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JOANIZ LOPES DE OLIVEIRA

CONSTRUÇÃO DO PROJETO APLICATIVO ATRAVÉS DAS


METODOLOGIAS ATIVAS

Teófilo Otoni – MG
2017
JOANIZ LOPES DE OLIVEIRA

CONSTRUÇÃO DO PROJETO APLICATIVO ATRAVÉS DAS


METODOLOGIAS ATIVAS

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao Instituto Sírio Libanês de
Ensino e Pesquisa para certificação como
especialista em Vigilância em Saúde

Orientador: Adivete Santos Figueiredo

Teófilo Otoni – MG
2017
SUMÁRIO

1 CONSIDERAÇOES INICIAIS................................................................... 5

2 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................. 10

3 METODOLOGIA ....................................,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,.................... 16

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................. 16

5 REFERÊNCIAS .................................................................................... 18
Resumo:

A premissa inicial deste trabalho tem como objetivo compartilhar a experiência


vivenciada a partir da realização do Curso de Especialição em Vigilância em
Saúde, do Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Sírio-Libanês – IEP/HSL,
no ano de 2017, o qual utilizou metodologias ativas para aperfeiçoamento da
formação dos gestores e dos profissionais que atuam respondendo às
necessidades de atenção à saúde da população brasileira. Trata-se de um
relato de experiência baseado no portfólio reflexivo no transcorrer da
especialização, que teve como problema de pesquisa como as metodologias
ativas e as ferramentas/estratégias educacionais utilizadas durante o curso que
influenciaram meu fazer enquanto trabalhador da saúde e na construção do
projeto aplicativo. Com o conhecimento adquirido e a imersão na metodologia
ativa de ensino e aprendizagem proporcionou mudança de paradigma
profissional, que me incitou a ampliação da autonomia e autogerenciamento do
processo de aprendizagem. No transcorrer das oficinas de trabalho para a
construção deste curso foram elaborados: o marco referencial para o perfil de
competência dos especializandos, os objetivos educacionais a serem
alcançados, as atividades de ensino-aprendizagem e o processo avaliativo a
fim de aprimorar a visão do especialista em vigilância em saúde. A utilização
das metodologias ativas de ensino-aprendizagem, procurando integrar teoria e
prática e valorizando o conhecimento inerente de cada ator dentro do seu
espaço geográfico. As atividades presenciais associadas às de educação a
distância, apoiadas por plataforma interativa, com foco no desenvolvimento de
ampliação da visão do especialista, apresenta a trajetória da busca do
conhecimento dos diversos assuntos trabalhados no curso e oferece a
oportunidade para compreensão da realidade e apresenta visões e caminhos
alternativos no processo de atuação dos profissionais de saúde, no seu saber
fazer cada vez mais diversificado.

Descritores: metodologias ativas de ensino aprendizagem, formação em


saúde, Especialista em Vigilância em Saúde.

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1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

O surgimento e ressurgimento de indagações, quanto aos


Porquês de nos aventurarmos em capacitações atrás de capacitações, estou
inserido neste contexto novamente, fui chamado a participar do processo de
especialização em vigilância em saúde, após pouco tempo de ser colocado na
coordenação do setor de vigilância ambiental (Ver memorial). Sempre
buscando melhorias para o coletivo e preocupado com a situação em que o
setor se encontrava aceitei o convite. Faço estas reflexões iniciais a fim de
justificar a razão e o porquê da minha participação no atual curso de
especialista em vigilância em saúde, analisando a situação da Secretaria
Municipal de Saúde e do setor de Vigilância Ambiental.

O referido curso teve como objetivo:

Contribuir com a melhoria da atenção à saúde, por meio da


capacitação de profissionais que atuam como preceptores em
cenários reais de cuidado à saúde, visando à reorientação
articulada dos modelos de atenção e de formação, no sentido da
ampliação da qualidade, do acesso e da integralidade do cuidado
em redes de atenção à saúde (PETTA et al., 2015, p. 23).

Como modelo pedagógico do curso foi utilizado a


“aprendizagem baseada em equipes (ABE) do inglês team-based learning
(TBL)”, em que temos que observar algumas características da metodologia da
problematização. No estudo sobre a problematização a aprendizagem baseada
em equipe precisam compreender os princípios fundamentais envolvidos na
aplicação desta estratégia educacional e a sequência de eventos necessária
para sua implantação efetiva.

O TBL tem particularidades (descritas ao longo deste texto) que


o diferenciam de outras estratégias para ensino em pequenos grupos, incluindo
o PBL (problem-based learning ou aprendizagem baseada em problemas). O
TBL pode substituir ou complementar um curso desenhado a partir de aulas

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expositivas, ou mesmo aplicando outras metodologias. Não requer múltiplas
salas especialmente preparadas para o trabalho em pequenos grupos, nem
vários docentes atuando concomitantemente. Além disso, propõe-se a induzir
os estudantes à preparação prévia (estudo) para as atividades em classe. O
instrutor deve ser um especialista nos tópicos a serem desenvolvidos, mas não
há necessidade que domine o processo de trabalho em grupo. Os estudantes
não precisam ter instruções específicas para trabalho em grupo, já que eles
aprendem sobre trabalho colaborativo na medida em que as sessões
acontecem. Tem sua fundamentação teórica baseada no construtivismo, em
que o professor se torna um facilitador para a aprendizagem em um ambiente
despido de autoritarismo e que privilegia a igualdade. As experiências e os
conhecimentos prévios dos alunos devem ser evocados na busca da
aprendizagem significativa. Neste sentido, a resolução de problemas é parte
importante neste processo. Além disso, a vivência da aprendizagem e a
consciência de seu processo (metacognição) são privilegiadas.

Outra importante característica do construtivismo é a


aprendizagem baseada no diálogo e na interação entre os alunos, o que
contempla as habilidades de comunicação e trabalho colaborativo em equipes,
que será necessária ao futuro profissional e responde às diretrizes curriculares
nacionais brasileiras. Finalmente, o TBL permite a reflexão do docente sobre a
prática, o que leva às mudanças de raciocínios prévios.

Estes aspectos do aprendizado foram muito enfatizados durante


a minha trajetória no IEP-HSL e passei a incorporar, após alguns meses no
curso, esta metodologia na discussão de problemas do setor, onde após a
apresentação dos problemas, procuro estimular a discussão na identificação
dos problemas do setor, e quais as possíveis causas , o que demandou novas
buscas e sua inserção no contexto social. Congratulo com o aprendizado que
tive nestes embates, partindo do princípio que “Hoje sei mais do que ontem e
amanhã serei melhor do que hoje”. Isto nos reflete a uma percepção
organizada e pronta para dar resposta às mudanças organizacionais,
imprescindíveis para a melhoria, e que o aprendizado é continuo e um
processo inacabado. Portanto, temos sempre o que aprender, pois o

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aprendizado não é um produto, mas uma sucessão de experiências
significativas.

Nos encontros ocorreu um fato muito interessante em que, a


Adivete - facilitadora, começou uma atividade como se fosse uma brincadeira,
onde todos os participantes foram solicitados a construírem uma espécie de
colar de papel, onde se escrevia os seus desejos e perspectivas etc. A seguir,
fomos solicitados a formar grupos de pessoas, onde não podia haver pessoas
da mesma instituição. Os grupos não deveriam ter pessoas da mesma
formação universitária. De tal sorte, os grupos tinham integrantes de variadas
profissões. Assim, foram formados os vários grupos diversidades e formando
um contexto de heterogeneidade, nas categorias profissionais e no
desempenho de funções. Fiquei a refletir sobre o que poderia produzir um
grupo formado por pessoas tão diferentes, vindas de instituições e profissões
diferentes e possuidores de visões amplas e diferentes, mas com objetivos
comuns voltados para a saúde pública.

Fiz apropriação destes aprendizados, pois confesso era um


tanto prático e de temperamento forte e, muitas vezes, decidia
intempestivamente. Após estas práticas posso afirmar que compreendi a
importância de refletir antes de se tomar uma decisão.

Conforme Freire (Freire 2011 e 2014), ensinar exige


compreender, e a educação é a principal forma de intervenção no mundo. O
citado autor (Freire 1979) relata que: analisar, melhorar, construir e produzir
conhecimento com base em reflexões das práticas é uma das melhores formas
de intervenção , concomitante com Matus, que refere-se à necessidade de
desenvolver capacidades para a construção do planejamento estratégico para
que os atores sociais sejam condutores do próprio futuro (Matus, 1993), e
ainda relata que o planejamento refere-se ao cálculo que precede e preside a
ação para criar o futuro, portanto, relaciona o presente com o futuro e o
conhecimento com a ação (Matus, 1996b). Se planejar consiste em uma ação
para sairmos de onde estamos e ir para onde queremos chegar, é através do
desenvolvimento da nossa capacidade de aprender e de aprender em grupo,

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que podemos avançar para uma maior potencialidade de ação e de intervenção
no mundo.

Dentro desta nova visão e em conjunto com o grupo afinidade


que procedemos a identificação dos problemas, na Árvore Explicativas, com a
identificação dos macroproblemas e sua priorização, iniciamos a construção da
analise situacional do setor de epidemiologia da secretaria municipal de saude
de Teofilo otoni PDE(o que significa?). Foram construídas as Árvores
Explicativas (ARs) sobre todos os macroproblemas priorizados. Esta ação é o
início de um planejamento? Não seria a análise situacional? Ou seja, o
conhecimento da realidade? entendendo esse processo como dinâmico e a
necessidade de melhoria continuada. Nesse contexto, todos os atores sociais
são importantes em torno do eixo da questão, inclusive os que se opõem ao
processo (Silva, 2001).

O levantamento da situação-problema do setor???. Inicialmente,


pensei o que seria desenvolver este projeto de identificação de
macroproblemas, percebi que o modelo de aprendizado seria diferente, pois
nós falávamos muito mais do que ouvíamos e as opiniões das pessoas eram
todas valorizadas e sem prévia crítica, assim, discutimos. Como já foi dito, as
pessoas emitiam opinião com base na sua percepção sobre determinada
situação e outras, detentoras de maior conhecimento e com uma percepção
diferente, emitiam opiniões distintas.

As vezes a resistência pode ser benéfica no sentido de evitar


erros embutidos no desejo de mudança, ou seja, manifestações de resistência
em um movimento de mudança podem ser importantes por apontar
determinados quadros ainda não vistos (Hernandez e Caldas, 2001).

Porem, as vezes as resistências provocam eletricidade e estas


provocam choques inevitáveis.

1.2 . OBJETO DE ESTUDO

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Descrever as diversas metodologias ativas e as ferramentas/estratégias
educacionais utilizadas durante o curso na construção do conhecimento.

1.3.QUESTÕES NORTEADORAS

• Qual a caracterização da baixa adesão dos estabelecimentos particulares de


saúde na notificação compulsória de doenças de notificações compulsórias.

14.JUSTIFICATIVA/RELEVÂNCIA

Pra dar início a construção do Projeto Aplicativo, inicialmente


assistimos a um vídeo com uma demonstração prática, realizado pelo time do
IEP-HSL, de como construir uma árvore explicativa (AE), onde foi descrito um
macroproblema, os descritores, as causas e as consequências. Um dos
ensinamentos mais importantes é a identificação do problema (macroproblema
e descritores) e percebermos que muitas vezes o que se descreve como
problema, pode ser a causa ou consequência.

O problema não pode ter uma concepção previa, mas abrir


espaço para soluções alternativas. É necessário possuir conhecimento prévio
da situação e do ambiente para que os problemas possam ser claramente
identificados e onde as soluções propostas tenham como ser verificadas a sua
viabilidade.

Como exemplo, cito que após apresentação sobre as


ferramentas utilizadas para desenvolvimento de um plano de ação, o Grupo
Afinidade, decidiu junto aos atores, desenvolver o plano de ação sobre o
problema relativo ao baixo número de notificações de agravos encaminhadas
pelo serviços privados (laboratórios) de saúde, problema que atinge os três
entes federados – Município, Estado e União.

II. REVISÃO DE LITERATURA

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Para se construir uma árvore explicativa, desenhada de forma
clara, sintética e precisa (Artmann, 1993; Riveira, 1995), o primeiro passo é a
identificação do descritor e que deve representar um só significado do
problema. Desta perspectiva, os descritores devem representar as distintas
interpretações de um problema, de forma qualitativa e quantitativa, servindo
como referência para avaliar o impacto de uma intervenção (Matus, 1996b).E
fundamental identificar as causas do problema, denominadas Nós Críticos.

O PORTFÓLIO

Originalmente, o termo “portfólio”, do italian portafoglio, que


significa “recipiente onde se guardam folhas soltas”, começou a ser
empregado em artes plásticas, em que o artista fazia uma seleção de
trabalhos que exprimiam sua produção. Esta modalidade de avaliação retirada
do campo das artes tem o objetivo de criar novas formas de avaliação para o
desenvolvimento das inteligências artísticas (ALVES, 2010). Segundo o autor,
portfólio enquanto instrumento de avaliação na educação, tem como finalidade
principal proporcionar uma visão integral do conhecimento do educando e o
seu desenvolvimento e evolução na área pessoal e educacional.
O portfólio evidencia-se como uma cartografia da realidade, que
possui a função de resgatar as ideias dentro do processo ensino
aprendizagem do curso. Funcionou como uma tomada de consciência, visto
que o nosso curso propõe uma aprendizagem em percurso. Segundo Otrenti
et al. (2011) o uso do portfólio reflexivo permite que o aluno se torne ético,
criativo, desenvolva sua habilidade de escrita e seja capaz de refletir sua
própria rotina.

A importância inicial não se faz presente apenas no portfólio em


si, mas o que o aluno pode aprender durante sua criação e registro das
situações que considerem significativas (Otrenti et al. 2011).

ESPIRAL DE SITUAÇÃO PROBLEMA ?? A situação-problema funciona


como disparador na Espiral Construtivista

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A espiral construtivista compõem o arco de Maguerez, o qual
se divide em cinco etapas, as quais em síntese seriam: observação da
realidade com a definição de um problema de estudo; identificação de pontos
chave do problema; teorização; hipóteses de solução e aplicação à realidade
pela prática transformadora. (MAGUEREZ, 1966).

Ao representar o processo ensino-aprendizagem na forma de


uma espiral, busca-se representar os movimentos desenvolvidos no trabalho
coletivo do grupo, no sentido de buscar identificar os conhecimento
adquiridos e buscar produzir novas sínteses e novos significados. Esta traduz
a importância das diferentes etapas educacionais no processo como
movimentos articulados e que se retroalimentam. Os movimentos são
desencadeados conforme as necessidades de aprendizagem, frente a um
estímulo.

PROJETO APLICATIVO

A construção do Projeto aplicativo é uma atividade


curricular que tem como base principal a construção de uma intervenção
factível na realidade. O nosso grupo Afinidade, teve por tarefa construir
o Projeto Aplicativo na nossa realidade de trabalho e área de afinidade,
no nosso caso a área de Vigilância em Saúde. Conforme o caderno de
orientações “Projeto Aplicativo- Termos de Referência” (CALEMAN,
2016) o projeto deveria seguir os passos do Planejamento Estratégico
Situacional e da Metodologia da Problematização, trabalhado através de
oficinas, dinâmicas e PPAs – Processamento de Projeto Aplicativo.
Sobre essa inserção na realidade Petta et al (2015, p.35)
afirmam que:
O projeto aplicativo é uma produção do tipo pesquisa-ação ou
pesquisa participativa que envolve todos os participantes de um
grupo afinidade. Contempla a seleção, pactuação caracterização
de um problema para a construção de uma proposta de
intervenção. Um dos objetivos da intervenção deve ser a

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melhoria dos processos de formação e de atenção saúde por
meio da articulação ensino-serviço.

A partir do mapeamento dos problemas, nós críticos e


potencialidades alvitramos como Projeto Aplicativo a criação de um Sistema
de Notificação Compulsória, com ênfase na rede privada de saúde, e
destacando o papel da vigilância em saúde como articuladores entre os
diversos prestadores de serviços de saúde, no processo de discussão e
diálogo, que além de permitir identificar nós críticos busca promover
transformações na realidade.

NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA

A notificação compulsória consiste na comunicação da


ocorrência de casos individuais, agregados de casos ou surtos, suspeitos ou
confirmados, do rol de agravos relacionados na Portaria (qual Portaria?), que
deve ser feita às autoridades sanitárias por profissionais de saúde ou qualquer
cidadão, visando à adoção das medidas de controle pertinentes. Além disso,
alguns eventos ambientais e doença ou morte de determinados animais
também se tornaram de notificação obrigatória.

REGULAMENTAÇÃO

Em 1975, foi instituída a Lei Federal nº 6.259, regulamentada


pelo Decreto nº 78.231 no ano seguinte, que estabelece a organização das
ações de Vigilância Epidemiológica, Vigilância Sanitária, do Programa Nacional
de Imunizações, prevendo inclusive as normas relativas à notificação
compulsória de doenças, dentre outras providências. De lá para cá, foram
editadas novas portarias do MS listando um rol de doenças/agravos/eventos
que devem ser notificados.
Atualmente, se encontra em vigor a Portaria nº 104/Gabinete do Ministro/MS de
25 de janeiro de 2011?? Portaria Nº 204 de 17/02/2016 é a mais atual. Além
de estabelecer o que deve ser notificado, essa Portaria diz quem pode notificar:
enfermeiros, médicos, odontólogos, médicos veterinários, biólogos,

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biomédicos, farmacêuticos e outros no exercício da profissão, bem como os
responsáveis por organizações e estabelecimentos públicos e particulares de
saúde e de ensino.

Conforme descrito na Portaria nº 5 de fevereiro de 2006, artigo


511: “Os profissionais de saúde no exercício da profissão, bem como os
responsáveis por organizações e estabelecimentos públicos e particulares de
saúde e ensino, em conformidade com a Lei nº. 6259 de 30 de outubro de
1975, são obrigados a comunicar aos gestores do Sistema Único de Saúde -
SUS a ocorrência de casos suspeitos ou confirmados das doenças
relacionadas nos anexo I, II e III desta Portaria. O não cumprimento desta
obrigatoriedade será comunicado aos conselhos de entidades de Classe e ao
Ministério Público para que sejam tomadas as medidas cabíveis”

ALVOS DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA

Segundo a Portaria nº 104/Gabinete do Ministro/MS, devem ser


notificados: Botulismo, Carbúnculo ou Antraz, Cólera, Coqueluche, Dengue,
Difteria, Doença de Creutzfeldt-Jakob, Doença Meningocócica e outras
Meningites, Doenças de Chagas Aguda, Esquistossomose, Febre Amarela,
Febre do Nilo Ocidental, Febre Maculosa, Febre Tifóide, Hanseníase,
Hantavirose, Hepatites Virais, Influenza humana por novo subtipo,
Leishmaniose Tegumentar Americana, Leishmaniose Visceral, Leptospirose,
Malária, Paralisia Flácida Aguda, Peste, Poliomielite, Raiva Humana, Rubéola,
Sarampo, Síndrome da Rubéola Congênita, Síndrome Respiratória Aguda
Grave associada ao Coronavírus (SARS-CoV), Tétano, Tuberculose,
Tularemia, Varíola, doença conhecida sem circulação ou com circulação
esporádica no território nacional que não constam no Anexo I da Portaria nº
104, como Rocio, Mayaro, Oropouche, Saint Louis, Ilhéus, Mormo, Encefalites
Equinas do Leste, Oeste e Venezuelana, Chikungunya, Encefalite Japonesa,
entre outras. Em âmbito estadual devem ser notificadas ortopóxiviroses,
Doença de Chagas Crônica, Micoses Sistêmicas (histoplasmose, criptococose,
coccidioidomicose, paracoccidioidomicose),

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SISTEMA DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE

Os Sistemas de Informação em Saúde são importantes


ferramentas para definição das prioridades no setor saúde, embora não sejam
utilizadas de forma sistemática.

A informação em saúde é considerada a matéria-prima para o


processo de tomada de decisões, principalmente para os níveis
locais, possibilitando a análise da situação de uma população. Desta
forma, um conjunto de informações correlacionadas com um evento
esporádico ou contínuo, fez gerar Sistema de Informação em Saúde
(SIS), que são norteadores e instrumentos para tomada de decisões.
(CAZOLA, 2008, p. 26).

Os Sistemas de Informação em Saúde (SIS) são ferramentas


importantes para estudos epidemiológicos, e possuem o objetivo de fornecer
informações para análise e para a melhor compreensão dos importantes
problemas de saúde, pois através deles é possível diagnosticar situações de
saúde para intervenções mais aproximadas do quadro de necessidade de uma
determinada população (MEDEIROS, et al. 2005). Os primeiros sistemas de
informação em saúde (SIS) surgiram em 1970, sendo utilizados para controlar
o faturamento apresentado por prestadores de saúde credenciados ao Instituto
Nacional de Previdência Social (INAMPS), porém atualmente usa-se para
construir informações sobre a saúde, pelo estabelecimento do Sistema Único
de Saúde (SUS) (Oliveira, et al 1989 apud Formazinha 2015).

A Lei 8.080/90 contemplou a elaboração dos SIS e estabeleceu


suas competências e organização, sendo normatizada sua operacionalização
em 1993, com a edição da Norma Operacional Básica NOB-1/93, que dentre
suas situações de gestão incluiu a descentralização do SIS como um
mecanismo para o gerenciamento nos níveis estadual e municipal (BRASIL,
1990). 21 Em novembro de 2003, o Ministério da Saúde disponibilizou um
documento referente a Política Nacional de Informação e Informática em Saúde
(PNIIS). Esta política tem como princípios e diretrizes norteadores a melhoria
do acesso e da qualidade no SUS; a transparência e segurança das
informações; o suporte da informação para tomada de decisão por parte do
gestor e profissional de saúde (BRASIL.2013). Por meio de fragmentação do

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SIS, há sistemas que são utilizados para diversas funções, dentre os quais
destacamos alguns: Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), que
contém dados sobre a mortalidade no país, de uma forma confiável que
possibilitou a captação de dados; o Sistema de Informações de Nascidos Vivos
(SINASC), que tem como objetivo reunir informações referente ao nascimento
informados em território nacional; O Sistema de Informação do Programa
Nacional de Imunizações (SI-PNI), que o objetivo é possibilitar o registro dos
imunobiológicos aplicados e do quantitativo populacional vacinado.

SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE AGRAVOS DE NOTIFICAÇÃO (SINAN)

O Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN),


foi implementado no Brasil de 1990 até 1993, com a implantação do aplicativo
Sinan-DOS que era um teste piloto realizado em dois Estados brasileiros,
Santa Catarina e Pernambuco. Porém não havia regularidade oficial do MS,
que poderia definir normas especificas sobre o manuseio e manutenção do
sistema para ser utilizado por outros Estado e Municípios para notificação dos
casos de doenças de notificação compulsória nacional (IBGE.2016;
LAGUARDIA, et al.2004). Em 1998 o Sinan foi regularizado através da Portaria
nº 1.882, de 18 de Dezembro de 1997, que traz a normas e diretrizes do Piso
de Atenção Básica, tornando obrigatório a alimentação dos dados nacionais
pelas três esferas. Tendo como objetivo registrar e processar os dados sobre
agravos de notificações em todo o território nacional, fornecendo informações
para análise do perfil da morbidade e contribuições para a tomada de decisões
em nível municipal, estadual e federal. Suas funções são coletar, transmitir e
disseminar dados gerados pelo Sistema de Vigilância Epidemiológica por meio
das três esferas, sendo composto por pequenos 22 módulos, flexível de uma
rede informatizada para apoiar o processo de investigação e subsidiar a análise
de das informações das doenças que são notificadas. Existem documentos
básicos, que complementam entre si as informações sobre cada caso
notificado. O primeiro é a ficha individual de notificação (FIN), que conforme a
portaria MS/GM nº5 de 21 de fevereiro de 2006; deve ser preenchida pelas

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unidades assistenciais a partir da suspeita clínica da ocorrência de algum
agravo de notificação compulsória ou outro agravo sob vigilância. E a ficha
individual de investigação (FII), que engloba campos específicos de orientação
para a investigação do caso. Consecutivamente, as secretarias estaduais ou
municipais de saúde são responsáveis pela impressão, numeração e
distribuição dos formulários (BRASIL.2008).

METODOLOGIA

Trata-se de um relato de experiência a partir da realização do


curso de Especialização em Vigilância em Saúde. Realizei a seleção para a
especialização em 2017 por incentivo da Coordenação de Vigilância em Saúde
da Secretaria Municipal de Saúde de Teófilo Otoni- MG. Totalmente diferente
dos cursos que eu já havia participado, justamente por ser totalmente
construído sobre as bases pedagógicas das metodologias ativas. Conforme
Gadotti (1998 apud Marin et al., 2010) metodologias ativas são aquelas em
que a atividade de ensino está pautada na realidade social imediata, na qual é
feita uma análise dos problemas e seus fatores determinantes e a partir daí
busca-se organizar uma ação intencionada a transformar a realidade.

Baseada em equipe ou Team Based Learning (TBL) e


finalmente o Grupo Afinidade que foi definido pela equipe do IEP a partir de
nossas afinidades de formação e área de atuação, e que tinha como tarefa
principal a problematização da nossa realidade de trabalho para a construção
de um Projeto Aplicativo na Realidade.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O deslocar de saberes e de posturas, provocado pelo curso, de


um lugar passivo de simples coadjuvantes de conhecimentos em consonância

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com os métodos tradicionais, passamos a protagonistas principais,
participando ativamente da construção do nosso saber, e tendo muito mais
responsabilidade no processo ensino-aprendizagem. A valorização do ensino
centrado na realidade produz um ensino dissociado do serviço e das reais
necessidades do sistema de saúde vigente.

Ao produzir o projeto aplicativo, percebi que o fator principal da


metodologia ativa não é a metodologia em si, ou a técnica, mas sim a postura
dos docentes, é a postura dos discentes que se faz fundamental na forma
como é interpretada a relação sujeito/objeto na aprendizagem, nas relações
que se estabelecem. Estas relações são baseadas na realidade e na bagagem
existente do discente que lhe faculta agir sobre sua realidade. Nesta técnica o
conhecimento não são passadas prontas, ao contrário são construídas através
das experiências, pesquisas e reflexões do discente em comunhão com o
grupo, proporcionando um agir na realidade.

No contexto em que história é gerada pode criar espaços de


reflexão do passado e inspiração para a transformação do futuro.

OBS: Joaniz, notável seu esforço na construção do TCC. Parabéns por isto!
Contudo, preciso lhe fazer algumas considerações: 1- a narrativa não sintetiza
o título, não lhe dá identidade. 2- Percebe-se também a falta de um
encadeamento entre as partes narradas. É como se faltasse uma sequência
lógica entre elas. 3- Falta ainda, reflexão sobre o perfil de competências
proposto pelo Curso, levando em conta o ponto de partida e o de chegada...
Repito aqui o que disse a Bruno: “a quem muito se deu, muito será cobrado!”
Rs, rs, rs

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