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GUIA DE IMPLEMENTAÇÃO PARA A

EQUIPE GESTORA: COMO FAZER


OBSERVAÇÃO EM SALA DE AULA E
ELABORAR FEEDBACK

Junho/2010

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Apoio

GOVERNO DO ESTADO
DE SÃO PAULO

GOVERNO DO ESTADO
DE SÃO PAULO
Governador
Alberto Goldman
Secretário da Educação
Paulo Renato Souza
Secretário-Adjunto
Guilherme Bueno de Camargo
Chefe de Gabinete
Fernando Padula
Coordenadora de Estudos e Normas
Pedagógicas
Valéria de Souza
Coordenador de Ensino da Região
Metropolitana da Grande São Paulo
José Benedito de Oliveira
Coordenador de Ensino do Interior
Rubens Antonio Mandetta
Coordenadora da Escola de Formação e Aperfeiçoamento dos Professores do Estado
de São Paulo
Vera Lúcia Cabral Costa

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Ficha Técnica

Direção Técnica
Luciana Maria Allan

Elaboração do Conteúdo
Claudia Zuppini Dalcorso
Luciana Maria Allan

Revisão
Rita de Sousa

Guia de Implementação para a equipe gestora: Como fazer observação em sala de aula e elaborar
feedback/elaborado por Claudia Zuppini Dalcorso e Luciana Maria Allan. – São Paulo: British Council,
Instituto Crescer para a Cidadania, 2010.
29 p.

1. Gestão escolar 2. Escola pública 3. Observação em sala de aula

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SUMÁRIO

1 Aprender a olhar 04

2 O que é observar? 06

3 O foco da observação 07

4 O procedimento da observação 09

5 O registro da observação 10
5.1 Memorial do Itinerário de Formação (MIF) 11
5.2 Histórico de Colaboração 11

6 A devolutiva para o professor (feedback) 14


6.1 Superando as dificuldades 15
6.2 Habilidade de comunicação 16

Conclusão 17

Referências bibliográficas

Anexos

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1 Aprender a olhar
Depurar o olhar é uma tarefa necessária em várias áreas das ciências humanas.
O educador em especial, que convive com a interação entre seres humanos a todo
tempo, precisa ter um “olhar” apurado do cotidiano escolar.
Esse olhar focado e direcionado é chamado de observação e ele faz parte de
um exercício metodológico sistematizado que se constitui em “fazer ciência”: observar,
registrar, refletir, avaliar e planejar.
Nosso olhar de todos os dias tende a enxergar apenas estereótipos que não nos
permite ver a realidade. Para isso, é necessário Aprender a olhar, de modo sensível e
instigador que nos leve a refletir sobre a realidade.
Este olhar envolve: atenção, presença, ver e ouvir. Madalena Freire (1996) nos
explica que: “A ação de olhar e escutar é um sair de si para ver o outro e a realidade
segundo seus próprios pontos de vista, segundo sua história”.
Este guia tem como objetivo orientar a equipe gestora para aprender a olhar
situações pedagógicas envolvidas na prática docente, sem deixar de considerar todas
as variáveis que fazem parte daquele ambiente de trabalho. Por exemplo, ao observar
um professor que tem uma turma com 40 alunos, não podemos querer que ele tenha a
mesma prática se ele tivesse um grupo de 25 alunos. Temos que entender este
contexto e dar feedbacks pertinentes à esta realidade.
O objetivo central de uma escola é fazer com que seus alunos aprendam. A
observação da sala de aula (lugar privilegiado da aprendizagem) e o posterior feedback
para os professores, tem a intenção de colaborar com a qualidade da educação,
permitindo que seja elaborado um planejamento da formação dos professores e da
equipe docente a partir dos fatos observáveis, das discussões e estudos sobre os
problemas, da busca de soluções e de novas estratégias para promover uma
aprendizagem mais eficaz.
Esta prática minimiza o desconforto dos professores ao se depararem com
formações em serviço descontextualizadas da prática e que não atendem às suas

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expectativas. Ao serem analisados os fatos observados na aula, trazemos à tona as
fragilidades, sendo possível desenhar estratégias para superá-las.
Não há uma estratégia única para promover a observação em sala de aula. O
mais importante é que a observação e o posterior feedback para o professor sejam
caracterizados como ações de colaboração à sua aula.
Com o passar do tempo e a observação em sala de aula passando a fazer parte
da cultura da escola, podemos aprimorar esta iniciativa, passando para uma estratégia
de formação mais enriquecedora, que é a Tematização da Prática, onde se propõe
que este mesmo feedback seja compartilhado com a equipe de professores e que se
transforme em tema para formação em serviço.
A Tematização da Prática consiste em apresentar uma amostra do registro
realizado em sala de aula, em vídeo ou por escrito, fruto da prática de um profesor,
para uma análise coletiva do grupo docente, tornando-se um objeto de estudo e
aprimoramento, sendo possível entender a complexidade do objeto que se deseja
estudar, sobre a concepção de ensino e aprendizagem que estão por trás das
atividades propostas.
Esta é uma estratégia riquíssima de formação, pois ao distanciarmos da
situação conseguimos vê-la por outras perspectivas e, juntamente com a equipe
docente e gestora, propor melhores ou diferentes situações de aprendizagem.
Para viabilizar uma ação como esta é necessário certo amadurecimento da
equipe, ou seja, um amadurecimento tanto do observador, que deve ter competência
para fazer registros relevantes no ato de observar, quanto do observado, que deverá
agir com naturalidade ao expor sua prática ao grupo.
Sabemos que se esse procedimento não é comum nas escolas, então um bom
começo é iniciar as observações envolvendo somente observador e observado com
feedbacks individuais para que o professor se sinta mais à vontade para receber
críticas e sugestões de encaminhamentos. Com o tempo, a equipe vai sendo
preparada para promover formações em serviço com feedbacks coletivos, adquirindo
know-how que possibilite sustentar esta formação.

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Neste guia trataremos da observação da sala de aula e do feedback individual
para os professores. A tematização da prática, fruto da discussão coletiva que poderá
ser feita a partir destas observações, merece um detalhamento que não será explorado
neste momento.

2 O que é observar?
Observação é o exercício de um dos sentidos ou da integração de dois ou mais
sentidos, com o objetivo de “perceber” o que existe, o que se passa no contexto, os
movimentos dos elementos da natureza, os componentes de um fato ou situação, a
ordem de eventos, a comunicação entre as pessoas etc.
Observar não é apenas olhar, contemplar, senão ver e entender o que se vê. É
uma capacidade da inteligência que pode ser desenvolvida, educada e utilizada para o
bem próprio e coletivo. É necessário olhar, ver, entender e fazer um bom uso do que se
aprendeu.
Uma observação, qualquer que seja o seu objetivo e as suas finalidades, deve
inicialmente contemplar, como sugerem Selltiz et. al. (1967), quatro importantes
questões:
O que deve ser observado?
Quais os procedimentos a utilizar para garantir a validade das
observações?
Como registrar as observações?
Que tipo de relação estabelecer entre o observador e o observado?

Ao analisarmos as quatro questões que Selltiz coloca como essenciais para


organizar a ação da observação, fazemos uma analogia em situações de observação
de sala de aula, e propomos neste guia, os quatro marcos importantes, adaptados para
a realidade escolar:

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3 O foco da observação

Madalena Freire nos ajuda a pensar sobre a ação do observador no ambiente


escolar quando nos diz: “Observar uma situação pedagógica não é vigiá-la mas sim,
fazer vigília por ela, isto é, estar e permanecer acordado por ela, na cumplicidade da
construção do projeto, na cumplicidade pedagógica”.
Ao cuidar da situação pedagógica, a equipe gestora demonstra seu foco na
meta principal: fazer com que os alunos aprendam.
É na situação pedagógica que acontecem os principais momentos do
aprendizado, então é ela que deve ser o foco de observação e cuidado da equipe
gestora.
Podemos focar a observação em três direções e exemplificamos com alguns
indicadores que podem ser contemplados em cada uma delas:

1 – Na aprendizagem individual e/ou coletiva:


A percepção do(s) educando(s) sobre o que aprendeu(ram);
A percepção do que foi mais significativo;
O entendimento das lacunas de aprendizagem etc.

2 – Na dinâmica da sala de aula:


As relações estabelecidas entre os elementos do grupo e o objeto de
conhecimento;
Os momentos de tensão e caos;
Os momentos de relaxamento e ordem;

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Os grupos estabelecidos;
As conversas e silêncios estabelecidos;
O cumprimento dos objetivos da aula, bem como a possibilidade de
observar se houve um planejamento prévio dos objetivos a serem
alcançados;
A organização da sala etc.

3 – Na coordenação dos trabalhos


O trabalho de professor para contemplar as diferenças de aprendizagem
e ritmos em sala de aula;
As estratégias do professor para lidar com os conflitos;
As estratégias do professor para organizar e articular os conteúdos;
A organização do tempo para a aprendizagem etc.

No documento elaborado pelo Ministério da Educação em 2006, que explica o


passo a passo de como fazer o Plano de Desenvolvimento da Escola (PDE), em uma
das suas etapas, sugere critérios de avaliação para verificar a eficácia escolar.
Reconhecendo sua relevância, propomos o uso deste documento como base para
definir os indicadores que farão parte do foco de observação.
O importante é que os indicadores sejam elencados antes de se entrar em sala
de aula e que esta escolha seja discutida com os professores.
O documento do MEC deve servir apenas como sugestão. Novos focos surgirão
a partir do exercício feito junto com os professores, olhando para a realidade da
comunidade escolar e, também, na própria sala de aula, da interação que se
estabelece entre o observador, o observado e o próprio objeto que está sendo
estudado, abrindo-se assim possibilidades de novos focos observáveis.
Um quadro completo com os indicadores de eficácia escolar pode ser visto no
ANEXO 1 e mais detalhes de como organizar o instrumento de observação vai ser
apresentado a posteriori.

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4 O procedimento da observação

O como começar não é uma tarefa simples, portanto devemos estar atentos e
cautelosos para a implementação dessa nova prática na escola. De início, é necessário
definir de maneira muito clara o papel do observador na sala de aula. O observador
deve encontrar um campo específico de interesse, observar o fluxo de informações,
sem influenciar demasiadamente nos mesmos, sem se tornar cúmplice dos fatos
observados ou mesmo promover distorções nos eventos. Ou seja, o foco do
observador deve ser observar um evento e registrar o que realmente ocorre. Deve
cuidar para não fazer juízo de valor em sua descrição e sim em descrever os fatos
observáveis de acordo com o foco escolhido.
Neste processo, muitas vezes os professores se sentem invadidos na presença
de um observador em sala de aula. Esta situação pode ser amenizada se, inicialmente,
o observador entrar na sala de aula no papel de um colaborador como, por exemplo,
alguém que irá acompanhar algum aluno com dificuldade, ajudar em alguma tarefa
específica, isto é, ser mais um para apoiar a aula. Qualquer que seja a estratégia para
promover a observação em sala de aula, esta decisão deve ser negociada junto aos
professores. Pode ser, inclusive, que na discussão com a equipe, defina-se que a
melhor estratégia é o observador não se envolver com a dinâmica da aula e isso deve
ser respeitado.
Além do procedimento ter um combinado anterior entre o observador e o
observado, deve-se também fazer combinados com o foco observável, ou seja, com os
alunos. A presença inesperada da equipe gestora na sala de aula, sem um

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planejamento prévio, traz um clima de desconfiança e certa desorganização que não
colabora com a implantação da prática de observação.
Outros procedimentos podem ser implementados para minimizar este
desconforto como, por exemplo, ocultar o instrumental e o próprio observador, fazendo
uso de uma câmera. Se essa solução não for viável, procura-se fazer com que o
acompanhamento do observador desperte o mínimo de atenção possível e que sua
presença passe a ser parte da rotina da sala de aula.

5 O registro da observação

O registro sistematizado deste processo é fundamental. É ele que irá validar a


observação em sala de aula como um instrumento de qualificação da prática do
professor.
No momento em que o observador está em sala de aula, ele está envolvido na
situação, o que dificulta uma análise mais apurada da relação daquele professor com o
grupo e todas as implicações envolvidas. O registro colaborará para que,
posteriormente, ele resgate o que foi o processo daquele professor com o grupo e
elabore uma proposta de feedback.
O registro e a observação podem vir juntos ou o registro pode ocorrer a
posteriori, dependendo da dinâmica estabelecida entre observador e observado. Se o
observado entrou em sala de aula com uma função específica de colaboração,
dificilmente ele conseguirá fazer isso concomitantemente.
No caso em que o registro não for feito de imediato, é importante que seja feito
assim que possível para que não se percam detalhes importantes observados.

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Sabemos que escrever não é fácil. É uma tarefa difícil, porque compromete
mais do que falar, deixa marca, registra o pensamento. Mas também organiza e articula
o pensamento na busca de conhecer o outro, a si e o mundo. É uma prática que deve
ser valorizada não só nas atividades de observação em sala de aula, mas em diversos
momentos da rotina escolar, contribuindo com a melhoria da qualidade contínua, rumo
à uma Nova Educação, onde o foco é o desenvolvimento do aluno.

5.1 Memorial do Itinerário de Formação (MIF)

O registro da observação em sala de aula e das devolutivas para os professores


fará parte do que aqui chamaremos de Memorial do Itinerário de Formação (MIF), um
dossiê que será organizado ao longo desta trajetória, com o objetivo de constituir a
memória do processo de desenvolvimento profissional e colaborar com o bom
desempenho das atividades que ocorrem na sala de aula. O MIF é constituído por um
conjunto de relatórios, planos de aula, fotos, vídeos, devolutivas ou qualquer outro
instrumento que tenha relação com a atividade de observação em sala de aula. Poderá
possuir formas distintas de registro e armazenagem, desde que atenda às
necessidades do grupo, constitua a memória desta ação e seja de fácil acesso a todos
os envolvidos.

Algumas sugestões de recursos para organizar os MIFs:


- Uma pasta com plásticos, onde serão armazenados todos os documentos, fotos etc;
- Um blog que, além de permitir a armazenagem dos documentos acima, pode incluir
material multimídia e permitir uma relação mais constante entre observador e
observado.

5.2 Histórico de Colaboração

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O documento mais importante do MIF é o Histórico de Colaboração, um
instrumento que tem como objetivo ser um guia de observação e fonte para registrar a
prática do professor durante a atividade de observação.
Para que este documento seja legítimo, enfatizamos novamente a necessidade
de ser construído a partir de uma análise criteriosa dos focos de observação,
envolvendo a equipe gestora e os professores.
É importante destacar também que é necessário escolher os focos de
observação antecipadamente, pois o improviso não colabora com o bom desempenho
da observação.
Para auxiliá-los neste desafio, neste guia sugerimos a organização do histórico de
colaboração contemplando as seguintes informações:

Eixos de observação: na aprendizagem, na dinâmica e na coordenação;


Indicadores: a serem escolhidos a partir do instrumento de análise da eficácia
escolar (disponível no PDE) e no ANEXO 1 deste documento ou a partir de
outros interesses da equipe docente ou, ainda, a partir da relação que se
estabelece entre observador, observado e foco observável (alunos);
Fato Observado: este campo deve ser assinalado com uma evidência no
momento da observação ou logo após o término da atividade para que não se
perca nenhum detalhe;
Fato Não observado: este campo deve ser assinalado caso não seja possível
observar um fato durante a observação em sala de aula. Atenção: o fato de não
ter sido possível observar um indicador não significa uma situação negativa e
sim apenas um fato, pois a observação é um recorte que se faz em um contexto
de uma aula que não consegue abranger toda a complexidade de todas as
situações presentes na sala de aula no dia a dia;
Destaque: neste campo o observador deverá registrar pontos de atenção sobre
os fatos observados para posterior reflexão e sugestão de encaminhamentos.

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Deve ser preenchido, com calma, depois que for feita a reflexão sobre o fato
observado;
Encaminhamento inicial: após a reflexão, o observador propõe um
encaminhamento inicial que será apresentado ao observado no momento do
feedback;
Encaminhamento acordado: no momento do feedback, o observador e o
observado deverão acordar se o encaminhamento inicial sugerido é pertinente
ou não. Caso não seja, registrar neste campo o encaminhamento acordado
entre ambas as partes.
A seguir apresentamos, em mais detalhes, a estrutura do Histórico de Colaboração
e, no ANEXO 2, disponibilizamos o modelo em formato editável para que possa ser
preenchido ou adaptado pela equipe gestora junto com os professores, no momento do
planejamento desta ação.

Aula de Ciências: os alunos


Percepção de demonstraram interesse pelo
aprendizagem
assunto.
dos alunos.

Observei que os alunos estavam muito


interessados na atividade de Ciências
proposta, sinal que o conteúdo está sendo
bem trabalhado. Podemos aproveitar este
entusiasmo e propor uma experiência que
propicie uma atividade empírica do conceito
Organização e
articulação dos abordado. Na área de Ciências o
conteúdos. procedimento de realizar experiências ajuda
o aluno a se aproximar do conteúdo estudado
tornando-o mais significativo. Sabemos, que,
na idade em que se encontram, para se
apropriarem de conteúdos procedimentais
próprios da área estudada, necessitam
construir comparações e discussões poderá
partir de elementos e modelos, frutos da
Aulas expositivas e
moderação feita pelos professores.
com textos de
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apoios.
6 A devolutiva para o professor (feedback)

O feedback é uma palavra inglesa traduzida para o português como


realimentação ou retroalimentação.
Consiste em uma prática importante, pois é através dele que o gestor pode
explicar ao professor como aprimorar sua prática pedagógica, definir estratégias de
desenvolvimento profissional, corrigir desvios de comportamento e de atividades;
reforçar as ações corretas; promover a motivação e autoestima e orientar sobre o que é
esperado, metas e objetivos a alcançar.
Ao elaborar o feedback deve-se atentar para começar o diálogo elencando os
pontos positivos e, a partir deles, trazer à tona os pontos a melhorar para que se
qualifiquem.
Segundo Fela Moscovici (1997), o feedback se torna útil quando consegue
atender as seguintes características:
o Ser descritivo ao invés de apenas avaliativo, isto é, quando não há
julgamento apenas, mas o relato com exemplos dos eventos;
o Ser específico ao invés de generalizado. Deve-se procurar focar em
comportamentos e atitudes específicas;
o Ser compatível com as necessidades do observador e do observado.
Quando atende só a necessidade do observador, costuma ser destrutivo.
Deve-se levar em conta a necessidade do observado;
o Ser dirigido para comportamentos que o observado possa modificar, pois
se não for assim, ao considerar falhas em algo que não se consegue
mudar, cria-se uma situação muito frustrante e não construtiva;

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o Ser solicitado ao invés de imposto. Quando o observador já possui um
combinado anterior com o observado fica mais fácil sua execução;
o Ser oportuno em relação ao tempo da devolutiva, pois se passar muito
tempo entre o ato de observar e o feedeback perde-se o sentido do
mesmo, tanto em relação ao elogio, quanto a crítica. Não guarde por
meses algo importante a dizer. Faça o mais breve possível, estando
atento ao local adequado e pessoas envolvidas;
o Ser esclarecedor, assegurando uma comunicação precisa, por isso o uso
de um histórico de colaboração combinado anteriormente com o grupo é
essencial.
Contemplar todas essas características para um bom feedback não
necessariamente garante o sucesso da prática de observação em sala de aula, pois,
embora compreendidos e aceitos, não são fáceis de serem seguidos e nem recebidos.
Para quem recebe é difícil aceitar suas fraquezas e admiti-las para outra pessoa.
O que está em questão é o profissionalismo do observado e isto pode afetar sua
imagem ou status, deixando-o preocupado com que os outros dirão ou pensarão.
Para quem dá a devolutiva é fácil cair na armadilha de ver somente o
comportamento do observado, tornando-se muito avaliativo sem considerar o contexto
geral da situação.
Quando o observado não estiver preparado para a devolutiva, a insistência só
trará mais resistência, negando os procedimentos de validação e impedindo seu êxito.
Será um esforço em vão!

6.1 Superando as dificuldades

Será natural surgirem dificuldades na implementação desta prática em


Educação, pois não é comum em nossa cultura escolar, apesar de se acreditar na sua
importância para estabelecer uma corresponsabilidade entre o professor e sua equipe

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gestora, assim como promover a melhoria da qualidade educacional e apoio aos
profissionais para lidarem com as dificuldades da rotina de sala de aula.
Portanto, algumas dicas são importantes de serem compartilhadas:
o Estabeleça uma relação de confiança entre observador e observado para
diminuir as barreiras;
o Promova o reconhecimento de que a prática de observação em sala de
aula é um processo de avaliação conjunta entre os envolvidos no
contexto, com foco na melhoria da qualidade da Educação;
o Aprenda a ouvir e a receber, sem reações emocionais intensas, análises
críticas dos observados. Conduza de maneira que eles procedam da
mesma forma;
o Seja habilidoso ao falar sem utilizar palavras de duplo sentido que
possam provocar ruído na comunicação. Uma estratégia interessante é,
após a conversa, retomar os pontos principais evidenciados e os
combinados.

6.2 Habilidades de comunicação


O tipo de relação que se estabelece entre o observador e o observado é
extremamente influenciada pela qualidade da comunicação constituída.
Além de levar em consideração as dicas já apresentadas no Guia do
Planejamento Estratégico para promover uma boa comunicação, o gestor deve
desenvolver habilidades específicas para organizar devolutivas aos professores, ou
seja, feedbacks. Como habilidades de comunicação fundamentais, para atividades de
feedback, elencamos o uso de paráfrases, perguntas esclarecedoras e perguntas de
sondagem.
A paráfrase consiste em dizer, com suas próprias palavras, o que disse outra
pessoa, com o objetivo de verificar se há entendimento do que o outro falou.

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Exemplos de uso de paráfrase:
Pelo que entendi, a dificuldade para organizar grupos de trabalho com os alunos
desta classe está relacionada aos problemas de relações interpessoais
existentes entre eles. É isso mesmo?
Então você quer dizer que o desafio para promover uma pesquisa mais
aprofundada sobre este tema está relacionado à falta de tempo e a necessidade
de cumprir com todos os outros conteúdos estipulados para este bimestre. É
isso mesmo?
Deixa eu ver se ficou claro... você está pensando em organizar uma visita ao
campo com o objetivo de ampliar a visão dos alunos sobre a degradação do
meio ambiente. É este mesmo o objetivo?

Como podemos ver neste exercício, a pessoa que fez o relato inicial (o
observado) já tem a possibilidade de refletir sobre o que foi dito e avaliar se é
pertinente ou não.
Caso não reconheça no discurso do observador sua fala original, expõe
novamente suas ideias de outra forma. Uma frase clássica presente neste momento é:
“Não é exatamente isso que eu quis dizer. Na verdade, a situação é essa, essa e
essa...”.
Para realizar o uso de paráfrase deve-se ter habilidade de atenção, escuta ativa
e empatia. Como resultado temos um entendimento melhor do discurso e transmite-se
um sentimento de interesse pelo outro.
As perguntas esclarecedoras conduzem a uma imagem clara de uma
situação específica apresentada ou ideia, sem fazer julgamento de valor ou
generalizações. Estão sempre ligadas aos fatos, são rapidamente respondidas e são
usadas para reunir informações. Exemplos de perguntas esclarecedoras:
Quando ocorreu o fato?
Quantas pessoas estiveram envolvidas?
O que aconteceu?

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Aonde aconteceu?

As perguntas de sondagem são aquelas elaboradas após o uso de perguntas


esclarecedoras e paráfrases. São perguntas que levam o observado à reflexão sobre o
fato ocorrido ou ideia. Tem como principal objetivo levar a pessoa diretamente
envolvida na ação a refletir sobre o ocorrido e pensar em possíveis encaminhamentos.
É uma estratégia muito interessante, pois tira do observador a responsabilidade de
trazer respostas para os desafios encontrados na prática de sala de aula, levando o
próprio observado a buscar soluções dentro da sua realidade e competência. Isso não
quer dizer que o gestor não pode colaborar com ideias. Mas, a primeira percepção de
encaminhamento surge do próprio observado, tendo mais significado e relevância para
ele. Neste movimento, o gestor é um moderador deste processo de reflexão e
desenvolvimento profissional, exercendo seu papel de acordo com o que se espera de
um líder contemporâneo.
Como exemplos de perguntas de sondagem podemos citar:
O que você sugere para superar este desafio?
Que outra estratégia você já pensou para promover a aprendizagem?
Qual outro encaminhamento poderíamos dar para este assunto?

Conclusão
Sendo o sucesso escolar a meta principal da escola e de sua comunidade, a
utilização da prática de observação em sala de aula e a elaboração de um feedback
apresentado neste guia, contribui para fazer do momento de ensino e aprendizagem
um objeto de estudo que permite refletir sobre ele e superar suas fragilidades.
Sabemos que este instrumento de intervenção não é o único responsável pela
boa qualidade de ensino oferecida; o cotidiano escolar é repleto de vida e compõe uma
imensa complexidade de ações e interações que merecem ser detalhadamente
analisadas. Acreditamos que a escola deva investir em sua qualificação analisando os
aspectos do seu interior e, a partir daí, analisar os aspectos exteriores que influenciam

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em sua qualidade. Nesse pressuposto, este instrumento de observação consegue
atender a necessidade de um olhar mais atento para dentro das escolas, portanto
importante para a melhoria dos processos internos da mesma.
A cooperação da equipe diretiva com a ação do professor propõe um clima
positivo de colaboração e corresponsabilidade com o sucesso escolar.
Todos os agentes de atuação de uma escola devem estar motivados e
empenhados em busca de sua qualificação e é a equipe gestora que irá proporcionar
este clima de atuação positiva entre as pessoas. Daí sua grande responsabilidade em
administrar processos internos e externos que tragam ao seu grupo esse sentimento de
comprometimento.
O trabalho em grupo não é tão simples, trazer todos em torno de uma tarefa com
um único objetivo exige empenho e qualificação da equipe gestora. Fortalecida poderá
ampliar este sentimento de cooperação com toda a sua comunidade. Para ilustrar a
importância do trabalho em grupo colocamos uma bela poesia de Madalena Freire que
esclarece o quanto o sentimento de empatia favorece a aceitação do outro e colabora
com a realização da tarefa e, por consequência, com o sucesso em seus objetivos
traçados.
EU NÃO SOU VOCÊ, VOCÊ NÃO É EU

Eu não sou você Na sua, minha prepotência


Você não é eu Na sua, minha fragilidade doce
Mas sei muito bem de mim Na sua, minha mudez aterrorizada
Vivendo com você. E você se encontrou e se viu, enquanto
E você, sabe muito de você vivendo olhava pra mim?
comigo? Eu não sou você
Eu não sou você Você não é eu.
Você não é eu. Mas foi vivendo minha solidão
Mas encontrei comigo e me vi Que conversei com você
Enquanto olhava pra você E você, conversou comigo na sua solidão?
Na sua, minha insegurança Ou fugiu dela, de mim e de você?
Na sua, minha desconfiança Eu não sou você
Na sua, minha competição Você não é eu
Na sua, minha birra infantil Mas sou mais eu, quando consigo lhe ver.
Na sua, minha omissão Porque você me reflete
Na sua, minha firmeza No que eu ainda sou
Na sua, minha impaciência No que já sou e

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No que quero vir a ser… de, diferenciadamente,
Eu não sou você eu ser eu, vivendo com você e
Você não é eu você ser você, vivendo comigo.
Mas somos um grupo, enquanto somos (Madalena Freire)
capazes

Segue um quadro síntese dos passos que compõe um planejamento para a


observação em sala de aula:

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Referências bibliográficas

FREIRE, Madalena. Observação, registro, reflexão: instrumentos metodológicos I. São


Paulo: Espaço Pedagógico, Série Seminários, 1996.
__________________. Grupo indivíduo, saber e parceria: malhas do conhecimento.
São Paulo: Espaço Pedagógico, Série Seminários, 1997.
MEC/FNDE/DIPRO/FUNDESCOLA. Como elaborar o Plano de Desenvolvimento da Escola. Brasília:
2006.
MOSCOVICI, Fela. Desenvolvimento interpessoal, treinamento em grupos. Rio de
Janeiro: José Olympio Editora, 1997.
Revista Gestão Escola – Ano II – nº 8 – junho/julho 2010 – Editora Abril – Fundação
Victor Civita.
VIANNA, Heraldo Marelim. Pesquisa em educação: a observação. Brasília: Liber Livro,
2007.
SELLTIZ, Claire; JAHODA, Maire; DEUTSCH, Morton; COOK, Stewart W. Métodos de
pesquisa nas relações sociais. São Paulo: Herder/Edusp, 1967.
WEISZ, Telma. O diálogo entre o ensino e a aprendizagem. 2ª ed, São Paulo: Ática,
2000.

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Anexos

- ANEXO 1 Indicadores para análise da eficácia escolar

- ANEXO 2 Modelo de Histórico de Colaboração

ANEXO 1 – Indicadores para análise da eficácia escolar

ENSINO E APRENDIZAGEM
Currículo organizado e articulado:
A escola possui e utiliza parâmetros curriculares.
A escola tem uma Proposta Pedagógica que orienta o processo de ensino e aprendizagem.
A escola tem objetivos e metas definidos na Proposta Pedagógica, para cada série ou ciclo e disciplina, de acordo
com os parâmetros curriculares adotados.
Os professores definem com o diretor e supervisor/orientador pedagógico a metodologia de ensino a ser seguida
na escola.
Os conteúdos para cada disciplina e para cada série ou ciclo são organizados de forma sequencial.
Os professores sabem qual o conteúdo a ser trabalhado em cada série ou ciclo e em cada disciplina.
Os professores sabem qual o conteúdo trabalhado no ano anterior por outro professor.
As etapas e níveis de aprendizagem a serem alcançados pelos alunos estão claramente definidos.
Os objetivos de aprendizagem são cobertos e alinhados com as avaliações propostas.
A equipe escolar reúne-se para revisar o currículo a partir da avaliação, do monitoramento e da prática de cada
professor.
Proteção do tempo da aprendizagem
Os eventos escolares e os assuntos administrativos são organizados e tratados com um mínimo de interrupção
das aulas.
O tempo previsto para cada matéria é claramente definido e seguido pelos professores.
Os professores começam e terminam as aulas pontualmente.
A interrupção de aula devido à ausência de professores, reuniões, recesso etc. sempre é mínima.
Os professores dispõem de um plano de aula pronto quando os alunos entram em sala de aula.
A transição entre atividades desenvolvidas em sala de aula é rápida.
A maior parte do tempo dos alunos na escola é dedicada a atividades de aprendizagem.
Durante o tempo dedicado às aulas, os professores se concentram nas atividades de ensino.
Práticas efetivas dentro de sala de aula
Os professores procuraram constantemente propor atividades que propiciem a prática de valores e atitudes
almejados.
O ritmo de instrução é ajustado para atender aos alunos que aprendem com maior ou menor facilidade.
Os alunos que não terminam as atividades durante a aula recebem orientação especial, para que se mantenham

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no ritmo da turma.
As disciplinas críticas recebem maior atenção por parte da escola e dos professores.
Os professores conhecem a necessidade da turma e dão atenção individual e estímulos aos alunos com
dificuldades.
Os professores explicam aos alunos os objetivos das lições e da matéria numa linguagem simples e clara.
Os professores estabelecem uma relação entre as lições, assinalando aos alunos os conceitos ou habilidades-
chave estudados anteriormente.
Os professores estimulam a curiosidade e o interesse dos alunos, relacionando o conteúdo da lição com coisas
relevantes do dia a dia dos alunos.
Durante as aulas, os professores fazem perguntas sobre pontos-chave da lição para verificar a compreensão e
estimular o raciocínio dos alunos.
Exercícios, tarefas e provas são corrigidos e devolvidos rapidamente, além disso, são usados para replanejar as
atividades.
Os professores fazem elogios e críticas construtivas aos alunos em sala de aula.
Os professores evitam a ocorrência de interrupções em sala de aula, não desperdiçando o tempo de ensino e de
aprendizagem.
Os problemas de disciplina são resolvidos na sala de aula, sem necessidade de encaminhar os alunos à direção.
Estratégias de ensino diferenciadas
Os professores usam e articulam técnicas variadas de ensino, incluindo tarefas e deveres individuais, discussão
em sala, trabalho em grupo, exercícios e monitorias.
Os professores utilizam televisão, vídeo, computador e outros materiais interativos, quando necessário.
Os alunos são ativamente engajados nas atividades de sala de aula.
Os professores utilizam material de uso social nas práticas pedagógicas, estimulando os alunos a perceberem o
vínculo entre as atividades escolares e extraescolares.
Os professores aproveitam os espaços externos para realizar atividades cotidianas como ler, contar histórias, fazer
desenhos etc.
Os professores propõem atividades pedagógicas fora da escola, como passeios, excursões etc.
Deveres de casa frequentes e consistentes
Os professores passam lição de casa sempre que necessário.
Os alunos fazem a lição de casa regularmente.
O conteúdo e a frequência do dever de casa são adequados à idade e ao ambiente familiar do aluno.
Os deveres de casa são passados em quantidade suficiente e em nível de dificuldade adequado para consolidar e
ampliar o conhecimento do aluno.
O professor comenta com os alunos os deveres de casa realizados.
Disponibilidade e utilização de recursos didático-pedagógicos
Os professores dispõem de materiais didáticos e pedagógicos adequados, que permitam atividades diversificadas
dentro da sala de aula.
A equipe escolar conhece o material pedagógico e didático existente na escola, sabe onde está guardado e o
utiliza quando necessário.
Os alunos podem identificar seus livros-texto e descrever seu conteúdo.
Os alunos podem identificar outros materiais de leitura.
Os alunos possuem caderno, lápis, borracha etc.
Avaliação contínua do rendimento dos alunos
Os professores fazem uma avaliação diagnóstica no início de cada etapa de ensino, para que possam por em
prática seu planejamento de forma adequada às características dos alunos.
Os professores monitoram continuamente o progresso dos alunos e sabem quantos e quais estão com dificuldade
na disciplina/conteúdo.
Há coleta de dados, arquivos e relatórios sobre o desenvolvimento dos alunos.

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A avaliação do desempenho dos alunos em todos os níveis está adequada aos objetivos de ensino.
A equipe escolar utiliza os resultados de testes e relatórios de avaliação para localizar problemas potenciais e
propor soluções.
A equipe escolar utiliza informações para fazer revisões da forma como o currículo está organizado, articulado e é
trabalhando na escola.
A escola utiliza padrões de desempenho para avaliar a aprendizagem dos alunos com base nos parâmetros
curriculares.
Os alunos têm clareza dos conteúdos e do grau de expectativa da aprendizagem que se espera deles nas
avaliações.
Em momentos determinados, é delegada aos alunos a responsabilidade de se autoavaliarem.
São aplicados diferentes instrumentos de avaliação e proporcionadas várias situações de aprendizagem para
possibilitar o desenvolvimento das capacidades dos alunos, integrar os conteúdos curriculares, contrastar os dados
obtidos e observar a transferência das aprendizagens em contextos diferentes.
CLIMA ESCOLAR
Estabelecimento de altos padrões de ensino
Os professores têm claro os objetivos de aprendizagem que devem ser alcançados por todos os alunos.
O diretor e os professores são capazes de citar as metas e os objetivos curriculares da escola para pais de alunos
e demais pessoas da comunidade escolar.
O diretor e os professores comunicam aos alunos as metas de aprendizagem e de comportamento estabelecidas.
Os alunos com dificuldades de aprendizagem recebem auxílio, estímulo e apoio para atingir o nível de
aprendizagem esperado.
O diretor e os professores monitoram regularmente o desempenho dos alunos, identificando aqueles que estão em
dificuldades em cada disciplina.
O diretor acompanha, com frequência, o desempenho dos professores e o desenvolvimento de seus programas
curriculares.
A escola dispõe de parâmetros e instrumentos que permitem acompanhar o desempenho de professores e alunos.
A escola estabelece uma relação clara entre os objetivos de aprendizagem, as atividades de ensino e a avaliação
dos alunos.
A equipe escolar define padrões de desempenho para avaliar os alunos, com base nos parâmetros curriculares
adotados.
A escola prevê apoio e orientação na implementação do currículo.
O professor planeja, no começo do ano, como trabalhará sua disciplina durante o ano letivo, informando os alunos
sobre seu plano de trabalho.
O plano de curso do professor contém as informações necessárias sobre a matéria, como ensiná-la e como avaliá-
la.
Altas expectativas em relação à aprendizagem dos alunos
No contato com pais e alunos, diretor e professores expressam sua confiança na capacidade de aprendizagem dos
alunos, independentemente da etnia, classe social ou outras características pessoais.
O diretor, no contato com professores, expressa sua confiança na capacidade de aprendizagem dos alunos.
A direção mantém o ensino e a aprendizagem como centro do diálogo e atenção de toda a equipe escolar.
Comunicação regular entre a equipe escolar, pais e a comunidade
O diretor promove reuniões frequentes com o corpo docente, com pauta antecipada.
A comunicação da escola com os pais e a comunidade é frequente.
Os pais entram em contato com o diretor por iniciativa própria.
O diretor envolve-se em atividades organizadas pela comunidade.
A escola promove eventos na escola de interesse da comunidade.
A direção da escola procura envolver os pais nas decisões relativas à melhoria da escola e enfatiza que a sua
participação faz muita diferença no desempenho de seus filhos.

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Toda a equipe escolar trabalha de forma cooperativa e harmoniosa.
Presença efetiva do diretor
O diretor participa das assembleias escolares, supervisionando o bom andamento dos trabalhos.
O diretor é encontrado facilmente na escola, fora do seu gabinete.
O diretor permanece na escola durante o período de atividades escolares.
O diretor aumenta a frequência e a qualidade dos contatos informais entre os membros da equipe escolar quando
necessário.
O diretor lidera o estabelecimento e a implementação de normas de comportamento entre os membros da equipe
escolar.
O diretor está constantemente informado da eficácia das atividades de ensino desenvolvidas pelos professores.
Ambiente escolar bem organizado e agradável
A escola é limpa, organizada e tem aparência atrativa.
As aulas iniciam-se e terminam no horário.
As tarefas, os livros e os materiais a serem utilizados são preparados antes do início das aulas.
Os alunos são estimulados a participarem da organização, decoração, ordem e limpeza das salas de aula.
Normas e regulamentos escolares
A escola possui um código de conduta escrito que especifica as normas de comportamento para alunos e
professores dentro e fora de sala de aula.
O código de conduta é amplamente divulgado e é conhecido por alunos, professores e pais.
As normas de disciplina são aplicadas pronta e integralmente para todos.
Os procedimentos de disciplinas são rotineiros e de fácil e rápida aplicação.
Há normas em relação a atrasos e faltas, tanto para professores quanto para alunos.
Confiança dos professores no seu trabalho
Os professores consideram-se capazes de ensinar bem.
Os professores sentem-se à vontade com os materiais de aprendizagem, integrando-os às tarefas de sala de aula
e têm ideias criativas sobre como ensinar.
Os professores acham seu trabalho significativo.
Compromisso e preocupação da equipe escolar com os alunos e com a escola
Os alunos confirmam que os professores estão comprometidos com o ensino e se preocupam com eles.
Os professores estabelecem altos padrões de trabalho e comportamento dos alunos.
A equipe escolar e os pais referem-se à escola como um lugar onde há atenção e cuidado com os alunos.
O absenteísmo e a falta de pontualidade dos professores são vistos como um problema na escola.
Trabalho em equipe
Os professores planejam as atividades de ensino de forma cooperativa.
Os professores trocam ideias entre si.
Os professores, o diretor e a equipe técnica trabalham em conjunto para tratar de questões de interesse da escola.
PAIS E COMUNIDADE
Apoio material da comunidade
A comunidade contribui voluntariamente com a escola, para garantir a manutenção e a melhoria das condições de
atendimento aos alunos e funcionários.
A equipe escolar e os pais dos alunos reúnem-se para discutir as necessidades materiais da escola e as maneiras
de atendê-las.
Comunicação frequente entre corpo docente e pais
A escola promove eventos que permitem contato entre pais e professores.
Os professores comunicam-se frequentemente com os pais.
Os pais comparecem e participam das reuniões para as quais são convidados.
Participação da comunidade na gestão escolar
Os pais têm participação nas reuniões do Colegiado.
Os pais sabem quem é o seu representante no Colegiado.

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Envolvimento dos pais na aprendizagem
Os pais participam de reuniões de avaliação da escola.
Os pais acompanham os deveres de casa dos filhos.
Há evidências de leitura, conversações e brincadeiras dirigidas no lar.
A equipe escolar incentiva os pais a acompanharem o progresso de seus filhos.
GESTÃO DE PESSOAS
Gestão do pessoal docente e não docente
A direção tem claramente definidas as funções e atribuições de todo o pessoal da escola e expressa qual a sua
expectativa em relação à equipe escolar.
A direção monitora e avalia as atividades desenvolvidas por todos os colaboradores da escola.
A direção identifica necessidades de aperfeiçoamento de toda a equipe escolar para a melhoria de suas
habilidades profissionais.
A direção organiza espaço e tempo para que os membros da equipe escolar se reúnam, troquem experiências,
estudem, planejem etc.
A direção providencia atualização para o pessoal docente, técnico e administrativo, com a frequência necessária.
Os colaboradores são valorizados por meios de mecanismos de profissionalização e responsabilização.
A escola adota medidas de promoção do bem-estar para auxiliar os colaboradores a atingir as metas.
A escola acompanha o nível de satisfação, participação e bem-estar dos colaboradores.
Formação e desenvolvimento
Os professores conhecem metodologias de avaliação e usam esse conhecimento para desenvolver avaliações
coerentes e consistentes.
Os professores demonstram ter domínio da matéria que ensinam.
Os professores participam, com frequência, de cursos de atualização, demonstrando empenho no seu
desenvolvimento profissional.
A direção da escola identifica necessidades de aperfeiçoamento de pessoal docente e não docente para a
melhoria de suas habilidades profissionais.
A direção da escola define anualmente um programa de desenvolvimento do pessoal docente e não docente.
Os professores utilizam abordagens pedagógicas atualizadas.
A equipe escolar (docentes e não docentes) aceita inovações e se mostra envolvida em processos de mudança.
Os professores têm informações atualizadas sobre tecnologia e recursos educacionais.
Experiência apropriada do professor
Os professores são experientes no manejo de turmas e no acompanhamento do trabalho individual e de grupos.
O desempenho do professor dentro da sala de aula é avaliado.
Compromisso da equipe escolar com objetivos e metas da escola
Os professores e funcionários são comprometidos com os objetivos e metas da escola.
Os professores e funcionários conhecem os objetivos e metas da escola.
Os supervisores ou coordenadores pedagógicos orientam os professores para o alinhamento entre suas práticas
docentes e os objetivos e metas da escola, prestando assistência sempre que necessário.
A equipe escolar avalia o desempenho de seu pessoal e o da escola como um todo, bem como o seu esforço para
mudança.
Docentes e não docentes demonstram entusiasmo no desempenho de suas funções.
GESTÃO DE PROCESSOS
Conselho escolar atuante
A escola dispõe de um Colegiado ou Conselho Escolar com funções e atribuições bem definidas.
O Colegiado ou Conselho funciona de maneira permanente.
O Colegiado ou Conselho realiza reuniões sistemáticas.
As reuniões do Colegiado ou Conselho são marcadas com antecedência, em horário que todos possam participar
e com divulgação prévia da pauta.
Os segmentos representantes da comunidade interna e externa à escola têm participação efetiva no Colegiado ou
Conselho.

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Os processos de ensino, aprendizagem e gestão participativa da escola atendem ao que foi definido e validado
pelo Colegiado ou Conselho.
Utilização e controle dos recursos financeiros
A direção é capaz de demonstrar que os insumos escolares adquiridos com os recursos provindos do governo, da
comunidade e dos pais são alocados de acordo com as necessidades detectadas pela escola.
A direção tem objetivos claros para a aplicação dos recursos financeiros disponíveis, efetuando os gastos de
acordo com os procedimentos legais.
A direção submete o planejamento para a aplicação dos recursos financeiros ao Colegiado ou Conselho Escolar,
bem como a prestação de contas dos gastos efetuados.
A direção controla e registra de forma apropriada os gastos efetuados pela escola.
Planejamento das ações
A escola define conjuntamente seus objetivos, metas e estratégias e o plano de ação para alcançá-los.
O diretor e os professores tomam decisões conjuntas relativas ao horário escolar, aos livros-texto e demais
recursos utilizados.
O currículo escolar é discutido e definido por toda a equipe escolar, com validação do Colegiado ou Conselho.
Os processos críticos da escola são gerenciados com auxílio de indicadores de desempenho com vistas à
realização de melhorias.
Objetivos claros
Os objetivos da escola são claramente definidos e aceitos pela comunidade escolar.
Os profissionais da escola sabem o objetivo do seu trabalho e estão mobilizados para a análise e melhoria dos
processos.
A escola tem autonomia para decidir sobre horários escolares, metodologias adotadas, equipamentos e materiais
necessários.
A escola dispõe de critérios e instrumentos para determinar a eficácia escolar.
A escola estabelece metas de excelência.
Rotina organizada
A escola dispõe de procedimentos administrativos bem definidos e padronizados e os utiliza.
As pessoas na escola conhecem e utilizam todos os procedimentos disponíveis para executar bem o seu trabalho.
Cada profissional da escola sabe medir e avaliar o resultado de seu trabalho.
Os dados necessários ao gerenciamento da escola são levantados de forma competente.
Os problemas que surgem na escola são comunicados à direção.
As atividades e processos desenvolvidos na escola são documentados e otimizados.
As informações circulam de maneira rápida e correta entre os diversos setores e colaboradores.
INFRAESTRUTURA
Instalações adequadas da escola
O prédio e o pátio escolar são bem conservados e têm aparência atrativa.
Os banheiros são limpos e mantidos em condições adequadas de uso.
A escola possui um espaço disponível para atividades de leitura e pesquisa.
As salas de aula, laboratórios e biblioteca estão em boa condição de uso.
As salas de aula, laboratórios, bibliotecas etc. são utilizados de forma adequada.
Os alunos têm consciência de sua participação na conservação do patrimônio escolar.
RESULTADOS
Desempenho acadêmico dos alunos
Os históricos acadêmicos recentes mostram evolução favorável em relação às médias
nacionais/estaduais/regionais.
Os dados de desempenho demonstram elevação na taxa de aprovação em todas as séries e disciplinas, a qual
está situada, atualmente, em patamares de excelência.
A taxa de abandono tem diminuído consistentemente a cada ano.
A média de aprovação dos alunos em Português e Matemática tem aumentado a cada ano e situa-se, atualmente,
em patamares de excelência.

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A distorção idade-série tem diminuído consistentemente a cada ano.
Desempenho geral da escola
Há evidências de que todas as metas estabelecidas no Plano de Ação da escola são integralmente cumpridas.
Os resultados da escola indicam tendência crescente no nível de satisfação da equipe escolar, dos pais e da
comunidade em relação aos serviços prestados.
Há evidências de tendência de melhoria na qualidade dos processos de gestão e serviços da escola.

FONTE: MEC/FNDE/DIPRO/FUNDESCOLA. Como elaborar o Plano de Desenvolvimento da Escola.


Brasília: 2006.

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ANEXO 2 - Modelo de Histórico de Colaboração.

Professor
Turma
Disciplina
Data
Observado Não Destaque Encaminhamento Encaminhamento
Eixos

INDICADORES observado
inicial acordado
Aprendizagem
Dinâmica
Coordenação

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