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MÓDULO X GESTAO

ESCOLAR

MÓDULO FINANÇAS
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
DIRECÇÃO NACIONAL DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES
Lição 10

Conteúdos
Acerca deste MÓDULO DE financas Error! Bookmark

Visão geral do Modulo

Organização deste Módulo de financas

Sessao 1 Error! Bookmark

Sessao 2 Error! Bookmark

Sessao 3 Error! Bookmark

Sessão 4 Error! Bookmark

Sessão 5 Error! Bookmark

Conteúdo do modulo
O Modulo esta subdividido em Unidades e Sessoes. Cada sessão inclui:
 Uma introdução ao conteúdo da sessão.
 Objectivos da sessão.
 Terminologia/Vocabulário.
 Conteúdo da unidade com uma variedade de actividades de
aprendizagem.
 Resumo da sessão.
 Praticas e avaliações.

Recursos
Para aqueles que estão interessados em aprender mais acerca dos conteúdos
desenvolvidos na sessão ou rever algum conteúdo anterior, têm à sua disposição
uma lista de recursos adicionais no fim deste módulo, ( a bibliografia ).

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Lição 10

Orga

Ícon
Durante o seu esudo irá frequentemente encontrar os icons que se seguem. Estes
servem, fundamentalmente para lhe chamar atenção a mudança de actividade.
Sugirimos-lhe que se familiarize com o significado do conjunto de icones que se
seguem antes de começar com o seu estudo.

Trabalho Avaliação Actividades Estudo de caso

Discussão Actividade de Ajuda Note!


grupo

Objectivos de Leitura Reflecção Habilidades de


aprendizagem aprendizagem

Resumo Terminologia Tempo Dica

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Lição 10

Boas vindas a sessão 1

A planificação e seus instrumentos

Objectivos de aprendizagem
Ao concluir o sessão você será/deverá ser capaz de:

 Identificar e descrever os instrumentos de


Planificação
 Discutir as etapas de planificação e orçamento da
escola.

Duração
Para cada sessão irá necessitar em média, cerca de 55 minutos para
completa-la.

Planificação

“Planear é delinear um futuro desejado e os meios efectivos


para o realizar “ Ackoff 1970.

Na escola que dirigi, a planificacao é uma actividade


essencial. Para desenvolver esta accao é necessario reflectir a
volta das seguintes questoes:

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Lição 10

Discussão

 O que deseja atingir no final do ano na sua escola?


 O que será preciso providenciar para alcançar o
desejado no final de ano?
 Quais são os pontos de partida?
 Conhece os pontos fortes e fracos da escola?
 Terá tudo que precisa para alcançar esse desejo?
 Quem ira ajudar a enfrentar as dificuldades?
 Já sabes o que deve fazer durante todo ano?
 Quem são os seus colaboradores (dentro da escola e
fora da escola)?
 Acredita no futuro próspero da sua escola?

Desde os tempos passados, a principal tarefa atribuída ao


planificador ou gestor passa a ser elaborar planos e delinear
estratégias de desenvolvimento para horizontes temporais
diversos e desejavelmente articulados.

Discussão

 Será que o que desejamos para a nossa escola é


organizado e concluído num so ano lectivo?

 Porque razão as nossas actividades escolares podem ser


plurianuais?

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Lição 10

 Que tarefas escolares podem ser realizadas num


período superior a 1 ano?

Vejamos algumas características do plano:

 Estratégias e Plano de Desenvolvimento a longo prazo


(15 a 20 anos) alicerçados nas análises prospectiva ou
de cenarização;

 Planos de desenvolvimento de médio prazo (5-6) anos.

 Os planos de curto prazo (1-3 anos) de natureza mais


operativa e articulados com a elaboração do
Orçamento. (planificação operacional)

Para os gestores e líderes escolares a planificação pode ser


entendida como actividade que visa fixar objectivos coerentes
e prioridades para o desenvolvimento da escola, determinar os
meios apropriados para atingir tais objectivos e coloca-los em
prática, ou um processo contínuo que envolve decisões ou
escolhas sobre caminhos alternativos para o uso racional dos
recursos disponíveis, com o fim de alcançar um objectivo ou
meta particular num determinado espaço de tempo.

A planificação das actividades escolares é,


de facto, um processo que nos permite visualizar
onde pretendemos chegar.

Discussão

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Lição 10

Porque razão os gestores escolares devem especial atenção a


planificação da escola?

Porque os gestores e líderes escolares devem planificar?

 Para uma boa utilização dos recursos;

Quando os gestores e líderes escolares planificam tem a


opção de usar os recursos da maneira mais óptima para
obter os melhores resultados possíveis.

 Para olhar para o futuro e prever obstáculos e desafios;

Quando os gestores e líderes escolares prevêem possíveis


obstáculos também podem prever possíveis soluções e
alternativas e identificar os recursos que serão necessários
para superar os obstáculos.

 Para se obter bons resultados;

O envolvimento dos membros da equipa na planificação


produz quase sempre bons resultados e compromisso por
parte de todos para a persecução dos objectivos. Esta
acção deve ser uma premissa dos gestores e líderes
escolares

Planificação participativa escolar

A planificação participativa é aquela que a sociedade


escolar participa no debate e definição dos destinos da
escola. Neste caso a comunidade escolar decide sobre o
desenvolvimento e crescimento da escola. (pode se ter
como exemplo, as escolas que consegue colectar uma

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Lição 10

receita significativa e a conselho escolar pode tomar


decisão de construir mais salas de aulas).

Discussão

 Que mecanismos podem ser adoptados para que as


comunidades visitem a nossa escola?

 As visitas a nossa escola podem ser programadas ou


não. Qual delas julga ser vantajoso?

Instrumentos de planificação

No sistema de planificação em Moçambique temos


como instrumentos de planificação:

 O Plano Económico e Social (PES),


 O Cenário Fiscal de Médio Prazo (CFMP),
 O Plano de Acção para Redução da Pobreza
Absoluta (PARPA),
 O Orçamento de Estado (OE) e
 O Plano Estratégicos Sectoriais e Provinciais.

O PES é um dos instrumentos do governo que define os


principais objectivos económicos e sociais a serem
alcançados num determinado ano económico, visando
a prossecução da política de desenvolvimento traçado
no programa do Governo.

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Lição 10

O CFMP é um documento de programação e gestão de


recursos financeiros, com uma visão de médio prazo (3
anos) na programação orçamental que permite uma
planificação estratégica de médio prazo coerente e
compatível com os recursos disponíveis, assegurando a
disciplina fiscal e o equilíbrio macroeconómico.

O PARPA reflecte os objectivos preconizados nos


diferentes planos estratégicos nacionais e sectoriais
permitindo uma visão global e integrada das acções a
serem desenvolvidas na redução da pobreza. Também
são identificadas as metas que devem ser alcançadas em
cada uma das áreas, a fim de permitir o
acompanhamento e avaliação de forma objectiva.

Os instrumentos de planificação – orcamentacao da


escola são:

 Base de dados - levantamento estatístico 3 de


Marco

o Alunos, turmas, classes, ciclos, professores

 Base de dados – recursos humanos

o Processos individuais, promoção,


progressão, mudança de carreira,
contratados, efectivos, avaliação de
desempenho…

 Organização pedagógica da escola

o Carga horária, rácio al/prof, turnos, material


pedagógico, disponibilidade do livro escolar

 Organização administrativa da escola

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o Direcção da escola, conselho escolar,


direcção pedagógica, direcção de turma,
delegado de disciplina, secretaria,
professores por categoria profissional

 Calendário anual pedagógico

o Período de avaliação, supervisão, período de


auscultação dos encarregados de educação,

 Programa de inscrições/ matrículas

o Capacidade institucional para acomodar


novos alunos

 Exercício / execução orçamental anterior

o Mapas financeiros

 Relatório da actividade pedagógica

o Avaliação do progresso pedagógico

 Relatório do inventário físico da escola

o Capacidade física da escola, condições de


acomodação

 Projecto politica pedagógico escolar

 Regulamento (REGEBE) / de avaliação

 Regulamento do ensino secundário

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Lição 10

Habilidades de aprendizagem

Necessita de ajuda?

Actividades
1. Pratica de maneio da base de dados duma escola e calcular:
numero de alunos por classe, sexo, turno, idade, turma,

Professores por sexo, nível de formacao

Rácio aluno –professor, aluno- turma,

2. Produzir um mapa de todo pessoal remunerado por categoria,


sexo, função,

(professores efectivos e contratados)

(professores com horas extras)

3. Escolha um dos instrumento de planificação e aprofunde -


desenvolva

Leitura

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Boas vindas a sessao 2

Os indicadores de gestão financeiras e


patrimoniais

Objectivos de aprendizagem
Ao concluir o Módulo 1 de Psicologia você será/deverá ser capaz de:

 usar os indicadores educacionais na planificação da escola.


 Aplicar os indicadores de gestão financeira e patrimonial

Duração
Para cada sessão irá necessitar em média, cerca de xx minutos para
completa-la.

Indicadores de gestão financeiras e patrimoniais a serem


usados pelos gestores e líderes escolares

Padrão Indicador Evidencias

Eficiente gestão da Planificação Execução do

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Lição 10

escola financeira e Plano Financeiro


execução da Escola
orçamental da Balancetes de
escola execução

Documentos de
escrituração
Preenchimento e escolar
conservação dos mencionados no
documentos de artigo 57 do
escrituração REGEB
escolar devidamente
preenchidos e
conservados

Plano de
Distribuição do distribuição
livro gratuito Lista dos
beneficiários

Conservação do
livro de Mapa de controlo
Disponibilizado o
distribuição de recolha do livro
material de ensino
gratuita

Material para os Existência de


alunos com material
necessidades compensatório de
educativas acordo com a
especiais deficiência

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Lição 10

Mapa de controlo
Eficiente controlo Controlo de de assiduidade dos
das Actividades assiduidade dos professores e
Pedagógicas professores outros
funcionários

Infra-estrutura, equipamento e ambiente escolar

Padrão Indicador Evidências

Sala com dimensões


de 7m x 6m.

Todos os alunos
estudam em salas de
aula

Cinquenta alunos por


Suficiência de sala
2.1. Garantida a salas de aula e
criação, Carteira para todos
equipamentos alunos
manutenção e
conservação das
Um quadro fixo com
condições físicas
dimensões mínimas
da escola e de todo
de 2,40m x 1,20m.
o património
existente na Uma secretária e
instituição cadeira para o
professor

Existência de Pátio
espaço para
recreação e Campos de jogos
desportos

Placas de Escola, salas e


identificação da sectores

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Lição 10

escola, das salas e devidamente


sectores identificados

Existência de
Vedação
vedação

Existência de um
Jardim
jardim

Existência de
Árvores de fruta e
árvores de fruta e
sombra
de sombra

Saneamento da Recipientes de lixo


escola ou aterros sanitários

Existência de
fontanário, agua
Disponibilidade de
canalizada, poços de
água potável
água, tanques,
2.2. Asseguradas cisternas
as condições
básicas de Um sanitário para 25
segurança, higiene Existência de alunos e um sanitário
e saneamento sanitários para 20 alunas, em
função do turno

Ligadura, agua
oxigenada, pensos
higiénicos, penso
Kit de Primeiros rápido, álcool
Socorros e pessoal medicinal, algodão e
capacitado para tintura.
aconselhamento
em infecções de Espaço de
transmissão aconselhamento,
sexual, HIV/Sida e fichas de
violência atendimento, lista
dos activistas, plano
de actividades dos
activistas e relatórios

Garantido um Medidas especiais Utensílios da casa de


Ambiente de e interventivas banho adequados

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Lição 10

inclusão para os alunos Portas, lavatórios,


apropriado para o com necessidades barras de apoio
ensino- educativas
aprendizagem especiais Carteiras e cadeiras
adequadas

Corrimãos nas
rampas e escadas

Sinais de orientação
traduzidos em braille
em todos locais do
edifício

Rampas de acesso
padronizadas

Máquina de braille,
pautas de punção,
cubaritos

Actividade de grupo
Em grupo respondam as seguintes questões

I. Qual foi o nível de execução do orçamento da


escola alocado nos últimos 3 anos (em%)

II. Tem realizado o balancete

a. Qual a periodização de elaboração

III. Possui documentos de escrituração escolar


mencionados no artigo 57 do REGEB
devidamente preenchidos e conservados

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Lição 10

IV. Que procedimentos realiza para Plano de


distribuição do livro gratuito (Lista dos
beneficiários - mapa)?

V. Tem um livro - mapa de registo de assiduidade


dos professores e outros funcionários?

1. Pode produzir uma ficha para


registar a assiduidade

VI. Conhece as dimensões das salas de aulas da sua


escola? Quais são?

a. Que instrumento usa para obter as


dimensões?

1. Use uma fita métrica / arranje


uma vara com medida padrão
de 1metro

VII. Quantos metros têm de largura e comprimento os


quadros das salas de aulas?

1. Use uma fita métrica / arranje


uma vara com medida padrão
de 1metro

VIII. Na sua escola todos os alunos estudam na sala


de aulas?

a. Existem situações de aulas realizadas


debaixo de arvores ou locais diferentes da
sala de aula comum

IX. Quantos alunos têm por cada sala de aulas?

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Lição 10

X. Em cada sala de aula e por turno, quantos alunos


tem carteira?

XI. Na sala de aulas tem carteiras e cadeiras


adequadas

XII. Existe, em cada sala de aula uma secretaria e


cadeira para o professor?

XIII. A escola pátio suficiente e campo para os alunos


repousarem e ou brincarem?

XIV. Todos os compartimentos da escola estão


devidamente identificados?

XV. Na escola existem rampas de acesso


padronizadas, corrimãos nas rampas e escadas

XVI. A escola tem vedação?

XVII. Tem na escola um espaço com jardim?

1. Mobilizar os alunos para


produzir um jardim nos finais
de semana

XVIII. Tem na escola um espaço com árvores de fruta?

XIX. Existem recipientes para acumular resíduos


sólidos?

XX. Como e fornecida a agua na escola?

XXI. Existe nos sanitários portas, lavatórios, barras de


apoio?

XXII. O rácio aluno – sanitário e igual ou superior a 20?

XXIII. Os utensílios da casa de banho são adequados?

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Lição 10

XXIV. A escola tem material para os primeiros socorros?

XXV. Na escola existe um espaço de aconselhamento,


com fichas de atendimento, lista dos activistas,
plano de actividades dos activistas e relatórios?

XXVI. Na escola e visível sinais de orientação


traduzidos em braille em todos locais do edifício?

XXVII. Existe na escola máquina de braille, pautas de


punção, cubaritos

Avaliação dos recursos atribuídos ao sector de


educação

A atribuição de recursos ao sector de educação e no


seu interior pode ser avaliada recorrendo a dois critérios
: eficiência e equidade. Mas tal não é suficiente. A
utilização de recursos deverá ser também avaliada a
três níveis diferentes mas complementares:

(a) A utilização completa dos recursos. Por vezes,


pode ocorrer que certas escolas ou salas de aula
se encontrem encerradas por falta de alunos, ou
parte do seu pessoal apenas esteja a ser utilizado
durante um número de horas inferior ao previsto
ou que algum equipamento e material estejam
parcialmente ou totalmente sub-utilizados. Neste
contexto duas questões se podem colocar.
i. Como pode ser medida a extensão
destes problemas?

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Lição 10

ii. Até que ponto a situação pode ser


rectificada?

(b) A utilização efectiva dos recursos requer


respostas a questões como as seguintes:
i. é possível, e como assegurar que os
recursos utilizados no processo de
ensino/aprendizagem permitam
atingir, tanto quanto possível, os
objectivos educativos (tanto quanto a
concretização dos objectivos
dependa, ainda que parcialmente,
dos recursos envolvidos)?
ii. Como e de que modo podem ser
modificados os métodos de ensino,
os recursos que estes utilizam, os
currículos, etc. a fim de melhorar o
custo- eficácia do ensino?

(c) A utilização económica dos recursos requer


respostas a questões tais como:
i. até que ponto a educação pode ser
considerada como um investimento,
quer do ponto de vista individual,
quer da sociedade em geral?
ii. É possível, e como, avaliar os
benefícios (económico, social e
político) derivados da educação e

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Lição 10

como analisá-los em
correspondência com os respectivos
custos?
iii. É possível avaliar do mesmo modo a
eficiência externa da educação e
utilizar este critério para determinar a
atribuição de recursos à educação?
Se tal não for possível dever-se-ia
abandonar esta orientação?

Habilidades de aprendizagem

Necessita de ajuda?

Actividades

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Lição 10

Boas vindas a sessao 3

Preparação do orçamento

Objectivos de aprendizagem
Ao concluir esta sessão você será/deverá ser capaz de:

 Definir o conceito de Orçamento;

 Definir o conceito, objectivos e princípios do


orçamento;

 Descrever o ciclo orçamental;

 Classificar as diferentes despesas

 Usar o classificador de despesas

 Preencher os modelos de elaboração de orçamento

Duração
Para cada sessão irá necessitar em média, cerca de 50 minutos para
completa-la.

Orçamento

Conceito e funções do Orçamento

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Lição 10

O orçamento, numa definição geral, pode dizer-se que é


uma previsão de receitas e de despesas de um país, de um
organismo ou de um particular.

Actividade de grupo

A nossa escola, tem a necessidade de renovar


alguns bens e serviços. Por esse motivo a escola
deve realizar compras.

 Que bens (produtos) frequentemente, são


comprados?

o As Escolas frequentemente têm necessidade de


comprar: Giz, papel, cadernos (para planificação
dos professores), material de limpeza (depende da
estrutura da escola e for de construção
convencional ou com material precário);

 Donde provem os recursos financeiros?

o Do orçamento aprovado

 (igualmente pode ser utilizado o fundos das


receitas internas, estas devem ser
depositadas inicialmente nas finanças para
efeitos da declaração e posterior requisição
ao nível distrital)

 Como designamos as aquisições realizadas?

o Despesas que podem ser de capital ou


corrente

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Lição 10

 (As despesas só podem ser correntes, as


escolas não tem nas suas dotações
Orçamento de Investimento)

No caso de uma escola, o orçamento pode também


significar uma simples situação de despesas
durante um determinado período de tempo. Num
nível mais elevado dos processos orçamentais tal
como o Estado, o orçamento é concretizado por um
texto de lei, dito Lei das Finanças ou Lei Orçamental.

O orçamento do Estado pode então ser definido


como:
“Acto pelo qual são previstas e autorizadas as
despesas e receitas anuais do Estado.”

O Orçamento do Estado é uma situação de despesas e


de receitas. É claro que quando se fala do orçamento
do Ministério da Educação, trata-se apenas de uma
situação de despesas.

O orçamento da escola não pode ser visto de maneira


totalmente autónoma do conjunto do Orçamento do
Distrito e ou Província, que compreende quer uma
situação de despesa das administrações quer a
referente aos recursos provenientes dos impostos,
taxas, empréstimos ou produtos diversos.

Actividade de grupo

Sendo as despesas o maior volume de acções da


escola, o que devemos incorporar, no acto de
preparação, no orçamentos?

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Lição 10

Preparar o orçamento da escola é, assim, estabelecer


hipóteses e decidir sobre os níveis de recursos e sobre
os níveis de despesas da escola.

O processo de elaboração das propostas no seio de


cada instituição incluindo a escola passa, em regra,
pelos seguintes trâmites:

 Recolha de informação no seio da instituição;

o Que informação?

 (com base nos instrumentos de


planificação e orçamentação)

 Globalização da informação ao nível da


instituição;

o A informação não deve estar


desorganizadas.

Compare os agrupamentos de despesas abaixo:

Agrupamento A Agrupamento B

Sabão Salário de docentes

Salário de docentes Salário pessoal não


docente
Agua e luz
Giz
Salário pessoal não
docente Resma de papel

Giz Agua e luz

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Lição 10

Reparação do tecto Sabão

Combustível Combustível

Resma de papel Reparação do tecto

Classificação das despesas

o A tabela anterior pode obedecer a seguinte


classificação

 Despesas de correntes

 Salários

 Bens e serviços

 Despesas de capital

 Bens e serviços

Actividade de grupo

Com base na tabela acima agrupe as despesas com


base na classificação sugerida

 Verificação do cumprimento das orientações e


Limites de Despesa e introdução dos ajustes
necessários e aprovação da proposta pelo órgão
competente da instituição e sua digitação no E-
SISTAFE;

Actividade de grupo

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Lição 10

o Porque razão você, como gestor da escola


não deve gastar mais do que lhe foi
atribuído no orçamento

O ciclo das actividades de planificação e


orçamentação da escola

Meses Principais acções

Janeiro Balanço da execução orçamental do ano


anterior

Execução do orçamento

Análise do balancete do mês anterior

Fevereiro Ajuste do plano de actividades escolares do


ano em curso ao orçamento disponibilizado
para a escola

Execução do orçamento

Análise do balancete do mês anterior

Marco Levantamento estatístico

Avaliação do aproveitamento escolar do


ano anterior

Execução do orçamento

Análise do balancete do mês anterior

Abril Execução do orçamento

Análise do balancete do mês anterior

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Lição 10

Maio Execução do orçamento

Análise do balancete do mês anterior

Orientações: Metodologia/Limites

Junho Execução do orçamento

Análise do balancete do mês anterior

Elaboração da proposta PES/OE -Escolar

Julho Execução do orçamento

Análise do balancete do mês anterior

Submissão da Proposta - Gov. Distrital

Agosto Execução do orçamento

Análise do balancete do mês anterior

Setembro Execução do orçamento

Análise do balancete do mês anterior

Outubro Execução do orçamento

Análise do balancete do mês anterior

Novembro Execução do orçamento

Análise do balancete do mês anterior

Dezembro Execução do orçamento

Análise do balancete do mês anterior

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Lição 10

A metodologia e os instrumentos oficiais de


orçamentação

Estas instruções visam orientar o preenchimento dos


Modelos de Apoio a Elaboração do Orcamento-
Programa do nível Distrital, órgãos, Instituições
incluindo as Escolas, através do Modulo de
elaboração orçamental – MEO do e-SISTAFE e inclui:

Modelos (Ver anexos)

Modelo 01: Receitas Consignadas e Próprias -


Receitas Consignadas e Próprias, exclusivo de Previsão
de Receitas de cada Órgão ou Instituição;

Modelo 05: Despesas Gerais de Funcionamento – a


ser preenchido para cada Fonte de Recurso de cada
Actividade Orçamental. As Actividades Orçamentais
incluem as Despesas Gerais de Funcionamento
(Orçamento de Funcionamento - 00) de cada órgão ou
instituição, incluindo todos os OF’s Distritais (OF-00 e
os restantes OF’s Distritais), devendo ser preenchido
um Modelo para cada FR de cada Actividade
Orçamental;

Habilidades de aprendizagem

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Lição 10

Necessita de ajuda?

Actividades

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Lição 10

Boas vindas a sessao 3

Execução Orçamental

Objectivos de aprendizagem
Ao concluir esta sessão você será/deverá ser capaz de:

 Definir os conceitos de Execução Orçamental, Receita


e Despesa pública;

 Descrever as fases da realização das despesas;

 Enumerar e explicar os princípios para a realização das


despesas;

 Explicar o processo de cobrança de receitas e utilização


das receitas consignadas;

Duração
Para cada sessão irá necessitar em média, cerca de xx minutos para
completa-la.

Execução Orçamental
Regras gerais

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Lição 10

Depois de aprovado o Orçamento e iniciado o ano


económico, começa o processo de cobrança das
receitas e a realização das despesas. A este conjunto
de actos e operações dá-se o nome de execução
orçamental.

Execucao orçamental na escola pública

Compete ao Gestor e lider escolar executar e fazer


executar o orçamento, sendo para tal coadjuvado pelo
conjunto de colaboradores da escola.

A execução orçamental deverá obedecer a dois


princípios básicos: o da utilização racional das dotações
orçamentais aprovadas e o da melhor gestão de
tesouraria.

Legalidade e Tipicidade na Execução Orçamental

Na execução do orçamento, o Gestor - líder escolar


deverá respeitar as leis em geral (legalidade genérica) e
o próprio orçamento (legalidade específica):

 Não poderá liquidar e cobrar, nem inscrever no


orçamento, uma receita que não seja autorizada
por lei. (regulamentos da escola ou da entidade
superior) A cobrança (por aluguer ou contribuição
dos pais) pode, todavia, superar o montante
inscrito no orçamento da escola, já que, ao
contrário das despesas, para as quais são fixados
os limites máximos, as receitas são uma previsão.
Podem variar de acordo com a conjuntura

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Lição 10

socioeconómica (escola e seus parceiros) e


outros factores que estão fora do controlo da
direcção escolar;
 Não poderá realizar despesa que, além de terem
base legal, não se encontre inscritas no
orçamento ou não tenham cabimento na
correspondente verba orçamental, isto é,
superem o montante da verba fixado no
orçamento da escola;

 A obrigatoriedade das receitas cobradas e das


despesas efectuadas terem de estar
necessariamente inscritas no Orçamento da
Escola chama-se Tipicidade orçamental. Convém,
no entanto, salientar que a tipicidade orçamental
apresenta naturezas distintas, consoante se trate
das despesas ou do Orçamento das Receitas;

 No caso das receitas, apenas se condiciona a


espécie da receita que poderá ser inscrita no
orçamento (tipicidade qualitativa), não o seu
montante.

Utilização de receitas consignadas

A utilização das receitas consignadas, bem como a


respectiva prestação de contas, rege-se pelo disposto
nos artigos 11 e 12 do decreto 7/98, observando-se
também o seguinte:

32
Lição 10

 A requisição de fundos provenientes de receitas


consignadas deve referir-se ao produto da
cobrança efectuada no mês anterior a parte que
couber ao respectivo beneficiário e efectuar-se
através de um pedido dirigido à Direcção
Nacional de Contabilidade Pública ou à Direcção
Provincial do Plano e Finanças, consoante a
jurisdição na área fiscal de entrega acompanhado
de:

o Cópia da Guia M/b, ou;

o Modelo 11 de operações de tesouraria, de


entrega da receita consignada, quando for
o caso, conforme a legislação aplicável;

Modelo de requisição de fundos actualmente em vigor.

Receita consignada é aquela que apenas se destina a


uma única instituição

Tratando-se de instituições ou serviços sem autonomia


financeira, balancete do movimento efectuado no mês
anterior por conta da anterior requisição de fundos,
conforme o modelo apresentado (vide Anexo
11AAA???)

Na entrega dos fundos requisitados observar-se-ão os


seguintes procedimentos conforme os casos:

 Os fundos destinados a instituições autónomas


ou autarquias serão entregues com liquidação
definitiva;

33
Lição 10

 Os fundos destinados as escolas sem autonomia


financeira serão entregues por operações de
tesouraria, os quais serão regularizados a medida
da prestação de contas.

As instituições ou serviços sem autonomia financeira,


que se beneficiarem de receitas consignadas,
observarão, na utilização destas as normas vigentes no
que se refere a contas bancárias, registo, contabilização
e prestação de contas.

Realização de Despesas (salariais e aquisição de


bens e serviços)

Passos para um processo de pagamento de salário

 Novos ingressos

o Guia de marcha

o Despacho de enquadramento

o Confirmação do Cabimento orçamental

o Termo de inicio de funções

o Certidão de habilitações

o Prova de vida

o Questionário

o Certidão de nascimento ou BI

o Declaração de comprovação de
regularização do Serviço Militar Obrigatório

o Declaração de compromisso de honra

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Lição 10

o Registo criminal

o Atestado medico que comprova a sanidade


mental e física do candidato

NB: estes podem receber os seus ordenados logo que


tiver o cabimento orçamental confirmado mesmo antes
de ter titulo de provimento ou contrato visado lei
23/2006

 Efectivos

o Anotar a efectividade dos funcionários


referente ao mês anterior;

 Realizar o controlo dos efectivos

 Evitar o amiguismo (pessoal que estuda


sem autorização)

o Correcção da pasta na DPPF entre os dias


20 a 26 de cada mês

o Base do calculo de salário é carreira,


classe, escalão, índice e o provimento com
visto do Tribunal Administrativo

o Entre 10 a 15 sai a folha de salário e


elabora se o titulo M3 onde faz se a
descriminação das rubricas e valores
correspondente a cada abono

o Transferência do salário para a conta da


instituição

A instituição elabora a relação nominal que contêm os


números de contas e o valor liquido a receber assinado
pelos assinantes da conta onde a assinatura do director

35
Lição 10

é a principal (caso de escolas) remetes um flesh e o


documento impresso ao banco a pedir a transferência
para as contas dos funcionários

 Horas extras e 2ª Turma

o Faz se impacto da escola para o distrito, do


distrito para a DPEC e da DPEC para
DPPF depois de autorizado pelo DPEC e
DPPF divulga se e as instituições
processam na base do impacto divulgado
os mapas demonstrativos dos cálculos e os
mesmos cálculos são feitos nos cartões de
efectividade.

o Os dois documentos são levados a


Contabilidade Publica para a sua
conferência nos dias referenciados anterior;

o Cálculos feito sobre o salário base nas


horas depende do nº de horas e 2ª turma é
calculado 60% do salário base da carreira
do funcionário;

 Retroactivos por mudança de carreira,


promoção e progressão

o Subtrai se do salário da nova carreira,


escalão e classe o salário anterior

EX: salário de DN1 – salário de DN3 = a retroactivos de


salário

o Bónus especial de DN1 bónus especial


de DN3 = a retroactivos de bónus

36
Lição 10

especial, pois este deve ser calculados


em separado porque corresponde a
rubricas diferentes.

Passos para um processo de Aquisições –


Realização da Despesa

NB: as escolas devem ter um plano de aquisições

Condicionantes:

 Existência de Cabimento Orçamental


(determinada despesa deve estar prevista no
Orçamento e com um valor dotado);
 Solicitação da autorização à Autoridade
Competente (Esta autorização acontece apos a
verificação da existência da cabimento
orçamental);

Instauração do Processo de licitação

 Verificação do valor previsto (para determinar a


modalidade a aplicar)
 Se o valor for menor ou igual a 87.500,00Mt –
aplica-se ajuste directo, baseado
fundamentalmente na solicitação de três cotações
e o critério de avaliação aplicável é o de menor
preço associado a qualidade de acordo a
determinadas especificações); Decreto 15/2010,
de 24 de Maio, nº3 do Art. 113

37
Lição 10

 Se o valor for superior ter-se-á de lançar um


concurso público, devendo ser publicitado no
jornal de maior circulação. Art. 106
- Concurso de Pequena Dimensão
Bens e Serviços – Valor até 262.500,00Mt,
Obras Públicas – Valor até 520.000,00Mt

 O Concurso Limitado poderá ser adoptado


quando o valor estimado da contratação não seja
superior a: (Art. 90)
- Bens e Serviços 1.750.000,00Mt,
- Obra Públicas 3.500.000,00Mt

Exemplos

a) A EPC de Malehice pretende adquirir os


seguintes bens:
 Cinquenta resmas de papel --------Valor estimado
30.000,00Mt;
 Dois mil cadernos de aluno --Valor estimado
10.000,00Mt;
 Dois mil lápis de carvão ----- Valor estimado
3.000,00Mt;
 Dez caixas de giz-------------- Valor estimado
600,00Mt;
 Dez caixas de esferográficas -- Valor estimado
800,00Mt;

Procedimentos

38
Lição 10

1. A secretaria da escola vai formular o pedido


dirigido à entidade competente para a devida
autorização, devendo dar entrada com parecer
quanto à existência de Cabimento Orçamental;
2. Após a autorização, procede-se a pesquisa do
mercado, para reunir as três cotações;
3. Uma equipa composta por um mínimo de três
pessoas faz a avaliação e apura a entidade
vencedora.

Considerações gerais

Tal como qualquer outro agente económico, ao Escola


emprega meios humanos e consome bens e serviços no
âmbito da actividade normal que desempenha.

As importâncias dispendidas no pagamento do pessoal


docente e não docente, bens e serviços constituem
assim as despesas da escola.

A realização de despesas da Escola traduz-se na


execução ordenada, e por etapas, de determinados
procedimentos (fases da despesa) e obedece aos
princípios fundamentais (rígidos) da Contabilidade
Pública.

Fases de realização da Despesa

A realização das despesas segue os seguintes passos


ou fases:

a) Autorização para a realizar despesa;

39
Lição 10

A autorização para a realizar despesas consiste no


despacho prévio exarado pela entidade competente.
Esse despacho, porém, não é proferido por forma
avulsa e isolada mas sim sobre um ou mais
documentos que constituem o processo de autorização
(não confundir com o processamento da despesa que
será tratado mais adiante).

Será que as questões dos salários dos professores são


tratados da mesma maneira como os das obras de
reparação

A questão da autorização da despesa tem de ser vista,


portanto, nesta dupla perspectiva: processo e
despacho da entidade competente.

 A organização do processo depende da natureza


da despesa.

o Tratando-se de despesas com pessoal, o


processo é constituído pelo somatório de
informações relativas aos abonos dos
funcionários, calculo e contabilização dos
montantes a pagar e declarações de
cabimento nas rubricas orçamentais
adequadas.

o Tratando-se de despesas com obras e


aquisição de bens e serviços, o processo é
constituído pelos documentos
comprovativos das formalidades cumpridas

40
Lição 10

(consultas/concursos) e pela proposta de


autorização.

 O despacho de autorização da entidade


competente pode revestir a forma tácita ou
expressa.

o É tácita se for dispensado acto formal do


despacho, como sucede, por exemplo, nos
vencimentos dos funcionários pagos
mensalmente.

o É expressa se for exigido o lançamento do


despacho em documento especificamente
elaborado para o receber, como acontece
nas despesas com as obras e aquisição de
bens e serviços.

A competência para exarar despachos de


autorização de despesas varia em função do
montante em causa e do regime financeiro do
serviço público por onde correm essas despesas.

De modo geral são competentes para autorizar


despesas os órgãos dirigentes da escola pública
(gestores e lideres escolares, conselho escolar).

b) Processamento

O processamento da despesa (que não se deve


confundir com o processo de autorização anteriormente
analisado) é a operação pela qual se inclui em “folha”,
devidamente justificadas ou documentadas, créditos
legalmente constituídos.

41
Lição 10

A descrição pormenorizada das despesas destina-se a


fornecer os elementos necessários para a execução das
operações incluídas nas fases seguintes da despesa,
mormente na liquidação.

Os documentos de processamento de despesas são


encaminhados para sectores do Ministério do Plano e
Finanças, normalmente em duplicado, ficando o
triplicado arquivado no serviço processador.

No processamento de “folhas de despesa” e de


“requisições de fundos” devem ser observadas normas
específicas, designadamente:

 Mencionar, por extenso, os totais das


importâncias;

 Conter as assinaturas dos dirigentes dos serviços


ou das entidades competentes para autorizar as
despesas processadas, devidamente
autenticadas com selo branco;

 Não conter emenda ou rasuras sem a


correspondente ressalva.

c) Verificação

A verificação das despesas consiste na análise


detalhada e completa das folhas de despesa e
requisições de fundos remetidas aos serviços
competentes, com vista à conferência do montante da
despesa e a confirmação da legalidade dos
procedimentos.

42
Lição 10

Trata-se de uma tarefa que exige do funcionário


conferente, além do maior cuidado na apreciação de
todos os elementos que neles se contem, um
conhecimento perfeito das leis de Contabilidade
Pública.

Com efeito, os processos indispensáveis para uma boa


conferência são diversos (comparação dos documentos
e justificações com as informações constantes na folha,
conferência de importâncias e somas, cumprimento dos
prazos, competência do funcionário que assina, etc) e
há, ainda, que ter em atenção todo o complexo de
normas e princípios legais que regulam a realização de
despesa.

Neste âmbito torna-se especialmente necessário


verificar se a despesa é legal, se a autorização para a
sua realização foi emitida pela entidade competente,
se foram cumpridas todas as formalidades inerentes
à sua realização, se a classificação orçamental está
correcta e se existe cabimento da verba.

d) Liquidação

A fase de liquidação funciona como complemento da


fase de verificação, sendo correntemente definida como
“a determinação do montante do débito do Estado”.
Significa isto que na prática a liquidação só se dá
quando o funcionário conferente de folha, tendo
chegado à conclusão de que foram cumpridos todos os
preceitos legais, pões a sua rubrica próprio da folha.

43
Lição 10

e) Autorização de pagamento

A autorização de pagamento consiste na ordem dada


ao respectivo cofre público para pagar um determinado
montante.

Qual o suporte documental dessa ordem? Por via de


regra utiliza-se uma declaração inscrita na própria folha
ou requisição de fundos, determinando ao cofre público
que proceda ao pagamento.

f) Pagamento de despesas

O pagamento é a entrega do dinheiro, feita pela


entidade competente, destina a satisfazer a importância
em dívida, contra recibo.

Quem paga as despesas públicas? Depois de dada a


autorização, as folhas são expedidas para os cofres
públicos, através dos quais o pagamento será
efectuado.

Compete ao Banco, por contrato com a Escola,


proceder ao pagamento das despesas.

O Banco é pois, o banqueiro do estado funcionando


como Caixa Geral do Tesouro.

Princípios fundamentais da realização da despesa

Entre vários preceitos que orientam a realização de


despesas públicas na defesa dos interesses da
Fazenda nacional encontram-se os chamados princípios

44
Lição 10

fundamentais ou princípios rígidos da Contabilidade


Pública.

a) Nenhuma despesa se pode efectuar sem que haja lei


que a autorize.

Ou seja, para se realizar uma despesa é condição


primeira que exista lei que autorize. Normalmente trata-
se das leis que criam e organizam os serviços,
envolvendo assim a permissão implícita para se
efectuarem as despesas necessárias ao seu
funcionamento.

Refira-se que não se trata de lei especial que contenha


autorização expressa para a realização de certa
despesa muito embora existam casos em que essa
disposição é necessária.

b) Não é permitida a realização de despesas que não


tenham sido inscritas no Orçamento

A inscrição orçamental implica a existência de descrição


adequada em que a despesa possa ser classificada e
compreendida, não podendo os serviços utilizar
importâncias inscritas em rubricas diferentes daquela
que respeita os encargos.

c) Não podem exceder-se as dotações orçamentais

Os créditos orçamentais são limites a que os Serviços


devem sujeitar a realização das suas despesas. Nem
poderia ser outra maneira, sob pena de se pôr em risco
todo o plano de gestão financeira do Estado,
consubstanciado no Orçamento do Estado.

45
Lição 10

d) Não podem ser excedidos os duodécimos das dotações


orçamentais nas verbas sujeitas à esse regime

As receitas do Estado não afluem aos cofres públicos


logo no início do ano. O regime de duodécimos permite
estabelecer um certo paralelismo entre arrecadação das
receitas e a realização das despesas.

e) É proibido realizar despesas por conta de Operações


de Tesouraria

Operações de Tesouraria são operações de receita e


despesa realizadas à margem de Orçamento Geral do
Estado. Assim, realizar operações desta natureza na
cobertura das despesas públicas retiraria o sentido
prático aos princípios anteriores os quais tornar-se-iam
desnecessários.

Utilização das Dotações Orçamental

De acordo com o nº 4 do artigo 15 da Lei 9/2002 de 12


de Fevereiro, dotação orçamental constitui o limite
máximo a utilizar na realização de despesas públicas no
correspondente exercício.

Dotação Utilizável

Dada uma dotação orçamental, torna-se necessário


verificar se a mesma está sujeita a restrições de
qualquer natureza antes de calcular os duodécimos
respectivos e, em caso afirmativo, deve ser-lhe
deduzida a quantia correspondente obtendo-se assim,
uma nova importância a que se chama dotação
utilizável.

46
Lição 10

Dotação Disponível

A dotação disponível ou disponibilidade vencida,


significa a dotação que em determinado momento está
disponível para ser gasta com encargos contraídos por
conta dessa rubrica orçamental.

A expressão “Dotação orçamental utilizável” significa a


dotação total inscrita no orçamento ou a percentagem
de que se pode dispor por determinação do Governo
(normalmente expressa na lei orçamental).

EXEMPLO

Se uma dotação orçamental de 1.000.000,00Mt estiver


sujeita de acordo com a lei orçamental, a dedução de
10%, isto é, 100.000,00Mt a dotação utilizável será de
900.000,00Mt.

Duodécimos

Na preparação dos orçamentos os serviços inscrevem


determinadas importâncias para fazer face aos
dispêndios que prevêem necessárias à gestão.

Como essa preparação é feita com certa antecedência


do início do período em que os orçamentos virão a ser
executados, pode acontecer que surjam acontecimentos
que obriguem a alterar os planos elaborados. Não só,
poderá surgir uma despesa que não havia sido prevista
e cuja realização é tida como inadiável mas também
uma despesa que se previu como necessária e não
chegou a realizar-se.

47
Lição 10

Ora, se pudesse gastar a totalidade das verbas


concedidas logo que entra em vigor o orçamento,
deixaria de haver disponibilidade para custear as
despesas novas e inadiáveis, que surgissem no decurso
da execução do orçamento.

Além disso, um excesso de autorizações de


pagamentos de despesas afluindo aos cofres do Estado
nos primeiros meses do ano económico poderia
ocasionar dificuldades de tesouraria por deficiências de
meios financeiros, porquanto as receitas públicas não
entram nos cofres do Estado, na totalidade, no início de
cada ano. Dai, que se pode concluir, então, que existe a
necessidade de moderar a utilização das dotações
orçamentai.

Assim, a dotação orçamental que se destina às


despesas a realizar ao longo de um determinado ano,
divide-se para os efeitos de sua aplicação em 12 partes
teoricamente iguais denominados duodécimos uma
para cada mês.

Se a importância da dotação for divisível por 12, os


duodécimos de Janeiro a Dezembro serão iguais.

Se tal não acontecer, os duodécimos de Janeiro a


Novembro corresponderão a importância do quociente
daquela divisão, arredondada para a importância
imediatamente inferior.

O resto da operação será adicionado ao duodécimo de


Dezembro, que passara ser constituído pela diferença

48
Lição 10

entre a soma dos duodécimos de Janeiro a Novembro e


a dotação orçamental.

O reforço de determinadas dotações orçamentais


provoca naturalmente a diminuição em outras, visto que
é necessário garantir o equilíbrio orçamental.

Habilidades de aprendizagem

Necessita de ajuda?

Actividades

49
Lição 10

Boas vindas a sessao 4

SISTAFE

Objectivos de aprendizagem
Ao concluir o Módulo 1 de Psicologia você será/deverá ser capaz de:

 Definir o conceito, objectivos e princípios do


SISTAFE;

 Identificar e explicar as fases da realização das


despesas e receitas no âmbito do SISTAFE.

Duração
Para cada sessão irá necessitar em média, cerca de xx minutos para
completa-la.

SISTAFE

Realização de despesas no âmbito do SISTAFE

No âmbito do Sistema de Administração Financeira do


Estado, e de acordo com o artigo 30 da Lei 9/2002 de 12 de
Fevereiro a realização das despesas compreende três fases
seguintes:

50
Lição 10

Cabimentação – acto administrativo de verificação, registo e


cativo do valor do encargo assumir pelo estado;

Liquidação – apuramento do valor que efectivamente há a


pagar e emissão da competente ordem de pagamento;

Pagamento – entrega da importância em dinheiro ao titular do


documento da despesa.

Registo e contabilização das despesas

O registo e a contabilização das despesas são efectuados com


base nos seguintes livros obrigatórios:

Controle Orçamental,
Controlo da Conta Bancária,
Numerador de requisições e
Controlo de pagamentos e
Livro de protocolo para entrega de Cheques.

Na escrituração dos referidos livros deverão ser observadas as


seguintes regras:

 Terão os termos de abertura e encerramento assinados


pelo responsável do Departamento Financeiro;

 Terão folhas enumeradas e rubricadas pelo responsável


do departamento Financeiro;

 Serão escriturados a tinta e não poderão ser rasurados;

 Nenhum registo poderá ser arquivado sem a existência


de documento comprovativo, que deverá ser arquivado
por verbas e anos de forma a ser possível a sua
identificação.

51
Lição 10

Existirá um livro de controlo de conta bancária para cada


conta bancária à ordem do departamento financeiro, no qual
serão registados todos os movimentos efectuados na mesma,
observando as seguintes regras:

 O livro deverá ser escriturado diariamente e somado


mensalmente;

 Livro servirá também de numerador de cheques;

 O saldo acusado no fim de cada mês deverá conferir


com o acusado pela conta bancária depois de deduzido
o valor dos cheques em circulação.

No livro de controlo orçamental cada fólio corresponderá a


uma verba orçamental de acordo com a classificação
económica e observar-se-á o seguinte:

 Registar-se-ão neste livro todas as requisições externas


emitidas por conta de cada classificação orçamental;

 Cada fólio será somado mensalmente e feito o resumo


do mês por verbas orçamentais, devendo a soma destes
conferir com o total dos cheques emitidos constantes
no livro numerador de requisições e de controlo de
pagamentos.

Livro numerador de requisições e de controlo de pagamentos.


Registará toras as requisições externas emitidas, bem como
todos os cheques, controlando assim, o pagamento daqueles,
observando-se também o seguinte:

 Este livro registará também as facturas de despesas que


normalmente, não tem requisições externas emitidas,

52
Lição 10

como por exemplo, água, electricidade, e telefone, bem


como os processos justificativos de fundo de maneio;

 Este livro será somado mensalmente com resumo por


verba orçamental, cuja soma deverá conferir com a do
livro de controlo orçamental, relativamente às
requisições externas emitidas e com o livro de controlo
da conta bancária, no tocante a cheques emitidos.

No livro de protocolo, serão registados todos os cheques


emitidos e cosntará a assinatura e o número do bilhete de
identidade do beneficiário ou seu representante legal a quem
tiver sido entregue.

Registo e contabilização por meios informáticos

Quando para o registo e contabilização das despesas se


utilizarem técnicas e meios informáticos devem ser seguidos
os seguintes princípios:

 Deve estar incorporado no sistema informático o


controlo do cabimento;

 Cada verba deverá apresentar o montante da dotação


disponível actualizada;

 Os estornos por lançamentos errados ou anulações


devem ser efectuados por lançamentos negativos nas
verbas onde se verificou o erro ou anulação, indicando-
se o número do memorando que justifica o movimento,
pois os estornos devem ser sempre justificados por
memorando;

53
Lição 10

 Obrigatoriamente devem ser feitas cópias de segurança


(bak-ups) de toda informação processada por meios
informáticos, com periodicidade que o volume do
movimento aconselhar;

 Devem existir manuais de procedimentos de utilização


e normas de funcionamento dos sistemas informáticos
instalados;

 Os controlos internos incorporados, em cada aplicação


informática, devem fornecer suficiente garantia quanto
a qualidade e veracidade da informação final
processada;

 Devem existir seguranças rígidas quanto aos níveis de


acesso ao sistema informático, nomeadamente códigos
secretos para cada pessoa autorizada a introduzir dados
no sistema.

Prestação de contas

A prestação de contas pela utilização e aplicação de fundos do


Orçamento do Estado regula-se pelo disposto na legislação em
vigor.

Documentos que devem compor o processo de prestação de


contas são:

 Balancete de execução orçamental;

 Mapa demonstrativo da execução orçamental;

 Relação de cheques emitidos, contendo dada da


emissão, número, beneficiário e valor;

54
Lição 10

 Relação dos cheques em circulação, contendo data da


emissão, número, beneficiário e valor;

 Extracto da conta bancária, e

 Relação e originais dos comprovativos da despesa.

Prestação de contas de ajudas de custos

Compõem o processo de prestação de contas de ajudas de


custos o seguinte:

 Relação dos beneficiários (mapa contendo número da


guia, data e hora da saída, data e hora do regresso,
número de dias, valor a pagar);

 Guia com carimbo, data e hora do local onde se


apresentou e declaração do beneficiário.

Prestação de contas de adiantamento de Fundo de Maneio

De acordo com o artigo 30 da Lei 9/2002 de 12 de


Fevereiro, o fundo de maneio é o adiantamento em numerário
a um gestor específico a critério de ordenador da despesa,
precedido de prévio cabimento na dotação própria, visando
atender a despesas de pequena monta e que queiram
pagamento em numerário.

 Não serão concedidos novos fundos de maneio a


gestores que tiverem duas prestações de contas
pendentes, e

55
Lição 10

 Os processos de prestação de contas do fundo de


maneio devem ser apresentados a UGE concedente até
ao dia 20 do mês subsequente.

Habilidades de aprendizagem

Necessita de ajuda?

Actividades

56
Lição 10

Boas vindas a sessao 5

Património

Objectivos de aprendizagem
Ao concluir esta sessão você será/deverá ser capaz de:

 Discutir as competências do sector de património


 Preencher os modelos de inventário e cadastro de bens
 Avaliar o estado de uso dos bens pertencentes a escola

Duração
Para cada sessão irá necessitar em média, cerca de xx minutos para
completa-la.

O património

Património do estado – e um conjunto de bens de domínio


publico e privado, e dos direitos e obrigações de que o estado
e titular, independentemente da sua forma de aquisição,
nomeadamente:

 Bens móveis, animais e imóveis sujeitos ou não a


registo

57
Lição 10

 Empresas, estabelecimentos, instalações, direitos,


quotas e outras formas de participação financeiras do
Estado e,

 Bens adquiridos por conta de projectos, com


financiamento externo, quando não haja reserva de
titularidade a favor de terceiros

Compete ao Património:

 Organizar e manter actualizado o inventário e cadastro


de bens móveis e imóveis;

 Organizar, coordenar e supervisionar a realização dos


inventários anuais e geral; nos anos que terminem por
zero ou cinco

 Proceder ao registo de todos os bens, designadamente


obras de arte, mobiliário e equipamento existentes nos
serviços;

 Registar no património a inscrição nas matrizes


prediais e na conservatória do registo predial de todos
os bens próprios imobiliários pertencentes a escola e
dos que venham a ser adquiridos

 Executar todo o expediente relacionado com alienação


de bens imóveis;

 Proceder à identificação, codificação, registo e controlo


de movimentação de todos os bens patrimoniais da
escola;

 Assegurar a gestão e controlo do património;

58
Lição 10

 Acompanhar todos os processos de inventariação,


aquisição, transferência, abate, permuta e alienação de
bens móveis e imóveis do município, atentas as regras
estabelecidas pela legislação aplicável;

 Elaborar relatório onde constem os bens, número de


inventário e os respectivos valores, de bens furtados,
roubados ou sinistrados segundo as instruções
superiores, procedendo também ao participado à
autoridades competentes;

 Proceder ao tratamento contabilístico de abates,


valorizações, desvalorizações, amortizações e
reavaliações.

 Proceder a conferências físicas - coordenar as


verificações periódicas e parciais, de acordo com as
necessidades do serviço e em cumprimento do plano
anual de acompanhamento e controlo que deve propor
ao órgão executivo;

 Proceder à conferência contabilística dos dados do


património com a contabilidade, efectuando as
respectivas rectificações;

 Elaborar mapas finais de fecho de ano;

 Controlar o imobilizado em curso;

 Actualizar os ficheiros que contêm os bens a incluir na


apólice de seguros patrimoniais, para posterior envio à
seguradora.

 Gerir os procedimentos administrativos de aquisição de


bens e serviços;

59
Lição 10

 Recepcionar requisições com o respectivo parecer


favorável do responsável da unidade, e assegurar a
identificação correcta das especificações dos
produtos/serviços e as condições de fornecimento
pretendidas (prazos de entrega, regime de
fornecimento);

 Organizar e controlar os processos de concurso e


consultas ao mercado de bens e serviços necessários ao
desenvolvimento da escola;

Material necessário para inventariar

 Máquina de enumeração com dez dígitos

o A enumeração dos artigos vai de um ate infinito

 Etiquetas (uso duplo)

o Uma etiqueta fica colado ao objecto registado e


a segunda cola-se na parte superior direito da
folha de registo

 Ficha de registo

 Classificador de registo do património

Metodologia

1- Cada bem móvel deve ser inventariados


individualmente, desde que constitua uma peca com
funcionalidade autónoma ou conjunto de pecas como
ou sem uma estrutura agregada, que concorre para,
pelo menos, uma funcionalidade.

60
Lição 10

2- Os bens imóveis devem ser inventariados como:

a. Imóvel autónomo – prédio rústico ou urbano,


bem como as partes integrantes

b. Agrupamento imobiliário – conjunto de


edificações separadas entre si mas constituindo
um todo, por se encontrarem interligadas por
espaço comum, em regra vedado

c. Agrupamento de infra-estruturas – sistema


ligado em rede, do mesmo tipo, subordinado a
mesma finalidade, num determinado espaço

Habilidades de aprendizagem

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Actividades

61

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