O documento discute a história da psicologia social e suas abordagens pragmática e teórica. A abordagem pragmática se concentrou na experimentação e aplicação prática, enquanto a abordagem teórica buscou desenvolver um arcabouço teórico. Freud reconduziu a psicologia social à psicologia individual ao analisar multidões como fenômenos emocionais globais e dependência do líder, negligenciando aspectos estruturais e reguladores da sociedade.
Descrição original:
Trata-se de um resumo do livro O sujeito social escrito por Barus-Michel.
O documento discute a história da psicologia social e suas abordagens pragmática e teórica. A abordagem pragmática se concentrou na experimentação e aplicação prática, enquanto a abordagem teórica buscou desenvolver um arcabouço teórico. Freud reconduziu a psicologia social à psicologia individual ao analisar multidões como fenômenos emocionais globais e dependência do líder, negligenciando aspectos estruturais e reguladores da sociedade.
O documento discute a história da psicologia social e suas abordagens pragmática e teórica. A abordagem pragmática se concentrou na experimentação e aplicação prática, enquanto a abordagem teórica buscou desenvolver um arcabouço teórico. Freud reconduziu a psicologia social à psicologia individual ao analisar multidões como fenômenos emocionais globais e dependência do líder, negligenciando aspectos estruturais e reguladores da sociedade.
Barus-Michel, Jacqueline. O Sujeito Social. Ed. PucMinas, BH, 2004.
(Dentro da Disciplina Grupo e Instituição: Uma abordagem
psicossocial e psicanalítica)
Capítulo 1: História: as filiações caóticas.
“A psicologia social se desenvolveu segundo uma dupla
problemática: uma pragmática e outra teórica que em momentos de contato, contaminaram-se ou contradisseram-se.”(p.25)
CORRENTE PRAGMÁTICA:
Iniciando-se por uma preocupação prática aliada a uma
preocupação científica experimentalista, a corrente pragmática passa a enfatizar a experimentação, a aplicação e o resultado, esgotando-se em suas práticas, em detrimento da reflexão teórica e do interrogar-se sobre o sujeito social da clínica, ou seja, sobre o interlocutor não reconhecido de sua prática.
Psicologia Social nos EUA:
Os trabalhos americanos se caracterizarão por uma preocupação
prática aliada a uma preocupação científica. A corrente pragmática da Psicologia Social americana fora inaugurada por Elton Mayo, entre 1927 e 1932, elaborando noções sobre o grupos informais e sua pregnância sobre o comportamento dos indivíduos.
K. Lewin, a partir de 1938, inicia trabalhos sobre os grupos por
meio de uma action recherche, onde ao mesmo tempo em que se conduz um procedimento experiementalista constituindo grupos para estudar as interdependências, se conduz um procedimento prático, próximo à clínica, intervindo para resolver dificuldades propostas na vida social concreta por indivíduos ou instâncias coletivas. Ao conceber o grupo como um campo dinâmico cujos elementos são interdependentes, será a dinâmica de grupo e a intervenção psicossocial nos grupos que irá caracterizar o trabalho de K. Lewin.
J. L. Moreno, a partir de 1918 em Viena e 1925 nos EUA, traça
um caminho mais direcionado à clínica, firmando no campo do grupo e das relações a nova tendência clínica. Aborda em situação as relações interpessoais, elaborando certas noções para compreender a dinâmica dos grupos e delas se valer para, num contexto de psicodrama, obter efeitos de mudança terapêutica sustentados também, por uma teoria de papel e espontaneidade que pertence mais ao campo da psicologia clínica.
C.Rogers, confirma esta tendência da clínica ao campo do grupo e
das relações situando-se na relação pessoal entre terapeuta e cliente como meio para favorecer o desenvolvimento do último. No entanto, sua psicologia aproxima-se mais da clínica, pois baseia-se numa teoria da pessoa em que a relação atua como meio afetivo e não social.
No entanto, de um modo geral, a psicologia social americana,
volta-se mais para o desenvolvimento e refinamento de modelos de observação e de compreensão dos fenômenos psicossociais, priorizando a observação. Os fenômenos de massa são objetos de experimentação fortuita, o que impossibilita a apreensão direta do fenômeno e a possibilidade de previsão acurada e intervenção, o conhecimento se dá apenas à posteriori de cada fenômeno. As observações podem desvelar mecanismos e inspirar uma intervenção no sentido de política social, mas não pode controlar a multiplicidade de fatores presentes e seus entrelaçamentos resultando numa imprevisibilidade dos fenômenos de massa.
Psicologia Social na Europa:
A psicologia na Europa sofreu influências da corrente pragmática
americana e daí se originou a psicologia social, numa retomada experimentalista dos trabalhos iniciados pelos americanos que se focavam mais sobre os “objetos” dos modos de experimentação, que sobre uma teorização das relações humanas ou do fato social. A psicologia social, ditada agora pelo exercício e pelo resultado, pela aplicação ou pela experimentação, perde pouco a pouco seu objeto que se dispersa na diversidade dos trabalhos e nas tendências da moda. O entusiasmo pragmático no qual as abordagens de Lewin, Rogers e Moreno encontraram como práticas dentro da formação, educação, terapia, pesquisa e intervenção em organizações ocasionou tanto o esgotamento destas abordagens em sua própria prática limitando as chances de reflexão teórica, como resultou no sobrepujar do pragmatismo sobre a clínica. Nesta primeira conseqüência do entusiasmo pragmático, a psicanálise acaba por recolher a reflexão teórica negligenciada, ocupando o lugar do pensamento claudicante e, depois, da prática, tornando analíticas estas abordagens e práticas: trazendo-as do campo da clínica na psicologia social, ao campo da psicologia. Na outra conseqüência deste entusiasmo, observamos que o pragmatismo sobrepujou a clínica. O forte movimento de intervenção pragmática calou o interrogar-se sobre o sujeito social, ou seja, sobre o interlocutor desta prática, que não era reconhecido; assim como, calou o interrogar-se sobre sua própria posição, enquanto psicóssociólogo, nesse contrato de intervenção, por demais implícito, feito com uma sombra. Esta falta de questionamento resultou no risco do psicossociólogo ser manipulador ou manipulado, instrumento, à sua revelia, de ações ou de instancias sociais que não detectara.
CORRENTE TEÓRICA
Nos trabalhos originados da corrente pragmática, faltou um corpus
teórico capaz de articulá-los, será a corrente teórica, portanto, que irá se preocupar com este corpus teórico ao buscar explicar as causas do fenômenos sociais. Enquanto a corrente pragmática é criticada por transformar a psicologia social em uma microsociologia ao considerar os pequenos grupos como homólogos miniaturizados da sociedade, a corrente teórica dirige-se aos fenômenos extensivos, mesmo se as praticas daí originadas tenham retornado ao grupo.
Perspectiva Freudiana:
A psicologia social se inicia com trabalhos onde o social é
entendido como fenômeno de massa, onde a multidão serve de modelo e chave para se compreender a sociedade. G.Tarde, em 1890, o inventor da psicologia social, estuda “as leis da imitação” proclamando que a sociedade é “uma imitação, uma espécie de sonambulismo”. Neste mesmo sentido, G.Le Bon, estudará a “psicologia das multidões”, “descobrindo aí, em atividade, o contágio mental, a sugestibilidade comparável à de um hipnotizado, que ocasiona uniformidade, perda de controle, violência das emoções: a multidão ´quer ser dominada, subjulgada e temer seu chefe’”.(p.31)´ Será esta psicologia social que Freud desenvolverá, retomando a noção de multidão de G.Le Bon. Noção de multidão freudiana: Freud refletirá sobre as “multidões psicológicas” que associam tanto as multidões passageiras e homogenias quanto as permanentes e “institucionalizadas”. Considera estas multidões psicológicas fenômenos emocionais globais e acaba por negligenciar o que caracteriza as organizações e define o social: a estrutura e a regra que coordena uma diversificação interna. Estende suas análises a vastos fenômenos sociais que pertencem ao domínio das mentalidades de massa como a religião, a cultura, a guerra. Seus trabalhos superam a exterioridade das análises anteriores: ao contagio e à regressão, Freud dá uma explicação construída sobre duas hipóteses que se recortam e que se reconduziram a psicologia social à psicologia individual. Primeira Hipótese: Explorada em Totem e Tabu (1912), esta hipótese seria a de uma “multidão originaria, a horda primitiva, que teria dado origem a toda uma produção social e que, no estado de mito, continuaria a fomentar toda dinâmica social”(p.33), a horda primitiva seria, pois, um mito. Neste mito, o assassinato do pai violento desempenharia o papel fundador do interdito, onde a culpabilidade pelo assassinato e a introjeçao da imagem temida e admirada do pai, recriarão o interdito e suscitarão as figuras de autoridade, de direito, de moral, sob as diversas formas que o totem, o chefe ou uma idéia mobilizadora podem assumir. Segunda Hipótese: Esta hipótese é uma verdadeira análise das relações coletivas reconduzidas, como já dito, ao modelo da multidão. Explorada em Psicologia de Grupo e a Análise do Ego (1921), esta hipótese está na recondução de toda a relação à figura do pai, fazendo do chefe, do mestre, o indispensável pivô do social. “A multidão é uma horda após o assassinato, em que a identificação, o temor e a culpabilidade solidarizam os indivíduos e os subordinam ao pai-chefe que pretende amar a todos igualmente.”(p.34)
Elaborando esta análise de dependência do meio coletivo, teme-se
que o social aqui não seja mais que o individual multiplicado. E “se o social é reduzido a essa uniformização sob a influência do chefe e à transformação das pulsões individuais dai decorrentes, torna-se difícil explicar, para além do conformismo social, a coesão e a criatividade social.”(p.34) Porém, sabe-se que o fato dos processos inconscientes serem comuns não os torna estruturantes, a dependência é, pois, raramente dinâmica. Na teoria, o social acaba escamoteado em proveito da psicologia individual tão pregnante. Ao lugar de elaborar uma psicologia social distinta obrigando-se a repensar o social, Freud elabora duas psicologias individuais: a do chefe e a de cada um que compõe a massa.
Conseqüências das análises freudianas e a recondução da psicologia
social à psicologia individual: Esta análise freudiana, “permitiu compreender os investimentos psicológicos do social e que o inconsciente se expande no campo social e se apropria das diferentes situações para ai reapresentar as cenas que o assombram”(p36). Esta análise abrirá caminho tanto para a análise de grupo como para a prática institucional que tenta manejar as perturbações do inconsciente através das estruturas que o social lhe propõe. Ao considerar que “o social nunca está imune às projeções inconscientes dos indivíduos, que nele disseminam afetos e representações infantis edipianas ou mesmo pré-edipianas e arcaicas”(p36) e que os atores sociais como pessoas transpõem suas relações sociais nos termos relacionais pai/filhos, pensamos se esta repetição do vivido infantil no meio social seria suficiente para definir a psicologia social.
Perspectiva Marxista:
A corrente teórica anterior à Freud seria a marxista mesmo tendo
este nunca se preocupado em elaborar uma psicologia social, no entanto, suas análises sociais fundadas numa idéia do homem, interessa a psicologia social: é a primeira abordagem não filosófica, mas analítica, do social. Para Freud, o homem destinado a viver em sociedade continua sendo vitima de pulsões agressivas que o levam a atacar seu semelhante, apenas as variações de temor o conduzirão à identificação pacificadora. Já para Marx, (Manuscrito de 1844) “o ser do homem é social”, seriam as relações de produção que engendrariam os conflitos, conflitos que são de classes e que não pertencem à natureza humana. Com o desaparecimento da propriedade privada, o homem retornaria à sua “existência humana, isto é, social”: essa natureza social se afirmará em gozo e realização de si através da produção. Com Marx, o social predomina sobre a psicologia, ele é psicologia humana; a psicologia não é mais que um reflexo, uma transcrição do social. “ O social é a condição histórica e determinante da existência humana, ao mesmo tempo que a natureza positiva do homem”.(p.38)
Freudo marxistas:
A tentativa de conciliação das duas teorias, a partir da fecundidade
da psicanálise e do materialismo histórico, não acabou por fundar uma psicologia social, porém, veio a alimentar a clínica. A articulação entre Marx e Freud fora operada na sociopsicanálise de Mendel, na psicoterapia institucional e no movimento institucionalista. Reich e Marcuse são exemplos desta tentativa que acabou por trair Freud uma vez amputado da pulsão de morte e do recalque e Marx, por sua vez, amputado da produção, cujo lugar é tomado pelo sexo: resultando uma teoria do bom selvagem desviado pela opressão a sociedade.
A relação transferencial nas ciências humanas:
Psicanálise de grupo a psicologia social:
A psicanálise é uma prática em que se analisam os processos
inconscientes recolocados em jogo pelo do dispositivo do tratamento: e os analistas transformaram a prática de grupo, iniciadas na corrente pragmática, para analisar os processos inconscientes aí sediados. Descobriu-se então que “o inconsciente, enquanto grupal, revela-se sob novos traços que se caracterizam por organizações horizontais entre participantes”, no entanto, para se tratar do social não bastava analisar os fenômenos inconscientes causados pelo grupo.(p.40)
Noção de transferência e o conhecimento das ciências humanas:
A noção de transferência específica no tratamento e essencial no
processo de análise fora expandida para campos mais amplos das ciências humanas, levando ao pensar sobre a importância decisiva do sistema de referência e do lugar do observador para o conhecimento do objeto de observação. Equivalente à noção de relatividade das ciências físicas, o fenômeno de transferência leva ao reconhecimento de que uma observação ou intervenção sobre seres humanos não estariam isentas de uma relação e que um induziria movimentos no outro, comprometendo qualquer objetividade: o conhecimento que se obtém seria sempre o fruto da relação. Como conseqüência o pesquisador percebe-se tendo que incluir-se no espaço científico, levando em conta sua própria implicação, controlá- la e avaliar o risco de induzir reações no observado, sabendo que este só se mostra sob os tipos de reação que o observador suscita. No entanto, na psicanálise, Freud elabora um dispositivo de tratamento de distancia obrigatória do analista que visa neutralizar a realidade da relação em análise e poe em perspectiva a transferência. Resta saber qual seria a forma específica deste dispositivo nas ciências sociais. MOVIMENTO INSTITUCIONALISTA
Os movimentos institucionalistas irão retomar dados provenientes
das correntes pragmáticas teóricas e clínicas. Estão próximos ao que se propõe como psicologia social clínica, porém os defensores destas correntes institucionalistas não invocam a psicologia social nem se consideram psicossociólogos. Valem-se, no entanto, de teoria e prática da psicologia social assim como de referências à psicanálise, com esta fornecendo a grade de leitura para os fenômenos.
Sociopsicanálise:
G.Mendel, em 1972, fundador da sociopsicanálise, tentará
conciliar as referências a Freud e Marx. Sua atuação em instituições responde ao apelo de uma classe institucional definida pelo lugar que ocupa no aparelho de produção da instituição, respondendo à hipótese de que a luta de classes, ligada às relações de produção como afirma Marx, se transpõe para a instituição. Já a análise ou a interpretação, recorre à hipótese sobre o modo de investimento do ego dos membros de uma classe institucional que poderia se dar em três estágios: Eu-tudo: o mais regressivo, experiência institucional vivida por meio de uma fantasia narcísica dereística, que deixa os membros da instituição no mais alto grau de dependência, apesar dos sentimentos de onipotência partilhados. Eu-ato: pseudo-familiar, faz com que a experiência institucional seja vivida conforme esquema de relação pai/filho, subordinando os membros de uma instituição a uma autoridade investida de maneira infantil. Eu-Político: O ator social vive sua experiência na consciência da luta de classes e da realidade das relações de exploração. Eis o nível que a sociopsicanálise permitirá aceder. Alcançar este estágio seria renunciar as facilidades regressivas do eu-tudo e eu-ato e abrir a possibilidade á prática de uma dinâmica de conflito para questionar e distribuir o poder. G. Mendel atribui grande importância ao social, do qual faz uma leitura marxista transposta para a instituição. Segundo a teoria do poder de Mendel, o social se insere na dinâmica conflitante do poder e não, como comumente na psicologia, como um ambiente coletivo não caracterizado. Ao mesmo tempo, Mendel “recorre à psicanálise e prolonga uma teoria do ego que permite compreender as representações e os efeitos ligados ao social”: com o eu-político nem familiar nem edipiano, ele admite um nível de apreensão e de investimento político que atua sobre as relações de poder. (p.45) Quanto à dimensão clínica de sua teoria, encontra-se uma metodologia de intervenção que respeita o interlocutor social: a classe institucional, em nome da qual se conduz a análise. Psicoterapia Institucional:
A psicoterapia institucional não é uma intervenção nem se dirige à
instituições: a instituição é o instrumento de uma terapia que se dirige aos psicóticos. A prática elaborada por La Borde, Oury, Guattari, em 1972, fora baseada na crítica marxista da instituição: as estruturas esclerosadas da instituição reproduzem as relações de alienação e são responsáveis por sua retranscrição na patologia mental”, daí a necessidade de estruturas destinadas a apoiar o espaço às relações, à expressão, à negociação, à circulação, e às trocas dentro da instituição.(p.46) A partir desta concepção, transformam-se as clínicas para psicóticos: fazendo desta um instrumento de análise, uma estrutura de transferência, com espaço para que os revezes do inconsciente, que culminaram nos impasses da loucura, possam ser rencenados e manejados. O instituído fechado e repetitivo condenaria a loucura a si mesma. Já a instituição tornando-se uma estrutura de exploração e de expressão, pronta para qualquer articulação, libera o significante forcluído: “ o mais obscuro e o mais condenado do inconsciente pode reaparecer através das múltiplas combinações possibilitadas pela assunção de papeis, pelas experiências de atividades e as oportunidades de fala” (p.47). Esta é uma “leitura analítica da psicose que supõe a transferência institucional e uma teoria da instituição estrutural e lingüística.” (p.47) Portanto, aqui não estamos tão longe da psicologia social pois a psicologia patológica è retomada e entendida numa inscrição social. Quanto à dimensão clínica de sua teoria, se dá no momento em que a montagem da relação terapêutica é construída a partir das relações institucionais.
Socioanálise:
A socioanálise, ou seja, a prática da análise institucional concebida
por Lapassade e Lourau, em 1970, pertence è sociologia. A teoria, apoiando-se em Marx, tem a instituição como objeto para aí ver em atividade as forças contraditórias das quais se pode fazer uma análise dialética: o instituído, o instituinte e o institucionalizado, opondo a rigidez conservadora do poder à energia rebelde contra o que o instituído tenta unir. (p.48) Os socioanalistas teriam a função de liberar as forças retidas na instituição, provocá-la em suas construções opressivas e, graças à crise, permitir a redistribuição da palavra e do poder aos atores sociais.(p.48) O modelo metodológico é psicanalítico, mas invertido, pois o advento do sujeito em questão é o dos sociopsicanalistas, bem mais que o dos clientes. A intervenção se dá por meio de transgressões e movimentos provocados entre os atores sociais, como que para liberar recalques causados pela instituição. Muitas vezes, a intervenção pode ultrapassar a instituição e questionar as relações de poder no ambiente social. A orientação é sociológica pois visa promover uma mudança nas relações sociais, o objetivo é social ( com o social definido através da instituição), mas encontramos ecos da psicanálise na metodologia e em algumas concepções, como a do recalque. Quanto à dimensão clínica desta teoria, percebemos que é desviada, “ mas não passa despercebida e é em sua problemática que atua a intervenção e se constrói o dispositivo”.(p.50)
PARA LER:
Manuscrito de 1844 de Marx.
Totem e Tabu, Freud. G. Le Bon. Noção de multidões para freud G.Mendel. conciliação entre freud e marx.