APRESENTAÇÃO
Sobre o curso
Objetivos gerais
Para alcançar esses objetivos, este curso está estruturado em três módulos:
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Importante
Prezado(a) cursista, este curso traz como metodologias de aprendizagem diferentes es-
tratégias e recursos didáticos como cenários interativos, contextualização de temas por
meio de casos concretos e árvores de decisão, com foco na rotina de trabalho das esco-
las. A intencionalidade é que você possa compreender as ações a serem tomadas nos
diversos contextos e interações com os estudantes a partir de exemplos práticos, emba-
sados pelos conceitos norteadores do Programa Ensino Integral (PEI). No que se refere à
Tutoria, o objetivo é que você possa reconhecer situações possíveis no ambiente escolar,
com as quais já tenha se deparado ou, até mesmo, ouvido falar em conversas com outros
profissionais da educação, podendo, assim, subsidiá-lo nas ações que você desempenha
no dia a dia.
A SEDUC-SP ressalta que as personagens e os casos relatados são fictícios, cujo propósi-
to é proporcionar a reflexão e apoiar os profissionais na tomada de decisão.
Diário de bordo
O Diário de bordo é uma prática que permitirá a você, cursista, organizar de forma conci-
sa suas ideias sobre as informações aqui tratadas e acompanhar o seu desenvolvimento,
identificando pontos a serem aperfeiçoados. Ao final do curso, você poderá revisitá-las
e estabelecer um plano personalizado para futuras formações. Tudo isso é importante
para você desenvolver e aprimorar as habilidades de autoavaliação.
É no Diário de bordo que você deve anotar informações, dados, algo que chamou sua
atenção, soluções e dicas para que sejam analisados, adequados ou replicados por você
e sua equipe, conforme a realidade da escola em que atua.
Você pode utilizar um caderno, um bloco de anotações, uma agenda ou, então, se você
prefere utilizar tecnologia e recursos digitais, poderá fazer um Diário de bordo on-line,
utilizando o computador, tablet ou smartphone.
Tome nota
Todas as vezes que vir os ícones “Importante”, “Tome Nota” ou encontrar alguma in-
formação que julgue interessante, anote no seu Diário de bordo. Além disso, registre
também as ideias que forem surgindo durante o percurso dos módulos e não econo-
mize na criatividade!
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Ao longo dos módulos, o curso dispõe de diversas atividades para que você possa
checar seus conhecimentos. Essas atividades possuem caráter formativo e não serão
contabilizadas para aprovação.
Bons estudos!
Fale Conosco
Importante
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Tutoria
MÓDULO 1
CONHECENDO A TUTORIA
Apresentação do Módulo
Cursista, o incentivo e o apoio aos estudos durante a vida escolar são, sem dúvida,
fundamentais para que o processo de aprendizagem, o desenvolvimento integral do
estudante e a postura protagonista sejam desenvolvidas. Para atingir esses objetivos,
uma relação mais próxima entre o professor e os estudantes é um diferencial e essa
proximidade pode ser estabelecida por meio da Tutoria.
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Objetivos de aprendizagem do Módulo
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Unidade 1
O que é a Tutoria
Diário de bordo
Anote em seu Diário de bordo as informações que achar mais relevantes a respeito desta
animação: https://youtu.be/Jigg6SwtrEk.
Retomando o conceito que o Professor Ricardo explicou, a Tutoria é uma das meto-
dologias do PEI que tem como finalidade atender os estudantes nas suas diferen-
tes necessidades e expectativas, visando, de modo integrado, coordenar as demais
ações pedagógicas desenvolvidas na escola. Sendo assim, o tutor deverá conhecer e
ter acesso às informações sobre o estudante: seu Projeto de Vida e os resultados do
seu desempenho acadêmico.
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Podcast
Agora que você ouviu um pouco sobre os conceitos de Tutoria, ouça os podcasts com as
considerações dos professores que já vivenciaram essa metodologia.
Podcast 1: Ana Célia
Ana Célia Rodrigues dos Santos Oliveira é professora do PEI na Escola Luciana Cardoso
Latorre, DER Osasco: https://midiasefape.educacao.sp.gov.br/ava/pei/039_PEI0055_M1_Tu
toria_Podcast_Ana_Celia.mp3.
Podcast 2: Viviane
Viviane Admertides de Sousa Torres é professora do PEI na Escola Itajahy Feitosa Martins,
DER Barueri: https://midiasefape.educacao.sp.gov.br/ava/pei/040_PEI0056_M1_Tutoria_
Podcast_Viviane.mp3.
Diário de bordo
Agora é com você! A partir do que foi exposto até aqui, anote em seu Diário de bordo
quais são as suas primeiras impressões sobre a Tutoria.
E que tal comparar suas anotações com as anotações que Marcel fez sobre a Tutoria, de-
pois da conversa que teve com Ricardo? Observe o esquema que ele montou.
7
Como vimos no mapa mental de Ricardo, a Tutoria é baseada em um dos Princípios
do PEI, a Pedagogia da Presença. Vale lembrar que o Programa Ensino Integral (PEI)
está fundamentado em quatro princípios:
Protagonismo juvenil
Princípio em que os jovens são incentivados a serem os personagens principais da prática
educativa, potencializando a participação ativa e construtiva, tornando-se parte da solução
dos problemas que vivenciaram.
Quatro pilares da educação
• Aprender a conhecer: competência cognitiva.
Educação interdimensional
Pedagogia da Presença
Fazer-se presente, próximo, sem oprimir nem inibir; sabendo afastar-se no momento opor-
tuno, encorajando o estudante a tomar decisões e a agir com liberdade e responsabilidade.
Saiba mais
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Unidade 2
Pedagogia da Presença
9
Ao exercer a Pedagogia da Presença, precisamos estar cientes da necessidade de uma
Escuta Ativa, pois, dessa forma, a Tutoria se materializa no ambiente escolar. Além
disso, a Pedagogia da Presença tem algumas particularidades que devem estar em
nosso radar.
Como isso seria na prática?
A professora Silmara está iniciando no PEI. Ela chama a atenção de todos os estudan-
tes, pois, mesmo com pouco tempo na escola, ela já cumprimenta a todos pelo nome.
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Sempre brinca perguntando se lembram o nome dela, provocando uma resposta.
Além disso, ela está sempre atenta às conversas dos seus tutorados.
Foi em uma dessas observações que percebeu a angústia de uma de suas tutoradas,
Lígia, com relação à escolha de uma profissão, e, na primeira oportunidade, a chamou
para uma conversa.
— Lígia, podemos falar? Eu ouvi você falando que deseja ser médica? É fantástico!
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A professora responde:
— Lígia, sabia que minha irmã é médica? Foi uma longa caminhada. Todos da família
precisaram entender que ela precisaria estudar muito. Você já falou para seus pais
sobre sua vontade?
Silmara responde:
— Lígia, os sonhos são alimentos para a vida. É muito bom a gente ter metas, vonta-
des, objetivos que nos incentivam a caminhar e buscar coisas diferentes.
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— Tenho uma sugestão, vamos pesquisar algumas coisas sobre a medicina, as uni-
versidades públicas, elas são gratuitas. Se você se preparar antecipadamente, poderá
realizar seu sonho. Você pode mostrar para seus pais para que eles também sonhem
em ter uma filha médica. O que acha?
Lígia responde:
— Professora! Eu? Em uma universidade pública? Já pensou?!
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1. Reflita sobre o cenário e anote com atenção as ações da professora Silmara que se
referem à Pedagogia da Presença. Será que ela exerceu a Pedagogia da Presença?
Na sua opinião, ela praticou a Escuta Ativa?
2. Acompanhe os lembretes a seguir, que destacam as ações que não podem faltar no
exercício da Pedagogia da Presença. Reflita sobre o cenário que acabou de ler, com-
pare com suas anotações e registre os pontos relevantes em seu Diário de bordo!
b) Faz parte das ações pedagógicas da escola, então todos os educadores têm seus
tutorados, inclusive os gestores. Isso é importante para que se estabeleçam vín-
culos com os estudantes para cumprir o objetivo da .
Saiba mais
Indicações de leitura:
COSTA, Antônio Carlos Gomes da. A Presença da Pedagogia: teoria e prática da ação
socioeducativa. São Paulo: Global, 2001.
ESPÍRITO SANTO. Secretaria da Educação. Pedagogia da presença. Disponível em:
https://sedu.es.gov.br/Media/sedu/EscoLAR/Pedagogia%20da%20Presen%C3%A7a.pdf.
Acesso em: 13 set. 2021.
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Unidade 3
15
Fonte: https://efape.educacao.sp.gov.br/ensinointegral/wp-content/uploads/2021/03/PEI_GE_TT_VOL-UN_
2021-diagramado.pdf.
Atenção
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Unidade 4
Caro(a) cursista, agora vamos conhecer os atores da Tutoria e seus papéis nas es-
colas do PEI.
Tutores
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A seguir, veja as principais atribuições dos tutores.
Recorrer à mediação escolar, com o intuito de acionar a rede de proteção social para o
tutorado em situação de vulnerabilidade.
Realizar momentos de Tutoria individual com seus tutorados, no mínimo, duas vezes
ao mês, registrando-os em documentos especialmente elaborados para esse fim.
Vice-diretor
É o responsável pela Tutoria nas escolas do PEI. Cabe a ele a organização, o desenvol-
vimento e o monitoramento das ações de Tutoria na escola. É o Vice-diretor quem
implementa os procedimentos para a apresentação dos tutores aos tutorados, pro-
move os trâmites para a escolha dos tutores, organiza e monitora as ações de Tutoria
durante todo o ano letivo. O Vice-diretor também desempenha o papel de tutor para
alguns estudantes da escola.
A atuação do Vice-diretor é muito importante para que a Tutoria alcance o êxito es-
perado entre os estudantes, uma vez que ele será o responsável pela articulação das
ações planejadas aos Projetos de Vida dos estudantes. Além disso, nas escolas do PEI,
é ele quem atua na mediação de conflitos.
Observe, no infográfico a seguir, o passo a passo da dinâmica de ações que o Vice-di-
retor deve implementar em sua rotina de Tutoria.
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Fonte: SÃO PAULO (Estado). Secretaria da Educação. Ensino Integral. Caderno do Professor: Procedi-
mento passo a passo. 2021. Disponível em: https://efape.educacao.sp.gov.br/ensinointegral/wp-content/
uploads/2021/03/PEI_PR_GE_PPP_VOL-UN_2021_Diagramado.pdf. Acesso em: 13 set. 2021.
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Tome nota
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5. Agora, vamos testar nossos conhecimentos sobre a atuação da equipe escolar na Tutoria.
Indique os responsáveis pelas atribuições abaixo.
V – Vice-diretor
P – PCG
T – Tutor
( ) Monitorar e acompanhar os momentos de Tutoria por meio dos registros elabo-
rados e das reuniões de alinhamento periódicas com os tutores.
( ) Criar oportunidade para a realização das Tutorias individuais com seus tutora-
dos, no mínimo, duas vezes ao mês e registrá-las em documentos específicos de
acompanhamento e produção de evidências.
( ) Organizar ATPCG para promover reflexões, enfatizar e socializar pontos de inte-
resse identificados por meio das Tutorias, dando destaque às suas relações com
os Projetos de Vida de cada estudante.
21
Unidade 4.1
Atuação do tutor
Como um tutor precisa agir para atingir seus objetivos junto ao seu tutorado?
Deve estimular o tutorado a refletir sobre como encontrar as respostas para as situações e
para os problemas levantados, conhecendo sua história de vida, sua trajetória escolar, seus
sonhos e seus objetivos.
O que um tutor deve significar para seu tutorado?
O tutor será um guia, um companheiro de jornada. Entre tutor e tutorado devem existir la-
ços de confiança, concretizados em uma relação de compromisso mútuo.
Quais procedimentos o tutor deve adotar para incentivar o tutorado a conhecer seus
potenciais?
Monitorar os processos referentes à excelência acadêmica, acompanhar o desempenho dos
estudantes no Currículo Paulista e na Parte Diversificada, conhecer o Projeto de Vida do tu-
torado para apoiar sua construção, oportunizar diálogos que favoreçam o protagonismo e a
autonomia necessárias a esse processo.
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Podemos, então, entender que o tutor será um agente que atua conscientemente para
impulsionar seus tutorados, visando sua formação integral. Para isso, devem estar pre-
sentes na vida dos estudantes para acolhê-los e orientá-los em sua construção de conhe-
cimentos, sempre com vistas à elaboração e desenvolvimento de seus Projetos de Vida.
2. É escolhido pelo estudante para acompanhar sua trajetória escolar, apoiá-lo e orien-
tá-lo em suas fragilidades de aprendizado, promovendo o autoconhecimento e o
aprimoramento de habilidades por meio de posicionamento crítico e reflexivo so-
bre a realidade, com vistas à construção e desenvolvimento de seu Projeto de Vida.
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Unidade 5
Até aqui, vimos o conceito, a organização e os responsáveis pela Tutoria. Agora vamos
falar sobre como essa metodologia pode ser colocada em prática na escola.
Vamos resgatar as orientações do Caderno do Professor – Procedimento Passo a Pas-
so (PPP) sobre a Tutoria:
“[...] 3.1. Diretor e Vice-diretor organizam uma reunião com os Líderes de Tur-
ma para solicitar sugestões dos estudantes, para a criação dos critérios de
escolha dos tutores;
3.2. Diretor e Vice-diretor organizam uma reunião com os Líderes de Turma
para discutir, organizar e definir os critérios sugeridos pelos estudantes;
3.3. Vice-diretor divulga os critérios da escolha dos tutores para todos os es-
tudantes.” (SÃO PAULO (Estado). Secretaria da Educação. Ensino Integral.
Caderno do Professor: Procedimento passo a passo. 2021. p. 99.)
Chegou a hora de formar os Líderes de turma para estes formarem os estudantes
sobre o que é a Tutoria, suas características, horários e como acontecerá a escolha
dos tutores.
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Vamos assistir ao vídeo depoimento da professora Vanessa Tatiane Gonçalves, da
E. E. Prof.ª Maria José Moraes Salles da DER de Bragança Paulista: https://www.you
tube.com/watch?v=KsVyvN-e9vE.
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Estação 1 – Sensibilização e inferência
Vamos praticar
Dizem que, em algumas regiões do mundo onde venta bastante, as árvores têm dificul-
dade de crescer de forma perpendicular ao solo. O frágil caule das plantas mais jovens
muitas vezes se quebra, interrompendo a vida de muitas árvores. Decidido a resolver
esse problema, um jovem agricultor começou a pensar em uma solução.
Ajude o jovem agricultor da história a resolver a questão das plantas que se quebram
ao vento.
Podcast
Ouça o podcast com um Líder de Turma orientando os estudantes sobre Tutoria: https://
midiasefape.educacao.sp.gov.br/ava/pei/038_PEI0045_TUTORIA_M1_Podcast_Fabio_
lider_de_turma.mp3.
b) Nem todos os estudantes precisam ter um tutor, apenas os estudantes que apre-
sentam dificuldades com o Projeto de Vida.
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Estação 3 – Definindo a formação dos estudantes
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Diário de bordo
Agora é com você, cursista! Registre em seu Diário de bordo sua proposta de formação para
os Líderes de Turma e como conduzir a construção coletiva da formação dos estudantes.
Não economize na criatividade, este exercício potencializará o desenvolvimento das
competências socioemocionais em você também!
Até aqui, vimos como acontece a formação dos Líderes de Turma e dos demais estu-
dantes da escola, agora vamos ao passo seguinte.
É o estudante que indica quem ele gostaria de ter como tutor, por isso o Vice-diretor,
juntamente com os Líderes de turma, define como será o momento e os critérios da
escolha do tutor, pois os tutorados devem ser distribuídos de maneira equilibrada en-
tre os tutores.
Uma sugestão é orientá-los para que cada estudante indique até três tutores para si,
em que a primeira opção indicará a prioridade. Veja o exemplo:
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É comum os estudantes escolherem seus tutores por grau de afinidade, por exemplo,
o professor que considera mais legal, ou aquele que ministra o componente curricular
com o qual o estudante tem mais facilidade, a PCG, a Vice-diretora ou a Diretora que
sempre se faz presente durante os intervalos, almoço, nos Clubes Juvenis e/ou demais
espaços da escola. No entanto, essa situação não se apresenta como uma dificuldade
ou motivo que não o incentive a ser um tutor, pelo contrário. Na Tutoria, há trocas de
experiências e a aproximação entre tutores e tutorados, e isso fortalece as relações
interpessoais. Por isso, você que não tem tanta afinidade com as turmas, pode encon-
trar na Tutoria caminho para essa proximidade.
Importante
Atenção
Essa prática deve ser previamente acordada com todos os educadores, para que nin-
guém se sinta desconfortável. Se for o caso, a fotografia poderá ser substituída por um
avatar ou outra imagem que permita aos estudantes identificarem o educador.
Ficou com dúvida? A seguir, vamos conferir alguns exemplos de perfis e, quem sabe,
inspirar para a reprodução desta prática em sua escola.
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Gostou da ideia? Se todos concordarem, os perfis poderão ser disponibilizados
também on-line, na fanpage (página para fãs; página criada para ser um canal de
comunicação dentro de uma rede social, como Facebook, Instagram e afins), blog
(diário da rede; tipo de site onde se registram artigos em ordem cronológica) ou
website (página eletrônica; site da internet) da escola.
A indicação de tutores pelos estudantes é um procedimento rápido e pode ser rea-
lizado durante as aulas com os estudantes em suas respectivas salas. Assim, o Líder
de Turma recolhe as cédulas com o nome e as indicações de cada estudante de sua
respectiva turma e as entrega para o Vice-diretor.
Chegou a hora de apurar os resultados da escolha de tutores!
Vale lembrar
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Encerramento do módulo
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Gabaritos
1. Resposta pessoal.
2. Resposta pessoal.
3. a) Um apoio ao estudante, uma orientação que colabora com a formação integral, com o
objetivo de desenvolver o estudante em três dimensões: acadêmica, pessoal e profissional.
b) Faz parte das ações pedagógicas da escola, então todos os educadores têm seus tuto-
rados, inclusive os gestores. Isso é importante para que se estabeleçam vínculos com os
estudantes para cumprir o objetivo da tutoria.
5. A sequência correta é: V; T; P; V.
7. Alternativa correta: a.
Comentário:
Assim como um tutor, a estaca tem a função de apoiar os jovens estudantes a se desenvolve-
rem, estabelecendo laços e uma relação de confiança. Construir uma redoma de cultivo pode
proteger a planta do vento, mas não oferece as condições para que ela possa se desenvolver,
pois a coloca em um ambiente fechado e isolado.
8. Alternativa correta: c.
Comentário:
Contar com o apoio dos líderes de turma para formar os demais estudantes da escola vai pro-
mover o Protagonismo Juvenil e auxiliar no desenvolvimento das competências socioemocio-
nais relacionadas à autogestão, ao engajamento com os outros e à amabilidade. A alternativa
a não está correta, porque apenas os educadores (professores, PCA, PCG, vice-diretor e dire-
tor) exercerão a função de tutor. A alternativa b não está correta porque todos os estudantes
devem ter um tutor. A alternativa d não está correta porque concentrar todas as ações de
formação para Tutoria não favorecerá o Protagonismo Juvenil, nem o desenvolvimento de
competências socioemocionais nos estudantes.
Ilustrações, esquemas, infográficos e tabelas das páginas 7, 11, 15, 16, 17, 18, 19, 20, 23, 25,
28, 29, 30 elaborados para o curso. Demais imagens: Getty Images.
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Anexo 1
PLANEJAMENTO DE TUTORIA
Introdução
O compromisso do Programa Ensino Integral é atuar na formação integral dos jovens e
adolescentes e, para isso, traz um conjunto de metodologias e práticas diferenciadas. A Tutoria é
uma dessas práticas, que visa o acompanhamento, o apoio e a orientação dos alunos durante seu
percurso escolar, por meio de encontros sistemáticos entre tutor e tutorado. Com a implantação do
Programa Ensino Integral em escolas de dois turnos, ou seja, escolas que tenham em cada
turno carga horária de sete horas, é necessário reservar um tempo específico para o Planejamento
de Tutoria.
Justificativa
As escolas do Programa Ensino Integral com carga horária de sete horas contam com um
intervalo mais curto para o almoço. Logo, o intervalo reservado para a Tutoria tem menos tempo
nestas unidades. Diante da necessidade de estruturar a Tutoria de maneira que atenda às
necessidades dos alunos e, ao mesmo tempo, oriente os educadores a organizarem essa prática,
estabeleceu-se um tempo específico para a mesma, o Planejamento de Tutoria.
Objetivo
O Planejamento de Tutoria configura-se em um espaço/tempo destinado à organização
de Tutoria nas Escolas do Programa Ensino Integral de dois turnos, de modo que possa:
• Impactar a aprendizagem dos alunos, incentivando o desenvolvimento de seus Projetos de Vida.
• Aprimorar o processo de ensino-aprendizagem.
• Fortalecer a sistematização de dados colhidos na Tutoria para produção de indicadores.
Processo
Tutoria e Projeto de Vida
A Tutoria é uma interação pedagógica em que tutores acompanham e se comunicam com
seus estudantes de forma sistemática e individual, dando suporte para o seu desenvolvimento e
avaliando a eficiência de suas orientações com vistas ao fortalecimento do Projeto de Vida, sob
três dimensões de orientação: a pessoal, a acadêmica e a profissional.
● A orientação pessoal tem como foco o autoconhecimento, a ampliação do senso
crítico, o desenvolvimento da autonomia e a tomada de decisões de forma reflexiva do
estudante.
1
1
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● A orientação acadêmica apoia o aluno por meio de temas e conteúdos disciplinares, auxilia-
o nas interações em sala de aula e a superar dificuldades em relação à adoção e à
consolidação de hábitos de estudos, além de dar suporte para a organização da sua vida
escolar.
● A orientação profissional, por sua vez, apoia o aluno, estimulando-o a identificar suas
habilidades pessoais para que faça a escolha acadêmica e profissional de acordo com sua
personalidade, suas aptidões e seus interesses.
Escuta Ativa e Pedagogia da Presença
Para estabelecer uma relação de confiança com o aluno, o tutor deve demonstrar
disponibilidade e compromisso para apoiá-lo em seu processo de desenvolvimento. Durante os
momentos de interação entre aluno e tutor, é importante que o tutorado seja estimulado a refletir
sobre o assunto em questão até chegar a uma conclusão sobre o que está sendo discutido. Para
isso, é necessário que o tutor tenha uma escuta ativa e respeitosa: estabeleça, na conversa, uma
relação de empatia com o tutorado, mostrando interesse e consideração pelo seu ponto de vista. É
fundamental destacar a importância da dimensão ética que deve orientar a relação entre tutor e
tutorado.
Como desenvolver uma escuta ativa?
1. Procure ser acolhedor, buscando compreender os pensamentos e sentimentos do aluno.
2. Esteja disponível para ouvir seu tutorado, sem interrompê-lo ou criticá-lo. Ele deve perceber que
você se interessa pelo que ele fala.
3. Mesmo que você discorde das opiniões e/ou atitudes do tutorado, respeite o que ele pensa. Cabe
ao tutor ter uma postura ética e acolhedora que incentive no tutorado uma curiosidade crítica e uma
prática reflexiva sobre suas próprias opiniões a partir de outra perspectiva.
Operacionalização
1-) Tutoria
O Planejamento de Tutoria, como prática a ser adotada nas Escolas do Programa Ensino
Integral de dois turnos, não está previsto na Matriz Curricular, devendo adequar-se em 1 horário
semanal disponível em cada turno de sete horas.
Neste momento, todos os docentes atuando como tutores, devem se organizar junto
aos seus tutorados para estabelecerem as ações de Planejamento de Tutoria.
2
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Os espaços escolares para essa prática extrapolam as salas de aulas, podendo acontecer
na sala de leitura, pátio, laboratório de Informática, quadra e outros espaços.
● Planejar (Plan) é definir o que, quem e como agir para atingir os propósitos definidos,
estabelecendo, também, com que indicadores a ação será monitorada.
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● Executar - Fazer (Do) é colocar em prática o que foi anteriormente planejado. Quando a
fase do planejamento é feita com o cuidado necessário, a etapa do fazer se torna uma ação
efetiva, pois será muito mais simples implementar o planejado e corrigir situações
excepcionais em função de contratempos que ocorram pontualmente.
● Checar (Check) é monitorar os resultados das ações desenvolvidas. Essa fase possibilita
verificar se as estratégias adotadas (ou seja, o “trajeto percorrido” para a implementação
daquela ação) estavam adequadas para o alcance do resultado esperado, o que permite a
correção das rotas de maneira a conduzir, necessariamente, ao alcance do resultado
esperado.
● Agir/Ajustar (Act) significa proceder aos ajustes identificados a partir da avaliação dos
resultados parciais ou finais apurados, para a melhoria contínua e para que se obtenha o
maior êxito possível ao final daquela ação, atingindo-se, assim, os objetivos.
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Plano do Tutorado
Fazer (Do) Minhas ações e atitudes: Minhas ações e atitudes: Minhas ações e atitudes:
Agir (Act) O que preciso resolver? O que preciso resolver? O que preciso resolver?
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Dinâmica para o Planejamento de Tutoria
O primeiro encontro entre tutores e tutorados, realizado no Planejamento de Tutoria, deve
estabelecer combinados sobre o objetivo da Tutoria, o papel do tutor e a relação esperada entre os
colegas.
Para debater essas questões sugere-se a divisão da lousa em 3 partes e a formação de uma
roda de conversa, onde os estudantes possam colocar suas contribuições e discutir com os
colegas. Os estudantes devem registrar na lousa uma síntese dos combinados para as 3 questões
propostas. Esta atividade proporciona, além da elaboração do produto em si (lista de combinados),
um momento para o tutorado aprender a falar e a ouvir, respeitar, valorizar-se como indivíduo e
como parte do grupo.
O tutor deve mediar essa conversa e, ao final, pactuar os combinados com os tutorados, de
acordo com aquilo que foi registrado pelos estudantes. Estes combinados objetivam proporcionar
um momento rico em aprendizagem para os estudantes, em que todos se sintam acolhidos e
confortáveis para refletir, discutir e planejar ações alinhadas ao seu Projeto de Vida.
Nas semanas seguintes, o tempo de 45 min, destinado ao Planejamento de Tutoria, deve
ser organizado da seguinte maneira:
Nos 15 minutos seguintes: os estudantes deverão formar duplas para trocarem entre si
suas reflexões. A partir do preenchimento do seu Plano de Tutorado, eles poderão compartilhar
com sua dupla os caminhos que desenharam no seu plano para lidar com determinada questão ou
discutir como suas ações conduziram ao status em que se encontram hoje cada uma das situações-
problema mapeadas. O propósito dessa interação é o aprimoramento das relações interpessoais,
o exercício da tolerância, do respeito ao outro e a si mesmo, permitindo a criação de laços positivos,
por meio da colaboração, para a superação dos problemas.
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desenvolvimento do sentimento de pertencimento ao grupo e a corresponsabilidade nas ações
coletivas.
Ele também funcionará como uma rotina para o estudante refletir sobre as trocas que tem
com seu tutor.
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Tutoria
MÓDULO 2
ATUAÇÃO DO TUTOR: IMPORTÂNCIA E CONTEXTOS
Apresentação do módulo
1
Importante
2
Unidade 1
O papel do tutor
3
Cenário 1 – Virgílio, Daniel e o Projeto de Vida
Realizando esta atividade, Virgílio pôde colocar-se ao lado de Daniel e apoiá-lo na idea-
lização de seu Projeto de Vida. Esse posicionamento lateral entre tutor e tutorado con-
duziu Daniel à reflexão, abordando os aspectos da sua vida acadêmica, profissional e
pessoal.
4
1. Cursista, agora vamos exercitar sua habilidade como tutor frente a três possíveis res-
postas do tutorado Daniel no item 4 da atividade proposta por Virgílio.
Avalie qual feedback é o mais adequado para Daniel em cada situação.
I. Daniel, o que você acha que seu eu do futuro quis dizer com a expressão “ter um
futuro melhor”?
II. Daniel, você terá que estudar mais se quiser ter um futuro melhor.
I. Daniel, como você acha que deveria ser esse treino para se tornar o melhor joga-
dor do mundo?
II. Daniel, você já falou com o professor de Educação Física? Quem sabe ele pode
treiná-lo ou até mesmo te indicar para uma escola de futebol!
I. O que é que você anda fazendo que o fará tão realizado daqui a 15 anos?
II. Você considera todas as suas ações e atitudes adequadas para sentir-se feliz e
realizado daqui a 15 anos?
5
Tome nota
Você percebeu como uma atividade simples e personalizada pode abrir possibilidades
para as tutorias? Pois então, este é o papel do tutor: auxiliar seus tutorados a desenvol-
verem suas potencialidades e orientá-los a buscarem soluções para os desafios que en-
contrarem na execução do Projeto de Vida.
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Unidade 1.1
Até aqui, compreendemos que a Tutoria abarca três dimensões da vida dos estudan-
tes: a acadêmica, a profissional e a pessoal. Contudo, sabemos que os problemas e
conflitos sociais podem existir em todos os lugares, e o tutor deve estar atento quan-
do abordar as questões pessoais dos tutorados, pois o foco é auxiliá-los a encontrar as
respostas para seus desafios e dificuldades, e não opinar sobre questões particulares.
Agora, vamos analisar situações para entender melhor como acontece a Tutoria como
apoio pedagógico e acadêmico na prática com o Ensino Fundamental – Anos Finais e
o Ensino Médio.
Diário de bordo
Não se esqueça de fazer anotações sobre suas impressões em seu Diário de bordo nem
de desenhar propostas e adaptações para sua realidade escolar.
7
Cenário 1 – Anos Finais: Professora Malu e sua tutorada
Malu é professora dos Anos Finais do Ensino Fundamental em uma escola PEI. Uma
de suas tutoradas, bem extrovertida, vem relatando que está com dificuldades de
entender alguns conteúdos de Matemática. Contudo, Malu ministra aulas do compo-
nente Arte e se considera pouco preparada para auxiliar sua tutorada com cálculos,
por isso procura a professora de Matemática.
A professora de Matemática informa a Malu que está trabalhando ângulos e polígo-
nos regulares com a turma da tutorada e também que um dos colegas de turma tem
muita facilidade com esse objeto de conhecimento.
Durante a Tutoria, Malu conversa com sua tutorada e verifica o caderno da estudante, pe-
dindo para que ela aponte as atividades em que tem maior dificuldade para solucionar.
No intervalo, Malu procura o estudante citado pela professora de Matemática e per-
gunta se ele poderia auxiliar sua tutorada com alguns exercícios.
A partir desse cenário, vamos analisar algumas hipóteses do que pode acontecer.
I. Malu conversa com sua tutorada e com o estudante e pergunta como ambos
poderiam se ajudar, auxiliando-os a construir um plano de estudo.
II. Malu combina e organiza um momento durante a Tutoria para ambos os estu-
dantes se encontrarem e realizarem os exercícios de Matemática.
8
b) Situação 2: O estudante não se sente muito à vontade em ajudar e diz que depois
conversa com a colega para ver do que ela precisa.
I. Malu conversa com o tutor do estudante e descobre que ele tem dificuldades
em História, componente em que a tutorada de Malu tem muita facilidade, en-
tão organiza um encontro entre estudantes para combinar como eles poderiam
se ajudar.
II. Malu conversa com sua tutorada e diz a ela para procurar o colega durante as aulas
de Matemática e pedir para ele ajudá-la, sem informar ao garoto antecipadamente.
c) Situação 3: O estudante afirma que não tem muita afinidade com a colega e não
tem interesse em ajudá-la.
II. Malu respeita o posicionamento do estudante e recomenda que ele crie uma
rede para compartilhar seus conhecimentos com sua turma, até que o auxílio
chegue a sua tutorada. Além disso, Malu sugere a ela uma videoaula sobre a
construção de ângulos utilizando folhas de papel e prepara uma pequena folha
com figuras de polígonos regulares para a tutorada colorir e nomear.
Saiba mais
9
Cenário 2 – Ensino Médio: Fofoca e fake news – que vírus contagioso!
“Geente, vocês sabiam que vão sortear um carro pra quem tirar 10 em todas as ativida-
des do Curso?”
Ai, ai, ai... Imaginem se essa conversa se espalha entre nós, cursistas? Que confusão
essa fake news iria gerar?! E depois... Como desfazer tudo isso? A fofoca é algo muito
comum entre nós, pois a ideia de saber de fatos que envolvem as pessoas à nossa
volta, sejam familiares, amigos, colegas de trabalho, sejam políticos, estimula nossa
curiosidade. E, quanto mais secreto parece ser o fato, mais interessante ele se torna.
Na escola, então...
Podcast
Agora que você ouviu o podcast, apresentamos a atividade proposta pelo tutor Luigi,
a fim de auxiliar sua tutorada.
10
No dia de sua Tutoria coletiva, Luigi chama sua turma, para tomarem um suco no
jardim, debaixo de uma árvore. Reúne os estudantes, entre eles a Luna, e propõe
uma brincadeira:
— Vamos lá, fica todo mundo em pé e virado de costas, menos o Theo. Vou fazer uma
mímica e só ele vai presenciar. Depois, ele faz a mímica a que assistiu ao próximo colega,
enquanto todos continuam de costas, e assim por diante, até chegar no último. Ao final,
o último faz a mímica para todos avaliarem se está igual à original, feita por mim.
Bem, cursistas, nem é preciso dizer que o 17o estudante, ou seja, o último a reproduzir
a mímica, o fez completamente diferente daquela encenada pelo tutor Luigi.
Na sua mímica, o professor simula alguém que está viajando de ônibus, fecha os olhos
para dormir, coloca fones nos ouvidos e, de repente, tem um pesadelo e, nisso, mexe
com as mãos e com um dos fones, caindo no sono novamente. Já o último estudante
que faz a encenação simula que usa o fone para conversar com alguém e, no final da
conversa, fica muito nervoso e tem um desmaio.
A atividade proposta pelo tutor, ainda que de resultado imprevisível, atingiu seu ob-
jetivo: os estudantes ficaram surpresos com a encenação do colega e muito curiosos
para ver a do professor. Depois de assistirem à mímica do professor, o alvoroço foi total,
manifestando-se em comentários, como: “Nossa, nada a ver com o que eu tinha en-
tendido... Meu Deus, que confusão... O cara passou mal e desmaiou... O professor não
fez nada disso!” e “Nossa, que perigo... Um detalhe mal-entendido vira um problema!”
Ao término da dinâmica, o tutor Luigi falou:
— Meninos, vocês sabem que o imperador Marco Antônio se suicidou depois de receber
a notícia que sua amada Cleópatra estava morta; ao ferir-se com sua espada, já agoni-
zando no chão, outro mensageiro chega dizendo que Cleópatra estava viva, escondida
em um aposento do castelo.
Gente, a disseminação de mentiras é um perigo, pode tirar vidas! Por isso, ouvir faz toda
diferença e, a partir daí, você pode decidir fazer uma fofoca ou não repetir tais informa-
ções que você sequer sabe se são reais.
Por isso, gostaria muito que vocês pensassem no assunto, a fofoca e seus prejuízos, du-
rante a semana, e se colocassem no lugar de alguém que, num primeiro momento, foi
só fazer uma viagem de ônibus e acabou passando mal e desmaiando, provavelmente
por causa de uma mensagem distorcida sobre ele.
11
Ao final do dia, alguns estudantes procuraram o tutor Luigi, dizendo que fizeram
uma brincadeira com a colega Luna e estavam arrependidos, pois a atividade os le-
vou a refletir sobre suas ações. Disseram que o vídeo foi deletado e que pediriam
desculpas a Luna.
Reflexão
12
Cenário 3 – Ensino Médio: O meio ambiente e o lixo
13
14
Reflexão
3. A partir das reflexões trazidas nos cenários sobre o papel do tutor, analise as expres-
sões a seguir e relacione-as à dimensão pessoal da Tutoria.
I. Oportunizar o desenvolvimento do Projeto de vida.
II. Promover o Protagonismo Juvenil.
III. Trabalhar as Competências Socioemocionais.
IV. Valorização dos Vínculos Emocionais.
( ) Selecionou estudantes interessados em questões ambientais.
15
Unidade 1.2
Caro Cursista, a realização da Tutoria tem peculiaridades que o tutor irá conhecendo no
convívio cotidiano com seus tutorados. Com certeza, o tutor irá se deparar com situa-
ções em que precisará exercitar as próprias habilidades socioemocionais, demonstrando
equilíbrio emocional, empatia, escuta ativa, para fortalecer os laços de confiança que
levem os tutorados a construírem e desenvolverem seus Projetos de Vida.
No entanto, há algumas situações em que o tutor vai encontrar alguns limites à sua
atuação. Nesses casos, é necessário acionar uma rede de proteção para dar suporte à
sua atuação e auxiliar os tutorados a transporem suas fragilidades, sendo assistidos
por um corpo técnico que dispõe de equipamentos sociais adequados às peculiarida-
des de cada caso.
A seguir, propomos uma reflexão por meio da análise de dois cenários que represen-
tam situações comuns nas escolas.
16
Cenário 1 – Cida e Maria
A professora Cida é tutora da estudante Maria, do 8o ano do EFAF. Cida cumpre seu
papel de tutora com bastante responsabilidade, criando momentos para se aproximar
e conquistar a confiança de Maria. No entanto, apesar de ter escolhido essa professora
como sua tutora, a estudante, que é bastante introvertida, não se sente muito à von-
tade durante os encontros de Tutoria. Também não a procura espontaneamente para
solicitar ajuda ou opiniões.
Cida, então, conversou com a Vice-diretora Selma para se informar sobre as poten-
cialidades e fragilidades de Maria. Selma buscou o prontuário da estudante e, ao ler
as informações ali contidas, percebeu que há observações muito frequentes sobre
introversão, falta de participação e rendimento escolar mediano, ressaltando bastan-
te dificuldade em se relacionar, expressar-se oralmente e por escrito. Constataram
17
também que a estudante não tem sonhos bem definidos para traçar seu projeto de
vida, demostrando pouca consciência de suas preferências e objeções, conhecendo
pouco de si mesma.
Depois dessa conversa com a Vice-diretora, a professora Cida traçou estratégias para
que a estudante criasse compromisso com os momentos de Tutoria, adquirindo a
confiança necessária para tratarem de assuntos que a impedem de sonhar e ampliar
horizontes com o objetivo de auxiliar Maria a criar seu Projeto de Vida. Para isso, Cida
indicou um documentário a Maria, recomendou que prestasse atenção enquanto as-
sistia e anotasse situações e falas que fossem significativas para ela e agendou um
momento para que conversassem a respeito das percepções da tutorada.
18
A professora Cida também criou um roteiro para organizar as estratégias e anotações
de seus encontros com os tutorados.
19
Dessa maneira, a tutora conquistou a confiança da estudante e encaminhou novas
ações para que Maria se posicionasse melhor frente aos problemas que enfrentava e
planejasse seu futuro com base em perspectivas reais, sem deixar que suas insegu-
ranças fossem entraves aos seus sonhos e à construção de seu Projeto de Vida.
20
Selma sugeriu que conversassem com o PCG Flávio para verificar se já havia alguma
ação interdisciplinar prevista para abordar essa temática na turma de Maria. Também
disse que realizaria uma roda de conversa com os colegas de classe de Maria, uma vez
que sua função como Mediadora de Conflitos na escola permitia tal ação. Assim, con-
seguiria mais dados e informações importantes para que a tutora de Maria pudesse
auxiliá-la a transpor as barreiras para seu desenvolvimento pessoal e acadêmico.
Dica
Se você, Cursista, considerar que o roteiro da professora Cida (página 19) pode ajudar
você no exercício da Tutoria, fique à vontade para copiar, reproduzir e melhorar a suges-
tão da tutora, adaptando-a às suas necessidades.
21
4. Agora vamos analisar a atividade proposta pela professora Cida para sua tutorada Maria?
Leia as ações descritas abaixo e organize-as para mostrar o passo a passo seguido.
( ) Após verificar os entraves ao desenvolvimento acadêmico e pessoal da tutorada,
reportar ao responsável pela mediação escolar para que ele tome as providências
cabíveis e mobilize a rede de proteção social, ampliando a possibilidade de avan-
ços na construção do seu Projeto de Vida.
Diário de bordo
Que tal consultar os documentos orientadores e fazer suas reflexões, tomando nota das
conclusões em seu Diário de bordo? Acesse: https://efape.educacao.sp.gov.br/ensinoin
tegral/wp-content/uploads/2021/03/PEI_GE_TT_VOL-UN_2021-diagramado.pdf.
22
A Física se torna um importante componente no desenvolvimento das tecnologias digitais
de informação e comunicação (TDICs), do letramento digital e pensamento computacional,
eixos estruturantes do componente curricular de Tecnologia e Inovação.
Nesse contexto, a tecnologia colabora para o diagnóstico, a formação integral e a
avaliação do estudante. Portanto, a aprendizagem no componente de Física indica a
compreensão e a utilização dos conhecimentos científicos, para analisar e explicar o
funcionamento do mundo e para propor ações de intervenção de modo sustentável,
com o auxílio das tecnologias. Assim, a Física se mostra um importante componente
da área para explicar o mundo tecnológico atual.”
(SÃO PAULO (Estado). Secretaria da Educação. Currículo Paulista: etapa Ensino Médio.
2020. p. 146. Disponível em: https://efape.educacao.sp.gov.br/curriculopaulista/wp-con
tent/uploads/2020/08/CURR%C3%8DCULO%20PAULISTA%20etapa%20Ensino%20M%
C3%A9dio.pdf. Acesso em: 27 set. 2021.)
Diário de bordo
23
Unidade 1.3
Nas ações de Tutoria é importante que o tutor preste muita atenção às falas dos seus
tutorados, pois elas podem revelar situações de vulnerabilidade das quais o estudante
não consegue se esquivar sem auxílio de outras pessoas. É comum que o tutor detec-
te situações como as descritas no diagrama abaixo:
24
Caso você, cursista, se depare com uma dessas graves situações, deve comunicá-la ao
Vice-diretor, uma vez que ele também exerce a função de mediador de conflitos nas es-
colas do PEI. Dessa forma, ele poderá acionar a rede de proteção social adequada para
solucionar a questão que impede seu tutorado de alcançar o desempenho desejado.
Veja abaixo algumas atitudes que você pode tomar em caso de detectar situações de
vulnerabilidade de seu tutorado.
• Corresponsabilidade: Vice-diretor.
Vulnerabilidade verificada: Racismo
• Posturas mais adequadas para a Escuta Ativa: Exercer a empatia, colocando-se no lugar
do estudante, ouvir com atenção suas falas, pensar estratégias interdisciplinares para tra-
zer informações e promover reflexões sobre o tema, visando esclarecer sobre tais práticas
discriminatórias e ilegais.
25
Com relação às situações de vulnerabilidade dos tutorados, é importante frisar as se-
guintes competências dos tutores como Protagonistas Seniores para que possam au-
xiliá-los a superarem esses graves entraves ao seu desenvolvimento socioemocional:
Saiba mais
26
Unidade 2
Cursista, após abordarmos o papel do tutor, vamos percorrer alguns pontos importan-
tes sobre como estabelecer uma relação de ajuda entre o tutor e o tutorado.
A Escuta Ativa é uma das ações da Tutoria que ocorre continuamente e permite o
desenvolvimento das relações de ajuda. Saber escutar requer um envolvimento ver-
dadeiro em que nos colocamos no lugar do outro.
Esse envolvimento da Escuta Ativa possibilita ampliar a compreensão a respeito do tu-
torado, por meio de informações que ajudem a identificar suas habilidades e as áreas
que pode desenvolver para realizar o seu Projeto de Vida.
Mas de que forma podemos exercer a Escuta Ativa? O que ela exige de cada um
de nós?
Para exercer a Escuta Ativa, devemos estar atentos a algumas atitudes:
Ter paciência.
27
Essas atitudes são essenciais, mas ficar de olho no que pode dificultar a Escuta Ativa
é tão importante quanto desenvolvê-la e aprimorá-la.
Vamos observar alguns aspectos que a impedem, pois, dessa forma, o tutor pode re-
fletir sobre como trabalhar para diminuir seus impactos.
Aspectos pessoais
• Estilos de aprendizagem.
• Pressa ao ouvir o outro, sem deixar que ele conclua os seus pensamentos – falta de aten-
ção e de foco.
• Ignorar quem fala e o que é dito nas entrelinhas, impondo o que acha importante na sua
opinião.
Existem muitos aspectos a considerar para que as relações de ajuda sejam efetivas,
pois cada ser é único, cada situação acontece de uma forma, exigindo desfechos di-
ferentes, de acordo com o bom senso e a realidade dos contextos. A Escuta Ativa é
uma habilidade e pode ser desenvolvida; portanto, é um processo contínuo em que o
tutor aprende a incentivar o tutorado por meio do diálogo e da reflexão, elaborando
devolutivas que promovam o desenvolvimento das dimensões pessoal, acadêmica e
profissional.
Agora que vimos alguns pontos importantes para o desenvolvimento das relações
pessoais na Tutoria, vamos conferir como isso pode acontecer na prática.
28
Unidade 2.1
Para fortalecer as ações da Escuta Ativa, fazer boas perguntas para orientar o diálogo
faz toda diferença. Apresentamos formas de levantar questões norteadoras para con-
duzir a Escuta Ativa. Veja a seguir as sugestões de frases e as situações que contem-
plam essas formas.
Parafrasear
Essa forma de intervenção permite que o tutor ganhe tempo para refletir sobre o que
o tutorado está relatando e fique atento às ideias. Nesse caso, parafrasear consiste em
repetir o que entendeu para confirmação do que está sendo relatado.
Frases que podem ajudar nessa forma de intervenção:
“Então [...]”
29
Cenário 1 – Parte 1
30
Note que, no diálogo, a professora não deixa de interagir e apenas reforça as informa-
ções que a estudante vai relatando. Para dar continuidade à conversa, pode-se usar
outra forma de intervenção para a Escuta Ativa, Esclarecer.
Esclarecer
Essa forma de intervenção permite descobrir outras informações para orientar o tu-
torado e buscar informações ocultas que não foram declaradas. Esclarecer tem o pro-
pósito de auxiliar o tutor a entender a situação do tutorado, sem que ele faça leituras
antecipadas e conclusões precipitadas.
Frases que podem ajudar nessa forma de intervenção:
“Você pode me contar um pouco mais sobre [...]?” ou “Eu fiquei interessado em ouvir
um pouco mais sobre [...].”
31
Cenário 1 – Parte 2
32
Note que, nessa etapa da conversa, a professora ouviu atentamente o que a estudante
lhe contava, fazendo questionamentos que trouxessem mais informações a respeito
da situação.
A Escuta Ativa também inclui o apoio à reflexão. Para dar continuidade à conversa,
vamos observar como essa etapa pode ser conduzida.
Refletir
Nessa forma da Escuta Ativa, o tutor leva o tutorado a refletir sobre a situação sem dar
uma resposta simples, tal qual sim ou não. São encaminhamentos que apoiam o tuto-
rado a levantar hipóteses, a imaginar suposições e a pensar em como agir.
Os questionamentos que serão propostos não são sugestões, são perguntas que in-
duzem o tutorado a refletir e a elaborar conclusões assertivas. Vale lembrar: não são
perguntas que apontem respostas desejadas, por exemplo: “Você não acha que dessa
forma seria melhor? E não seria importante fazer da seguinte forma?”
Frases que podem ajudar nessa forma de intervenção:
“Você identifica outras estratégias que poderiam ser úteis para [...]?”
33
Cenário 1 – Parte 3
34
Note que, nesse cenário, a tutora teve sensibilidade para conduzir o diálogo, fortale-
cendo a escuta de forma a não se envolver pessoalmente com conselhos ou prejul-
gamentos. No entanto, se aprofundou na conversa e não desistiu de levar a tutorada
a uma reflexão que evidenciasse uma possível decisão para permanecer na escola e
desenvolver seu Projeto de Vida.
35
Propósito: Detectar as potencialidades e fragilidades do tutorado e identificar qual é a
área em que ele pode concentrar maior dedicação
• Possibilidade de prática: Propor questionários em que o tutorado fale sobre seus interes-
ses pessoais.
Propósito: Auxiliar o tutorado a compreender o significado do seu comportamento e de
que forma isso impacta as ações da escola e o seu desenvolvimento pessoal e acadêmico
• Possibilidade de prática: Em tutoria coletiva, por meio de rodas de conversas, trazer um
exemplo do processo que é realizado quando um estudante tem muitas faltas, bem como
as ações da escola, as consequências no desempenho escolar e no déficit de aprendizagem.
Propósito: Subsidiar o professor tutor para que a Tutoria seja um espaço de aprendizado
pessoal constante, na qual cada situação vivenciada traz o aprimoramento das ações
realizadas
• Possibilidade de prática: Registrar suas ações e ideias, principalmente as mais exitosas.
Propósito: Promover reflexões acerca de casos reais semelhantes
• Possibilidade de prática: Trazer para as rodas de conversas, em tutoria coletiva, relatos de
experiências com desfechos positivos.
Propósito: Incentivar a prática de fazer perguntas e refletir sobre as respostas
• Possibilidade de prática: Propor jogos e dinâmicas que facilitem o questionamento e as
reflexões sobre determinado tema.
Propósito: Testar perguntas após reunir informações sobre determinada situação, pro-
curando certificar-se se seu raciocínio estava correto
• Possibilidade de prática: Simular cenários com os tutorados que os levem a criar soluções
para seus problemas.
Propósito: Ajudar o tutorado, de forma direta ou indireta, para que ele mantenha o foco
no tema trazido e busque suas próprias soluções
• Possibilidade de prática: Conduzir as conversas da tutoria, tanto nos encontros individuais
como nos coletivos, sempre de forma atenta, utilizando recursos de escuta para apoiar o
tutorado a realizar conclusões positivas.
Propósito: Avaliar os avanços do tutorado
• Possibilidade de prática: Observar o portfólio do tutorado e dar-lhe um retorno para que
se sinta acolhido.
36
Atenção
• Considerar o resultado das perguntas e dos tipos de respostas e reações que impac-
tam a postura do tutorado;
5. Na Tutoria, a Escuta Ativa torna-se uma ferramenta de trabalho. Vamos, então, per-
correr um caminho para você perceber como está sua Escuta Ativa. Inicialmente, re-
lembre situações de sua vida pessoal ou profissional em que você participou de um
diálogo presencial. Depois, leia as perguntas. Cada uma delas corresponde a uma
ação para aprimorar sua Escuta Ativa.
Para potencializar suas reflexões e análises, escolha a resposta que mais se aproxima
das suas experiências:
Sinto-me confortável! – Se você tem facilidade em realizar essa ação.
Encontro desafios! – Se esta é uma ação que você busca adotar, mas encontra desafios.
Ainda não vivenciei! – Se for uma ação que você nunca adotou, por não conhecer ou
por não se sentir confortável.
5.1 Mantenho o foco no momento da conversa sem pensar em outros assuntos ou
preocupações?
( ) Sinto-me confortável!
( ) Encontro desafios!
( ) Encontro desafios!
37
5.3 Não interrompo a conversa demonstrando atenção e uso a linguagem corporal ou
não verbal, como mexer a cabeça de forma positiva evidenciando a compreensão?
( ) Sinto-me confortável!
( ) Encontro desafios!
( ) Encontro desafios!
( ) Encontro desafios!
( ) Encontro desafios!
( ) Encontro desafios!
( ) Encontro desafios!
38
Diário de bordo
Você percorreu o caminho para o aprimoramento da sua Escuta Ativa. Como você se
sentiu? Quais ações você acredita que podem melhorar para se sentir ainda mais con-
fortável e superar os desafios ao participar de um diálogo presencial?
Reflita e anote em seu Diário de bordo quais pontos chamaram mais a sua atenção. E
não se esqueça: experimente as situações que ainda não vivenciou e pratique o diálogo
com a Escuta Ativa!
39
Unidade 2.2
Cursista, temos alguns casos de Escuta Ativa em que os encaminhamentos para a so-
lução de problemas fogem da governabilidade do tutor e da escola, sendo necessário
buscar outras redes de proteção.
Dentre essas redes, o Conselho Tutelar é o parceiro mais próximo da escola para os
encaminhamentos relacionados aos estudantes: maus-tratos, reiteração de faltas in-
justificadas, evasão escolar, elevados níveis de repetência e casos que violem o direito
da criança e do adolescente.
Porém, só devemos fazer os encaminhamentos e contatos em casos em que a esco-
la, representada pelo Vice-diretor, já realizou todas as tentativas de solução que lhe
cabiam. A escola, como uma agente da rede de proteção, pode levar os casos mais
graves diretamente para os órgãos de garantias de direitos.
O infográfico a seguir mostra toda a Rede de Proteção parceira da escola, que poderá
ser comunicada em cada caso e grau de necessidade.
40
Fonte: Curso EFAPE – Introdução aos Diretos Humanos e ECA para Educadores. 1. ed. 2020.
Conselho Tutelar
É o órgão que você deve procurar em situação de violação de direitos da criança e do ado-
lescente. Podem ser encaminhados para o Conselho Tutelar casos de negligência, discrimi-
nação, exploração, violência, crueldade, trabalho infantil e qualquer outro que tenha como
vítimas crianças e adolescentes.
Delegacia de polícia
A delegacia mais próxima do local onde o fato ocorreu deve ser procurada para fazer um
Boletim de Ocorrência (BO).
Ministério Público
É o órgão estatal destinado a defender os interesses do povo, os da Justiça e o da sociedade.
Entre os objetivos do MP estão a promoção da ação civil pública, da ação penal e a fiscaliza-
ção das leis.
Defensoria Pública
É o órgão do Estado que presta Assistência Judiciária gratuita aos mais pobres.
Justiça da Infância e da Juventude
É o órgão encarregado de aplicar a lei para solução de conflitos relacionados aos direitos da
criança e do adolescente. Nos municípios que não o têm, suas atribuições são acumuladas
por juiz de outra alçada, conforme dispuser a Lei de Organização Judiciária.
41
Importante
A escola deve manter uma boa relação com a rede de proteção. O tutor deve com-
preender que a escola é um espaço distinto e atende a maior parte das crianças e
adolescentes do bairro e, muitas vezes, o tutor será o primeiro a saber sobre as situa-
ções de vulnerabilidade envolvendo os estudantes.
Saiba mais
Agora, você irá assistir à animação que representa a conversa entre dois tutores, Cláudio,
que é professor, e Hélio, Vice-diretor. Os dois personagens relatam uma experiência de
encaminhamento em caso de violência doméstica, envolvendo dois irmãos: https://youtu.
be/O6eS5GTSKAY.
Nessa animação, vimos como o Vice-diretor encaminhou um caso de violência do-
méstica. No entanto, ele confiou ao professor tutor a tarefa de se aproximar do tutora-
do para obter o seu consentimento, pois, assim, poderia acionar a Rede de Proteção,
fortalecendo os laços com seu tutorado.
Quais ações podem dar suporte à tarefa que Hélio deixou para o tutor Cláudio? Como
será que Cláudio poderia abordar uma questão como essa?
O Vice-diretor Hélio aponta uma sugestão ao colega: pensar nas competências socio-
emocionais. Vamos ver como isso pode ajudar o trabalho da Tutoria.
42
Unidade 3
Retomando o que estudamos até aqui, podemos dizer que a abordagem de questões
pessoais requer do tutor uma atenção diferenciada em relação ao tutorado, com vis-
tas a favorecer o autoconhecimento, a autonomia e a criticidade, permitindo que o
estudante desenvolva a capacidade de encontrar soluções para a tomada de decisões
dos problemas do cotidiano.
A confiança entre o tutor e o tutorado é o que fortalece as relações interpessoais, a
mediação de conflitos e de aprendizagem; algumas ações são necessárias para que se
estabeleça e se mantenha essa relação de confiança.
E o que seria confiança?
“A Confiança consiste em ter expectativas positivas sobre as pessoas e acreditar
que elas têm boas intenções em suas ações, assumindo o melhor sobre elas.”
(INSTITUTO AYRTON SENNA. Ideias para o desenvolvimento de competên-
cias socioemocionais: Amabilidade. 2020. Disponível em: https://institutoayr
tonsenna.org.br/content/dam/institutoayrtonsenna/documentos/instituto-
ayrton-senna-macrocompetencia-amabilidade.pdf. Acesso em: 27 set. 2021.)
43
Na prática, o que pode ajudar a desenvolver a competência socioemocional confiança
entre tutor e tutorado são algumas ações que promovam reflexões e ajudem os estu-
dantes a desenvolverem expectativas positivas sobre o outro.
Veja sugestões de práticas para o tutorado relacionadas à competência confiança:
• Desenvolvimento: Tutor escolhe uma dinâmica ou jogo para as rodas de conversa nos
momentos coletivos.
Práticas: Jogos teatrais
Na prática
Cláudio separou imagens para representar emoções que pudessem ser relevantes de
acordo com o contexto que precisava trabalhar, ou seja, conquistar a confiança do
seu tutorado. Assim, selecionou: tristeza, alegria, raiva, medo, frustração, entre outras,
destacando os sentimentos em diferentes níveis de satisfação.
44
Com as figuras em mãos, elaborou frases para ativar a criatividade e propôs uma roda
de conversa com a intenção de que cada um, inclusive ele, escolhesse uma imagem e
representasse uma situação para a ficha selecionada.
45
Cláudio decidiu que, ao término das encenações, ele faria sua própria cena, escolhen-
do a alegria, para fechar a atividade de forma mais leve e divertida. No entanto, re-
tomaria alguns sentimentos que foram apresentados e discutiria sobre o respeito, a
empatia e a confiança, direcionando as reflexões para a necessidade de falar sobre
como nos sentimos diante de diversas situações.
Tome nota
Faça uma simulação dessa atividade: substitua as lacunas com os sentimentos das figu-
ras e imagine as cenas que poderiam ser produzidas a partir delas.
Não se esqueça de pensar nas devolutivas que você daria aos seus tutorados e registre
tudo em seu Diário de bordo, pois, após as adaptações para sua realidade, poderá ser
uma ótima alternativa para a Tutoria.
46
Encerramento
Chegamos ao final do Módulo 2! Esperamos que você possa ter aprofundado seus
conhecimentos sobre a Metodologia da Tutoria de forma a propiciar condições para
o desenvolvimento do Projeto de Vida dos estudantes, colaborando com a sua forma-
ção integral.
Neste Módulo, nos aprofundamos um pouco mais sobre Tutoria e descobrimos como
o tutor pode auxiliar os estudantes, reconhecendo seu papel e as ações para melhor
ajudá-los.
Abordamos, ainda, a dimensão pessoal da Tutoria com a intenção de apoiar o tutor
com atividades que fortaleçam sua prática e também conhecer como criar uma rela-
ção de confiança entre tutor e tutorado por meio das competências socioemocionais.
Agora, vamos para o último Módulo.
Bons Estudos!
47
Gabaritos
1. a) Alternativa correta: I.
Comentário:
A alternativa I apresenta um feedback adequado, pois desta forma o estudante poderá buscar
a resposta de forma autônoma sobre o que considera um futuro melhor, sem que a resposta
seja proposta por outra pessoa. O feedback apresentado na alternativa II é apenas a repetição
da proposta feita pelo estudante, não o conduz à reflexão nem fornece maiores detalhes so-
bre seus ideais, podendo até gerar a falta de interesse do estudante.
b) Alternativa correta: I.
Comentário:
Trazer propostas prontas para o tutorado não é uma ação favorável ao desenvolvimento de um pro-
jeto para o futuro, além de aumentar a probabilidade de frustração logo nas primeiras tentativas.
2. a) Alternativa correta: I.
Comentário:
Auxiliar a tutorada e seu colega a elaborar um planejamento de estudo entre pares é muito
positivo e favorece o protagonismo juvenil. Utilizar o momento de Tutoria para os tutorados
realizarem os exercícios de Matemática não é o ideal.
b) Alternativa correta: I.
Comentário:
Incentivar o tutorado a explorar suas potencialidades pode favorecer a integração entre os co-
legas, permitindo a troca de experiências e a colaboração entre pares. Organizar um trabalho
de colaboração entre estudantes sem critérios e por conta própria, independente das partes
envolvidas, não é a melhor escolha.
4. A sequência correta é: 3, 4, 1, 2.
5. Respostas pessoais.
Imagens das páginas 19, 23, 24, 26, 45 elaboradas para o curso. Demais imagens:
Getty Images.
48
Tutoria
MÓDULO 3
ATUAÇÃO DO TUTOR: PLANEJAMENTO E PRÁTICA
Apresentação do módulo
1
Diário de bordo
Você já deve ter notado que o Diário de bordo é um instrumento importante para os
estudos, seja em um curso on-line, seja em uma aula presencial.
Reiteramos a importância do hábito de registrar os pontos relevantes das informações
recebidas, tanto textuais e imagéticas quanto sonoras, como os estímulos que ativam
nossa percepção e alimentam a criatividade. Pensamentos, reflexões e ideias podem
facilmente nos escapar da memória com a mesma velocidade com que são concebidos;
por esse motivo, o registro ajuda a atribuirmos um valor às novas informações, permitin-
do acessá-las sempre que precisarmos.
Então, já sabe o que fazer, não é? Separe seu Diário de bordo, faça suas anotações e não
economize na criatividade.
Bons estudos!
2
Unidade 1
Para que a metodologia da Tutoria seja exitosa, é importante que as ações sejam pla-
nejadas, permitindo, assim, ajustes e correção de rumos sempre que necessário. Va-
mos agora analisar alguns aspectos indispensáveis que o tutor deve considerar ao
planejar a Tutoria.
Planejando a Tutoria
Planejar requer tempo e atenção, portanto, a primeira ação do tutor é conhecer o per-
fil de cada um de seus tutorados, seus Projetos de Vida, o desempenho nos diversos
componentes curriculares, sua participação nos Clubes Juvenis e seu compromisso
com a vida escolar.
Para conhecer o Projeto de Vida de seus tutorados, o tutor deve procurar o Vice-dire-
tor, pois é ele quem acompanha esse componente. Para acompanhar o desempenho
dos estudantes, o tutor poderá verificar o rendimento escolar na plataforma Secreta-
ria Escolar Digital (SED) e trocar informações com os demais professores, durante as
ATPCG, horas de estudo e reuniões de alinhamento.
Quanto à participação em Clubes Juvenis e o compromisso com a vida escolar, o tutor
poderá perguntar diretamente a seu tutorado ou conversar com os colegas professores.
3
Dica
A vida na escola é bem corrida, não é mesmo? Contratempos sempre podem aconte-
cer. Pensando nisso, elaboramos um modelo de ficha de perfil a ser preenchida pelos
tutorados logo nos primeiros encontros de Tutoria e revisitada sempre que necessário,
fornecendo as informações anteriormente mencionadas.
4
Agora, confira os outros itens que devem compor o planejamento do tutor.
Agenda
Registre em sua agenda o(s) dia(s) da semana e horário(s) da Tutoria e informe seus tuto-
rados, solicitando que registrem essa informação também em suas agendas individuais. É
recomendável que a Tutoria ocorra durante o horário do almoço dos estudantes.
Local
A Tutoria pode acontecer nos diversos ambientes da escola. Para evitar que o tutor fique
constantemente se deslocando por toda a escola em busca de seus tutorados, recomenda-
mos que combine com os tutorados um ponto de encontro no pátio ou em outro ambiente
de sua escolha, desde que seja acessível a todos; pode-se também organizar uma mesa com
cadeiras.
Atendimento aos responsáveis
A reunião de pais e mestres é uma excelente oportunidade para apresentar os tutores aos
responsáveis e estes conhecerem o trabalho desenvolvido na Tutoria, assim como a agenda
dos professores. Dessa forma, tutores e responsáveis poderão atuar de forma colaborativa,
oportunizando o sucesso escolar do estudante.
Registro de evidências
Assim que os tutores tiverem a relação dos nomes de seus tutorados, deve-se organizar uma
lista de presença e um portfólio contendo as atividades e ações desenvolvidas com cada um
dos tutorados.
Se você tem habilidade com os dispositivos e recursos digitais, o registro do atendimento de
Tutoria pode ser on-line, utilizando um drive de salvamento virtual, como o Google Drive ou
OneDrive.
Organização dos atendimentos
Procure planejar as ações da Tutoria de forma sistemática, assim ficará mais fácil se organi-
zar e direcionar os atendimentos de forma assertiva e personalizada.
Atenção
As informações contidas no portfólio de Tutoria são pessoais e sigilosas: cada tutor tem
a sua pasta de registro e apenas o Vice-diretor está autorizado a acessar as pastas, sem-
pre que necessário, sejam elas físicas ou virtuais.
5
Unidade 1.1
Planejamento de Tutoria
6
Parece complicado, não é? Mas vamos ajudar você a entender como funciona o Pla-
nejamento de Tutoria.
Primeiramente, o Planejamento de Tutoria não é uma aula, ou seja, é um momen-
to para os estudantes planejarem suas ações, verificarem seus desenvolvimentos,
proporem ajustes e corrigirem rumos. Por esse motivo, deve-se, preferencialmente,
manter o foco no âmbito acadêmico e no Projeto de Vida dos estudantes, reservando
abordagens pontuais e pessoais para a Tutoria individual.
Mas, se não é uma aula, como devo trabalhar o Planejamento de Tutoria? Devo realizar
dinâmicas de grupo? Como eu faço para trabalhar com tutorados de diferentes anos/
séries ao mesmo tempo?
Ainda não ficou claro? A seguir, vamos conhecer um pouco mais sobre o Planejamen-
to de Tutoria na animação do estudante Pedro, pois um dos primeiros desafios é fazer
os estudantes compreenderem o propósito desse horário. Assista à animação e prepa-
re seu Diário de bordo para anotar suas percepções sobre o Planejamento da Tutoria:
https://youtu.be/1LyYvB4jaWk.
Dica
Gostou da explicação do Pedro? Se você quiser, essa animação poderá ser reproduzida
para os estudantes. Mas, caso prefira, poderá utilizar outras mídias ou adaptações que
atendam melhor à realidade dos estudantes de sua escola. Então, anote suas ideias so-
bre o Planejamento de Tutoria em seu Diário de bordo, procure ser assertivo em sua
proposta e não se esqueça de compartilhar sua experiência com seus colegas e com o
Núcleo Pedagógico da Diretoria de Ensino de sua região, afinal, uma boa prática sempre
deve ser compartilhada.
7
1. Vamos verificar o que vimos até agora sobre o Planejamento de Tutoria. Leia as afir-
mações a seguir e assinale V para as verdadeiras e F para as falsas.
( ) Nas escolas de dois turnos de 7 horas, é reservado um momento de Tutoria cole-
tiva, chamado Planejamento de Tutoria.
( ) O tutor deve preparar uma aula para trabalhar com seus tutorados no momento
do Planejamento de Tutoria.
( ) Nas escolas PEI de turno único de 9 horas, os tutores não precisam planejar os
encontros de Tutoria.
8
Unidade 1.2
Dimensão coletiva
9
O Planejamento de Tutoria permite que, nas Tutorias coletivas, os estudantes troquem
experiências positivas ou negativas e, juntos, encontrem possibilidades para viabilizar
a construção e o desenvolvimento de seus Projetos de Vida. No entanto, há entraves
que podem dificultar o êxito dessa prática e os tutores precisam estar preparados para
vencê-los, dando o devido direcionamento acadêmico e profissional aos estudantes.
Veja a seguir o caso do professor Wilson, que atua nos Anos Finais do Ensino Funda-
mental em uma escola do PEI de dois turnos de 7 horas.
Vamos conhecer algumas práticas que ele pesquisou e que podem ajudar você, Cur-
sista, nos momentos de Planejamento de Tutoria.
Uma prática que poderá auxiliar no engajamento dos tutorados durante o Planeja-
mento da Tutoria é o Ciclo de Conversas Contínuas. Essa prática consiste em fazer
todos os estudantes conversarem uns com os outros em pares sobre um tema prees-
tabelecido pelo tutor, de forma sistêmica.
Para isso, o tutor deve preparar o ambiente com cadeiras dispostas frente a frente
com uma única mesa entre elas. Cada estudante receberá uma planilha de acompa-
nhamento de conversas elaborada pelo tutor, contendo o direcionamento, o nome do
colega com o qual conversou, a data e um espaço para registrar a síntese da conversa.
Veja a seguir um exemplo de planilha.
10
A descrição do Direcionamento deve conter as informações sobre o tema ou assunto
da conversa e as orientações e maiores detalhes para a execução da dinâmica, ex-
pressos de forma clara e objetiva. É também neste campo que se deve indicar quanto
tempo cada conversa deve durar, pois conversas muito longas podem fazer os estu-
dantes perderem o foco. Por isso, recomendamos iniciar a prática com ciclos curtos de
tempo, e, conforme a proposta e a experiência da turma de tutorados com a prática,
aumentá-los gradualmente, por exemplo: 3 min., 5 min., 7 min., 10 min.
Vamos ao exemplo de um possível direcionamento:
Direcionamento: Neste Ciclo de Conversas, o objetivo é você conhecer melhor seus co-
legas de Tutoria e um pouco sobre seus hábitos de leitura e preferências esportivas. Ao
sinal de seu tutor, você deve se sentar diante de um de seus colegas, perguntar seu
nome, se tem o hábito de ler livros ou textos, se pratica algum esporte e qual é. Você terá
90 segundos para perguntar e também responder a estas questões para seu colega, re-
gistrando as respostas em um dos campos a seguir. Após esse tempo, ao sinal do tutor,
você deve encontrar outro colega e fazer o mesmo procedimento até que tenha conver-
sado com todos os seus colegas.
Atenção
Essa prática exige atenção do tutor para que os estudantes não percam o foco durante
a dinâmica. Ao final, os tutorados poderão se acomodar em círculo e expor suas impres-
sões e as coisas que mais chamaram a atenção.
11
Prática 2 – Hiper-rubrica
Na Tutoria, o foco da rubrica é fazer o tutorado perceber o que ele deve fazer para
melhorar. Neste contexto, apresentamos a Hiper-rubrica, que é um aperfeiçoamento
dessa prática, possível de ser aplicada e resolvida em poucos minutos dado seu for-
mato sucinto e objetivo.
Hiper-rubrica: GONZALEZ, J. Introducting the Hyper Rubric: A tool that takes learning to
the next level. Cult of Pedagogy. 22 ago. 2021. Disponível em: https://www.cultofpedagogy.
com/hyperrubric/. Acesso em: 6 out. 2021.
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Vejamos um exemplo:
HIPER-RUBRICA - TUTORIA
Vamos lá!
Refletir sobre o meu Projeto de Vida e buscar enxergar pontos e características que podem
me ajudar a melhorar o meu ser.
Sugestão de material: https://www.youtube.com/watch?v=yO2L8DOQQ7Q.
Sempre em frente!
Fazer a leitura e interpretação de ao menos um texto curto por dia e realizar uma atividade
física por dia.
Sugestões de materiais:
• https://escolaeducacao.com.br/textos-pequenos-para-leitura-e-interpretacao/;
• https://saudebrasil.saude.gov.br/eu-quero-me-exercitar-mais/6-habitos-que-provam-
voce-pode-fazer-atividade-fisica-no-dia-a-dia.
Para o alto!
Preparar uma lista com os conteúdos em que estou com dificuldades e organizar uma roti-
na de estudos em curtos intervalos de tempo, colocar no meu Plano do Tutorado e começar
a praticá-lo.
Sugestão de material: https://brasilescola.uol.com.br/dicas-de-estudo/tecnica-pomodoro-
que-e-e-como-funciona.htm.
Avante!
Realizar uma rotina de verificação e ajustes das minhas ações propostas para atingir minhas
metas e desenvolver meu Projeto de Vida.
Sugestão de material: Projeto de Vida e Plano do Tutorado: https://efape.educacao.sp.gov.
br/ensinointegral/wp-content/uploads/2021/03/PEI_GE_TT_VOL-UN_2021-diagramado.pdf,
Caderno de Tutoria. p. 19.
Atenção
13
2. Anteriormente, conhecemos o caso do professor Wilson e seus tutorados do 6o e do
8o ano. A seguir, vamos analisar as situações e selecionar a decisão que você tomaria
como tutor.
Situação 1
Visando ao entrosamento entre os tutorados de 6o e 8o ano, o tutor Wilson utilizou a
prática de Ciclo de Conversas Contínuas, reservando os 20 minutos finais do Planeja-
mento de Tutoria para fazer uma roda de conversa e oportunizar aos estudantes que
trocassem suas impressões. Um dos tutorados de 6o ano resolve fazer uma brinca-
deira sobre o colega gostar de jogar futebol, mas não ter habilidade.
Qual deve ser a conduta de Wilson?
b) O tutor afirma que o objetivo da roda de conversa não é expor ou criticar os cole-
gas, pois eles ainda podem melhorar suas habilidades esportivas.
Situação 2
Em um dos encontros de Planejamento de Tutoria, o tutor Wilson resolve utilizar a
Hiper-rubrica com seus tutorados. Explica a proposta a todos e como devem exe-
cutá-la. Um dos tutorados informa que ainda tem muitas dúvidas quanto ao seu
Projeto de Vida, mas acessou o link sugerido para sua opção e agora não sabe como
prosseguir com a proposta. Qual deve ser a conduta de Wilson?
a) O tutor informa ao tutorado que ter dúvidas é normal, porém ele deve pensar
melhor sobre o que ele quer para a própria vida, se esforçar e começar a assumir
o compromisso relacionado à sua escolha na Hiper-rubrica.
b) O tutor diz a seu tutorado que o próximo passo é começar a preencher o Plano do
Tutorado, colocando suas dúvidas no papel, pois nas aulas seguintes trabalharão
as reflexões e as respostas para essas dúvidas.
14
Unidade 1.3
15
Fonte: SÃO PAULO (Estado). Secretaria da Educação. Ensino Integral: Planejamento de tutoria, [s/d]. p. 5.
Dica
No link https://efape.educacao.sp.gov.br/ensinointegral/wp-content/uploads/2021/04/Plano-
do-Tutorado.pdf você pode fazer o download do Plano do Tutorado. Você poderá adaptá-lo
às suas necessidades e incluí-lo nos registros individuais de cada um dos seus tutorados.
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Seguindo a lógica do PDCA durante os momentos de Planejamento de Tutoria, os es-
tudantes conseguem estabelecer, de maneira prática, as relações entre o que plane-
jam fazer e aquilo que realmente fazem, percebendo sua eficácia para alcançarem
as metas que eles mesmos determinaram como prioritárias. Neste processo, além de
alcançarem maior chance de êxito em seus anseios, também desenvolvem habilida-
des essenciais em todos os âmbitos de sua vida, tais como: organização; capacidade
de fazer escolhas; responsabilidade pelas próprias atitudes e aceitação das conse-
quências a elas relacionadas; protagonismo para elaborar e colocar em prática seu
Projeto de Vida.
No diagrama abaixo, podemos ver que a rotina do Planejamento de Tutoria se torna
descomplicada quando tutor e tutorados se engajam e seguem um mesmo caminho
para facilitar a ação e otimizar o tempo/espaço reservado a esses encontros.
17
3. Leia as situações descritas a seguir, analise-as e selecione as letras (P, D, C ou A) para
estabelecer uma sequência lógica adequada ao ciclo PDCA aplicado ao Planejamen-
to de Tutoria.
( ) Em um dos momentos de Planejamento de Tutoria, o tutor promove uma dinâ-
mica de grupo chamada de “Batata Quente”, na qual uma bola passa de mão em
mão aos estudantes, que deverão estar dispostos em círculo. Enquanto o Tutor
repete seguidamente “Batata Quente”, a bola circula entre os estudantes. Em um
dado instante, ele diz “Queimou”, e quem estiver com a bola nas mãos deverá
dizer um ponto frágil de seu Plano do Tutorado e de que forma pretende rever
suas ações para sanar essa fragilidade. Ao final da dinâmica, o Tutor entrega no-
vamente os Planos aos Tutorados, para que os estudantes avaliem se realmente
estão no caminho certo e anotem suas novas propostas caso seja necessário.
( ) O tutor lê os Planos dos seus tutorados, percebe que dois deles não estão con-
seguindo pôr em prática as ações que planejaram e, no momento do Plane-
jamento de Tutoria, os chama individualmente para um bate-papo reflexivo,
levando-os a se perguntarem se os caminhos por eles definidos são os únicos a
seguir e se há possibilidades de mudar as estratégias para ampliar as chances
de êxito de suas propostas.
18
Unidade 2
Convidamos você, Cursista, a pensarmos juntos como reflexões podem ser impor-
tantes, principalmente quando o objetivo é orientar os estudantes durante a Tutoria.
Nesse contexto, para as atividades de reflexão, é importante retomar a orientação
acadêmica e profissional. A intenção é perceber como essas dimensões estão interli-
gadas e buscar estratégias para fortalecê-las e colaborar com o desenvolvimento dos
estudantes. Acompanhe o infográfico a seguir.
19
Quando observamos o esquema, vemos que no âmbito acadêmico o estudante precisa
ser incentivado a interagir, dessa forma ele terá condições para entender o que “falta”
para compreender e superar suas dificuldades em qualquer área. Ao interagir e reco-
nhecer seu papel, saberá como, quando e o que estudar, passando a identificar suas
habilidades e preferências. No plano profissional, o estudante precisa conhecer-se para
que esse autoconhecimento o auxilie a fazer suas escolhas.
Tome nota
20
Na prática
A tutora Silene tem 15 tutorados do Ensino Médio e resolveu fazer uma atividade para
fortalecer a determinação, a automotivação e o comprometimento, usando a reflexão
como ponto principal da sua atividade.
Veja o que ela preparou para um encontro coletivo de Tutoria: https://youtu.be/
buasEWN9stE.
Ao utilizar essa atividade de reflexão, o objetivo da professora é destacar pontos sobre:
determinação, automotivação, comprometimento e o fazer acontecer. Intencional-
mente, ela não fala sobre os estudos necessários para realização de sonhos, objetivos
ou Projeto de Vida. Muito menos comenta sobre as profissões que possam ter imagi-
nado e o que seria preciso para concretizar o desejo. Porém, ela sugere uma lição de
casa após as reflexões provocadas pela atividade e retomará a reflexão realizada pelos
estudantes em outro encontro coletivo ou individual, quando poderá fazer a conexão
com seus Projetos de Vida.
A lição de casa possibilita que os tutorados permaneçam pensando sobre o que viven-
ciaram no encontro de tutoria e se envolvam no processo da reflexão, por meio dos
questionamentos sugeridos:
Determinação e automotivação
O processo de reflexão consiste em pensar no desejo com cuidado, levantando questiona-
mentos pessoais e fazendo escolhas possíveis para atingir o objetivo.
O que é preciso para fazer acontecer?
Fazer acontecer
Aqui, o processo de reflexão se baseia em pensar no desejo e no que é preciso fazer para que
ele seja realizado, entendendo as atitudes e comportamentos que serão necessários, por
meio de suas próprias conclusões.
O que você pode dizer a respeito do seu comprometimento com seu desejo?
Comprometimento
Nessa questão, a reflexão passa a ter maior significado, pois prevê que o estudante inicie um
planejamento para a realização do que foi pensado, a partir de suas conclusões.
21
Porém, ela desafia os estudantes ao dizerem o que querem. Na obra Jogos, dinâmi-
cas & vivências grupais, Albigenor e Rose Militão destacam que, para a maioria das
pessoas, pensar “EU QUERO” tem um significado mais positivo do que pensar em “EU
QUERIA”. O pensamento norteado por EU QUERO direciona a situações realizadas, já
expressões como EU QUERIA envolvem dúvidas na realização.
Jogos, dinâmicas & vivências grupais: MILITÃO, Albigenor; MILITÃO, Rose. Jogos, dinâmi-
cas & vivências grupais: como desenvolver sua melhor técnica em atividades grupais.
Rio de Janeiro: Qualitymark, 2000.
Cursista, você deve estar se perguntando como ficam, então, os aspectos acadêmicos.
A reflexão, principalmente quando gera atitudes, também colabora com eles. A se-
guir, sugerimos uma estratégia que pode ser utilizada na Tutoria em qualquer ano,
série ou segmento. Confira a descrição do passo a passo.
Passo 1 – Preparação
22
Estudante 1
“Não consigo estudar porque gosto muito de ver TV e assistir a séries no YouTube.”
É possível aprender com vídeos que tratam de assuntos referentes a todas as áreas de
conhecimento.
Estudante 2
“Meu desempenho não é dos melhores, mas não tenho faltas e não gosto de estudar.”
Estudar é importante, inclusive para amenizar dificuldades. Estar na escola todos os dias não
irá ajudar se não houver atenção e dedicação.
Estudante 4
“Sempre faço atividades com um colega, mas não alcanço minhas metas de estudo.”
Quando fazemos atividades com outras pessoas, devemos estar muito atentos e verificar se
estamos acompanhando e aprendendo algo.
Estudante 7
“A minha agenda é bem organizada, meu estudo está sempre em dia, mas fico só estudando.”
Se você tem uma agenda bem organizada, o próximo passo é incluir em sua rotina ativida-
des de lazer.
Estudante 8
23
Passo 2 – Reflexão
Proponha aos tutorados que associem os problemas às soluções dos cartões e que
reflitam sobre as atitudes que poderiam ajudá-los na superação das dificuldades.
Passo 3 – Potencialização
Nesta etapa, o tutor poderá levar os tutorados a pensarem em suas escolhas, para po-
tencializar e analisar as escolhas que eles fizeram. Para tanto, sugerimos os seguintes
questionamentos:
Para que o estudante reflita sobre suas escolhas: Você teve dificuldade em encontrar
sugestões de atitudes para alguma situação?
Para que o estudante reflita sobre outras situações que impedem alguém de estudar:
Como você se sentiu ao pensar em uma sugestão para a situação do Estudante 1?
Para que o estudante reflita sobre outras opções e até outras situações da vida escolar:
Quando estava escolhendo as sugestões, pensou em outra coisa que poderia ajudar?
O quê?
Para que o estudante reflita que ele poderia estar em qualquer uma dessas situações:
Você acha que algum desses estudantes se parece com você?
Diário de bordo
24
Unidade 2.1
Há uma pergunta que nos provoca quando pensamos em como propiciar reflexões
que levem os estudantes a tomarem decisões assertivas.
O tutor se sente o tempo todo desafiado a fazer seus tutorados refletirem, tirarem
conclusões e agirem. Não há uma receita pronta: há caminhos adaptáveis e bom sen-
so ao realizar a Tutoria.
Uma maneira de conduzir o tutorado à reflexão é manter o hábito de fazer devolutivas
ou feedbacks todas as vezes que fizer alguma proposta de reflexão. As devolutivas
permitem que o tutorado repense suas reflexões, suas escolhas e suas atitudes. A par-
tir daí, o ato de refletir poderá ser feito com maior naturalidade.
As devolutivas ou feedbacks podem ser feitos a partir de alguns pontos de atenção
que, além de nortearem a ação, favorecem o engajamento e a comunicação assertiva
e ampliam a oportunidade de aprendizagem.
Mas, afinal, como fazer um feedback?
25
Acompanhe o passo a passo que trouxemos:
Tome nota
O feedback pode gerar diferentes reações: surpresa, choque, raiva, negação, aceitação e
ânimo. Por isso, seu tom de voz, sua postura e expressões também devem ser considera-
das no momento da conversa, tanto quanto os sinais que o tutorado apresenta.
Fique atento às palavras que você diz e às emoções do outro. Receber uma devolutiva nem
sempre é fácil, e o tutor precisa respeitar o tempo do tutorado e como ele recebe a devolu-
tiva. Inicie sempre pelos pontos positivos e só então aborde os pontos a serem melhorados.
26
Unidade 3
Aconselhamento: essa função visa à formação do saber ser, que abrange a formação
de valores, hábitos, atitudes, em especial aqueles que levam à autoafirmação e à valo-
rização do estudante.
27
O tutor revê, junto ao tutorado, estratégias de orientação de aprendizagem, levando
em consideração a realidade de cada um, seu rendimento escolar e suas particulari-
dades. Cabe ao tutor esclarecer ao seu tutorado que o conhecimento será construído
conjuntamente, pois, ao relacionar as informações, desenvolve-se o saber fazer, o pla-
nejamento e a direção dos próprios estudos, a autonomia para a pesquisa, a procura
por inovações e o uso da criatividade.
Partindo dessas premissas, é função do tutor auxiliar seu tutorado, indicando-lhe
fontes de pesquisa, propondo atividades criativas e inovadoras, levando-o a pensar
e refletir, e trazendo situações para a resolução de problemas, a análise de casos, a
interpretação de posições diversas, a formulação de hipóteses, a elaboração de argu-
mentos e justificativas, e o estabelecimento de relações conceituais e de tomada de
decisões, construída de forma autônoma pelo tutorado.
É importante que o tutor conte com os colegas dos componentes específicos, fazen-
do uma parceria para desenvolver esse trabalho com os estudantes, a fim de que os
estudantes alcancem melhor rendimento escolar e possam trilhar seu Projeto de Vida.
28
Unidade 3.1
Para que a Tutoria contemple seus objetivos em relação aos aspectos acadêmicos e
profissionais, a conexão entre tutor e tutorado tem de acontecer de forma empática,
com respeito mútuo, para se estabelecer um grau de confiança.
Como isso seria na prática?
Vale lembrar
Nos encontros coletivos, o tutor trabalha com os tutorados em grupo para ajudá-los na
organização e participação ativa na vida escolar, no acompanhamento e na avaliação
das ações de Tutoria.
Ao final de cada bimestre, a professora Ivania entrega o boletim escolar para cada es-
tudante, a fim de acompanhar e apoiar seus tutorados.
A professora, em seu encontro coletivo da Tutoria, teve como finalidade levantar refle-
xões a partir das fichas de Orientação de Estudos. Dessa forma, ela faz um alinhamen-
to entre o componente de OE e a Tutoria para dar apoio ao estudo, demonstrando
atenção ao desenvolvimento de seus tutorados.
29
Veja quais procedimentos a tutora Ivania adotou no apoio acadêmico dos estudan-
tes: https://youtu.be/dhtCDP7MAjc. O percurso que ela construiu poderá ajudá-la nas
suas próximas ações de Tutoria.
Dica
( ) Ter abertura para ouvir e cuidado para falar, trocar ideias e experiências.
30
Cenário 2 – Encontro Individual
Vamos ver agora como foi o encontro da professora Ivania com o estudante Tadeu,
que solicitou à tutora que fosse o primeiro no atendimento individual. Ele é do 7o ano
do Ensino Fundamental, apresentou muita dificuldade em História e tem se sentido
bastante desconfortável por não definir seu Projeto de Vida, pois gostaria de fazer
algo que envolvesse o componente.
Veja as estações para acompanhar as estratégias da tutora e verifique de que forma ela
conduziu o encontro individual para auxiliar Tadeu no componente curricular História.
6. Agora que verificou de que forma a tutora Ivania conduziu o encontro individual para
auxiliar o tutorado Tadeu, observe que Ivania não orienta sobre as queixas, durante o
feedback e os encaminhamentos. Em vez disso, ela busca orientar Tadeu a procurar
o melhor encaminhamento para atingir sua meta em História.
Pensando em como Ivania encaminhou seu diálogo com Tadeu, escolha a alternati-
va que complementa a devolutiva da tutora.
6.1 Ivania: – Quando você diz que não entende o que o professor explica, você...
a) está equivocado e deve estudar mais.
b) precisa compreender que ele usa outras estratégias e precisa fazer perguntas
durante a aula.
31
Unidade 3.2
32
Importante
Pietro é professor tutor em uma escola PEI há mais de 2 anos e, neste ano, orienta
7 tutorados. Embora goste do seu trabalho como tutor e esteja sempre rodeado de
estudantes brincando e conversando com ele, Pietro anda angustiado e pouco sorri-
dente, fato que foi notado pela Vice-diretora, Rita.
Rita: Oi, Pietro, como vai? A vida está tão corrida que a gente nem consegue conver-
sar. Estou te achando meio preocupado... Está acontecendo alguma coisa?
Pietro: Ah, Rita, estou me sentindo um incompetente! Acho que não tenho consegui-
do ajudar essa meninada a deslanchar! Meus tutorados não estão indo bem nos estu-
dos, parecem eternas crianças que não querem crescer e nem pensar sobre o futuro,
embora estejam no Ensino Médio!
33
Pietro: Esses dias, perguntei pro Bentinho: “E aí, está estudando? Já decidiu qual cur-
so pretende fazer?” E sabe o que ele me respondeu? “Ah, professor, não vou fazer cur-
so nenhum. Só preciso terminar o Ensino Médio e conseguir um emprego registrado...
Esse negócio de faculdade aí é só pros meninos filhinhos de papai... Meu pai, coitado,
mal sabe ler!”
Rita: Poxa, Pietro, é de cortar o coração! E saber que, como o Bentinho, há tantos outros
meninos... Vamos pensar no PV desse menino! Vamos encarar esse desafio juntos? Há
coisas a fazer! Vou te dar uma sugestão que certa vez utilizei com um estudante que
apresentava o mesmo desafio e... Deu resultado! Quer conhecer a atividade?
Pietro: Sim, Rita, por favor, me apresente!
A sugestão de Rita
Rita apresenta a Pietro uma atividade na qual há alguns questionamentos que levam
à reflexão do estudante, com vistas a fazê-lo pensar no seu Projeto de Vida.
34
Refletindo sobre autoconhecimento
A pergunta tem o objetivo de levar o estudante a refletir sobre si mesmo, ou seja, ter
autoconsciência para construir um sentido coerente de si, até para compreender a
perspectiva dos outros e identificar quando ela é diferente da sua.
Além disso, o falar de si implica voltar o olhar e a atenção para suas subjetividades e
exercitar a compreensão de si e o reconhecimento de suas qualidades e fragilidades
de maneira consciente e respeitosa.
Reflexão
Pode ser que o estudante nunca tenha se deparado com esse questionamento, pois
pensar em fatos ou valores que dão felicidade implica reconhecer emoções e senti-
mentos, bem como a influência que as pessoas ao redor exercem sobre isso.
Reflexão
No caso de Bentinho, parece claro que ele não faz contato com seu aspecto subjetivo,
por isso, é importante que o tutor tenha clareza das competências socioemocionais, no
caso, a organização, o foco, a persistência, a responsabilidade e a determinação, relacio-
nadas à autogestão, que podem ser desenvolvidas pelo tutor junto ao seu tutorado.
35
“O que você gosta de fazer?”
Reflexão
No caso de Bentinho, esse questionamento pode dar suporte à reflexão sobre seu Projeto
de Vida: gostar de fazer alguma coisa é uma forma de se sentir feliz com o que se está
fazendo. Assim, resgatar com o estudante os seus gostos, preferências, situações ou mes-
mo sonhos que lhe trazem um sentido de alegria e felicidade é uma estratégia para mos-
trar que caminhos existem e podem ser traçados e percorridos para realizar seus sonhos.
Esse questionamento é fundamental para que o tutor identifique caminhos que via-
bilizem a realização dos objetivos do estudante, enfatizando a importância da deter-
minação e da persistência para a realização do Projeto de Vida.
Ainda que a pergunta tenha um tom pragmático e objetivo, ela conduz à maneira
subjetiva de praticar ações, pois traçar metas e caminhos exige atitudes e sentimento
de confiança e coragem para vencer desafios. Além disso, para traçar metas de vida, é
imprescindível estar otimista e apto a avaliar-se constantemente.
36
Cenário: Pietro, Rita e Bentinho – Parte 2
O desafio de Pietro
Cursista, por meio da dinâmica apresentada pela Vice-diretora Rita ao professor tutor
Pietro, podemos entender o quanto a Tutoria envolve as dimensões subjetivas, não
apenas do tutorado, mas também do tutor!
Fica claro, na história apresentada, o quanto Pietro estava inseguro quanto à sua
competência docente por imaginar que não conseguia auxiliar seus tutorados a pen-
sarem em suas vidas futuras, especialmente quando narrou o caso de Bentinho. A
preocupação de Pietro demonstra o quanto a atuação docente é significativa para
ele, uma vez que vislumbra, em sua prática, a intenção de atingir os objetivos interdi-
mensionais da aprendizagem.
É possível também perceber que o professor Pietro se preocupa com as questões in-
terdimensionais de ensino-aprendizagem, porque percebe, no caso Bentinho, que o
trabalho de desenvolvimento do Projeto de Vida do estudante – como o de qualquer
pessoa – só pode ser realizado se houver integração entre as diferentes dimensões
constitutivas do ser humano, nos processos formativos vivenciados por ele na escola
e em outros espaços da vida social. Por isso, traçar caminhos que ajudem o estudante
a superar os desafios e desenvolver o Projeto de Vida envolve, também, ajudá-lo a se
37
autoconhecer, para que se olhe sob diferentes nuances e possa harmonizar seu pen-
samento, raciocínio, sentimentos, afetividade e sonhos.
Na última parte deste cenário, veremos como Pietro desenvolveu com Bentinho a ati-
vidade de Tutoria individual “Refletindo sobre autoconhecimento”.
Bentinho, você falou que “nem se vê, que nem se olha no espelho direito...” Então, eu
tenho um presente pra te dar!
Aqui está: um espelho! Olha pra ele e veja a pessoa mais importante da sua vida refle-
tida nele: VOCÊ!
Você é tão importante pra você que nem se dá conta disso! O que você vê no espelho?
Se quiser responder só pra você, tudo bem! Você pode escrever quando chegar em casa
ou na hora que se sentir mais confortável. Então, uma tarefa para essa semana: descreva
tudo o que vê quando se olha para esse espelho e, depois, deixe o espelho de lado, feche
os olhos e sinta que o espelho se volta pra dentro, dentro do seu ser... Daí, sinta o que
esse espelho reflete lá dentro... O que ele mostra pra você!
Você falou que o que te faz feliz é quando tem futebol na escola ou no centro esportivo,
ainda mais quando seu time ganha! E jogar bola é o que você gosta de fazer!
Você já pensou como é que os jogadores de futebol fazem para planejar boas jogadas e
vencer o jogo? E, quando estão perdendo, pensam em mudar as estratégias das jogadas?
E você, Bentinho, gosta de jogar futebol, tem um gosto por um esporte dinâmico e que
exige muito foco e disciplina! E pensa que jogar futebol é fácil?
Você sabe que não! Você pensa nos dribles, nas passadas de bola, planeja o tempo para
fazer as jogadas e tudo para fazer gol! Tá vendo como você sabe planejar? Jogar futebol
é como participar do jogo da vida! Você, no momento do jogo, está planejando sua vida!
E agora, pensando em sua vida profissional futura, como você pode traçar planos para
atingir seus objetivos? Que profissão você pretende seguir e que vai te fazer feliz?
Eu sei que são muitas perguntas, mas você já mostrou que é bom nas jogadas e que está
muito a fim de fazer gols!
Vamos lá, então, virar esse jogo da sua vida e planejar para fazer gol?
38
Diário de bordo
Após analisar a prática do professor, pense nas abordagens utilizadas por ele.
Qual delas é a que mais condiz com as práticas de uma Escuta Ativa?
Qual delas é a que mais condiz com as práticas da Pedagogia da Presença voltadas para
a educação interdimensional?
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Unidade 4
Retrospectiva
Agora, veja tudo que aprendeu ou aprimorou, acompanhando a nossa linha do tem-
po do curso de Tutoria. Aproveite para retomar seu Diário de bordo e rever tudo o que
você anotou durante o curso.
Encerramos por aqui. Esperamos que este curso tenha colaborado com seu aprimo-
ramento profissional e incentivado novas práticas.
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Encerramento
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Gabaritos
1. A sequência correta é: V, V, F, V, F.
Comentário:
A Tutoria precisa de planejamento, independentemente de ser uma unidade escolar com
dois turnos de 7 horas ou de turno único de 9 horas. Além disso, o foco do Planejamento de
Tutoria é engajar os tutorados com propostas de melhor aproveitamento da vida acadêmica
e superação de desafios para a construção do Projeto de Vida.
3. A sequência correta é: A, C, D, P.
Formulários, tabela, infográfico e diagramas das páginas 4, 11, 16, 17, 20 e 26 elaborados
para o curso. Demais imagens: Getty Images.
42
Anexo 1
PLANEJAMENTO DE TUTORIA
Introdução
O compromisso do Programa Ensino Integral é atuar na formação integral dos jovens e
adolescentes e, para isso, traz um conjunto de metodologias e práticas diferenciadas. A Tutoria é
uma dessas práticas, que visa o acompanhamento, o apoio e a orientação dos alunos durante seu
percurso escolar, por meio de encontros sistemáticos entre tutor e tutorado. Com a implantação do
Programa Ensino Integral em escolas de dois turnos, ou seja, escolas que tenham em cada
turno carga horária de sete horas, é necessário reservar um tempo específico para o Planejamento
de Tutoria.
Justificativa
As escolas do Programa Ensino Integral com carga horária de sete horas contam com um
intervalo mais curto para o almoço. Logo, o intervalo reservado para a Tutoria tem menos tempo
nestas unidades. Diante da necessidade de estruturar a Tutoria de maneira que atenda às
necessidades dos alunos e, ao mesmo tempo, oriente os educadores a organizarem essa prática,
estabeleceu-se um tempo específico para a mesma, o Planejamento de Tutoria.
Objetivo
O Planejamento de Tutoria configura-se em um espaço/tempo destinado à organização
de Tutoria nas Escolas do Programa Ensino Integral de dois turnos, de modo que possa:
• Impactar a aprendizagem dos alunos, incentivando o desenvolvimento de seus Projetos de Vida.
• Aprimorar o processo de ensino-aprendizagem.
• Fortalecer a sistematização de dados colhidos na Tutoria para produção de indicadores.
Processo
Tutoria e Projeto de Vida
A Tutoria é uma interação pedagógica em que tutores acompanham e se comunicam com
seus estudantes de forma sistemática e individual, dando suporte para o seu desenvolvimento e
avaliando a eficiência de suas orientações com vistas ao fortalecimento do Projeto de Vida, sob
três dimensões de orientação: a pessoal, a acadêmica e a profissional.
● A orientação pessoal tem como foco o autoconhecimento, a ampliação do senso
crítico, o desenvolvimento da autonomia e a tomada de decisões de forma reflexiva do
estudante.
1
43
● A orientação acadêmica apoia o aluno por meio de temas e conteúdos disciplinares, auxilia-
o nas interações em sala de aula e a superar dificuldades em relação à adoção e à
consolidação de hábitos de estudos, além de dar suporte para a organização da sua vida
escolar.
● A orientação profissional, por sua vez, apoia o aluno, estimulando-o a identificar suas
habilidades pessoais para que faça a escolha acadêmica e profissional de acordo com sua
personalidade, suas aptidões e seus interesses.
Escuta Ativa e Pedagogia da Presença
Para estabelecer uma relação de confiança com o aluno, o tutor deve demonstrar
disponibilidade e compromisso para apoiá-lo em seu processo de desenvolvimento. Durante os
momentos de interação entre aluno e tutor, é importante que o tutorado seja estimulado a refletir
sobre o assunto em questão até chegar a uma conclusão sobre o que está sendo discutido. Para
isso, é necessário que o tutor tenha uma escuta ativa e respeitosa: estabeleça, na conversa, uma
relação de empatia com o tutorado, mostrando interesse e consideração pelo seu ponto de vista. É
fundamental destacar a importância da dimensão ética que deve orientar a relação entre tutor e
tutorado.
Como desenvolver uma escuta ativa?
1. Procure ser acolhedor, buscando compreender os pensamentos e sentimentos do aluno.
2. Esteja disponível para ouvir seu tutorado, sem interrompê-lo ou criticá-lo. Ele deve perceber que
você se interessa pelo que ele fala.
3. Mesmo que você discorde das opiniões e/ou atitudes do tutorado, respeite o que ele pensa. Cabe
ao tutor ter uma postura ética e acolhedora que incentive no tutorado uma curiosidade crítica e uma
prática reflexiva sobre suas próprias opiniões a partir de outra perspectiva.
Operacionalização
1-) Tutoria
O Planejamento de Tutoria, como prática a ser adotada nas Escolas do Programa Ensino
Integral de dois turnos, não está previsto na Matriz Curricular, devendo adequar-se em 1 horário
semanal disponível em cada turno de sete horas.
Neste momento, todos os docentes atuando como tutores, devem se organizar junto
aos seus tutorados para estabelecerem as ações de Planejamento de Tutoria.
2
44
Os espaços escolares para essa prática extrapolam as salas de aulas, podendo acontecer
na sala de leitura, pátio, laboratório de Informática, quadra e outros espaços.
● Planejar (Plan) é definir o que, quem e como agir para atingir os propósitos definidos,
estabelecendo, também, com que indicadores a ação será monitorada.
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● Executar - Fazer (Do) é colocar em prática o que foi anteriormente planejado. Quando a
fase do planejamento é feita com o cuidado necessário, a etapa do fazer se torna uma ação
efetiva, pois será muito mais simples implementar o planejado e corrigir situações
excepcionais em função de contratempos que ocorram pontualmente.
● Checar (Check) é monitorar os resultados das ações desenvolvidas. Essa fase possibilita
verificar se as estratégias adotadas (ou seja, o “trajeto percorrido” para a implementação
daquela ação) estavam adequadas para o alcance do resultado esperado, o que permite a
correção das rotas de maneira a conduzir, necessariamente, ao alcance do resultado
esperado.
● Agir/Ajustar (Act) significa proceder aos ajustes identificados a partir da avaliação dos
resultados parciais ou finais apurados, para a melhoria contínua e para que se obtenha o
maior êxito possível ao final daquela ação, atingindo-se, assim, os objetivos.
46
Plano do Tutorado
Fazer (Do) Minhas ações e atitudes: Minhas ações e atitudes: Minhas ações e atitudes:
Agir (Act) O que preciso resolver? O que preciso resolver? O que preciso resolver?
47
Dinâmica para o Planejamento de Tutoria
O primeiro encontro entre tutores e tutorados, realizado no Planejamento de Tutoria, deve
estabelecer combinados sobre o objetivo da Tutoria, o papel do tutor e a relação esperada entre os
colegas.
Para debater essas questões sugere-se a divisão da lousa em 3 partes e a formação de uma
roda de conversa, onde os estudantes possam colocar suas contribuições e discutir com os
colegas. Os estudantes devem registrar na lousa uma síntese dos combinados para as 3 questões
propostas. Esta atividade proporciona, além da elaboração do produto em si (lista de combinados),
um momento para o tutorado aprender a falar e a ouvir, respeitar, valorizar-se como indivíduo e
como parte do grupo.
O tutor deve mediar essa conversa e, ao final, pactuar os combinados com os tutorados, de
acordo com aquilo que foi registrado pelos estudantes. Estes combinados objetivam proporcionar
um momento rico em aprendizagem para os estudantes, em que todos se sintam acolhidos e
confortáveis para refletir, discutir e planejar ações alinhadas ao seu Projeto de Vida.
Nas semanas seguintes, o tempo de 45 min, destinado ao Planejamento de Tutoria, deve
ser organizado da seguinte maneira:
Nos 15 minutos seguintes: os estudantes deverão formar duplas para trocarem entre si
suas reflexões. A partir do preenchimento do seu Plano de Tutorado, eles poderão compartilhar
com sua dupla os caminhos que desenharam no seu plano para lidar com determinada questão ou
discutir como suas ações conduziram ao status em que se encontram hoje cada uma das situações-
problema mapeadas. O propósito dessa interação é o aprimoramento das relações interpessoais,
o exercício da tolerância, do respeito ao outro e a si mesmo, permitindo a criação de laços positivos,
por meio da colaboração, para a superação dos problemas.
48
desenvolvimento do sentimento de pertencimento ao grupo e a corresponsabilidade nas ações
coletivas.
Ele também funcionará como uma rotina para o estudante refletir sobre as trocas que tem
com seu tutor.
49
Anexo 2
Estudante
Estudante01
01 Estudante
Estudante02
02 Estudante
Estudante03
03 Estudar
Estudaréé
ÉÉpossível
possível Escolher
Escolherumumtema
tema importante,
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inclusive
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áreasde
de estudar momentos
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conhecimento. matemática”.
matemática”. concentração. estudar”.
estudar”. nãohouver
houveratenção
atenção
conhecimento. concentração. eededicação.
dedicação.
Estudante
Estudante04
04 Estudante
Estudante05
05 Estudante
Estudante06
06
Procure
Procure Reveja
Revejacomo
comovocê
você Quando
Quandofazemos
fazemos
curiosidades
curiosidadessobre
sobre estuda:
estuda:que
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devemosprestar
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tempo colega,
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preferência”. notas”.
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formadiferente
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estudo”. acompanhando
acompanhandoee
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temas. suas dúvidas.
suas dúvidas. aprendendo
aprendendoalgo.
algo.
Estudante
Estudante07
07 Estudante
Estudante08
08 Estudante
Estudante09
09 Quando
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Sevocê
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agendabembem Quando
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estudioso mantê-los
mantê-loseetraçar
traçar
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organizada,meumeu próximo
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aprendemos.ÉÉuma uma “Atingi
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alcançaroutras
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dia. Mas fico só que
que se referemao
se referem ao com estudo,
estudo,basta
bastavocê
você consigo melhorar”.
consigo melhorar”.
estudando”. lazer comcolegas”.
colegas”. metas
metas sem perderoo
sem perder
estudando”. lazerpara
parafazer
fazer pensar
pensarisso.
isso. foco
parte focododoque
quejájáfoi
foi
parteda dasua
suarotina.
rotina. alcançado.
alcançado.
50
Anexo 3
51
Anexo 4
52
Referências bibliográficas
53
Expediente – Curso Tutoria
Escola de Formação e Aperfeiçoamento dos Profissionais da Educação
“Paulo Renato Costa Souza” – EFAPE
Coordenador – Marcelo Jerônimo Rodrigues Araújo
Departamento de Programas e Formação da Educação Continuada – DEPEC
Diretora: Naomy de Oliveira Ramos
Centro de Formação e Desenvolvimento Profissional de Professores da Educação Básica
– CEFOP
Diretora: Silvia Regina Peres
Centro de Formação e Desenvolvimento Profissional de Gestores da Educação Básica –
CEFOG
Diretora: Ana Bárbara Martins Garcia
Departamento de Recursos Didáticos e Tecnológicos de Educação a Distância – DETED
Diretora: Fernanda Henrique de Oliveira
Centro de Criação e Produção – CCRIP
Diretora: Ana Maria David Berbel
Centro de Infraestrutura e Tecnologia Aplicada – CITEC
Diretora: Rosangela de Lima Francisco
Centro de Avaliação e Certificação – CEAC
Diretora: Edivânia Oliveira Bezerra Pontes
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