiga e miraculosa clarida-
de azul, um raro rumor de asas e uma rara resplandecência solenemente
imortais·", · ·
é incorreto afirmar que:
a) há dois núcleos de sujeito ligados pela conjunção coordenativa aditiva
"e";
b) há dois núcleos de objeto direto, ligados pela conjunção coordenativa
aqitiva "e";
e) há dois núcleos de predicativo do sujeito, ligados pela conjunção coor-
denativa aditiva "e";
e) há mais de um adjunto adnominal.

13. (SANTA CASA-SP) Chamei Maria e pedi ... não faltasse.


a) -a para que;
b) -lhe que;
c) -a que;
d) à ela para que;
e) -Ih~ de que.

14. (PUC-SP) No trecho:


"Corpos irreconhecíveis identificados pelo GRANDE RECONHECEDOR."
eis termos sublinhados têm, respectivamente, funções sintáticas de:
a) complemento nominal, objeto indireto;
b) adjunto adnominal, agente da passiva;
c) adjunto adnominal, complemento nominal;
d) objeto direto, objeto indireto;
e) adjunto adverbial, complemento nominal.

64
15. (PUC-SP) Indique a alternativa que apresenta, respectivamente, as fun-
ções sintáticas das expressões sublinhadas nos versos:
"Amo-te, o' rude e doloroso idioma,"
"És, a um tempo, esplendor e sepultura:"
a) objeto direto, objeto direto;
b) sujeito, vocativo;
c) aposto, sujeito;
d) vocativo, predicativo do sujeito;
e) predicativo do objeto, predicativo do sujeito.

16. (PUC-SP) Na oração:


"O barulho da usina chegava ao barracão, com muita nitidez", a expressão
sublinhada veicula uma idéia de:
a) comparação;
b) conseqüência;
c) modo;
d) lugar;
e) origem .

17. (UF.MG) O termo sublinhado está corretamente classificado, exceto em:


a) Minha mãe era temente a Deus./complemento nominal;
b) Expus a Capitu a idéia de José Dias./objeto indireto;
c) A afeição crescente era manifesta por atos extraordinários./agente da
passiva;
d) Poucos teriam ânimo de confessar ·aquele pensamento./sujeito simples;
e) 1-Íá ~ que não se ajustam nem combinam./objeto direto.

18. (U .F.UBERL.-MG) Todos os períodos abaixo apresentam aposto, exceto:


a) "Tenho as duas grandes _lições do mundo: a da miséria e a da
opulência." -'
b) "Sou rica, muito rica, sou milionária; precisava de um marido, traste in-
dispensável às mulheres honestas."
c) "E esse tempo já havia nascido também uma filha que chamou-se Auré-
lia, por ter sido o nome da mãe de Pedro Camargo, infeliz rapariga, que
morrera de vergonha de seu erro."
d) "Enquanto que Fernandinho alardeava nas salas e espetáculos, elas
passavam o serão na sala de jantar, em volta do candeeiro, que alumia-
va a tarefa noturna_"
e) "Mas que podia ela, frágil menina, em véspera de orfandade e abando-
no, contra a formidável besta de mil cabeças?"

65
19. (CESESP)
1- A assistência ao jogo foi ótima.
2- Este livro não é o que pedi.
3- Vê bem Q que fazes.
4- Faça-Q sair, por favor.
5- O ó é a décima-quarta letra do nosso alfabeto.
Nos períodos acima, as palavras sublinhadas exercem, respectiva e sucessi-
vamente, a função de:
a) sujeito, sujeito, adjunto adnominal, objeto direto, predicativo;
b) predicativo, sujeito, objeto direto, sujeito, adj. adnominal;
c) adj . adnominal, predicativo, objeto direto, sujeito, sujeito;
d) objeto direto, adjunto adnominal, sujeito, predicativo, sujeito;
e) adj. adnominal, sujeito, objeto direto, sujeito, predicativo.

20. (OBJ ETIVO-SP) Os testes de A a D referem-se ao seguinte fragmento de


texto:
"Baleia queria dormir. Acordaria feliz, num mundo cheio de preás. E
lamberia as mãos de Fabiano, um Fabiano enorme. As crianças se espoja-
riam com ela, rolariam com ela num pátio enorme, num chiqueiro enorme.
O mundo ficaria todo che'io de preás gordos, enormes."
(G racil iano ·Ramos)
Assinale a-alternativa correta.
A. Em "Acordaria ·feliz, num mundo cheio de preás.", temos:
a) predicado verbal com verbo intransitivo;
b) predicado nominal com predicativo do sujeito;
c) predicado verbal com verbo transitivo e predicativo do sujeito;
d) predicado verbo-nominal com verbo intransitivo e predicativo do su-
jeito;
e) predicado verbo-nominal com verbo transitivo e predicativo do su-
jeito.

B. Na passagem " .. . cheio de preás .", o termo "de preás" funciona sintati-
camente como:
a) adjunto adnominal;
b) complemento nominal;
c) predicativo do objeto;
d) objeto indireto;
e) adjunto adverbial.

C. Em "E lamberia as mãos .de Fabiano, um Fabiano enorme.", os termos


"as mãos" e "de Fabiano" têm, respectivamente, função sintática de:

66
a} objeto direto e adjunto adnominal;
b} objeto direto e complemento nominal;
c} adjunto adverbial e adjunto adnominal;
d} adjunto adnominal e objeto indireto;
e} predicativo do sujeito e objeto indireto.

D. No último período do texto, temos predicado:


a} verbal com verbo transitivo direto;
b} nominal com verbo intransitivo;
c} nominal com predicativo do sujeito;
d} verbo-nominal com verbo intransitivo;
e} verbo-nominal com verbo transitivo direto.

67
A ORAÇAO
,
-
E O PER-IODO

Uma única oração com sentido completo vai caracterizar o Periodo


Simples, recebendo o nome de oração absoluta:
A vida !El!!§S! a cada primavera.
Em:
A vida tem renascido a cada primavera.
o verbo renascer está flexionado no pretérito perfeito composto, caracte-
rizando uma única oração. Temos igualmente período simples.

Em:

A vida há de renascer a cada primavera.


a oração que caracteriza o exemplo acima como período simples apresen-
ta o verbo renascer em uma locução verbal.

Duas ou mais orações reunidas vão compor o que se denomina Pe-


riodo Composto. .
Em:
"Mas, de lá pra cá, tenho visto muita coisa que me lembra a história
dessa moça que queria negar suas origens." (Ferreira Gullar)
o exemplo acima é período composto, pois desdobra-se em três orações
identificáveis pelos verbos que assim se apresentam: 1

- tenho visto - pretérito perfeito composto do verbo ver, caracteriza a


oração "Mas, de lá pra cá, tenho visto muita coisa ... "
- lembra - presente do indicativo do verbo lembrar, caracteriza a ora-
ção" ... que me lembra a história dessa moça ... "
- queria negar - locução verbal cujo verbo auxiliar é querer e o verbo
prindpal é negar; caracteriza a oração "que queria negar suas
origens."

Para determinar com segurança o número de orações de um perío-


do, é preciso:
1?) conhecer a flexão verbal: tempos simples e compostos, locuções
verbais, formas nominais; .

68
2?) conhecer as conjunções, as locuções conjuntivas, os pronomes
indefinidos, relativos e interrogativos, os advérbios interrogati-
vos, as preposições, pois estas palavras podem funcionar como
marco de orações. Os verbos ajudam a determinar o número de
orações, as palavras citadas ajudam a delimitar as orações:
O menino começou a recuperar-se / desde que o irmão voltou.
A locução conjuntiva desde que funciona como marco da oração
desde que o irmão voltou.
Quero saber / quem esteve aqui.
O pronome interrogativo quem funciona como marco da oração
quem esteve aqui.
Os motivos/ a que me refiro/ não podem ·ser revelados.
A preposição a que caracteriza a regência do verbo referir-se (referir-
se ~ algo) fun~iona como marco da oração a que me refiro.

3?) não esquecer que pode ocorrer uma oração com verbo implícito:
Ele so"ia / como uma criança.
A oração como uma criança apresenta o verbo implícito (como uma
criança sorri) por ser o mesmo da oração anterior.

- , Agora, determine o número de orações dos períodos abaixo, separando-as a


seguir:
1. ''Quando não sei onde guardei um papel importante e a procura se revela inú-
til, pergunto-me: se -eu fosse eu e tivesse um papel importante para guardar,
que lugar escolheria?" (Clarice Lispector)
2. "Não farejava, não hesitava, não parava." (Orígenes Lessa)
3. "O seu olhar· foi um novo sol na minha existência." (Orígenes Lessa)
4. "Estamos certos de que nossos colegas aprovarão medidas que permitam a
imediata normalização das opera1ões." "(Fernando Sabino)
5. "Deve existir nos homens um sentimento profundo que corre~ponde a essa pa-
lavra LIBERDADE, pois sobre ela se tem escrito poemas e hinos, a ela se tem
levantado estátuas e monumentos, por ela se tem até morrido com alegria e fe-
licidade." (Cecília Meireles)

O RELACIONAMENTO DAS ORAÇÕES NO PERÍODO


As orações de um período podem relacionar-se como:
a) oração principal e oração subordinada, caracterizando o Período
Composto por Subordinação;

69
b) orações coordenadas, caracterizando o Periodo Composto por
Coordenação; ·,.
c) oração coordenada, oração principal e oração subordinada, ca-
racterizando o Periodo Composto por Coordenação e Subordi-
nação, também chamado de Periodo Misto.

A ORAÇÃO PRINCIPAL
Denomina-se oração principal aquela que apresenta um de seus ter-
mos desenvolvido sob forma de oração:
"Voc2 verá que a emoção começa agora."
(Guilherme Arantes, Jon Lucien)
Na oração - Você verá - o verbo ver exig~ um objeto direto.
Você verá O QU~? que a emoção começa agora .
O objeto direto apresenta-se sob a forma de oração. Logo, Você verá é
oração principal.

A ORAÇÃO SUBORDINADA
Denomina-se oração subordinada aquela que exerce uma função
sintática em outra oração.
Em :
"Voc2 verá que a emoção começa agora."
(Guilherme Arantes, Jon Lucien)
a oração que a emoção começa agora exercendo a função sintática de
objeto direto transforma-se em oração subordinada.

A oração subordinada pode apresentar-se como:


a) desenvolvida:
- apresenta conectivo;
- os verbos aparecem flexionados nos tempos simples e com-
postos do modo indicativo e do subjuntivo, ou ainda em locu-
ções verbais;
Observo que a manhil se inicia.
b) justaposta:
- não apresenta conectivo;
- os verbos aparecem flexionados em tempos simples e compos-
tos do modo indicativo e do modo subjuntivo, ou ainda em
locuções verbais.
Observo a manhil se inicia.

70
e) reduzida:
- não apresenta conectivo;
- os verbos aparecem nas formas nominais do infinitivo, do ge-
rúndio e do particípio.
Observo a manhã !!1ÍfÍ!!!-se.

Nota: as locuções verbais apresentam verbos no infinitivo, gerúndio,


mas não se confundem com as formas nominais compostas ou com as lo-
cuções nominais, pois nas primeiras o verbo awciliar flexiona-se ·em tem-
po e modo, nas demais o verbo auxiliar flexiona-se em uma das formas
nominais:
Tendo encerrado os trabalhos, o ju~ deu por terminada a sessilo.
Tendo encerrado: forma composta do gerúndio; o verbo auxiliar ter
apresenta-se no gerúndio e o verbo principal no particípio. A oração ten-
do encerrado os trabalhos é reduzida de gerúndio.

Por ter encerrado os trabalhos, o juiz levantou-se.


ter encerrado: forma composta do infinitivo; o verbo auxiliar ter
apresenta-se no infinitivo e o verbo principal no particípio. A oração por
ter encerrado os trabalhos é reduzida de infinitivo. -

Por querer manter silêncio, o juiz levantou-se.


querer manter: locução verbal em que o auxiliar querer apresenta-se no
infinitivo; a oração é reduzida. --

Querendo manter silêncio, o juiz levantou-se.


Querendo manter: locução verbal em que o verbo auxiliar querer apresen-
ta-se no gerúndio; ~ oração é reduzida. ---
Como queria manter silêncio, o juiz levantou-se.
queria manter: locução verbal em que o verbo auxiliar está flexionado
no pretérito imperfeito do modo indicativo; a oração não é reduzida.
Além disso, nota-se a presença da conjunção~. o que caracteriza a
oração desenvolvida.

CLASSIFICAÇÃO DAS ORAÇÕES SUBORDINADAS


As orações subordinadas reúnem-se em três grupos:
- Substantivas
- Adjetivas
- Adverbiais

71
ORAÇÃO SUBORDINADA
SUBSTANTIVA
A oração subordinada substantiva caracteriza-se por:
- juntar-se a uma oração principal em que falta o sujeito, ou o ob-
jeto direto, ou o objeto indireto, ou o complemento nominal, ou
o predicativo do sujeito, para exercer uma dessas funções; ·
- apresentar as conjunções integrantes que ou ~ quando desen-
volvida;
- quando justaposta, não apresentar conjunção integrante; poden-
do ocorrer pronomes indefinidos ou interrogativos, advérbios in-
terrogativos;
- quando reduzida ter o verbo no infi.nitivo pessoal ou impessoal e
não apresentar a conjunção;
- exercer também a função de aposto, o que torna esta oração dife-
rente das demais substantivas.

CLASSIFICAÇÃO
• oração subordinada substantiva subjetiva - exerce a função de sujei-
to. Ocorrerá toda vez que houver na oração principal:
a) a composição do predicado nominal - verbo de ligação -t- predi-
cativo do sujeito:
VL P. Suj.
t t
É necessário

Na oração acima falta o sujeito.


É necessário que você tenha coragem.
A oração quevotê tenha coragem funciona como sujeito do verbo ser; é
o elemento ao qual se aplica a qualidade expressa pelo predicativo do
sujeito. Invertendo a ordem, evidencia-se a relação de sujeito e predica-
do existente entre as duas. orações:
sujeito predicado
!·Que você tenha coragem!~ necessário.

Logo:
É necessário jque você tenha coragemj
OP or. sub. subst. subjetiva

72
, - - - - - MtTODO PRÁTICO DE RECONHECIMENTO - - - - .

A oração subordinada substantiva permite a sua substituição


por um pronome demonstrativo, artificio que auxilia o seu reco-
nhecimento e a sua classificação.

Que você tenha coragem é necessário.


\ sujeito / VL P. Suj.
1/ S T OI é necessário.

b) verbo na voz passiva pronominal - verbo transitivo direto ou


verbo transitivo direto e indireto na terceira pessoa do singular e
o pronome apassivador se:
Sabe-se
Na oração acima falta o sujeito paciente.

Sabe-seque ele tem muita coragem.


A oração que ele tem muita coragem é o sujeito com o qual o verbo
saber concorda. Invertendo a ordem, obtém-se maior evidência na re-
lação de sujeito e predicado existente entre as duas orações:
sujeito predicado
!Que ele tem muita coragem! sabe-se.
Substituindo a oração subordinada substantiva por um pronome de-
monstrativo, a mesma relação se evidencia:

Que ele tem muita coragem sabe-se.


sujeito
s T sabe-se.
Logo:

Sab_f!-se jque ele tem muita coragem.j


OP or. sub. subst. ·subjetiva

c) verbo na voz passiva analítica - constituída de verbos auxiliares


(ser, estar etc.) e o particípio do verbo principal:
É sabido
Na oração acima falta o sujeito paciente.

73
É sabido que ele tem muita ·coragem.
A oração que ele tem muita coragem exerce a função de sujeito da ora-
ção .principal:

Que ele tem muitá coragem é sabido.


\ sujeito /
1/ S T OI é sabido.
Logo:

É sabido Wue ele tem muita coragem.!


OP or. sub. subst. subjetiva

d) verbos intransitivos - tais e.orno acontecer, convir, suceder, ocor-


rer, cumprir, urgir, importar, parecer, constar, admirar, espantar,
flexionados na 3! pessoa do singular: .
Parece
Na oração acima falta apenas o sujeito, já que o verbo não exige comple-
mento.

Parece que ele tem muita coragem.


A oração que ele tem muita coragem exerce a função de sujeito da ora-
ção principal.

Que ele tem muita coragem parece.


\ sujeito /
lI S T O I parece.

Parece !que ele tem muita coragem.!


nr nr. ,uh, ,11hst. ,uhirti\':l

Observação: é comum pensar que a oração acima funciona como


complemento verbal (indevidamente é feita a pergunta - parece o
quê?). Porém esses verbos, sendo intransitivos, p,ão exigem comple-
mento; esses verbos só podem exigir um sujeito.

A,s orações subordinadas substantivas subjetivas podem apresentar-


se na forma:
a) desenvolvida:
conectivo
t
É preciso que voei tenha coragem.

74
b) justaposta:
pronome
indefinido
t
Quantos forem classificados ficarílo contentes.
e) reduzida:
É preciso ter coragem.
A oração ter coragem denomina-se oração subordinada substantiva
subjetiva, reduzida de infinitivo, pois o verbo ter apresenta-se no infi-
nitivo.

~ Agora, exercite-se identificando a oração principal e seus componentes,


bem como a oração subordinada substantiva subjetiva desenvolvida, reduzida ou
justaposta:
l. "É verdade que estamos morrendo todos os dias." (Cecília Meireles)
2. "Não é preciso dramatizar." (Cecilia Meireles)
3. Acontece que ele rejeitará o plano.
4. Conta-se que muitas cidades foram dizimadas.
5. "É bom passar uma tarde em Itapoã." (Toquinho, Vinicius de Moraes)
6. Estava decidido que ele não seria indicado.
7. "Não seria difícil cumprir esse mandamento." (O Globo)
8. ''Quem rege a missa é mestre Romão." (Machado de Assis)

• oração subordinada substantiva objetiva direta - exerce a função -sin-


tática de objeto direto da oração principal que, obrigatoriamente, de-
verá apresentar um verbo transitivo direto ou um verbo transitivo dire-
to e indireto sem o objeto direto:
"Eu já lhe expliquei... "
A oração acima apresenta:
sujeito - eu
verbo transitivo direto e indireto - expliquei
objeto indireto - lhe
adjunto adverbial de tempo - já

FALTA O OBJETO DIRETO

"Eu já lhe expliquei O Qvt?"


l
"Eu já lhe expliquei que nílo vai dar! . " (Chico Buarque)
OP or. sub. subst. objetiva direta
0D
(Eu já lhe expliquei !I S T Ol .)
15
,L orações subordinadas substantivas objetivas diretas podem apre-
/ar-se na forma:
-1) desenvolvida: ·
conectivo
~
"Eu já lhe expliquei que niio vai dar. "
conectivo
~
Diga-me se a proposta lhe interessa.
Observação: às vezes, à maneira de objeto direto preposicionado, a
oração apresenta preposição com valor enfático:
Fez com que a entendessem.
(fez O QUÊl que a entendessem .)

b) justaposta:
pronome
interrogativo
~
Quero saber quem vem lá.
e) reduzida:
Nilo vi anoitecer.
or. sub. subst. objetiva direta, reduzida de infinitivo

Observação: verbos causativos (mandar, deixar, fazer etc.) ou ver-


bos sensitivos (ouvir, sentir etc.) apresentam seus objetos diretos
sob forma de oração reduzida em construções do seguinte tipo:
Deixe-os ficar mais um dia.
(que eles fiquem mais um dia)

..,. Agora, exercite-se identificando a oração principal e seus componentes e a


oração subordinada substantiva objetiva direta desenvolvida, reduzida ou justa-
posta:
1. "Eu acho que o meu samba é uma corrente." (Chico Buarque)
2. "Senti que meus olhos escureciam." (Érico Veríssimo)
3. "Diziam que ele era mais velho .... " (Érico Veríssimo)
4. Informe-lhe quem chegou atrasado.
5. "Garanto que uma flor nasceu." (Carlos Drummond de Andrade)
6. Não vi a escola desfilar.
7. "Não sei se estou sofrendo ... " · (Carlos Drummond de Andrade)
8. "Eu lhe contei como eu sou." (Josué Montello)
9. "Vi-o telefonar para o distrito." (Orígenes Lessa)
7-6
• oração subordinada substantiva objetiva indireta - exerce a função
sintática de objeto indireto da oração principal que; obrigatoriamente,
deverá apresentar verbo transitivo indireto ou verbo transitivo direto e
indireto sem o objeto indireto:
Lembrou-se
A oração acima apresenta:
sujeito implícito - ele
verbo transitivo indireto - lembrou-se
FALTA O OBJETO INDIRETO
Lembrou-se DE QUÊ?

Lembrou-se Ide que me freqüentara a casa.j


OP or. sub. subst. objetiva indireta
objeto indireto
(Lembrou-se IDISTOI .)

As orações subordinadas substantivas objetivas indiretas podem


apresentar-se na forma:
a) desenvolvida:
conectivo

'
Lembrou-se de que me freqüentara a casa.
b) justaposta:
pronome
indefinido

'
Resistiria a quem tentasse convencê-lo.
e) reduzida:
Esqueceu-se de tele/onqr.
or. sub. subst. objetiva indireta, reduzida de infinitivo
Observação: muitas vezes a preposição regente do objeto indireto per-
manece implícita, o mesmo ocorrendo com a oração.
Em:
"... o fresco vento
o convida que parta... " (Camões)
o verbo convidar é transitivo direto e indireto (quem convida, convida AL-
GUÉM A ALCO)
o convida (A) que parta

77
"'W Agora, exercite-se. ideµtificando a oração principal, seus componentes.e a
oração subordinada sub~tantiva objetiva indireta desenvolvida, reduzida ou jus-
taposta:
1. Lembre-se de que a vida é um teatro.
2. O beato prometia o reino dos céus a quem o seguisse.
3. " ... mas eu desisto de fazer agora uma sátira contra o vil metal..."
(Machado de Assis)
4. "Eu gostava de ·visitar a oca do feiticeiro de nossa tribo." (Érico Veríssimo)
5. Todos se esqueceram rapidamente de que era ele o benfeitor.
6. Ninguém duvida de que há estranhos poderes na terr~.
7. Oferecíamos a nossa amizade a quem pudesse favorecer-nos.
8. Contentou-se em vê-la a distância.

• oração subordinada substantiva completiva nominal ~ exerce a fun-


ção sintática de complemento nominal de um substantivo, adjetivo ou
advérbio que se encontra na oração principal:
Estamos certos
A oração acima apresenta:
sujeito implícito - nós
verbo de ligação - estamos
predfcativo do sujeito - representado. pelo adjetivo certo, que exige um
complemento.
Quem está certo, está certo DE ALGO;
Estamos certos DE QUÊ?
Estamos certos Ide que nossas reivindicações serão atendidas.!
OP ~ or. sub. subst. completiva nominal
CN
(Estamos certos !DISTO! .)
A oração subordinada substantiva completiva nominal pode apre-
sentar-se na forma:
a) desenvolvida:
conectivo

* nossas·reivindicações
Estamos certos de que ' serão atendidas.
. .
b) Justaposta:
~
pronome.
'

indefinido

*
Tinha medo de quantos lhe dirigissem a palavra.
e) reduzida: ~ ·
" ... sou incapaz de fazer uma intimação. " .· (Machado de Assis)
~or. sub. subst. completiva nominal
reduzida de infinitivo

78
- , Agora, separe a oração principal e a oração subordinada substantiva com-
pletiva nominal, e identifique o nome de que depende:
1. "e a menina teve a impressão de que ele levava saudades." (Rachel-de Queiroz)
2. " ... mas também já se fabricam correntemente computadores análogos, de ní-
vel muito superior, capazes de simular grande número de situações ... "
(Rose Marie Muraro)
3. Guardava lembranças de quantos o ajudaram no infortúnio.
4. "Cada dia maís se espalhava a certeza de que ele tinha ouro ... "
(Rachel de Queiroz)
5. "Meu paí não teve ânimo de recusar-me o pedido." (Machado de Assis)
6. " ... eu tinha medo de que você me esquecesse ... " (Machado de Assis)
7. Era favorável a que mudassem todo o regimento interno.
8. Vimos o seu interesse em comprar a velha casa.

• oração subordinada substantiva predicativa - exerce a função sintáti-


ca de predicativo do sujeito da oração principal:
O importante é
A oração acima apresenta:
sujeito - O importante
verbo de ligação - é
FALTA O PREDICATIVO DO SUJEITO, função sintática obrigatória em ora-
ções que apresentam verbo de ligação.
O importante é jque todos ficaram satisfeitos.!
OP or. sub. subst. predicativa
P. Suj.
(O importante é !ISTO!.)
A oração subordinada substantiva predicativa pode apresentar-se
na forma:
a) desenvolvida:
conectivo
~
O importante éque todos ficaram satisfeitos.
b) justaposta:
pronome
interrogativo

Eu sou qutm você espera?


e) reduzida:
"Minha primeira reaçilo foi apressar a marcha." (Origenes Lessa)
or. sub. subst. predicativa
reduzida de infinitivo

79
DISTINÇÃO ENTRE ORAÇÃO
PREDICATIVA E SUBJETIVA
Para distinguir a predicativa da subjetiva, deve-se ter em mente o es-
quema abaixo, pois ele auxilia a determinar que função sintática falta na
oração principal.

G + +

É importante que todos fiquem satisfeitos.


CD o
.

G +
CD +
A oração que todos fiquem satisfeitos é subjetiva.

O importante é que todos ficaram satisfeitos.

r::'\
+
~
+
A oração que todos ficaram satisfeitos é predicativa.
® o
.

, Agora, exercite-se procurando distinguir a oração predicativa da oração


subjetiva nos exemplos abaixo:
1. "O certo é que a cartomante adivinhara tudo." (Machado de Assis)
2. "O importante é proporcionar à criança a ampliação de seu espàço."
(OGlobó)
3. "O meu fim evidente era atar as duas pontas da vida". (Machado de Assis)
4. "É preciso que eu sinta alguma coisa." (Cecilia Meireles)
5. "O mais impressionante é que todas essas conquistas são apenas as primeiras
fases de uma ciência em seus balbucios." (Rose Marie Muraro)
6. "A prova é que agora ela estava tranqüila e satisfeita." (Machado de Assis)
7. "Seria melhor que não me visse mais viva." (Cecília Meireles)
8. Ficou provado que ele nada sabia.

80
• oração subordinada substantiva apositiva - exerce a função de apos-
to; esclarecendo um termo da oração principal. Geralmente, coloca.-se
entre vírgulas ou depois de dois pontos, ou ainda, precedida de expres-
sões como a saber, isto é, ou seja. A palavra que, introdutora da orà-
ção subordinada S\!bstantiva apositiva, não é considerada conjunção
integrante e sim palavra expletíva, por ser desnecessãria ao relaciona-
mento das orações. A maioria das orações apositivas aparece sem essa
palavra:
Só lhe pediria isto: que não a abandonasse.
A oração que não a abandonasse esclarece o termo isto que se encontra na
oração principal; logo é oração subordinada substantiva apositiva.

Aquele pedido, que não a abandonasse, atormentava-lhe a alma.


A oração que não a abandonasse esclarece o termo pedido; logo, é oração
subordinada substantiva apositiva .

Uma única esperança restara, a saber: chegara um novo senhor das


leis.
A oração chegara um novo senhor das leis esclarece o termo esperança; lo-
go, é oração subordinada substantiva apositiva.

Em todos os exemplos acima, a oração apositiva apresenta: a for-


ma desenvolvida. Quando reduzida, o verbo estarã flexionado no infi-
nitivo pessoal ou impessoal:
Uma coisa o amedrontava: ser o sucessor do tio.

EXERCICIO GERAL

Para reconhecer a oração subordinada substantiva, observe a oração princi-


pal e veja o que falta: sujeito, objeto direto, objeto indireto, complemento
nominal, predicativo do sujeito. Lembre-se de que a oração apositiva é a úni-
ca que não se integra a uma estrutura incompleta.

Separe e classifique as orações subord. substantivas nos períodos de 1 a 23:


1. "É possível que o leitor me não creia." (Machado de Assis)
2. "Parece que a agulha não disse nada." (Machado de Assis)
3. "Jurou que lhe queria muito." (Machado de Assis)
4. "Veja bem como se comporta." (Josué Montello)
5. "Perguntava-se que amor estranho era aquele." (Machado de .Assis)
6. 'Duvidei de que pudesse atender-me.

81
7. "Gostaria de lhe atirar uma flor." (Rachel de Queiroz)
8. "Tenho a impressão de que estou cercado de inimigos." (Graciliano Ramos)
9. Era fiel a quantos lhe pagassem.
10. !'O pior é que era ~oxa." (Machado de Assis)
11. "Quem sabe de mim sou eu." (Gilberto Gil)
12. "Urgia fundar o jornal." (Machado de Assis)
13. Tinha ainda um sonho: caminhar com o velho amigo pela trilha secreta.
14. A jovem, em sua janela, observava-o passar apressado.
15. Não creio em quem não crê.
16. "Tive idéia de devolver o achado à praia." (Machado de Assis)
17. Aquela afirmativa, que nunca mais voltaria ao rancho, martelava-lhe a alma.
18. Você é quem resolve tudo.
19. A verdadeira felicidade é ser livre.
20. "Um poeta dizia que o menino é pai do homem." (Machado de Assis)
21. "Dissera-se que a vida das coisas ficara estúpida diante do homem ... "
(Machado de Assis)
22. A cidade oferecia-lhe tudo: oferecia-lhe a paz!
23. "Vai valer a pena ter amanhecido." (Ivan Lins, Victor Martins)
24. Todas as alternativas abaixo apresentam oração reduzida, exceto:
a) "Era um gosto subir a rua do Ouvidor." (M~chado de Assis)
b) "Agradeci a Deus não me ter feito assim." (Machado de Assis)
c) "Tinha eu ordem de demorar-me um ano na Corte." (Machado de Assis)
d) "O meu projeto era ir buscar o consentimento de minha mãe."
(Machado de Assis)
e) "Perguntou se o vinham prender." (Machado de Assis)
25. Em "Só pôde o que impossíbil parecia:
Vencer o povo ingente de Castela." (Camões)
A oração substantiva reduzida é:
a) subjetiva
b) predicativa
c) objetiva direta
d) apositiva
e) completiva nominal
26. Todas as orações subordinadas substantivas estão corretamente classificadas,
exceto:
a) "Ignoro onde o vi." (Graciliailo Ramos) - objetiva direta;
b) "Consta-me que se tornou bom homem." (Machado de Assis) - subje-
tiva;
c) "Verdade é que não houve cartas ... " (Machado de Assis) - predica-
tiva;
d) Só isso me importava: não perder a colheita. - apositiva;
e) Deram o prêmio a quem não merecia. - objetiva indireta.

82
27. "Viu ser cativo o santo irmão Fernando ... " (Camões)
O mesmo tipo de oração do exemplo acima ocorre em:
a) "Não quis Deus que fôssemos felizes." (Machado de Assis)
b) " ... é peço a Deus que não perca só isso." (Machado de Assis)
c) "Calculou que podia saltar o muro ... " ·(Machado de Assis)
d) "Não poderia dizer porque me desvio para aqui e para ali."
(Graciliano Ramos)
e) Fê-los sair imediatamente.
Distinguir, nos periodos de 28 a 33, a oração subordinada substantiva completiva
nominal da oração subordinada substantiva objetiva indireta:
28. "Ninguém pensava em cavalgar uma águia." (Rachel de Queiroz)
29. " ... estava certo de que não podia ser bom padre ... " (Machado de Assis)
30. " ... era capaz de lhe quebrar uma jarra na cara ... " (Machado de Assis)
31. "Não se contentou a minha família em ter um quinhão anônimo no regozijo
público." (Machado de Assis)
32. Havia necessidade de que lhe dissessem tudo.
33. Naquele momento, necessitavam de quem os apoiasse.
Nos períodos seguintes, passe a oração reduzida para a forma desenvolvida ou
vice-versa:
34. Não era preciso vigiar-me.
35. Era necessário que se desvendassem as circunstâncias de seu nascimento.
36. "Sentiu que lhe doía um pouco a perna ... " (Darcy Azambuja)
37. O rubor das faces denunciava o receio de ser reconhecida.
38. O mais triste foi que desisti da Companhia.
39. Não percebi que o tempo passava.
40. O rapaz lembrou-se de que lhe mandaria a carta naquela manhã.
41. Aquele projeto," deixar a pequenina cidade natal, não seria revelado a nin-
guém.

ORAÇÃO SUBORDINADA ADJETIVA


Exerce a função sintática de adjunto adnominal, apresentando as se-
guintes características: ·
- acompanha um substantivo ou pronome da oração principal;
- traz alguma informação caracterizaclora do elemento expresso
pelo substantivo ou pronome de que depende;
- apresenta o pronome relativo como conectivo, isto é, o pronome
que geralmente se liga a um termo antecedente cujo significado
assume e representa. O termo antecedente do pronome relativo é
o substantivo ou pronome de que a oração adjetiva depende.

83
"Iam bem os negócios que me trouxeram ao Rio... "
(Machado de Assis)
No exemplo acima a oração que me trouxeram ao Rio acompanha o
substantivo negócios, porque a ele se refere:

INEGÓCl~ e me trouxeram ao Rio.

No plano da significação, a oração que me trouxeram ao Rio caracteri-


za negócios.
Que negócios são esses? Os que me trouxeram ao Rio.
A palavra que é pronome relativo: possui um termo antecedente, negó-
cios, tornando a oração adjetiva dependente desse termo: --
. ~ - - - - - - - ~l
Iam bem os NEGÓCIOSl que ine trouxeram ao Rio...
Enquanto pronome telativo, a palavra que pode ser substituída pelo
termo antecedente, já que o representa dentro da oração adjetiva:
que me trouxeram ao Rio


os negócios me trouxeram ao Rio

CLASSIFICAÇÃO
A oração adjetiva classifica-se como:
a) explicativa: traz uma informação genérica, desnecessária à carac-
terização. Por isso, vem entre virgulas ou separada do termo ao
qual se liga por uma virgula, podendo ser retirada do contexto
sem que prejudique a significação:
A ch,:;;;:;;,,e molha o mundo, poderia lavar a alma.
A oração adjetiva acima está entre vírgulas e pode ser retirada do contex-
to sem que a informação se m_odifique:

A chuva poderia lavar a alma.

b) restritiva: traz uma informação particularizadora. Por isso, não


pode ser separada por virgula, nem ser retirada do contexto, pois
a sua ausência acarreta alteração no sentido:
. ,,,,..--...__
Os sentunentos que nascem na alma elevam-na.
A oração adjetiva acima não se apresenta entre vírgulas; além disso, é im-
prescindível ao contexto que, sem ela, sofre prejuízo quanto à significa-
ção:
Os sentimentos elevam-na.
84
As orações adjetivas já vistas apresentam-se na forma desenvolvida,
isto é, com pronomes relativos e os verbos flexionados em tempo e mo-
do, número e pessoa.
Existem ainda as orações adjetivas reduzidas, cujas características
são:
- verbos flexionados no infinitivo, gerúndio ou particípio;
- ausência de pronomes relativos.
Percebíamos o vapor subindo.
or. adjetiva restritiva
reduzida de gerúndio

equivale a:

Percebíamos o vapQ subia.

Quanto às orações adjetivas justapostas, caracterizam-se por não se


referirem a um I\Jltecedente claramente expresso e por indicarem posse:
"Nilo vemos os defeitos de quem amamos, nem os primores dos que
aborrecemos.,, (M. Maricá)
(daq~uem amamos)

FUNÇÃO SINTÁTICA DOS PRONOMES RELATIVOS


NA ORAÇÃO ADJETIVA
Ao representar o termo antecedente, os pronomes relativos vão
exercer alguma função sintática na oração adjetiva de que fazem parte.
Para reconhecer e classificar essa função, deve-se:
a) isolar a oração adjetiva; ,
b) substituir o pronome relativo pelo termo antecedente;
c) colocar a oração na ordem direta, quando for necessário;
d) analisar.
Os pronomes relativos podem atuar como:
1. sujeito:

"
"Foi ele que me levou ao seminário ... ,, (Machado de Assis)
a) Isolando a oração adjetiva, obtém-se:
que me levou ao seminário

b) substituindo o pronome relativo pelo termo antecedente, obtém-se:


que me levou ao seminário

'
ele me levou ao seminário

85
c) como a oração apresenta-se na ordem direta, procede-se à análise da
função sintática:
ele me levou ao seminário
sujeito

A função é de sujeito do verbo levar; como o termo ele é representado pelo


pronome r"elativo que essa é a função sintática por ele exercida.
ele me levou ao seminário

'
que me levou ao seminário
sujeito
sujeito
Foi ele / que me levou ao seminário.

2. objeto direto:

"
Isto é tudo quanto quero.
a) quanto quero

'
b) tudo quero

c) quero tudo
VT/0D
quanto quero
0D
ODí"'fl'D
Isto é tudo quanto quero.

3. objeto indireto:
. ~
"Os acontecimentos a que me refiro eram relativos à minha famflia ... "
(Machado de Assis)
a) a que me refiro

b) aos ~ tecimentos me refiro

c) refiro-me aos acontecimentos


VT~ OI

a que me refiro
OI
OI~VTI ·
"Os acontecimentos a que me refiro erain relativos à minha familia ... "

86
4. complemento nominal:
A pe~ em sou grato receberá inúmeras homenagens.
a) a quem sou grato

'
b) à pessoa sou grato

c) sou grato à pessoa


CN

a qu~ grato
CN
CN~
A pessoa a quem sou grato receberá inúmeras homenagens.

5. predicativo do sujeito:
~
Conheço bem o desastrado que tu és.
a) que tu és
~
b) desastrado tu és

c) tu és desastrado
/P.Suj.

que tu és
p. Suj. predicativo do sujeito
+ tu és.
Conheço bem o desastrado que

6. agente da passiva:
,--...._ .
As máquinas pelasqua,s foram arados os campos ficarão no celeiro.
a) pelas quais foram arados os campos
-~.
b) pelas maquinas foram arados os campos

c) os campos foram arados pelas máquinas


• ,llr
Ag. Passiva l
pelas quais foram arados os campos
Ag. Passiva

Ag. da PaS$iva
+
As máql,!inas pelasquais foram arados os campos ficarão no celeiro.

87
7. adjunto adverbial:
Função sintática característica dos pronomes relativos onde e como:

adj . adv. lugar


~t
O lugar por onde ando fica nas estrelas.

adj. adv. de modo

"A vida é o m ~ol o morremos. ., (Pal Waaktaar)

8. adjunto adnominal:
Função sintática característica do pronome relativo cujo e suas fle-
xões, já que acompanha o termo conseqüente. Por isso, não pode ser
substituído por nenhum termo, estabelecendo entre o antecedente e o
conseqüente uma relação de posse:
antecedente conseqüente
~ ~
As casas cujos portões foram pintados estão à venda.
I\
cujos portões foram pintados
Adj. Adn.
o pronome relativo cujos acompanha o termo ·portões; a sua f.unção é de
adjunto adnominal ·
adj. adn.
r-,
As casas cujos portões/oram pintados estão à V(!nda.

EXERCICIO GERAL

Lembre-se:
Para determinar a oração adjetiva, procure uma oração que depende de um
substantivo ou pronome.

Nos períodos de 1 a 21, separe e classifique as orações adjetivas.


A seguir, determine a função sintática do pronome relativo, quando houver.
1. "Ardia aquela fogueira que me esquentava a vida inteira."
(Moraes Moreira, Abel Silva)

88
2. " ... há um moleque morando sempre em meu coração ... "
(Milton Nascimento, Fernando Brandt)
3. "No quintal onde brincávamos juntas tudo está escuro e quieto.';
(Lygia Fagundes Telles)
4. "Canta uma cigarra que ninguém ouve.'' (Carlos Drummond de Andrade)
5. " ... é tudo quanto posso fazer por ele .. .'' (Machado de Assis)
6. "A casa em que eu estava hospedado era a do escrivão Meneses .. .''
(Machado de Assis)
7. "Eu, que fui loura e lírica,
não estou pictural.'' (Adélia Prado)
8. Os locais dos quais guardas lembranças foram modificados pelo tempo.
9. "Era um oficial dos farrapos cuja barba negra contrastava com a palidez es-
verdinhada do rosto.'' (Érico Veríssimo)
10. Sou o que sou.
11. Às vezes somos as folhas levadas pelo vento.
12. As atitudes das quais te arrependes não podem ser modificadas.
13. "A um canto da sala vi a mãe chorando;" (Machado de Assis)
14. "Há cousas que se não dizem.'' (Machado de Assis)
15. "E o Brito, a pedir dinheiro, estava se tomando insuportável."
(Graciliano Ramos)
16. "Sustentava contra ele Vênus bela,
Afeiçoada à gente lusitana .. .'' (Camões)
17. "Eu busquei qm derivativo na poesia, que era a paixão dele.. .''
(Machado de Assis)
18. "Josias, que vinha atrás, distanciou-se.'' (Rachel de Queiroz)
19. "Juca foi ao Paraná, onde entraria em contato com um tal Liberato, que lhe
cederia as armas - três pistolas Mauser - com as quais trabalhariam.''
(Chico Anisio)
20. " ... sinto na face
Uma perdida lágrima rolando .• .'' (Álvares de Azevedo)
21. Era o arrependimento de quem pretendia ser sincero.

Nos períodos seguintes, transforme as orações reduzidas em desenvolvidas ou vi-


ce-versa:
22. '' Aí se alguém segura o leme / Dessa nave incandescente / Que incendeia a
minha vida/ .. .'' (Kleiton Ramil)
23. " •.. Jorge Velho ainda teve tempo de ver o corpo volteando no ar,, . .''
(João Felicio dos Santos)
24. . E a fonte a· cantar, desfaz o .silêncio da tarde.
25. "Mas e a máquina de retrato dada sem eu pedir?" (José J. Veiga)
26. " ... até meu pai que trabalhava com ele passava dias sem vê-lo.''
(JoséJ; Veiga)

89
DISTINÇÃO ENTRE ORAÇÃO SUBORDINADA ADJETIVA
E ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA
COMPLETIVA NOMINAL

• adjetiva
- depende do substantivo;
- caracteriza elemento expresso pelo substantivo;
- o pronome relativo exerce função sintática dentro da oração adjetiva.

Em:
A certeza que eu tenho dá-me alento.
a oração que eu tenho caracteriza certeza (que certeza é ·essa?
a que eu tenho); ---
o pronome relativo que exerce a função sintática de objeto direto do verbo
ter.

• completiva nominal
- completa o sentido do substantivo;
- a conjunção não exerce função sintática, apenas integra ~s partes
incompletas. ·
Em :
Tenho certeza de que você virá.

Tenho certeza DE QU~? de que você virá.


a palavra que é conjunção, nã9 exerce função sintática; a estrutura .está
completa (sujeito: você; predicado com verbo intransitivo: virá).

'"W Agora, reconheça a adjetiva e a coinpletiva nominal nos seguintes exem-


plos:
L O vilarejo tinha necessidades 9ue _todos podiam ver.
i. Havia necessidade de que os assistissem. · ..
3. A desconfiança que ele carrega n~o pode ser. desfeíta com paiavras.
4. A desconfiança de que alguém lhe é desleal ·exige .provas.
ORAÇÃO SUBORDINADA ADVERBIAL
Caracteriza-se por exercer a função sintática de adjunto adverbial
da oração principal. Por isso:
- a oração adverbial não se integra a uma estrutura incompleta; is-
so é função de quase todas as orações substantiyas;
- a oração adverbial não depende de um substantivo ou pronome
da oração principal; isso acontece com a oração adjetiva;
- a oração adverbial é determinada pelo relacionamento semântico
que mantém com a oração principal, informando em que cir-
cunstância se desenrola o fato expresso por essa mesma oração
principal;
- quando desenvolvidas, as orações adverbiais são introduzidas pe-
las conjunções e locuções conjuntivas adverbiais;
- quando reduzidas, não apresentam conjunção ou locução con-
juntiva e o verbo aparece na forma do infinitivo, ou do gerúndio,
ou do particípio.

CLASSIFICAÇÃO
• oração subordinada adverbial causal - expressa aquilo que origina o
fato da oração principal, estabelecendo uma relação de causa e conse-
qüência ou causa e efeito entre as duas orações:
a) desenvolvida - pode ser introduzida pelas conjunções ou locuções
conjuntivas porque, como, pois que, por isso que, já que, uma vez
que, visto que, visto como, que:
" ... um dia quebrei a cabeça de uma escrava, porque me negara uma
colher de doce de coco ... " (Machado de Assis)
causa - (or. sub. adv. causal) - porque me negara uma colher de doce
de coco
conseqüência - (or. principal) - um dia quebrei a cabeça de uma escrava

b) reduzida:
" ... traída por uma·aparência enganosa, mandara diariamente a tantos
rapazes diversos as mais doces mensagens do seu coraçllo ... "
(Rachel de Queiroz)
traída por uma aparência enganosa -- or. sub. adv. causal, reduzida de
particípio.

91
, · Agora, estabeleça relação de causa entre as orações dos exemplos abaixo:
1. Não dera uma resposta. Não vira o bilhete.
2. Não aceitarei o convite. Tenho um compromisso urgente.

• oração subordinada adverbial comparativa - o pensamento compara-


tivo coloca dois elementos em confronto; a oração comparativa revela
o segundo elemento desse confronto:
desenvolvida - introduzida por como, assim como, bem como, que,
do que, qual (depois de tal que aparece na oração principal):
"Caminho como um cego.,, (Graciliano Ramos)
Há um confronto entre o sujeito elíptico ~ da oração principal e o termo
cego da oração subordinada.

" ... as magnólias são menos inquietas do que eu era na minha infân-
cia ... ,, (Machado de Assis)
Vive tal qual o pai viveu.

, Agora, estabeleça a comparação entre as seguintes orações:


1. A orquestra das matas é mais feliz. A orquestra dos homens é feliz.
2. Atuamos na vida. Atuam no circo.

• oração subordinada adverbial concessiva - expressa o que poderia


impedir ou modificar o fato da oração principal, sem que o faça:
a) desenvolvida - introduzida por embora, conquanto, ainda que,
mesmo que, bem que, se bem que, posto que, nem que, que, apesar
de que:

· ' \fr 111111 (/li(' você se escondesse com ele no .fi....m do mundo, eu ia atrás.,,
(Josué Montello)

concessiva intensiva - por mais que, por menos que:


"Por mais que eu me esforçasse/eu não conseguiria."
(Oswaldo Montenegro)

b) reduzida:
Mesmo perdendo, não larga a pose.

92
, Agora, estabeleça a circunstância de concessão entre as seguintes orações:
1. Não o perdoarei. Ele o peça.
2. Chova. A terra não se tomará fértil.

• oração subordinada adverbial condicional - expressa a condição para


que o fato da principal aconteça:
a) desenvolvida - introduzida por se, caso, contanto que, sem que,
salvo se, dado que, desde que., a menos que, a não ser que, uma vez
que:
" Se houver perigo, atira a âncora para o alto." (Jornal do Brasil)

b) reduzida:
Você perderá o emprego, chegando sempre atrasado.

, Agora, estabeleça a circunstância de condição:


1. Aceitarei a oferta. Você faça uma promessa.
2. Não recebermos notícias. Viajaremos ao amanhecer.

• oração subordinada adverbial conformativa - o fato da oração prin-


cipal realiza-se de acordo com o que expressa a oração conformativa:
desenvolvida - introduzida por conforme , como , consoante , segundo:
Tudo será como queres.
(de acordo com o que queres, conforme queres)

: , Agora, estabeleça a circunstância de conformidade entre as orações abaixo:


1. A barragem foi aberta. Instruíram-nos.
2. Ele partiu ao amanhecer. Você previra.

• oração subordinada adverbial consecutiva - expressa a conseqüência,


o efeito, o resultado do fato relatado pela oração principal, ou o que
acontece a seguir: · '

93
a) desenvolvida - a conjunção que combinada com tal, tão, tanto ou
tamanho presentes na oração principal: de modo que _de maneira
que , de sorte que ,.de forma que:
"... tal foi o tabefe que recebeu na orelha, que não repetiu os afa-
gos... " (Machado de Assis)
or. principal - tal foi o tabefe
qual a conseqüência disso?
ou
o que acontece a seguir?
or. sub. adv. consecutiva - que não repetiu os afagos

b) reduzida:
É estranho de assustar a todos.

, Agora, estabeleça a conseqüência:


1. As ondas eram tão fortes. Os barcos viraram.
2. A cidade estava silenciosa, Senti paz no coração.

• oração subordinada adverbial final - expressa o objetivo, a meta, a


finalidade daquilo que acontece na oração principal~
a) desenvolvida - introduzida por a fim de que, para que, que ( = pa-
ra que) porque ( = para que):
" ... pegou-se com a Virgem Maria, a fim de que os poupasse."
(Machado de Assis)
or principal - pegou-se com a Virgem Maria
· com que objetivo? ou qual a finalidade?
a fim de que os poupasse

b) recfüzida:
Muitos safam mais tarde para evitar o trOnsito.

, Agora, estabeleça a circunstância de finalidade:


r. Os soldados não dormiam. O inimigo não os surpreendesse.
2. Todos começaram a trabalhar mais cedo. O projeto acabasse logo.

94
• oração subordinada adverbial proporcional - expressa a dimensão
proporcional entre os fatos:
desenvolvida - introduzida por à medida que, à proporção que, ao
passo que, quanto mais... (mais), quanto menos... (mais), quanto
mais ... (menos), quanto inenos... (menos) etc.:
 medida que as vozes aumentavam, as janelas abriam-se.

Quanto mais argumentava, menos o entendiam.

, Agora, estabeleça a relação proporcional:


1. Entristecia-me. A noite chegava.
2. A tempestade aumentava. Sentíamos medo.

• oração subordinada adverbial temporal - expressa o momento em


que acontece ou começa a acontecer o fato da oração principal:
a) desenvolvida - introduzida por quando, antes que, depois que, lo-
go que, assim que, desde que, todas as vezes que, cada vez que, ape-
nas, mal, que, enquanto, sempre que, até que:
"Quando voei foi embora/fez-se noite em meu viver ... ,,
(Milton Nascimento, Fernando Brandt)
(em que momento fez-se noite em meu viver? no momento em que
você foi embora)

· b) reduzida:
"Chegando a noite, Manuela atira-se à cama.,, (Aníbal Machado)
(quando chega a noite)

, Agora, estabeleça a circunstãncia de tempo entre as orações:


1. As bandeiras começaram a acenar. O navio ainda estava distante.
2. Escreva-me. Você sentir saudades.

Observações:
• as orações comparativas, conformativas e proportjonais não apresen-
tam forma reduzida;

95
• as orações subordinadas adverbiais, quando justapostas, não apresen-
tam conjunção ou locução conjuntiva:
"Eu não tinha arma ao alcance. Tivesse, também não adiantaria."
condicional (João Guimarães Rosa)
(Se tivesse)

• existem ainda duas orações subordinadas adverbiais: locativa, modal.


Entretanto, a NGB não as registrou:
Os antigos sonhos ficaram onde não poderiam ser alcançados.
Locativa ( = adj. adv. de lugar)
Olhou-me demoradamente, sem nada dizer.
Modal ( = adj. adv. de modo)

A POLISSEMIA CONJUNTIVA E A ORAÇÃO ADVERBIAL


Há conjunções e locuções conjuntivas adverbiais que, devido ao
contexto, adquirem múltiplos significados (polissemia), caracterizando
diferentes orações:

1. A locução conjuntiva sem que pode introduzir as seguintes orações:


• condicional:
Nilo viajará sem que me peça autorizaçlJo.

• consecutiva:
a) expressa uma conseqüência esperada, costumeira:
Não diz uma palavra sem que nos ofenda.
b) expressa a negação de uma conseqüência lógica:
Chorou sem que nos comovesse.
• concessiva:
Os trabalhos ganharam vários elogios, sem que merecessem.

2. A locução conjuntiva uma vez que pode introduzir as seguintes orações:


• causal - o verbo apresenta-se no modo indicativo:
Nada reclamarei, uma vez que ele já o fez.
• condicional - o verbo apresenta-se no modo subjuntivo:
Uma vez que ele me trate educadamente, eu o atenderei.

96
3. A conjunção como pode introduzir as seguintes orações:
• causal - permite a sua substituição pela conjunção porque:
Como o vaso era vidro, o calor excessivo o trincou.
(porque o vaso era vidro)

Além disso, é evidente a relação de causa e conseqüência existente entre


as orações:
or. subordinada - (causa) - era vidro
or. principal - (conseqüência) - o calor excessivo trincou-o.

• comparativa - equivale a do mesmo modo que:


Isolava-se como uma garça-solitária.
(do mesmo modo que se isola uma garça-solitária)

• conformativa - equivale a de acordo com:


Distribuiu o dinheiro como lhe ordenaram.

4. A locução conjuntiva desde que pode introduzir as seguintes orações:


• temporal - indica o momento em que começa a acontecer o fato
da oração principal:
A vida perdera-se, desde que o filho partira.

• condicional:
Posso ajudar, desde que você queira.
(se você quiser)

• causal - pode ser substituída pela conjunção porque ou pela locu-


ção conjuntiva uma vez que; geralmente o verbo da oração princi-
pal aparece no futuro:
Desde que insistes nisso, deverás apresentar as provas.
(porque insistes nisso)

5. A conjunção que pode introduzir as seguintes orações:


• cónsecutiva:
Estavas tão estranho, que causaste má impressqo.

• compârativa:
És mais feliz que eu.

97
• concessiva:
Coma, um pouco que seja.
(ainda que seja pouco)
• temporal:
Chegados que foram ao local, dirigiram-se a mim.
(Assim que chegaram ao local)
• final:
Deu-lhes ordem que saíssem.
(para que saíssem)
• causal:
"Quanto a Tenório, prepararia as máscaras, alfaiate que era. "
(já que era alfaiate)
(Chico Anísio)

EXERCICIO GERAL

Lembre,se:
A oração subordinada adverbial deve ser determinada através do relacio-
namento semântico que mantém com a outra oração, expressando uma
das nove circunstâncias: causa, comparação, concessão, condição, con-
formidade, conseqüência, finalidade, proporção e tempo.

I - Orações Subordinadas Adverbiais Desenvolvidas.


Agora, sublinhe e classifique as orações subordinadas adverbiais desenvolvidas:
1. "Não existiria som se não houvesse silêncio." (Lulu Santos)
2. "Já estanquei meu sangue quando fervia." (Chico Buarque)
3. "Quanto mais me vejo rodeado. mais me isolo." (Graciliano Ramos)
4. "... embora perdesse os carinhos maternais, vinha para uma capital desco-
nhecida ... " (Machado de Assis)
5. " ... enquanto ela comia o ouro com seus olhos negros, o alienista fitava-
ª· .. " (Machado de Assis)
6. " ... cresci naturalmente, como crescem as magnólias e os gatos."
(Machado de Assis)
7. " ... a semana santa na Corte é mais bonita que na roça ... " (Machado de Assis)
8. "Por mais horrendo que fosse o espetáculo, havia uma vantagem de muito
peso." (Machado de Assis)
9. "Como era muito seco de maneiras, tinha inimigos." (Machado de Assis)
10. "- Como você vê, não esqueci o caminho." (Josué Montello)

98
11. '' ... revoltosos que fossem algum dia, agora não passavam de desertores e ·re-
negados." (Rachel de Queiroz)
12. Não respondera ao meu aceno, porque não me vira.
13. Tal foi o calor da minha recepção que ela finalmente sorriu.
14. Não voltara mais ao roçado, desde que vira.uma onça na encosta.
15. Sairás, desde que o fêitor o permita.
16. "Tratei-a como tratei o latim." (Machado de Assis)
17. Não poderão sair, sem que eu os veja.
18. " ... bebi mais do que costumava ... " (Machado de Assis)
19. "Logo que apareceu na chácara, fiz-lhe um gesto amigo." (Machado de Assis)
20. Desde que não queres dar-me ouvidos, nada mais farei por ti.
21. "Por mais que ele olhasse pela vida dentro, não achava igual obséquio do
céu." (Machado de Assis)
22. "Nenhum obséquio, por infimo que seja, esquece ao beneficiado."
(Machado de Assis)
23 . ."Antes que fosse tarde, cortei o mal pela raiz." (Josué Montello)
24. "A resposta negativa, dado que Flora viesse a mudar de opinião, podia ser
uma desgraça para esta." (Machado de Assis)
25. "Tio Cosme vivia com minha mãe, desde que ela enviuvou."
(Machado de Assis)
26. Vai, se queres.
27. "Mas seja como queres!" (Machado de Assis)
28. " ... porque eu a sacudisse de novo, saiu dali. :." (Machado de Assis)
29. "Quando as duas moças apareciam, todos voltavam-se para elas."
(Machado de Assis)
30. "As manchas nas roupas dos passageiros ninguém via porque não havia
luz." (Alcântara Machado)
31. "Agregou-se a vários grupos, segundo lhe. parecia acertado."
(Machado de Assis)
32. "Se eu destruir o meu exemplar, não elimino a obra." (Machado de Assis)
33. Seguramente o dono da sege, por muito mais tarde que chegasse a casa, não
morreria de fome." (Machado de Assis)
34. "Chovia que era um deus-nos-acuda." (Graciliano Ramos)
35. "Pouco vai coração, astúcia e siso,
Se lá dos Céus· não vem celeste aviso." (Camões)
36. "Dai vós favor ao novo atrevimento
Para que estes meús versos vossos sejam." (Camões)
37. Tamanha foi a reação de todos, que ele recuou amedrontado.
38. Honrado que era, não poderia aceitar aquela situação.
39. "Alcancei mais do que esperava." (Graciliano Ramos)
40. "O veneno da Gazeta não me atingia. Salvo se ela bulisse com os meus negó-
cios particulares." (Graciliano Ramos)
41. Fiz-lhe sinal que descesse.
42. "Mal iniciara o seu discurso, o deputado embatucou ... " (Fernando Sabipo)
43. Encerradas que foram as conferências, dirigimo-nos ao saguão.

99
44. "Ficara a pobre menina tão· impressionada com o final da primeira entrevis-
ta, que, por alguns dias, mal saía do quarto." (Visconae de Taunay)
45. " ... perito que era em assaltos, tinha achado perfeito tudo ... " l Chico Anisio)
46. "Não falavam para que a voz não· os traisse." (Chico Anisio)
47. "E o meu ódio por aquela gente cresceu tanto que explodiu no peito."
(Paulo Dantas)
48. Tudo resultou em cinzas, conforme a cigana previra.
49. " ... não se colheria o fruto, ainda que enterrassem na lama todas as semen-
tes." (Gracíliano Ramos)
50. "À medida que as suspeitas sobre as intenções do inocente Meyer iam to-
.mando vulto exagerado, nascia ilimitada confiança naquele outro homem ... "
(Visconde de Taunay)

II - Orações Subordinadas Adverbiais Reduzidas


A oração adverbial pode ser reduzidá de infinitivo, de gerúndio ou de
particípio:

Ao c;hegares, avisa-nos.
or. s1.1b. adv. temporal, reduzida de infinitivo

Chegandc;,, avisa-nos.
·or. sub. adv. _temporal, reduzida de gerúndio

Ence"ados os trabalhos, o presidente deu por terminada a reunião


or·. su~." adv. temporal, reduzida de participio extraordinária.

As orações reduzidas não apresenta-m conjunção ou locução conjun-


tiva:
A maioria das orações r~duzidas pode ser transformada em uma de-
senvolvida correspondente. Quando ho1,1ver dúvida quanto à classifica-
ção, a conversão pode auxiliar. Por· isso antes de classificar as orações,
quando possível, passe-as para a forma desenvolvida, conforme se obser-
va no exemplo abaixo:
Chegando, avisa-nos.
or. -reduzida

Quando chegares, avisa-nos.


or. desenvolvida equivalente

~ Agora, sublinhe-e classifique as orações subordinadas adverbiais reduzidas:


1. " ... em se calando, coçava a cabeça." (Machaqo de Assis)
2. " ... sendo ele ambicioso, o sacrifício devia ser sinc~ro." (Machado de Assis)

100
3. "Ao ouvir esta última palavra, recuei um pouco." (Machado de Assis)
4. "Dada a hora, achou-se reunida uma sociedade seleta ... " (Machado de Assis)
5. "Ditos os últimos adeuses, entramos." (Machado de Assis)
6. " ... chamou um escravo para me servir o doce." (Machado de Assis)
7. " ... e Capitu não saía, sem falar-me." (Machado de Assis)
8. O lugar era triste de arrepiar.
9. Por haver passado o dia inteiro ao sol, sentia estranhos calafrios.
10. "O Nogueira está aí para atestar." (Graciliano Ramos)
11. "Faltando lenha para o fogo, avise." (Graciliano Ramos)
12. "Ocupado com esses empreendimentos, não alcancei a ciência de João No-
gueira." (Graciliano Ramos)
13. "Ó caso nunca visto e milagroso!
Que trema e ferva o mar, em calma estando." (Camões)
14. "Da rua, ainda Rubião olhou para as janelas, com os dedos no chapéu, a fim
de cumprimentar D. Tonica." (Machado de Assis)
15. "O universo ainda não parou, por lhe faltarem alguns poemas ... "
(Machado de Assis)
16. "Sendo eu deputado, pude obter-lhe uns fornecimentos para o arsenal da
marinha ... " (Machado de Assis)
17. "Caindo o sol, a costureira dobrou a costura." (Machado de Assis)
18. Camilo reclinou-se no tílburi, para não v~r nada." (Machado de Assis)
19. " - mesmo. sendo juiz de paz, a majestade é uma só - "
(Carlos Drummond de Andrade)
20. A permitir tal abuso, protestarei.
21. Ninguém me deu nada a fazer.
22. Não tendo conseguido unanimidade entre os presentes, retirou o projeto.

ORAÇÃO COORDENADA
Caracteriza-se por não exercer nenhuma função sintática em outra
oração, daí ser chamada também de oração independente.

Em:
"Ninguém matava, ninguém mo"ia. ,, (Moraes Moreira, Abel Silva)
a oração sublinhada é independente porque:
- não se integra à primeira para completar-lhe a estrutura;
- não depende de um substantivo ou pronome da outra oração;
- não expressa uma das nove circunstâncias que caracterizam as ora-
ções adverbiais.

101
CLASSIFICAÇÃO
As orações coordeQ.adas podem ou não contar com a presença de
conjunção. Por isso, classificam-se em:
a) assindéticas - coordenam-se umas às outras sem conjunção:
"Não alcancei a celebridade do emplasto, não fui ministro, não fui ca-
lifa, nllo conheci o casamento. ,, (Machado de Assis)

b)_sindéticas - coordenam-se com auxílio de conjunção. Podem


ser:
- aditivas -e, nem, não só... mas também, não só ... como tam-
bém, não só... mas ainda. Acrescentam informações de igual
valor:
"Levantaram-se e passaram à sala ... ,, (Machado de Assis)
- adversativas - mas, porém, todavia, contudo, entretanto; se-
não, no entanto. Expressam uma oposição em relação ao fato
da outra oração:
"Prosseguimos viagem, mas logo adiante o automóvel foi deti-
do ... ,, (Fernando Sabino)
- alternativas - ou, ou ... ou, ora ... ora, já... já, quer... quer, se-
ja... seja. Expressam a exclusão ou a alternância de situações:
"Decifra-me ou devoro-te.,, (Machado de Assis)
Ora ajeitava o cabelo, ora arrumava a gola do casaco.
- conclusivas - logo, pois, portanto, por conseguinte, então,
assim, por isso. Expressam a conclusão a que se chega em re-
lação ao fato da oração .anterior:
Hoje, ele só teve contrariedades; não vamos, portanto, aborrecê-
/o mais.
- explicativas -que, pois, porque, porquanto. Expressam a
justificação dada ao fato indicado anteriormente, geralmente
caracterizado pela atitude imperativa:
"Súi de baixo, que eu sou professor.,,
(Chico Buarque, Ruy Guerra)

~ Agora, relacione as orações coordenadas abaixo por meio de conjunção:


1.. Ouviu-se o som dos tamborins. Os primeiros passistas surgiram.
2. Quero retratar-me. Não consigo encontrá-los.

102
3. O sol deitou-se no horizonte. As primeiras estrelas iluminam o céu.
4. Decida agora. Perderá a oportunidade.
5. A nuvem escondia a lua. A lua escondia a nuvem.
6. Sonhe sempre. Os sonhos podem tomar-se realidade.
7. Há neblina na estrada. Deves ter cuidado.
8. Não saia sem o agasalho. Há umidade no ar.
9. O jogador prometeu um gol à torcida. Não conseguiu marcá-lo.
10. O rádio emitiu sinais. Alguém deve estar perdido no mar.

ORAÇÃO COORDENADA REDUZIDA


A oração coordenada aditiva pode apresentar-se reduzida, com o
verbo flexionado no gerúndio. Caracteriza-se por trazer a seqüência do
acontecimento anterior:
"Meu pai se abaixou, lavando as mãos na água clara." (Orígenes Lessa)
(e lavou as milos na água clara)

A POLISSEMIA CONJUNTIVA E A ORAÇÃO


COORDENADA
• A conjunção pois pode caracterizar as seguintes orações:
a) conclu!iiva - não introduz a oração, aparece entre vírgulas ou se-
parada da oração por uma vírgula:
O homem está doente; devemos, pois, visitá-lo.
b) explicativa- introduz a oração; pode ser substituído pelas conjun~
ções explicativas porque e que:
"Niio ouças mais, pois és juiz de direito." (Camões)
(porque és juiz de direito)

• A conjunção ~ pode assumir valor adversativo:


"Chamei vários nomes e nenhum teve sentido." (Orígenes Lessa)
(mas nenhum teve sentido)

, Agora, classifique as orações coordenadas abaixo:


1. "O tempo não pára no porto, não apita na curva, não espera ninguém."
(Reginaldo Rossi)
2. "Ele não mandava, senão estaria me obedecendo." (Clarice Lispector)
3. "Nada se perde, tudo é ganho." (Graciliano Ramos)

103
4. "Persignou-se, mas não orou ... " (Machado de Assis)
5. "Não sou alegre, nem sou triste." (Cecília Meireles)
6. "Não venha, que mamãe está doente." (Anibal Machado)
7. "Desta vez ou tomas juizo, ou ficas sem coisa nenhuma."
(Machado de Assis)
8. "Estendi os braços, procurando agarrar alguma coisa." (Érico Veríssimo)
9. "Eu gosto muito de romances, mas leio pouco." (Machado de Assis)
10. " ... as plantas torceram-se e um longo gemido quebrou a mudez das coisas ... "
· (Machado de Assis)
11. "Falta-nos uma bandeira; temos, porém, o céu, o grande céu."
(Fernando Sabino)
12. Vestiu-se rapidamente, saindo a seguir.
13. Um dia, ele deu-me a mão; ,quero, pois, ajudá-lo agora.
14. Todos já o avisaram; então, não fale mais nada.
15. " ... quis, mas·não pôde atender a dois chamados, pois o coração e as pernas
não ajudavam." (José Geraldo Vieira)
16. "Ora, passeava pelo quarto rápida e inquietantemente; ora, media-o com
passo lento em muitas direções ... " (Visconde de Taunay)

DISTljl\JÇÃO ENTRE ORAÇÃO COQ.RDENADA


SINDETICA EXPLICATIVA E ORAÇAO SUBORDINADA
ADVERBIAL CAUSAL

• Oração Coordenada Sindética Explicativa:


Não beba, porque você se salvará.
- é uma oração independente, por isso admite pausa forte na separação
da coordenada anterior;
- não permite a construção de uma forma reduzida iniciada pelo prepo-
sição por, sem que ocorra prejuízo sintático-semântico (Não bel:>a, por
você se salvar?);
- a oração ·anterior geralmente é caracterizada pela atitude imperativa;·
no exemplo acima, o verbo beber apresenta-se no Imperativo.

• Oração Subordinada Adverbial Causal: ·


"Gr<iham Bel/ salvou-se porque não bebia." (Carlos Eduardo Novaes)
- não. admite pausa forte, sem que seja forçada;
- permite a construção de uma forma red.u zida iniciada pela preposição
por (Craham Bell salvou-se por não beber.);

104
- ao expressar aquilo que origina o fato da oração principal, a causal re-
vela um acontecimento marcado pela anterioridade, seja no tempo,
seja na hierarquia dos fatos:
o fato - bebia - é anterior ao fato - salvou-se; há uma ní-
tida relação de causa/efeito, conseqüência ou resultado
causa - - - - - - não bebia (anterior)
efeito~
conseqüência salvou-se (posterior)
resultado

~ Agora, diferencie a coordenada explicativa e a subordinada adverbial cau-


sal:
1. O rapaz andava rapidamente porque sentira estranhas sensações.
2. João Felipe não tirou patente do invento porque estava sem dinheiro.
3. Sorria, porque tristezas não pagam dívidas.
4. "Mamãe diz que não vai ler os meus escritos porque não tem cabeça para lei-
tura ... " (José J. Veiga)
5. "Bem-aventurados os que ficam, porque eles s·erão recompensados."
(Machado de Assis)

COORDENAÇÃO DE ORAÇÕES
SUBORDINADAS
As orações subordinadas podem vir coordenadas entre si:
a) por meio de conjunção:
A vise-lhe que um vulto passou rápido e que subiu a escada.
oração principal - Avise-lhe
orações subordinadas substantivas objetivas diretas - que um vulto
passou rápido; que subiu a escada.
As orações subordinadas estão coordenadas pela conjunção aditiva e

b) sem conjunção:
Diga que o açude lhe sente a ausência, que toda a natureza lhe pede o
retorno.
oração principal - Diga
orações subordinadas substantivas objetivas diretas - que o açude
lhe sente a ausência; que toda a natureza lhe pede o retorno, coorde-
nadas.

105
A ORAÇÃO INTERCALADA
A oração intercalada caracteriza-se por:
- não apresentar conectivo;
- não influir na estrutura do período no qual se insere;
- apresentar significação própria, acrescentando um comentário,
uma opinião, uma observação, uma explicação, um esclareci-
mento, uma ressalva.
Naquela tarde - era uma tarde sombria - senti-me vazio, estranho.

A DUPLA FUNÇÃO DE UMA ORAÇÃO


NO PERÍODO
Uma oração pode ser coordenada e principal ou subordinada e prin-
cipal ao mesmo tempo:
OP
"Sempre existia alguém I que possuía um ~nriquecera em São
· '---=or. sub. adj. restritiva
Paulo." (Jorge Amado)
A araçao que possuía um parente é oração subordinada adjetiva restritiva
em relação à Sempre existia alguém e é oração principal em relação à que
enriquecera em São Paulo já que esta oração depende do termo parente.

Í\ adversativa OP r--....
Tentou, mas não pôde ajudar aqueles que dele dependiam.
A oração mas não pôde ajudar aqueles é coordenada sindética adversati-
va em relação à Tentou e oração principal em relação à subordinada ad-
jetiva restritiva que dele dependiam.

106
EXERCÍCIO FINAL

Classifique as orações dos períodos:


1. "Você que inventou o pecado
Esqueceu-se de inventar
O perdão." (Chico Buarque)
2. "Cada voz que canta o amor
Não diz tudo que quer dizer." (Lulu Santos/Nélson Motta)
3. "Chamado o primeiro par, rapaz e moça aproximam-se um tanto estúpidos,
como acontece nessas ocasiões, e sentam-se."
(Carlos Drummond de Andrade)
4. "Meu ideal seria escrever uma história tão engraçada que aquela moça que
está doente naquela casa cinzenta quando lesse minha história no jornal risse,
risse tanto que chegasse a chorar e dissesse - 'Ai meu Deus, que história
mais engraçada!'" (Rubem Braga)
5. "Nosso plano era descobrir um abrigo para a chuva, aguardar o amanhecer e ru-
mar diretamente para Santos, onde ia ter nossa unidade." (Fernando Sabino)
6. "Ergui-me, guardei o livro, e fui para a mesa onde ficara a xícara."
(Machado de Assis)
7. "O fogo, detido em pontos, aqui, ali, a consumir com mais lentidão algum
estorvo, vai aos poucos morrendo até se extinguir de todo, deixando como si-
nal da avassaladora passagem o alvacento lençol, que lhe foi seguindo os ve-
lozes passos." (Visconde de Taunay)
8. Mais vale um pássaro na mão que dois voando.
9. "Tão freqüentes e teimosos eram os casos de sezões ou maleitas, que a por-
ção de sulfato de quinina que trouxera em suas canastras estava toda esgota-
da ... " (Visconde de Taunay)
10. "A renegociação da dívida externa brasileira com o comitê de assessoramen-
to dos bancos credores estrangeiros atravessa um momento extremamente di-
fícil, pois será necessário chegar rapidamente a um acordo sobre as questões
de curto prazo, para que as autoridades monetárias norte-americanas não de-
cretem o rebaixamento de categoria dos créditos concedidos ao Brasil."
(O Estado de S. Paulo)
11. '' As crianças sentiam-se instintivamente atraídas para a companhia do velho,
em cujas narrações pitorescas e vivamente coloridas achavam um encanto ir-
resistível." (Júlio Diniz)

107
QUESTÕES
DE VESTIBULARES

1 . (MACK-SP)
"A notícia do incêndio, apesar da hora, espalhara-se em grande parte
da cidade . Nas ruas do arrabalde havia um movimento de festa. Grande
número de alunos tinham concorrido a testemunhar. Alguns empenhavam-
se com bravura no serviço. Outros cercavam o d iretor, em silêncio, ou fa-
zendo exclamações sem nexo e manifestando os sintomas da mais perigo-
s·a desolação.
Aristarco, que se desesperava a princípio, refletiu que ·o desespero
não convinha à dignidade. Recebia com toda a calma às pessoas importan-
tes que o procuravam, autoridades, amigos, esforçados em minorar: lhe a
mágoa .com o lenitivo profícuo dos oferecimentos. Afrontava a desgraça
soberanamente, contemplando o aniquilamento de sua fortuna com a
tranqüilidade das grandes vítimas.

Aceitava o rigor da sorte."


Assinale a única alternativa correta sobre a estruturação do primeiro perío-
do do segundo parágrafo do texto acima :
a) período composto por subordinação com uma oração principal e duas
subordinadas substantivas;
b) período composto por subordinação e coordenaçã·o com uma coorde-
nada assindética e duas subordinadas : uma substantiva e uma adjetiva;
c) período composto por subordinação com uma oração princip'a l e duas
subordinadas: uma substantiva e uma adjetiva;
d) período misto, composto por uma oração principal e duas coordenadas,
subordinadas entre si;
e) período composto por subordinação com uma oração principal e duas
subordinadas adjetivas .

108
2. (PUC-SP) No período:
"A roupa lavada, que ficara de véspera nos coradouros, umedecia o ar e
punha-lhe um fartum acre de sabão ordinário",
temos, respectivamente, as seguintes orações:
a) principal, subordinada adjetiva explicativa, coordenada sindética adi-
tiva;
b) inicial, subordinada adjetiva explicativa, coordenada assindética adi-
tiva;
c) principal, subordinada substantiva completiva nominal, coordenada
sindética aditiva;
d) inicial, coordenada sindética explicativa, coordenada sindética aditiva;
e) principal, subordinada adjetiva explicativa, subordinada adverbial cau-
sal.

3. (FUVEST-SP)
"Sei que esperavas desde o Início
que eu te dissesse hoje o meu canto solene.
Sei que a única alma que eu possuo
é mais numerosa que os cardumes do mar." (Jorge de Lima)
As orações grifadas são orações subordinadas, respectivamente:
a) substantiva subjetiva - adjetiva - adverbial consecutiva;
b) adjetiva - substantiva objetiva direta - adverbial comparativa;
c) substantiva objetiva direta - adjetiva - adverbial comparativa;
d) adjetiva - substantiva subjetiva - adverbial correlativa;
e) substantiva predicativa - adjetiva - adverbial consecutiva.

4. (VUNESP-SP) Observar as orações grifadas nas transcrições abaixo:


1. "Ergueu a cabeça e contemplou o lugar onde tantas vezes se aprestara
para os seus breves triunfos no trapézio."
li. "Em algum ponto do corpo ou da alma, doía-lhe ver o lugar do qual se
despedia (. ..)"
111. "(. .. ) semelhança esta que seria maior, não fosse a indiferença quase
rancorosa que o rodeava:"
IV. "( ... )esforçando-separa dar a entender que sua ausência não seria sen-
tida."
V. "Teriam inveja, talvez. Ou desprezo. Que lhe importava, porém?"

109
A respeito delas, é correto dizer:
a) todas são subordinadas. adjetivas;
b) com exceção da V, que. é uma oração absoluta, todas as outras são ad-
jetivas;
c) com exceção da 1, que é subordinada adverbial de lugar, todas as res-
tantes são adjetivas;
d) somente a li e a Ili são adjetivas;
e) com exceção da IV e da V, as demais são adjetivas.

5. (PUC-SP) No período:
"Meyer, que estava sentado na soleira da porta com as compridas pernas
encolhidas, ergueu-se precipitadamente ao avistar Cirino e correu ao seu
encontro",
temos, respectivamente, as seguintes orações:
a) principal, subordinada adjetiva explicativa, ·subordinada adverbial re-
duz.ida, coordenada sindética aditiva;
b) inicial, subordinada adjetiva restritiva, principal, coordenada sindética
aditiva;
c) principal, subordinada substantiva completiva nominal, subordinada
adverbial temporal, coordenada sindética aditiva;
d) inicial, coordenada sindética explicativa, coordenada assindética, cóor- ·
denada sindética aditiva;
e) principal, subordinada adjetiva explicativa, coordenada assindética,
coordenada sindética aditiva.

6. (FUVEST-SP)
"Na última !age (sic) de cimento armado, os trabalhadores cantavam
a nostalgia da terra ressecada.
De um lado era a cidade grande: de outro, o mar sem jangadas. O
mensageiro subiu e gritou:
- Verdejou, pessoal!
Num átimo, os trabalhadores largaram-se das redes, desceram em de-
bandada, acertaram as contas e partiram.
Parada a obra.
Ao dia seguinte, o vigia solitário recolocou a tabuleta: "Precisa-se de
operários", enquanto o construtor, de braços cruzados, amaldiçoava a
chuva que devia estar caindo no Nordeste."
(Anibal Machado, Cadernos de João)
No último parágrafo do texto, as orações, cujos núcleos verbais são recolo-
~ · amaldiçoava e ·devia estar caindo são, respectivamente: ---
a) principal, subordinada adverbial e subordinada adjetiva';
b) subordinada adverbial, subordinada adverbial e subordinada substantiva;

110
c) coordenada, coordenada e subordinada adjetiva;
d) principal, subordinada adverbial e subordinada substantiva;
e) principal, coordenada e subordinada adverbial.

7. (PUC-SP) Em relação ao período:


"E, entrando na sala, voltou sem demora com uma caixinha quadrada de
folha-de-flandres, que trazia com toda a reverência e cujo tampo abriu cui-
dadosa·mente",
é incorreto afirmar que:
a) há duas orações subordinadas adjetivas;
b) há uma oração subordinada adverbial;
c) a partícula "que" introduz uma oração subordinada substantiva;
d) uma das orações é teduzida de gerúndio;
e) a última oração é subordinada adjetiva.

8. (MACK-SP)
A - Sua palélivra foi a primeira a perder o significado naquele agitado con-
texto.
B ·_ Tenho necessidade de me apoiares nesta complicada situação.
C - Antes de repelir seus mestres, procure compreendê-los-.
Analisando os períodos A - B - C, concluímos que as frases neles grifa-
das são três orações reduzidas. Desdobrando-se, obteremos, respectiva-
mente:
a) uma adjetiva - uma adverbial - uma substantivai
b) uma adjetiva - uma substantiva - uma adverbial;
c) uma adjetiva - duas adverbiais;
d) uma adverbial - duas adjetivas;
e) três adverbiais.

9. (PUC-SP) No período:
"E há poetas míopes que pensam que é o arrebol",
a partícula "que" introduz, respectivamente, orações:
a) subordinada substantiva completiva nominal e subordinada substantiva
objetiva direta;
b) subordinada substantiva objetiva direta e subordinada substantiva pre-
dicativa;
c) subordinada adjetiva restritiva e subordinada adjetiva explicativa;
d) subordinada substantiva predicativa e subordinada substantiva objetiva
direta;
e) subordinada adjetiva restritiva e subordinada substantiva objetiva di-
reta.

111
10. (FUVEST-SP) No período:
"Ainda que fosse bom jogador, não ganharia a partida.",
a oração sublinhada encerra idéia de:
a) causa;
b) concessão;
c) fim;
d) condição;
e) proporção.

11. (PUC-SP) No período:


"Da própria garganta saiu um grito de admiração, que Cirino acompanhou,
embora com menos entusiasmo",
a palavra sublinhada expressa uma idéia de:
a) explicação;
b) concessão;
c) comparação;
d) modo;
e) conseqüência.

12. (MACK-SP) Assinale a alternativa em que a palavra como assume valor de


conjunção subordinativa conformativa:
a) Indaguei-lhe apreensiva como papai tinha assumido aquela contínua
postura de contemplação.
b) Como ele mesmo afirmou, viveu sempre tropeçando nos embrulhos da
vida.
c) Como as leis eram taxativas naquele vilarejo, todos os moradores tenta-
vam um meio de obediência às normas morais.
d) As frustrações caminhavam rápidas como as tempestades nas matas de-
vassadoras.
e) Como não tivesse condições necessárias para competir, participou com
muita insegurança das atividades esportivas .

13. (PUC-SP) Em:


" ... ouviam-se amplos bocejos, fortes fQ!!!2 o marulhar das ondas ...",
a partícula "como" expressa uma idéia de:
a) causa;
b) explicação;
c) conclusão;
d) proporção;
e) comparação.

112
14. (OBJETIVO-SP) No período:
"Estou certo de que compreenderam bem o que lhes ensinei, porque fize-
ram bons exercícios."
a) há quatro orações subordinadas;
b) há uma oração sub. subst. objetiva direta;
c) há duas orações sub. adjetivas;
d) não há or. subord,;
e) há uma or. sub. subst. completiva nominal.

15. (FUVEST-SP) Na frase:


"Entrando na faculdade, procurarei emprego.", a oração sublinhada pode
indicar idéia de:
a) concessão;
b) oposição;
c) condição;
d) lugar;
e) conseqüência.

16. (PUC-SP) Sobre o trecho:


"A questão era conseguir o Engenho Vertente, com o seu riacho que pode-
ria descer em nível para irrigação das terras que dariam flor-de-cuba para
uma Catunda."
é correto afirmar que:
a) há duas orações subordinadas adjetivas, introduzidas pelo pronome re-
lativo "que";
b) há, respectivamente, uma oração subordinada substantiva, introduzida
pela conjunção integrante "que", e uma oração subordinada adjetiva,
introduzida pelo pronome relativo "que";
c) a primeira oração é sub. subst. predicativa;
d) a última oração .é sub. adv. final;
e) o verbo "descer" marca o início de uma oração subord. adv. reduz. de
infinitivo.

17. (FUVEST-SP) Classifique as oráções grifadas no período abaixo:


"Ao analisar o desempenho da economia brasileira, os empresários afirma-
ram que os resultados eram bastante razoáveis, uma vez que a produção
não aumentou, mas também não caiu."
a) principal, subordinada adverbial final;
b) subordinada adverbial temporal, subordinada adjetiva restritiva;
c) principal, subordinada substantiva objetiva direta;
d) subordinada adverbial temporal, subordinada substantiva objetiva di-
reta;
e) subordinada adverbial temporal, subordinada substantiva subjetiva.

113
18. (PUC-SP) Em:
''Considerei, por fim, que assim é o amor... ", a oração sublinhada tem, em
relação à oração não sublinhada:
a) valor de adjetivo e função sintática de predicativo do sujeito;
b) valor de advérbio e função sintática de adjunto adverbial de modo;
c) valor de substantivo e função sintática de objeto direto;
d) valor de substantivo e função sintática de sujeito;
e) valor de adjetivo e função sintática de adj. adn.

19. (U.F. UBERL.-MC) Numere as orações sublinhadas nos períodos abaixo de


acordo com sua classificação:
1) oração subordinada substantiva subjetiva reduzida de infinitivo;
2) oração coordenada sindética alternativa;
3) oração coordenada sindética aditiva;
4) oração subordinada substantiva predicativa;
5) oração subordinada adverbial conformativa;
6) oração subordinada substantiva subjetiva;
7) oração subordinada adverbial temporal reduzida de infinitivo.
( ) "A convicção geral era que o futuro da moça dependia exclusivamente
de suas inclinações ou de seus caprichos."
( ) "Constava também que Aurélia tinha úm tutor."
• ( ) "Não valia a pena ter tanto dinheiro."
( ) "Ao proferir estas palavras sentiu-se um fugaz tremor na voz sempre
tão-límpida da moça ... "
( ) "Ora dava a entender que a moça tinha um olho de vidro;.ora inculca-
va que era uma perfeita roceira ... "
( ) "Fernando percebeu o sorriso e corou."
( ) "O Lemos enxugou no canto do olho uma lágrima que ele conseguira
espremer, se é que não a tinha inventado como parece mais provável."

A seqüência correµ· é:
a) 4, 6, 1, 7, 5, .3, 2.
b) 4, 6, 1, 7, 2, 3, 5.
c) 6, 4, 1, 7, 2, 3, 5.
d) 6, 4, 7, 1, 2, 3, 5.
e) 4, 6, 1, 2, 7, 3, 5.

20. (U.F. UBERL.-MC) Todos os itens abaixo apresentam o pronome relativo


com função de objeto direto, exceto:
a) "Aurélia não se deixava inebriar pelo culto que lhe rendiam."
b) "Está fatigada de ontem? perguntou a viúva com a expressão de afeta-
da ternura que exigia o seu cargo."

114
c) " ... coma riqueza que lhe deixou seu avô, sozinha no mundo, por força
que havia de ser enganada."
d) " ... o Lemos não estava de todo restabelecido do atordoamento que so-
frera."
e) "Não o entendiam assim aquelas três criaturas, que se desviviam pelo
ente querido."

21 . (U.F.-MC) A oração sublinhada está corretamente classificada, exceto em:


a) Casimiro Lopes pergunta se me falta alguma coisa. / oração subordina-
da adverbial condicional;
b) Agora eu lhe mostro com quantos paus se faz uma canoa . / oração su-
bordinada substantiva objetiva _direta;
c) Tudo quanto possuímos vem desses cem mil réis./ oração subordinada
adjetiva restritiva;
d) Via-se muito bem que D. Glória era alcoviteira. / oração subordinada
substantiva subjetiva;
e) A idéia é tão santa que não está mal no santuário./ oração subordinada
adverbial consecutiva.

22 . (FUVEST-SP) No período:
"É possível discernir no seu percurso momentos de r.ebeldia contra a estan-
dardização- e o consumismo", a oração grifada é:
a) subordinada adverbial causal, reduzida de particípio;
b) subordinada objetiva direta, reduzida de infinitivo;
c) subordinada objetiva direta, reduzida de particípio;
d) súbordinada substantiva subjetiva, reduzida de infinitivo;
e) subordinada substantiva predicativa, reduzida de infinitivo.

23. (OBJETIVO-SP) Em "E, por mais que forcejasse, não se convencia de que o
soldado amarelo fosse governo.", a oração" ... por mais que forcejasse" in-
dica circunstância adverbial de:
a) condição;
b) modo;
c) conseqüência;
d) causa;
e) concessão.

24. (OBJETIVO-SP) Em" ... não se convencia de que o soldado amarelo fosse
governo.", temos óração subordinada substantiva:
a) subjetiva;
b) objetiva direta;
c) apositiva;
d) objetiva indireta;
e) completiva nominal.

115
25. (OBJETIVO-SP) Em "Fariscavam o cheiro enjoativo de melado que lhes
exacerbava os estômagos jejunos.", a palavra que é :
a) conjunção integrante sem função sintática;
b) pronome relativo com função sintática de sujeito;
c) pronome relativo com função sintática de objeto direto;
d) pronome relativo com ful)ção sintática de predicativo do sujeito;
e) conjunção integrante com função sintática de objeto direto.

26. (Exercício baseado em questão da FUVEST-SP)


"As máquinas são adoradas porque são belas, e apreciadas porque confe-
rem poder; são odiadas porque são feias, e detestadas por imporem a es-
cravidão." (Bertrand Russell)
Reescreva a oração reduzida, desenvolvendo-a.
27. (FUVEST-SP) - Observe a seguinte passagem:

"Voltemos à casinha. Não seria capaz de lá entrar hoje, curioso leitor;


envelheceu, enegreceu, apodreceu, e o proprietário deitou-a abaixo para
substituí-la por outra, três vezes maior, mas juro-te que muito menor que a
primeira. O -mundo era estreito para Alexandre; um desvão de telhado é o
infinito para as andorinhas."
(Machado de Assis, Memórias Póstumas de Brás Cubas)

Observe a seguinte passagem do texto:


" ... mas juro-te que muito menor que a primeira ... "
Cite a oração ou as orações de que é formado o período.

ll6
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