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Fisioterapeuta e sanitarista. Mestre em Planejamento Territorial e Doutorando em Saúde Pública (Fiocruz). Professor do
colegiado de Fisioterapia da Faculdade São Francisco de Juazeiro.cdornells@hotmail.com
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Fisioterapeuta e Professora do Colegiado de Fisioterapia Faculdade São Francisco de Juazeiro. Mestre em Engenharia
Ergonômica pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Coordenadora do grupo de pesquisa em Pilates na dor
lombar crônica inespecífica da Faculdade São Francisco de Juazeiro.
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Fisioterapeuta e Professor do Curso de Fisioterapia da Faculdade São Francisco de Juazeiro. Mestrando do Programa de
Pós-Graduação Formação de Professores e Práticas Interdisciplinares – Mestrado profissional. Membro do Grupo de
Pesquisa em Saúde Coletiva (GPESC). denilsonoliveira88@hotmail.com
RESUMO
O mundo e as sociedades têm passado por transformações intensas. Nelas, incluímos também as transformações nos
campos dos saberes e práticas humanas. Nesse cenário, temos nos perguntado como tornar significativos os conteúdos
acadêmicos dos currículos dos cursos de graduação. É com essa consigna que este trabalho foi desenvolvido, sendo seu
objetivo discutir as diferentes ferramentas de ensino-aprendizagem disponíveis atualmente, bem como refletir sobre a
importância das metodologias ativas para a formação dos profissionais da saúde. Assim, nos debruçamos sobre a literatura
disponível e analisamos à luz da atualidade e da cientificidade os principais temas relacionados a essas novas formas de
ensinar e de aprender. Ainda em tempo, será discutido, breve e sinteticamente, nesse intercurso, os aspectos mais
relevantes para a formação de facilitador de grupos de metodologias ativas.
Palavras-chave: Educação. Metodologias ativas. Ensino-aprendizagem. Aprendizado. Facilitação.
ABSTRACT
The world and societies have under gone profound transformations. These transformations also include the changes in
the fields of human knowledge and practices. In this scenario, we have asked ourselves how to become significant
academic contents of the curriculum of undergraduate courses. It is with this objective that this work was developed,
being your objective to discuss the different teaching and learning tools available today, as well as reflect on the
importance of active methods for the training of health professionals. Thus, we look back on the literature and analyzed
in the light of current scientific and key issues related to these new forms of teaching and learning. Just in time, it will be
discussed soon and synthetically, in passing, the most relevant aspects for the training facilitator of active methodologies
groups.
Keywords: Education. Active methodologies. Teaching and learning. Learning. Facilitation.
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exequível especialmente em contextos de discussão em sala e uma avaliação através
recursos limitados. de atividades e fóruns na Internet. Como a
Aprendizagem Baseada em avaliação é muito rápida, o educador pode
Projetos – Geralmente é uma abordagem modificar o conteúdo das próximas aulas de
utilizada de forma multidisciplinar. acordo com as necessidades dos alunos,
Valoriza muito mais a discussão do criando um sistema de aulas “sob medida”
problema-base do que a sua solução, uma para a turma (ARAUJO & MAZUR, 2013).
vez que a proposta é lançada ao grupo Aprendizagem Baseada em Times
(FERNANDES, FLORES e LIMA, 2010). – Cada conteúdo é estudado previamente
O problema é real e colocado de forma que pelo educando, em equipe. Os
os discentes tenham que perceber todas as conhecimentos são avaliados em grupo e
implicações de suas ações. Ao final do cada grupo é responsável por apresentar à
projeto ele é apresentado com seus sala o que aprendeu. A proposta é que os
resultados esperados. grupos discutam na mesma sala
Peer Instruction – Também simultaneamente, valorizando a
conhecido como Instrução pelos Colegas, aprendizagem baseada no diálogo e na
utiliza perguntas de múltipla escolha para interação entre os alunos (BOLLELA et al.,
debater temas e verificar as dificuldades. 2014). A avaliação é tanto individual como
Em outros casos, o educador lança uma em grupo. Por fim, os conteúdos são
situação hipotética e averigua, através de trabalhados de forma prática.
votação entre os educandos, quais os Método de Casos – Consiste num
possíveis resultados. O educador então estudo de caso que contém um dilema a ser
levanta discussões acerca do ponto estudado pelos alunos. O caso é apresentado
estudado a fim de que os educandos e discutido pela sala, oportunidade em que
cheguem à resposta (ARAUJO & MAZUR, o educador faz uma série de
2013). O método de votação permite que o questionamentos direcionadores. O caso
educador perceba a dimensão das dúvidas também pode conter seu desfecho, situação
dentro da sala de aula. na qual ele é utilizado para julgar se o
Just-in-time teaching – através posicionamento adotado é, na visão dos
desse método, as ferramentas tecnológicas educandos, o mais adequado. O estudo dos
dão uma resposta quase instantânea sobre a casos pode ser utilizado individualmente ou
assimilação do educando. O conteúdo da em grupo, e pode-se também disponibilizar
aula é disponibilizado previamente nos casos diferentes para os grupos, de maneira
meios eletrônicos. Em seguida, há
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a abordar diferentes temas (SILVA & aprendizagem. São processadas em dois
BENEGAS, 2010). momentos, sendo o primeiro denominado
Simulações – A realidade é síntese provisória (exploração de uma
apresentada de forma lúdica para a situação com identificação de
compreensão dos educandos. Os temas são conhecimentos prévios e das fronteiras de
colocados de forma prática em que o aprendizagem expressas nas questões de
educando deve se comportar como se aprendizagem) e o segundo, nova síntese
estivesse frente a uma situação real. Em (socialização das buscas e novas
algumas situações pode-se dispor de atores informações para a construção de novos
que interpretem as situações. O aprendizado saberes e partir das questões de
é mais facilmente fixado, pois ocorre o aprendizagem e da análise crítica das
processo de sinestesia. A simulação informações) (BRASIL, 2012; LIMA et al.,
favorece um significado lógico para o 2015).
conhecimento passado, de forma que o Metodologia Espiral
educando entende a importância do Construtivista – é fundamentada na
conteúdo para a sua formação (VARGA et abordagem construtivista, na metodologia
al., 2009). científica e na aprendizagem baseada em
O problema é visto como uma situações problemas (SP’s). É representada
situação desconhecida, que gera uma em uma espiral, pois traduz a relevância das
necessidade e que motiva os indivíduos a diferentes etapas educacionais no processo
buscarem uma solução. As soluções podem ensino-aprendizagem, como movimentos
ser convergentes (únicas) ou divergentes articulados e que se retroalimentam. Os
(quando diferentes caminhos são possíveis). movimentos são desencadeados conforme
Existem distintas classificações para as necessidades de aprendizagem, frente a
problema: bem ou mal definido; simples ou um disparador ou estímulo para o
complexo; longos ou curtos; familiares ou desenvolvimento de capacidades (BRASIL,
desconhecidos. Essas variedades podem ser 2012; LIMA et al., 2015).
sintetizadas em três tipos de problema: os Para o processamento de uma SP
enigmas ou quebra-cabeças; problemas com base na espiral construtivista é
estruturados; e problemas desestruturados necessário, inicialmente, que os
(JONASSEN, 1997). participantes do grupo identifiquem os
As situações-problema (SP) são problemas a serem abordados (ideias força).
elaboradas pelos autores e cumprem o papel A sistematização desse levantamento é
de disparadoras do processo de ensino- fundamental para o sucesso das etapas
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seguintes do processo. Assim, o relacionar três momentos ou movimentos: a
processamento de uma Situação Problema identificação de um problema, a busca de
(SP) se dá pela articulação entre a fatores explicativos e a proposição de
abordagem construtivista, a metodologia solução ou soluções.
científica e a aprendizagem baseada em Todo esse processo é acompanhado
problemas a partir da exploração de um por uma avaliação formativa da
disparador, que é a SP (LIMA et al., 2015). aprendizagem do estudante, que objetiva
A partir do processamento da identificar: a exploração do conhecimento
situação problema e da narrativa da prática, prévio dos mesmos, o desenvolvimento do
o processo ensino-aprendizagem vai se raciocínio clínico e epidemiológico, a
constituindo no movimento em espiral, o formulação de hipóteses, a busca e análise
qual compreende seis passos: O primeiro é crítica do conhecimento necessário para
a identificação do(s) problema(s); o melhor explicar o problema, e a formulação
segundo é a formulação de explicação; o de planos de cuidado para situações
terceiro é a elaboração de questões de individuais e coletivas. Assim, a avaliação
aprendizagem; o quarto é a busca de novas não se dá ao final do processamento, mas
informações; o quinto é a construção de também durante todo o processo de
novos significados; e o sexto e último passo desenvolvimento.
é a avaliação do processo Aprendizagem baseada em equipe
(ALBUQUERQUE et al., 2010). ou Team Based Learning (TBL) – é uma
Segundo Zanotto e De Rose (2003), metodologia educacional que inicialmente
a habilidade de problematizar, como a foi desenvolvida como alternativa às
habilidade de relacionar de forma coerente exposições para grandes grupos, mas
e sequencial, possui três momentos: a durante o desenvolvimento pode envolver
identificação de um problema, a busca de estratégias de aprendizagem também em
explicação e a proposição de soluções, pequenos grupos. A estratégia utilizada
sendo essa habilidade alvo da ação favorece a aprendizagem ativa e a
educativa. Segundo as autoras, o ensino ampliação de saberes entre os participantes.
dessa habilidade pode ser planejado por A aprendizagem no método TBL
meio de qualquer metodologia que se refere necessita de planejamento e preparo prévio
ao estudo de problemas, mas o que é comum e, para sua realização, é preciso que ocorra
a todas elas é que estão pautadas no uma divisão em três momentos: o primeiro
trinômio PROBLEMA– EXPLICAÇÃO – momento é o estudo/análise individual do
SOLUÇÃO. Dessa forma, o aprendiz deve material (contexto/cenário); o segundo
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momento é a verificação do conhecimento observados, simulados e/ou vivenciados. A
prévio (teste individual/em equipe), partir dessa reflexão, os estudantes
levantamento de dúvidas e feedback; e o assumem uma postura ativa na construção
terceiro momento refere-se à aplicação de dos seus conhecimentos, uma vez que esses
conceitos. problemas são identificados por eles
Para que ocorra uma efetiva mesmos e passam a servir como
aprendizagem, o TBL enfatiza três “trampolins” que permitem integrar teoria e
elementos de efetiva vinculação que são: prática e estudar as necessidades concretas
responsabilização individual e coletiva nas que irão se deparar quando profissionais.
atividades propostas; interação do grupo
para o desenvolvimento do trabalho A formação do facilitador de grupos de
individual e grupal; motivação e abertura metodologias ativas
para troca de conhecimento e construção
coletiva (BRASIL, 2012). A primeira pergunta que nos
Os desafios que a estratégia de TBL fazemos é “Qual o significado de
impõe são: a promoção do engajamento das competência? ”
equipes e a manutenção de sua motivação, O termo competência surgiu
uma vez que, sua maior fortaleza reside na primeiramente na educação profissional,
construção coletiva de conhecimento quando em alguns países industrializados
(inteligência coletiva), na força do trabalho havia necessidade de integrar o sistema
em equipe e na sua potencialidade de educativo com o produtivo. Assim, o
construção de projetos, resolução de modelo de competências passou a ser uma
problemas e formulação de questões. A proposta viável em decorrência das
força da aprendizagem em equipe é mudanças no mundo do trabalho, que
resultado da qualidade da participação de apontavam para a necessidade de um novo
todos (BRASIL, 2012). perfil do trabalhador. A formação mais
Pode-se perceber que as ampla do trabalhador já havia sido
metodologias ativas descritas possuem uma defendida por educadores e passou a ser
homogeneidade entre elas. Isso porque a também um foco dos empresários com
concepção educativa adota a pedagogia objetivo de formar um profissional com
crítico-reflexiva na construção do maior autonomia, iniciativa e com
conhecimento. Nesse sentido, o estudante é capacidade de resolver problemas
estimulado a refletir sobre os problemas (DEPRESBITERIS, 2005; RON & SOLER,
encontrados na realidade, que podem ser 2010).
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No contexto educacional, O saber-fazer desvela as técnicas, os
competência é um saber-mobilizar, ou seja, procedimentos, as estratégias que
não se trata somente de uma técnica ou mais constituem as atividades do trabalho. Os
um saber, e sim, de uma capacidade de saberes destacam a dimensão dos
mobilizar um conjunto de recursos, conhecimentos técnicos e tecnológicos que
conhecimentos práticos, esquemas de devem embasar um saber-fazer mais
avaliação, ação, ferramentas, atitudes a fim consciente e fundamentado. O saber-ser diz
de enfrentar com eficácia situações respeito não só a atitudes, mas a valores, e é
problemáticas, complexas e inéditas por meio deles que os outros saberes
(PERRENOUD, 1997). adquirem uma organização social. A
A discussão sobre as competências importância do saber-ser pode ser
no contexto educacional desvelou e considerada na perspectiva de uma
continua a desvelar aspectos educacionais dimensão social, pois vem expressar o que
de fundamental importância. Alguns desses parece ter sido sempre uma preocupação: a
aspectos são os da necessidade de ética de uma profissão. De que adianta um
mobilização integrada de vários saberes, de profissional extremamente bem preparado
reformulação dos currículos das instituições tecnicamente se suas atitudes são
de educação profissional, da inovação nos antiéticas?
conteúdos e formas de capacitação de Dessa forma, o reconhecimento de
professores e, principalmente, de uma uma competência não é apenas identificar
avaliação de caráter mais dinâmico e situações a serem controladas ou resolvidas,
formativo. mas sim orientar questões éticas
Em função desse novo cenário, a pertinentes. Isso porque competência é
importância e exigência de uma formação entendida como uma habilidade para
mais ampla ficaram evidentes no Brasil com enfrentar uma família de situações
a Lei de Diretrizes e Bases da Educação análogas, que envolve mobilizar de forma
Nacional – LDB de 1996. Nos documentos rápida, pertinente e criativa múltiplos
que definem as diretrizes para a educação recursos cognitivos que se relacionam com
profissional, a competência é vislumbrada valores, saberes, atitudes, avaliação e
como a capacidade pessoal de articular raciocínio (MESETTO, 2003).
autonomamente os saberes (saber, saber Sobre o fato de desenvolver
fazer, saber-ser e saber-conviver) inerentes competências, Belloni (2002) esclarece que
a situações concretas de trabalho. a redefinição do papel do professor é crucial
para o sucesso dos processos educacionais
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presenciais ou a distância. Sua atuação Inconformismo Radical (grifo nosso).
tenderá a passar do monólogo sábio da sala “Inconformismo” porque recusa as
de aula para o diálogo dinâmico dos tendências conservadoras, assumindo o
laboratórios, e-mail, fórum, telefone e caráter emancipatório do indivíduo.
outros meios de interação mediatizadas e da “Radical” porque os valores que persegue
construção coletiva do conhecimento tem se estendido a um largo espectro de
através da pesquisa em equipe questões. É pensando nesse paradigma da
interdisciplinar. saúde coletiva que as metodologias ativas
A compreensão das competências de ensino-aprendizagem, em especial na
pelo facilitador poderá ajudá-lo a exercer área da saúde, ganham consistência e
melhor o processo de ensino-aprendizagem materialidade.
na medida em que proporcionará a Não se contentando com velhos
identificação das condições ou requisitos paradigmas de ensino, baseados na
necessários para exercer a função, das passividade do aprendiz no processo, as
competências que possui e das lacunas de metodologias ativas buscam colocar o
aprendizagem existente. Tal competência estudante no centro do processo, tornando-
está relacionada na habilidade de se corresponsável pelo aprendizado, sempre
"competência prática" no âmbito do ensino, buscando com que se desenvolva um olhar
ou seja, o facilitador deverá ser capaz de amplo acerca do ser humano,
definir e ajustar projetos com base nos compreendendo suas múltiplas dimensões.
objetivos e nos princípios de ética Desse modo, uma primeira competência
propostos, de analisar suas práticas e, consiste em entender que o conhecimento é
através desta análise, se autoqualificar ao uma construção coletiva, dinâmica e
longo de toda sua carreira (LEME, 2005). autônoma.
Mas então, quais são as Segundo Costa (2000), outra
competências que um facilitador de grupos competência que os facilitadores devem
de metodologias ativas deve possuir? Como desenvolver reside na capacidade de
desenvolvê-las e aplicá-las na facilitação reconhecer que podem contribuir para a
de grupos no processo de ensino- transformação da realidade na qual ele
aprendizagem em saúde? próprio está inserido e onde os aprendizes
Segundo o professor José Ayres se colocam, transpondo saberes para além
(2002), na obra “Sobre o risco- para da sala de aula. Mas, como o facilitador
compreender a epidemiologia”, a Saúde pode desenvolver tal competência?
Coletiva brasileira nasceu do
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Hager e Gonczi (2006) nos Segundo Coll (2000), o
fornecem um caminho. Para eles, estabelecimento de relações pressupõe a
a prática é o eixo estruturante a partir do capacidade de articulação entre distintas
qual se estabelece o confronto experiencial
com a realidade e se propicia a reflexão e a áreas do saber, num processo flexível e
construção de saberes para o
desenvolvimento profissional. Assim, é na multiprofissional. Assim, o facilitador deve
ação, no desempenho frente a novas
situações, que o profissional pode utilizar ter a capacidade de integrar diferentes
conhecimentos e habilidades conhecimentos, de modo a atender as
ressignificados por meio do conjunto de
seus valores pessoais. (p.17) necessidades de cada integrante do grupo de
facilitação.
A partir da prática e do contato com
O facilitador ainda deve ser capaz de
a dinâmica social é que as competências são
identificar as necessidades de aprendizagem
desenvolvidas. Dentre elas, cita-se a
individuais e coletivas, de estimular o
capacidade de reflexão sobre os múltiplos
pensamento científico e crítico e apoiar a
saberes, de receber e de emanar críticas e de
produção de novos conhecimentos,
compreender que as verdades são múltiplas
apresentando uma postura aberta à
e vão se solidificando na medida em que são
transformação do contexto.
objetos de reflexão.
Muitas outras competências ainda
Desse modo, acentua Cyrino e
são necessárias: capacidade de tomada de
Torales-Pereira (2004), trata-se de uma
decisão, de trabalho em equipe, de
aprendizagem baseada em descobertas e
construção participativa, de autonomia e de
redescobertas, valorizando o aprender a
aprimoramento da capacidade colaborativa.
aprender, significando que a construção de
conceitos acontece por meio da experiência,
Importância das metodologias ativas na
a qual direciona para os conteúdos que
formação de profissionais na área da
devem ser aprendidos, numa perspectiva
saúde
construtivista.
Além dessas, o facilitador deve ter
Para Braccialli e Oliveira (2011) a
capacidade de liderança, caracterizada pela
formação com o uso das metodologias
horizontalidade das relações interpessoais
ativas diferencia-se do ensino tradicional,
que envolvam compromisso,
que envolve a exposição do conteúdo por
comprometimento, responsabilidade,
meio da oratória, elemento fundamental da
autonomia, empatia e habilidades para
técnica em que o docente diz o que deve ser
tomar decisões.
feito e cabe ao estudante memorizar o
conteúdo sem refletir sobre o conhecimento
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para incorporá-lo à prática. As entre os indivíduos envolvidos no processo
metodologias ativas proporcionam a ensino-aprendizagem. Nesse ponto, o
reflexão sobre os pensamentos e as facilitador deve encorajar a
experiências práticas, oferecendo construção/formação de um ambiente
oportunidade para mudar o que pensamos e protegido para que o processo ensino-
fazemos por meio da análise crítica leva ao aprendizagem se enraíze, como ferramenta
entendimento integral da saúde. transformadora.
A formação dos profissionais de Uma segunda questão que precisa
saúde precisa evoluir com o propósito de ser trabalhada nesse processo é como o
construir um profissional capaz de conduzir resultado do aprendizado coletivo
de forma autônoma seu processo de representa a aprendizagem de cada
aprendizagem ao longo da vida, sendo indivíduo do grupo. Para isso, o
capaz de se adaptar às mudanças, planejamento das atividades é um
raciocinando criticamente e tomando elemento-chave no processo.
decisões fundamentadas em sua própria Nessa perspectiva o planejamento
avaliação (HENRIQUE et al., 2006). educacional, segundo Coaracy (1972) é um
A primeira importância é que a “processo contínuo que se preocupa com o
“para onde ir” e “quais as maneiras
aprendizagem se dá no e para o grupo. adequadas para chegar lá”, tendo em vista a
situação presente e possibilidades futuras,
Nesse sentido, é mister o que Chiessa et al., para que o desenvolvimento da educação
atenda tanto as necessidades do
(2007) nos apresenta quanto a importância desenvolvimento da sociedade, quanto às
do grupo: do indivíduo” (p.79).
Struchiner e Giannela (2005) soma das partes, sendo cada uma dessas
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aprendizagem. Segundo (WEIZ, 2002) as o respeito mútuo, a identificação de lacunas
situações de aprendizagem devem reunir de aprendizagem e a avaliação formativa.
algumas condições em que os educandos:
-Precisem por em jogo tudo o que CONSIDERAÇÕES FINAIS
sabem e pensam sobre o que se quer ensinar.
-Tenham problemas a resolver e A partir das questões abordadas nesta
decisões a tomar em função do que se revisão narrativa, podemos concluir que:
propõem a produzir.
-A organização da tarefa pelo 1- As metodologias ativas representam uma
facilitador garanta a máxima circulação de mudança de paradigma de ensino-
informação possível. aprendizagem no Brasil, tendo como base o
-Aconteça o diálogo entre o ensino e aprendizado significativo e democrático;
a aprendizagem. 2- O sucesso das metodologias ativas está
Zanolli (2004) coloca que as novas na possibilidade de conjugação de
práticas incluem uma nova concepção no estratégias diversas, conforme a
planejamento e construção de conteúdos e necessidade de aprendizagem do grupo,
objetivos educacionais. Esse processo de considerando também os saberes prévios de
transição através do planejamento inclui a cada aprendiz;
mudança do ensinar-aprender com 3- O facilitador deve relacionar um
observação passiva dos estudantes, para ao conjunto de competências nas áreas de
aprender a aprender, com participação ativa gestão e de educação e;
dos aprendizes, ou seja, do centrado no 4- As metodologias ativas configuram-se
professor para centrado no estudante. Esse como uma nova possibilidade de formação
processo centrado no aprendiz permitirá a na área da saúde.
construção do conhecimento crítico e
reflexivo individual conectado com o REFERÊNCIAS
coletivo.
ALBUQUERQUE, V.S.et al. Spaces of
Além disso, o mesmo autor sinaliza
knowledge construction and evaluation in
que o planejamento das atividades the integrated curriculum of unifeso’s
nursing graduation course Revista de
educativas deve considerar também a
pesquisa: cuidado é fundamental- online
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ALMEIDA, E.R. et al. Aplicação dos
resolver problemas, o aprender a aprender, Ciclos de Aperfeiçoamento da Prática
Profissional na Educação Permanente
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colegas e ensino sob medida: Uma metodologias ativas como recurso didático
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