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PSICOLOGIA SOCIAL 1

Augusta

Cor

Texto 1:

A psicologia social e uma nova concepção de homem para a psicologia?

- Por que a psicologia necessitava de uma nova concepção de sujeito?

- “O sujeito da ação é um grupo, um ‘nós’, mesmo se a estrutura atual da


sociedade tende a encobrir esse nós e a transforma-lo em soma de várias
individualidades distintas e fechadas umas às outras.”

- Sistematizações em termos de Psicologia Social, duas tendências:

I. Tradição pragmática dos Estados Unidos: visa alterar ou criar


atitudes, interferir nas relações grupais para harmonizá-las e
garantir a produtividade do grupo. Intervenção para minimizar
conflitos.
II. Tradição filosófica Europeia: procura conhecimentos que evitem novas
catástrofes mundiais com raízes na fenomenologia, buscando modelos
científicos totalizantes.

- Crise do conhecimento psicossocial que não conseguia intervir nem explicar,


muito menos prever comportamentos sociais.

- Retorno às análises fatoriais e novas técnicas de análise de multivariancia,


que afirmam sobre relações existentes, mas sem termos de “como” e “por que”.

- Tradição psicanalítica retomada fazendo crítica a social americana como


ciência ideológica, reprodutora da classe dominante. Crítica ao positivismo, que
perdia o ser humano pela objetividade. (FRANÇA)

- Na américa latina, a psi social oscila entre o pragmatismo americano e a visão


abrangente de um homem que só era compreendido filosófica ou
sociologicamente – abstrato.
- O primeiro passo para a superação da crise foi constatar a tradição biológica
da psicologia, em que o indivíduo era considerado um organismo que interage
no meio físico, sendo que os processos psicológicos (dentro dele) são
assumidos como causa, ou uma das causas que explicam o seu
comportamento. Para entender o indivíduo bastaria conhecer o que ocorre
dentro dele quando se depara com estímulos do meio.

- O homem é cultura, é história. Em que condições sociais ocorre a


aprendizagem e o que ela significa no conjunto de relações sociais que
definem concretamente o indivíduo na sociedade em que ele vive.

- Positivismo: descrevia comportamentos restritos no espaço e no tempo,


desconsiderava a interrelação infra e superestrutural.

- Na medida em que a história se produz dialeticamente, cada sociedade, na


organização da produção de sua vida material, gera uma nova sociedade,
qualitativamente diferente da anterior, gera uma contradição fundamental.

- Mediação ideológica: valores, explicações tidas como verdadeiras que


reproduzem as relações sociais necessárias para a manutenção das relações
de produção.

- Ao transformar a natureza, se transformavam ao longo da história.

- Compreender o sujeito criativo, transformador. Se não enxergamos o homem


como produto e produtor, a psicologia estará apenas reproduzindo as
condições necessárias para impedir a emergência das contradições e a
transformação social.

Aula 01/07/21

- A tradição filosófica europeia é fenomenológica. Economia arrasada pela


guerra. EVITAR UMA NOVA GUERRA.

- Nos EUA, muitas pessoas vindas da segunda guerra mundial mentalmente


abaladas. Pragmática. Novo centro do mundo. PRODUÇÃO.

- 1960 tem uma crise do conhecimento, especialmente do EUA.


- Socialismo (homem socialmente determinado) X Biologismo (o homem como
causa de si mesmo);

- Cabe a psi social recuperar a intersecção entre a história do indivíduo e a


história da sociedade.

- 1950 - criação da psicologia social com suas duas tendências,


fenomenologica (europeia) e positivista (norte-americana);

- 1960 - a eficácia dessa psicologia começa a ser questionada socialmente por


não ter eficiência social de prever comportamentos / modificar a sociedade em
busca de harmonia;

- 1968 - Aumentam as críticas à psicologia social como uma ciência ideológica


e reprodutora das classes dominantes;

- 1976 - Congressos latino-americanos trazem críticas mais sistematizadas e


novas propostas para melhoramento dessa psicologia;

- 1979 - Esses movimentos culminaram na criação de propostas concretas de


uma Psicologia Social com bases materialista-históricas, voltadas para
trabalhos comunitários.

A partir daí a psicologia social tomou novos rumos e começa a pensar o


sujeito social como produtor e produção de si mesmo e da sociedade, ou seja,
busca a história concreta e completa do ser, já que os fatores sociais e
biológicos influenciam um ao outro e não faz sentido uma psicologia que foca
apenas em um e ignora o outro aspecto.

- Compreender o humano dentro do seu espaço e do seu tempo. Para


conhecer precisa:

1. O homem não sobrevive sem relação com outros.

2. Desenvolvimento da linguagem, para além da comunicação.

3. Sentido pessoal; atividade; consciência; personalidade; relações grupais.

TEXTO 2

O indivíduo-sociedade: uma relação importante na psicologia


- A psicologia social está aqui compreendida como o estudo, no âmbito da
psicologia, dos fenômenos sociais na sua dimensão subjetiva.

- Estudo da relação do indivíduo com a sociedade.

- Essa perspectiva levou a visões naturalizantes e a-históricas, dominantes na


psicologia, que nos levam a acreditar que somos o que a natureza humana
contida em nós determina. Assim, criamos, no âmbito da psicologia, uma noção
de verdadeiro eu, que nos leva a desvalorizar as influencias sociais, tomadas
como pressões que nos impedem de sermos o que naturalmente e
verdadeiramente devemos ser.

- Dessa forma, a sociedade ficou de fora da psicologia. As relações sociais, as


formas de produção da vida, a organização social, regras, valores e cultura não
foram percebidas ou concebidas como constituintes dos indivíduos.

- Grupos, massas, o outro, a cultura, as regras sociais, tudo vai aparecer na


psicologia social como fontes de pressão ou influencia sobre os indivíduos.

Referencias para a análise da psicologia social

- A psicologia social surge junto com a psicologia, visando as questões que


estavam para além do indivíduo.

- Primeiro bloco da psi social: acompanha a consolidação do capitalismo como


modo de produção hegemônico e mostra uma psicologia social que responde
às demandas específicas de conhecimento da relação individuo-sociedade do
período. Inicio em XIX e vai até 1920.

- Segundo bloco: representa respostas a demandas do desenvolvimento do


capitalismo norte-americano, marcado por uma visão pragmática que se
apresenta em todos os campos e também nas concepções de ciências
desenvolvidas. 1920-hoje.

- Terceiro: latino-americana, critica as teorias dominantes e vai em busca de


alternativas que respondam de forma nova a realidade e necessidades da
sociedade começaram a aparecer no início dos anos 70 e vem até os dias de
hoje.
- A concepção de conhecimento aqui presente é a que considera que as ideias
produzidas pelos homens, organizadas de diferentes formas ou em diferentes
contextos, refletem, por várias mediações, interesses concretos e contraditórios
existentes na sociedade. Essas ideias servem à consolidação ou
transformação desses interesses, na medida em que orientam práticas e
intervenções na realidade social.

- Se determinado método e determinada teoria permitem a apreensão de


historicidade dos fenômenos sociais e humanos, ou se tratam-nos como
naturais.

- A afirmação do sujeito do conhecimento como indivíduo livre, racional e


natural, feita a partir das concepções liberais, acontece ao mesmo tempo em
que se afirma o objeto de conhecimento como sendo a natureza independente
do homem e submetida às suas próprias leis. Suj e objeto como independentes
e exteriores é contraditório.

- No caso da psicologia, seu desenvolvimento é marcado pela oposição entre


teorias subjetivas e objetivas que enfatizam, ao explicar o indivíduo, um outro
polo: a subjetividade (consciente, mente, emoção, inconsciente) ou a
objetividade (ambiente, sociedade, biologia, comportamento).

- O conhecimento tem sua origem na realidade, aprendida pelo homem por


meio dos órgãos dos sentidos (empirismo), ou tem sua origem nas ideias
presentes no homem, ser racional? (racionalismo): DEBATE
EPISTEMOLOGICO reduzido ao positivismo.

- A afirmação de sujeito e objeto como independentes tem na base a noção de


um homem natural (sujeito a leis naturais) e autônomo (capaz de usar a razão
soberana).

- Esse homem não é outro senão o homem do capitalismo, afirmado pelo


liberalismo.

- Essas noções de homem e natureza desconsideram O TRABALHO, a ação


do homem transformar a natureza.

- Esse fato quebra o ideal de liberalismo pois ve o sujeito como ativo, social e
histórico.
Primeiro bloco: sociologia ou psicologia? (final do século XIX até 1920)

- Primeiras crises do capitalismo; necessidade de se entender o


comportamento social dos indivíduos.

- Algumas questões sobre o comportamento social eram melhor colocadas pela


sociologia do que pela psicologia. Ex: a linguística, antropologia, etnografia,
arqueologia...

- A psicologia estava voltada ao estudo da mente do indivíduo, ao


funcionamento dela. Método experimental (WUNDT)

- Era sensível aos estudos culturais que mostravam diferenças entre os povos,
mas sua busca era de um homem e uma mente universais sem precisar
compreender socialmente.

- O funcionalismo é o projeto que mais se aproxima das questões da relação


indivíduo-sociedade, propondo-se a compreender a mente, a consciência e sua
relação de funcionalidade com o ambiente social.

- No séc XIX apareceram as psicologias das massas, início da social.


Preocupação em entender e controlar as manifestações sociais que ocorriam.

-GEORGE TARDE: precursor da psicologia das massas. Estudou aspectos


afetivos do comportamento social.

- LE BOM: Publica psicologia das multidões, em 1895, afirmando que os


homens poderiam adquirir as características das massas.

- Segunda tendência: Organicistas e psíquicas: as organicistas têm influencia


de Darwin e Spencer, trazendo uma interpretação biológica dos fenômenos
sociais. A psíquica, Freud como um dos representantes, tem a discussão do
psiquismo, da pulsão como fator básico determinante do comportamento.

- W. McDougall e E.A Ross: termo psicologia social. McDougall postula a


existência de instintos e comportamentos inatos para explicar os
comportamentos.

- John Dewey diz que todo comportamento é adquirido.


-William James: hábito, self. O self se desenvolve nas relações sociais.

- Psi necessária no trabalho e na escola.

Segundo bloco: o predomínio da psicologia social norte-americana (1920-


hoje)

- Nova delimitação do objeto de estudo.

- Período pós guerras, décadas de 40-50 do século XX

- Tenta resolver a oposição entre a visão sociológica e a visão psicológica,


colocando o pequeno grupo como “elo intermediário”.

- Teorias buscam a comprovação, mantém a concepção objetivista.

- Cognitivismo e teorias dos papeis sociais: não há espaço nelas para a


abordagem da historicidade, há um limite metodológico para tal. Por isso, o
indivíduo nessas concepções é passivo ou ativo abstratamente, através de
uma cognição abstrata e descontextualizada.

A leitura da teoria dos papéis

- Análise da relação indivíduo-sociedade, no campo das abordagens


sociológicas, privilegiando e procurando descrever a influência da sociedade
sobre o indivíduo.

- Começa a descrever e acompanhar processos psicológicos decorrentes da


presença desse indivíduo em uma sociedade.

- Durkheim: domínio da exterioridade sobre o indivíduo. Weber: influencia da


estrutura burocrática da sociedade. Simmel: pessoas entram em sociedade
mediante troca de parte de sua individualidade pela generalidade de partes a
serem representadas na sociedade. Darwin: ideias evolucionistas e
adaptativas.

- Cada cultura tem padrões para as relações entre as pessoas, definidos pelo
sistema. Direitos e deveres são reguladores do sistema.
- Posições sociais permitem compreender a articulação do todo que se
mantém.

- Interação social é o conceito básico, pq se refere a dinâmica da estrutura


social.

- Papeis sociais: padrões de comportamento.

- Normas de conduta: governam as interações sociais

- Socialização: processo pelo qual as normas são transmitidas de uma geração


a outra e de uma pessoa a outra. Conduta precisa ser mantida.

- Grupos: interações e lugar de privilegio.

- Aprendemos, na socialização, os scripts referentes às nossas relações e, com


isso, adquirimos formas adaptadas e eficientes de estarmos no conjunto social
e de atuarmos nele para sua manutenção e desenvolvimento.

- A exterioridade do objeto em relação ao sujeito aparece na exterioridade da


sociedade em relação aos indivíduos.

A especificidade da leitura de Goffman

- Erving Goffman estudou o comportamento humano em situação social e o


modo como aparecemos para os outros. Os homens se comportam
respondendo a expectativas sociais e a ideia de que há mecanismos sociais de
pressão para que os indivíduos se adaptem às prescrições sociais.

- Ação teatral: os indivíduos, ao se comportarem em grupos sociais e


instituições, não só agem, cumprindo uma tarefa. A ação carregada de
expressão transforma-se então em uma representação, pois há um script que o
sujeito deverá garantir para causar uma determinada impressão e para
apresentar-se como um determinado alguém.

- Mecanismos de controle das impressões, ex: prisões, manicômios,


conventos...

- Representação do “eu”
- Indivíduos tem permissão a manipularem as situações sociais e construir seus
desempenhos de maneira ativa.

- EM SUMA: A subjetividade e o comportamento dos sujeitos estão submetidos


à exterioridade de regras, scripts, padrões de condutas de forma mecânica,
pois há naturalização da pressão social.

A leitura da Teoria Cognitivista

- Maiores adeptos da psicologia social, desenvolvidas nos EUA a partir da


Gestalt.

- A relação do psicológico com o social implicam em um indivíduo

- Para a relação do psicológico com o social implicam em um indivíduo passivo,


à mercê das influencias sociais.

- Todavia, é necessário entender o lugar ativo que o indivíduo ocupa nessa


relação.

- Elementos do behaviorismo são utilizados para explicar as relações do


indivíduo com o meio social, as condutas sociais.

- O INDIVÍDUO ATIVO NÃO É APENAS RESPOSTA A ESTIMULOS DO


MEIO. A cognição é a capacidade básica que permite ao indivíduo organizar e
elaborar os estímulos recebidos do meio social, segundo o cognitivismo.

- Influencia da Gestalt: coloca como fundamental para a resposta do indivíduo


ao meio a maneira como ele PERCEBE o estímulo. A percepção envolve
consciência, elemento que deve ser considerado ao se estudar as reações dos
indivíduos às influencias sociais.

- O enfoque cognitivo se baseia na necessidade que os seres humanos tem de


formar todos estruturados e significativos em suas percepções das pessoas e
do meio.

- SOMOS SELETIVOS em nossas percepções; buscamos sempre manter


novas informações recebidas coerentes com a primeira impressão que
formamos no primeiro contato com as pessoas ou situações sociais.
- A teoria das cognições sociais busca leis gerais que caracterizam e explicam
o comportamento das pessoas quando estão em presença física ou imaginária
de outros.

- As atitudes surgem como um contexto explicativo de grande importância, são


formadas por três componentes: componente cognitivo, componente afetivo e
comp. Comportamental. COERENTES ENTRE SI. “Como eu interpreto, eu
sinto, como eu sinto, eu ajo.”

- AS ATITUDES SÃO RESISTENTES À MUDANÇA, pois, para mudar uma


cognição, precisaremos de dissonância cognitiva. Reestruturação do SC.

- “Se quisermos uma determinada conduta dos sujeitos em relação a um


determinado objeto, devemos ser capazes de instalar uma determinada atitude”

- Cognitivismo estudou a dinâmica dos grupos sociais para entender o pq de


pessoas se ajuntarem em grupos, construções de objetivos de grupo,
surgimento de lideranças, resolução de conflitos e etc.

- ENTRETANTO, o cognitivismo colocou na mão de programadores de


comportamento a capacidade de alterar as situações sociais, tirando o sentido
ativo dos indivíduos.

- Trata a sociedade como um conjunto de variáveis, do homem como um ser de


características cognitivas universais, da relação do indivíduo-sociedade como
mecânica, impossibilitando o trabalho de múltiplas determinações do sujeito.

A leitura da teoria das representações sociais

- Vertente psicossociológica que condena a tradição americana por se ocupar


de processos individuais vistos a partir da influencia de um “social” difuso e
vago.

- Representações sociais: modalidade específica de conhecimentos que têm


por função a elaboração de comportamentos e a comunicação entre indivíduos.

DENISE JODELET: “Representações sociais são como forma de


conhecimento, socialmente elaboradas e partilhadas, tendo uma visão pratica e
concorrendo para a construção de uma realidade comum a um conjunto social”
- Moscovici fez uma distinção entre as suas classes de universos do
pensamento das representações sociais:

a) Natureza consensual: são frutos da atividade intelectual da interação social


cotidiana.

b) Natureza figurativa/reificada: referem-se a ciência e ao pensamento erudito


que possuem rigor em sua construção e alto nível de abastração.

- Alguns processos formadores caracterizam as representações sociais.

ANCORAGEM: Quando um objeto representado se integra a um sistema de


pensamento já existente. Ancorar é classificar e dominar. Classificar implica
comparar com as informações existentes na memória, dominar permite que se
tire do anonimato o objeto, incluindo-o no conjunto de registros existentes na
cultura.

OBJETIVAÇÃO: Atividade de imaginação que dá forma ou figura ao


conhecimento que se formulou sobre o objeto. Objetivar é tornar concreto,
materializar o conhecimento em palavras; reproduzir o conceito em imagem.

- A diferença entre o cognitivismo e a teoria das representações sociais está


em que o primeiro utiliza o método experimental, tb na tendencia individualista
e a-histórica da teoria das cognições sociais.

- Na teoria da cognição social a corporificação da tendência americana na


psicologia social, enquanto na representação social temos a tendência
europeia, embora o cognitivismo seja orientação para ambas as vertentes, o
adjetivo social faz bastante diferença entre elas, pois supõe, na teoria das
representações sociais, a socialização do conhecimento e sua produção
coletiva em um ambiente social.

Terceiro bloco: a construção de uma psicologia social crítica (a partir de


1970)

- Produções críticas em relação às concepções dominantes.

- Déc de 60 os psi sociais mostram insatisfação para com as teorias existentes.


- Período de crise na psi social, crise científica, falta de intensidade nas
investigações e pesquisas produzidas.

- Apontavam que a psi social desconsiderava a realidade concreta dos


indivíduos e dos problemas sociais.

- Passa-se a buscar alternativas metodológicas e o materialismo histórico e


dialético será uma delas.

- Nesse sentido, a teoria das representações sociais significou uma tentativa de


superar a dicotomia indivíduo-sociedade: O ELO ENTRE OS DOIS DEVERIA
ESTAR NA PRODUÇÃO CONJUNTA DOS DOIS POLOS.

- Marxismo: proposta de transformar a realidade.

- O materialismo histórico reconhece as determinações históricas, contradições


sociais, antagonismo de classes, as questões ideológicas e o processo de
alienação, assim, é possível investigar os aspectos particulares da relação do
indivíduo com a sociedade em cada situação.

- Psi social buscou discutir o processo de desenvolvimento da consciência.


Procurou compreender o indivíduo histórico, com suas contradições e
possibilidades de superação delas.

- Psi social critica (MARX)

O construcionismo

- Focaliza os processos de produção de sentidos na vida cotidiana e se encaixa


em todo movimento que, na filosofia, sociologia e na psicologia busca superar
perspectivas que naturalizam o fenômeno psicológico e que despolitizam as
disciplinas.

- Berger e Luckmann

- Tanto o sujeito como o objeto são construções socio-históricas que precisam


ser problematizadas.

- Três condições básicas caracterizam a proposta: linguagem, história e


pessoa.
- Práticas discursivas é um conceito que remete aos momentos de
ressignificações, de rupturas, de produção de sentido, ou seja, que
corresponde aos momentos ativos do uso da linguagem, nos quais convivem
tanto a ordem como a diversidade. Trabalhado nos tempos: longo, vivido e
curto.

A psicologia social socio-histórica brasileira

- Vê o homem como ativo, social e histórico.

- Concepção materialista: visão determinista.

- Concepção dialética: contradição é a característica fundamental de tudo que


existe. Superação constante da realidade.

- Concepção histórica: a história deve ser analisada a partir da realidade


concreta e não ideias. Leis que regem o homem não são naturais, mas
históricas.

- O homem é determinado e determinante. A transformação se dá a partir da


ação do homem.

- A atividade é categoria do psiquismo na medida que o homem participa de um


grupo social em um determinado momento histórico e, assim, se torna
indivíduo.

- A consciência não existe sem a matéria, se desenvolve no cérebro humano


que tem atividade e vida social. É subjetiva, mas não existe sem a realidade
objetiva.

- A atividade do indivíduo é definida pelo lugar que ele ocupa socialmente


dentro da forma como a sociedade se organiza para o trabalho. Essa
organização envolve a desigualdade e a opressão social.

- Identidade: refere-se ao que o indivíduo é, aquilo no que ele se constitui no


processo de desenvolvimento da consciência em relação com a atividade. O
indivíduo é metamorfose.

- O personagem é a manifestação empírica da identidade.


- Mesmidade: unidade entre conceito-pensamento-ser.

Identidade: Indivíduo representa a si mesmo, indivíduo representa papéis


sociais decorrentes das posições que ocupa, indivíduo representa enquanto
reposição da identidade pressuposta (o que tem sido).

- Alterização: superação da identidade pressuposta e desenvolvimento da


identidade.

- Linguagem como formadora de consciência.

- Internalização: reconstrução interna de uma operação externa.

AULA 08/07/21

- Além do sujeito ser único, o local também interfere de forma única nesse
sujeito, todo lugar tem uma cultura única.

- PSICOLOGIA é uma ciência dicotômica, uma ciência objetiva da


subjetividade.

- O “verdadeiro eu” é atrapalhado pelas questões sociais: Determinismo


biológico.

- 3 grandes blocos:

1. Resposta à consolidação do capitalismo como modo de produção


hegemônico.

- Produção.

- Desenvolvimento da psi social, em paralelo a psi geral.

- Expansão, consolidação e primeiras crises do capitalismo

- Entender o comportamento social dos indivíduos e massas

- Sociologia, linguistica, antropologia, etnografia e arqueologia estudavam o


comportamento social, a psi não, ela estudava o experimental.

- A alma (individual) está subordinada ao sentido de povo/nação: alma supra-


individual – sentimento de individualidade.
2. Resposta a demandas do desenvolvimento do capitalismo norte-
americano

- Produção americana.

- Visão pragmática de indivíduo e sociedade. Ciência feita para aplicar, para


investir.

- Objeto de estudo: pequenos grupos.

- Concepções naturalizantes de indivíduo e sociedade

3. Críticas às teorias dominantes, em busca de alternativas que


respondam às demandas da américa latina.

- Psi social crítica: como querem colocar uma realidade gringa nos latinos?

- Responde às demandas da América Latina

- Crise teórica metodológica

- Críticas às teorias dominantes, naturalizantes e a-históricas

- “As ideias produzidas pelos homens, organizadas de diferentes formas ou em


diferentes contextos, refletem, por várias mediações, interesses concretos e
contraditórios existentes na sociedade. Essas ideias, por sua vez, servem à
consolidação ou transformação desses interesses, na medida em que orientam
práticas e intervenções na realidade social” (GONÇALVES E BOCK)

Aula 15/07/21

SEGUNDO BLOCO

- Pressão social sobre o indivíduo para comportamentos serem realizados.


Conformação social.

A leitura de Goffman: papel social.

- Metáfora da ação teatral: garantia de uma impressão.

- Mecanismos de controle das impressões;

- Estudos: instituições totais; comunidades remotas; estigmatizações.


- Ação teatral: manipulamos impressões socialmente.

- Criar uma personalidade (fachada) para o papel social esperado, mas quando
ninguém olha vou agir como quero realmente.

Aula 22/07/21

TERCEIRO BLOCO

- Cognição: capacidade de organizar os estímulos que recebemos do meio.


Estrutura coerente e com significado.

- Dissonância cognitiva: quando o todo recebe uma informação que é diferente


e acaba com essa estrutura. (Causa sofrimento para o sujeito pq põe em
cheque tudo que aprendeu)

- O “todo” é formado quando temos contato com um objeto pela primeira vez.
(Primeira impressão)

Sistema de crença duradoura:

1. Componente cognitivo: o perceptivo e a organização dessa percepção.


Forma como instalamos, crenças nossas.
2. Componente afetivo: Carga afetiva de favor ou contra.
3. Comportamental: minha ação em respeito aquele objeto.

- Para quebrar uma crença, precisa quebrar esses três componentes

CRÍTICA: o indivíduo é prisioneiro de sua cognição. Mesmo sendo ativo, está


submisso.

Teoria das representações sociais:

- Teoria europeita, psicossocial

- São formas de conhecimento social elaboradas e partilhadas nos grupos


sociais. Uma realidade comum a determinado grupo, o senso comum.

- Dupla natureza: uma conceitual, conhecimento sobre e uma figurativa, a


imagem construída sobre o objeto.

 Dois universos: consensuais – conhecimento do senso comum E


reificados: conhecimento científico.
Dois processos que formam as representações:

- Ancoragem: encaixar um conhecimento novo a um pensamento já existente.


Vai comparar com as informações que já se tem, classificar e denominar.

- Objetivação: tornar concreto, representar por palavras ou com imagens.

- Indivíduos: ativos e inseridos no mundo social. As representações são


construídas por essas relações.

- Teoria do caso único: não universaliza

- Tem como objetivo compreender como os sujeitos se apropriam de


conhecimento e explicam seu cotidiano.

TEXTO:

Consciencia/alienação: a ideologia no nível individual – Silvia Tatiaana


Maurer Lane

“Ser mais ou menos atuante como sujeito da história depende do grau de


autonomia e de iniciativa que ele alcança.” (p. 40) Leia o texto “O homem que
foi colocado numa gaiola” de Rolo May e reflita sobre o mesmo a partir da
citação à cima; Em seguida, disserte sobre a história apresentada (O homem
que foi colocado numa gaiola), o texto de Silvia Lane (Consciência\alienação: a
ideologia no nível individual) e a realidade atual dos posicionamentos sociais e
políticos dos brasileiros.

Resposta:

Ao ler o conto, percebemos que cada vez que o rei chegava falando que
o prisioneiro deveria ser grato pelo que recebia, mais silenciadas as
reclamações eram. Ou seja, houve manipulação psicológica para que
houvesse uma conformação do prisioneiro sobre aquela situação, mesmo que
fosse desfavorável para ele, assim a situação foi naturalizada.

O psicólogo, antiético, por sinal, foi percebendo que a conformação


deixou o indivíduo apático, o “brilho” (sua essência) se perdeu. É notória a forte
relação do conto com o capitalismo, e podemos observar esse fato no cenário
brasileiro, o rei da história pode ser visto como o Estado, o psicólogo como
visualizador passivo. A essência do sujeito é esquecida ao decorrer da rotina,
os sonhos, o ser singular, as vontades e, principalmente, a saúde mental
também. Quando não temos consciência (conhecimento) do sistema de
exclusão e inclusão social precária do sistema capitalista, ficamos mais
passivos às ordens recebidas, quanto mais passivos, menos autônomos,
menos de “nós” teremos em nós mesmos.

“As respostas a ações habituais são exatamente aquelas que se


reproduzem sem que ocorra o pensar, tento antes como depois.
Na medida em que estas ações implicam valores e relações
sociais, elas estarão, obrigatoriamente, reproduzindo a ideologia
dominante, mantendo as condições sociais, ou seja, elas não
transformam nem as relações sociais do indivíduo nem a ele
mesmo – é a persistência da alienação. [...], pode-se entender
como, não só trabalho repetitivo e mecânico de um operário, mas
também qualquer atividade rotineira contribui para a alienação do
ser humano.” (LANE, 1989)

Assim, ficam expostas as interrelações do texto com a realidade local:


estamos submergidos em prisões não físicas, mas mentais, naturalizadas pelo
tempo e a coercividade do governo repressivo brasileiro, pois povos,
movimentos e expressões são silenciados diariamente por não “se adequarem”
ao padrão estabelecido. As representações sociais da realidade não são a
realidade em si, e apenas podem ser quebradas a partir do momento que o
indivíduo percebe que o que está sendo mostrado, seja pelo governo, ou pela
religião, ou até pelas artes, não vai de acordo com a realidade que ele vive. É
através da tomada de consciência das massas que a realidade poderá ser
transformada.

IDENTIDADE (Antônio da Costa Ciampa) – O homem em movimento.

- “A identidade do outro reflete na minha e a minha no outro.” (pg. 59)

- “[...] muitos de nós que escondemos algum aspecto da nossa identidade e


morremos de medo que os outros descubram esse nosso lado ‘oculto’.” (pg.
60) (teoria dos papéis sociais)

- Identidade como uma totalidade contraditória, múltipla e mutável, mas una.


Unidades de contrários.
- Nome é um substantivo, nos identifica num conjunto de seres. Nos chamamos
como outros nos chamaram, ou seja, nos tornamos o nosso nome (pg 63)

- Nome e sobrenome: diferença e igualdade familiar. Primeira noção de


identidade.

- Vamos nos diferenciando e igualando conforme os grupos que fazemos parte.


Ex: se sou mulher, não sou homem. Se sou brasileira, não sou estrangeira.

- O conhecimento de si é dado pelo reconhecimento recíproco dos indivíduos


identificados através de um determinado grupo social (pg 64). Ex: família, ser
filho de alguém me dá a identidade desse alguém.

- O “eu” participa de uma substancia humana que se realiza como história e


sociedade, jamais como indivíduo isolado, sempre como humanidade. (pg 68)

- Eu represento enquanto estou sendo representante de mim (pressuposta);


represento quando desempenho papéis (decorrentes de minhas posições)
ocultando outras partes de mim não contidas na minha identidade pressuposta
e reposta; e represento enquanto reponho no presente o que tenho sido,
enquanto reitero a apresentação de mim (repondo todos os meus personagens,
atemporal, como se fosse, não sendo).

- Agimos em nossas vidas enquanto personagens em nossas relações quanto


a expectativas. Nossas ações são reações perante ao script que nos foi
passado.

- Deixamos de ser interpretes (passivos), para autores (ativo e social)

- Somos ocultação e revelação (ID): eu continuo sendo aquilo que não revelei.

- Nos tornamos algo que já éramos e estava embutido ou nos tornamos algo
que não éramos? Ex: professora.

- Repetição de falas e atitudes (pai)

- Identidade é o que fui, o que sou e o que serei.

- Somos verbo: agir, trabalhar, fazer, pensar, sentir, etc...

- Para me conhecer, preciso reconhecer os grupos que faço parte. Noção de


pertencimento.
- Identidade como fenômeno social, como fenômeno biológico, como
interpenetração desses fenômenos e como relação: pressuposta, posta e
reposta.

- Pressuposta: identidade que nos antecede. Antes que aconteça.

- Posta: Ação começa a acontecer.

- Reposta: atividade contínua, mas não igual. Se renova a cada dia.

- Identidade é um projeto político, porque não tem como dissociar do conceito


de sociedade.

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