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Capitulo II: Tipologia da supervisão pedagógica

2.1 Tipos da supervisão quanto a finalidade

Tomando em consideração que o processo de supervisão pedagógica pode assumir


diversos objectivos ou finalidades, há que salientar que destas diversas finalidades
encontramos diversas tipologias de supervisão. Esta tipologia tem em vista sustentar
as diversificadas funções de supervisão pedagógica.

Segundo Tales (1997: 135), existem quatro classes ou tipos de supervisão


pedagógica que seguidamente apresentamos:

2.1.1. Supervisão corretiva

Este tipo tem caráter fiscalizador, pois que a sua essência está na identificação de
faltas, lacunas e defeito dos professores sem antes investigar as suas causas. Este
tipo de supervisão não considera as diferenças individuais dos professores, ela
supõe que todos os professores devem ser iguais e por conseguinte devem ser
tratados e cobrados da mesma maneira. Embora tenha seu lado positivo quando
bem aplicado merece crítica pelo facto de seus executores buscarem apenas erros
não se preocupando com os aspectos positivos que se verificam no trabalho do
supervisionado.

Pode se considerar pouco cientifica, superficial por tratar apenas dos sintomas sem
averiguar as profundas causas que determinam as deficiências.

Pelo que neste tipo de supervisão a que se ter cuidado de:

 Tratar as pessoas e situações como se fossem todas iguais;


 Considerar os problemas isoladamente;
 Actuar de maneira empírica e justa;
 Provocar atitudes emocionais no professor.

Em geral, este tipo de supervisão utiliza-se quando se descobre problemas com


objectivos de evitar mas consequências.

2.1.2. Supervisão escolar autocrática

Esta é a que se enfatiza a autoridade do supervisor, que é quem tudo prevê e


providencia para o funcionamento da ação da escola.
Assim a supervisão se enfatiza nas mãos dos supervisores de quem surgem todas
as ordens, sugestões e direções para a melhoria dos processos de ensino.

A atuação da supervisão autocrática pode ser caracterizada pela:

 Emissão de ordem e controla o seu cumprimento;


 Exigência pelo seguimento de uma linha mais legal do que pedagógica
baseada na realidade do professor;
 Ideias de ser capaz de encontrar soluções para todas as dificuldades, qual
“repositório da sabedoria didática pedagógica”;
 Procura em impor-se pela autoridade e pela intimidade ao invés de captar a
confiança e desenvolver a cooperação entre ele e o professor;
 Não utiliza a possível cooperação dos professores, sacrificando, assim o seu
espirito criador;
 Negligencia das diferenças individuais dos professores nem as sensibiliza
com as diferenças que podem apresentar as diversas situações de ensino e
aprendizagem.

2.1.3. Supervisão democrática

Atuação do supervisor, pelo contrário, modifica o panorama sombrio, cria um


ambiente de compreensão, liberdade, respeito e criatividade que muito facilita o
trabalho de supervisão na escola. Este por sua vez é caracterizado:

 Por usar procedimentos científicos para o exame da situação sugeridas com


relação ao processo de ensino-aprendizagem;
 Aplicar o mais possível as normas das relações humanas para relacionar-se,
trabalhar com os procedimentos e demais pessoas envolvidas no processo
educativo;
 Respeitar a responsabilidade e a maneira de ser de cada membro com quem
tenha de trabalhar, procurando incentivar o diálogo e a discussão em bases
democráticas de maneira que todos possam sentir-se a vontade de cooperar
espontaneamente;
 Estimular a iniciativa e criatividade de todos, para que formas de atuações
didáticas sejam encontradas, para a melhoria do processo de ensino e
aprendizagem;
 Estimular cada professor a encontrar sempre que possível por si, soluções
para os seus problemas;
 Procurar constantemente auto-avaliar, a fim de melhorar cada vez mais a sua
própria ação.

2.1.4. Supervisão clínica

Enquanto que a supervisão em geral actua de fora para dentro impondo aos
professores soluções técnicas relactivamente aos processos, aos conteúdos, as
estratégias, aos materiais e a realização do ensino na sala de aula, a supervisão
clínica, pelo contrário, actua de dentro para fora, pondo ao centro na observação e
reflexão do próprio ensino e na colaboração, entreajuda dos colegas.

Trata-se de uma autentica colaboração entre colegas que, na clínica da sala de aula,
procuram a interação do processo de ensino-aprendizagem como solução e de
mudanças.

O atributo clinico não tem qualquer conotação com o tratamento de anomalias


psíquicas, espelha apenas a influência do modelo clinico da formação dos médicos
em que a componente pratica do curso se realiza no hospital, na clínica em que o
supervisor adopta uma atitude de atenção e apoio as necessidades do formando.

No caso dos Professores, a clínica é a sala de aula. Da analise das características


do modelo de supervisão clinica deduz-se que a sua utilização é mais apropriada no
contexto da formação contínua do que no da formação inicial.

Smyth citado por Alarcão e Tavares (2003: 118), atribui grande importância a
supervisão clinica por entender que é o modelo que oferece aos professores, no
contexto da formação continua, mais possibilidades de tomarem consciência do seu
poder e das suas responsabilidades na adaptação da escola a um mundo em
mudança.

A supervisão no seu sentido original é entendida como processo de envolver os


professores na análise das suas práxis de modo a que os problemas que vão
surgindo dêem origem a hipóteses e soluções que, experimentadas pelo próprio
professor possa contribuir para uma pratica de ensino mais eficaz, mas também
mais comprometida, mais pessoal e mais autentica.
A supervisão clinica assim entendida não pode, de modo algum, ser reduzida a um
mero processo de fiscalização em que a supervisão fora e dentro da sala de aula
esquadrinha e inspeciona com um olhar superior a atividade de qualquer outro
professor.

2.2. Tipo de supervisão quanto a abrangência

2.2.1. Supervisão escolar

É o serviço de apoio de todas as atividades que tenham influencia no processo de


ensino-aprendizagem, visando a sua melhor planificação, coordenação, e execução
para que sejam entendidas as necessidades e aspirações dos alunos e da
comunidade, bem como a efetivação dos objetivos traçados (NAHIA, 2001: 8).

2.2.2. Supervisão educacional

É uma orientação e assistência técnico-profissional em matéria de educação, ou


ainda de acordo com NAHIA (2001:8), é um sistema de comportamentos
formalmente designados que interactua diretamente com o sistema de
comportamento do professor para aumentar a probabilidade do alcance dos
objetivos educacionais. Esta por sua vez deve:

 Ser para todos e proporcional: pelo que todos merecem supervisão nem
tudo corre bem. Podem se superar algumas dificuldades, porem existem
outras que precisam de pessoas que vem “acima de”.
 Ser cooperativa: Tanto o supervisor como o supervisionado deve colaborar
na supervisão para que se torne uma ação frutífera. O caráter do supervisor
tem uma função preponderante no estabelecimento duma supervisão que
tenha base cooperativa.
 Ser organizada e preparada com antecedência: Para um supervisor é
importante saber que área serão supervisionadas, que factores serão
supervisionados e quando serão supervisionados. O Plano da supervisão
deve ser conhecido pelos supervisionados para evitar surpresas e que
confundam com inspeção.
Exercícios práticos

1. Apresente de forma pormenorizada sobre as principais desvantagens da


supervisão corretiva?

2. Quais são os pontos iguais entre a supervisão corretiva e a supervisão escolar


autocrática?

3. Quais são os benefícios da supervisão democrática para os dias de hoje?

4. Descreva os tipos de supervisão quanto a abrangência

5. Depois da leitura destes conteúdos relacionados a tipologia da supervisão, diga


por palavras suas a diferença existente entre a supervisão escolar e a supervisão
educacional.

6. Porquê que se diz que a supervisão educacional deve ser cooperativa?

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