Você está na página 1de 57

PROCESSOS DE DESENVOLVIMENTO 1

Danielle

Cor

Texto 1:

Psicologia do desenvolvimento

Capítulo 1: Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante.

pag: 10-14;

1.1 Caráter normal ou patológico, contínuo ou descontínuo.

1.2 Concepções e polêmicas no estudo do desenvolvimento humano:

- Podemos dizer que o estudo do desenvolvimento humano está relacionado ao


como e ao porquê do nosso organismo crescer e se modificar ao longo de
nossa existência (GERRIG e ZIMBARDO, 2005).

- Cada ser é singular e passa por mudanças de forma particular.

- Hereditário X ambiente.

1.2.1 Concepções de desenvolvimento

- Inatismo: Eventos ocorridos após o nascimento não são relevantes para o


desenvolvimento. Sujeito influenciado apenas pelas qualidades e capacidades
básicas do ser humano, prontas desde o nascimento. (BIOLÓGICO). Aluno
nunca aprende se não tiver herdado os genes para tal.

- Empirismo ou ambientalismo: grande poder ao ambiente como fator


interveniente no desenvolvimento humano. Homem nasce como folha em
branco, ser flexível que desenvolve suas características apenas em função das
condições presentes no meio no qual se encontra. Definição mecanicista do
desenvolvimento e da aprendizagem: professor ensina, aluno aprende.
- Interacionismo: Fatores múltiplos para constituir o ser humano. Sujeito ativo e
interativo no mundo, com diversas influencias em sua trajetória. O ser constrói
e é construído na interação do biológico e meio.

1.2.2 Normalidade e patologia no desenvolvimento humano

- Para Foucault a ideia de normalidade tem sido usada como um instrumento


de controle social, definindo, a partir de determinadas camadas da sociedade,
comportamentos, pensamentos e sentimentos “adequados” para a população;
enquadre e ajustamento.

- Para BEE (2000) é tênue a linha entre o que se dá de forma atípica ou não,
pois alguns problemas desviantes da média podem fazer parte do
desenvolvimento normal.

- Atentar-se ao ritmo e singularidade dos sujeitos para reconhecer se os


aspectos do desenvolvimento são patológicos ou não.

- Evitar rótulos ou estigmas para pessoas com processo diferenciado dos


demais.

- Considerar cultura e família da vivencia.

1.2.3 Continuidade X descontinuidade no processo evolutivo

- Continuidade de muitas mudanças que ocorrem ao longo da vida de modo


gradual e tendem a um aperfeiçoamento.

- A descontinuidade no desenvolvimento tem sido chamada de fases ou


estágios, indicando diferença qualitativa.

- Para cada fase do desenvolvimento os teóricos situaram determinadas faixas-


etárias, não tão rígidas.

- Estágios/fases tem sequencia fixa, não pode passar de A para C sem ter
passado por B., ou seja, mesmo com processos diferentes, terão a mesma
ordem.

1.3 As teorias do desenvolvimento

- Palacios (2005) destaca a amplitude, a flexibilidade e o pluralismo como


marcas da Psicologia Evolutiva contemporânea. Não é por acaso, o amplo
leque de abordagens que detém o seu olhar sobre o desenvolvimento, levando-
nos a perceber a complexidade do mesmo. Neste sentido, apresentaremos a
síntese das principais teorias psicológicas que versaram sobre o tema, dando
ênfase, em cada uma delas, ao período da adolescência.

1.3.1 A teoria Psicanalítica de Sigmund FREUD.

- Estrutura do psiquismo: consciente, pré-consciente e inconsciente. A maior


delas, inconsciente, nos faz enxergar que não conhecemos nossos desejos,
motivos, atitudes, sentimentos e etc como pensávamos. Assim, colocou em
dúvida a ideia de razão no desenvolvimento humano.

- Resgata no campo do fenômeno psicológico a importância dos aspectos


afetivos.

- Para Figueiredo (2004) nenhum sistema teórico expressou melhor e mais


profundamente a falência do sujeito da modernidade com suas pretensões de
auto-centramento, autonomia, transparência da consciência e força de vontade.
Sexualidade rompe com genitalidade e biológico, está no campo da fantasia e
dos desejos.

- ID, EGO e SUPEREGO: funcionamento mental é dinâmico em seu todo e em


suas partes.

ID: Representações psíquicas dos impulsos ou pulsões. Colocam o sujeito para


agir. Busca incondicional de satisfação sexual ou agressiva. Energia da pulsão
sexual é a libido, nascemos com ela, o reservatório da libido é o ID, não
respeita qualquer convenção.

EGO: relações do indivíduo com o meio. Objetiva alcançar o máximo de


gratificação ou descarga para o ID. Parte visível de nós que sofre com as
pressões do meio e EQUILIBRA a relação do sujeito com os outros.

SUPEREGO: Normas e princípios morais dos grupos sociais. Controla as


pulsões do ID e as intenções do EGO. Visa proteger o indivíduo das
repressões inconscientes, ligadas a fantasias/desejos que não são aceitáveis.

EM SUMA: 1º TÓPICA: consciente, pré-consciente e inconsciente. 2º TÓPICA:


Id, ego e superego.
SEXUALIDADE INFANTIL: sentido diferente da adulta, não está no biológico,
genital, mas sim no sentido de prazer, descoberta do próprio corpo e das
questões ligadas ao desejo e a fantasia que permeiam a relação com seus
pais.

FASES PSICOSSOCIAIS

1. Fase oral: libido na região bucal, boca como centro de prazer pela
alimentação, chupetas, mordedor e etc. Criança vê o prazer de forme
egocêntrica, construindo o narcisismo infantil. Essa fase desempenha
papel importante na construção da personalidade, especialmente quanto
à autoimagem.
2. Fase anal: criança aprendendo a controlar os esfíncteres, no treino do
banheiro, a energia libidinal vai ate a região anal. Como a criança já
diferencia ela do mundo externo, utiliza a excreção (retendo ou
expelindo) como um ato dirigido ao “outro”. Exigências sociais podem
tornar essa fase conflituosa; repercussões na formação da
personalidade nas vivencias futuras de prazer/desprazer ou
organização/disciplina.
3. Fase fálica: (3-5) momento de a criança começar a perceber as
diferenças sexuais anatômicas e vivencia prazer na manipulação dos
órgãos genitais. Fantasias infantis inconscientes: complexo de ÉDIPO.
Momento crucial para a construção do superego na personalidade
infantil.
3.1 A mãe é o primeiro objeto de amor, ocorrendo gradativamente a
diferenciação de investimento para a figura paterna. Meninos,
desejo incestuoso com a mae, pai atrapalha, mas pelo medo da
castração e medo de perder o lugar fálico (poder), entende o pai
como um modelo masculino e internaliza regras e normas impostas
pela autoridade paterna.
3.2 Já com as meninas, percebem em si a ausência do pênis,
desenvolvendo um sentimento de inferioridade, atribuindo a culpa a
mãe, rivalizando-se com ela. Desejo pelo pai, superação do desejo.
4. Fase de latência: libido nas relações sociais, não no caráter sexual
(sublimação). Ingresso da criança na escola. Brincadeiras, conversas...
5. Adolescência/ fase genital: pelas transformações orgânicas e hormonais,
ambos retornam aos interesses de ordem sexual. Sexualidade na
genital, exteriores a família. Período de conflitos, pode gerar a síndrome
da adolescência; há retorno dos sentimentos e desejos recalcados
(reprimidos?) no inconsciente na fase de latência (insuficiência, solidão,
baixa autoestima?).

Os sentimentos vivenciados nas fases anteriores, especialmente na fálica


(ÉDIPO), entram em conflito com as barreiras do superego. ID reprimido,
alunos descontam suas raivas familiares nos professores.

pag 30-38

1.4 Fatores do desenvolvimento

 Crescimento orgânico e maturação do sistema nervoso e endócrino.


 Exercício e experiencia.
 Interação e transmissões sociais.
 Mecanismos reguladores.

- Terminologia piagetiana.

- Nenhum pode ser visto separadamente ou em soberania aos demais.

1.4.1 O crescimento orgânico e a maturação do SN e SE

- A maturação abre possibilidades novas ao ser humano para o aparecimento


de certas condutas, funções e comportamentos no indivíduo.

- Maturação desempenha papel fundamental na ORDEM FIXA DOS


ESTÁGIOS DE DESENVOLVIMENTO DA INTELIGENCIA. As pessoas vao
amadurecendo gradativamente.

- Vigotski: O cérebro é a base da atividade psíquica, mas a base não é


imutável.

- Wallon destaca que no desenvolvimento humano os aspectos biológicos


presentes fortemente no nascimento vão gradativamente cedendo lugar a
influência dos aspectos sociais. Para ele a maturação cerebral nos processos
de desenvolvimento humano sem a intervenção da cultura não garante as
habilidades intelectuais mais complexas.

1.4.2 O exercício e a experiencia

- Para Vigotski, a experiência como fator influente no desenvolvimento se


insere em seu conceito de atividade do indivíduo no mundo, mediado pelos
sistemas simbólicos dos quais ele dispõe, notadamente, pela linguagem. A
estrutura humana se constrói em um processo cujas raízes estão na relação
dialética da história individual e social. Apropriando-se das experiências
culturais acumuladas pela humanidade, o indivíduo se constrói como ser
humano.

- Experiencia como um dos elementos do desenvolvimento das habilidades


intelectuais complexas. É na ação sobre o mundo físico que irá ser constituído
o pensamento.

1.4.3 As interações e transmissões sociais

- Socialização humana: indivíduo contribui e, ao mesmo tempo, recebe dele


contribuição.

- 3º fator: A medida que a criança se desenvolve cognitivamente com o meio,


seu comportamento é afetado em todas as áreas. Portanto, o processo de
construção do pensamento ocorre do mesmo modo que o processo de
construção da capacidade de julgamento moral.

- Isomorfismo de cooperação e operação, ou seja, a forma como aprendemos


os números é a mesma forma com aprendemos o que é ser solidário.

- Esse processo de internalização da cultura é possível graças a mediação dos


sistemas simbólicos de representação do real, cuja a linguagem é o principal
sistema. O uso de signos, conduz os seres humanos a uma estrutura
específica de comportamento que se destaca do desenvolvimento biológico,
por exemplo, do demais animais. Assim, cria novas formas e processos
psicológicos de inserção na cultura.

- É o ambiente social que vai ajudar a transformar o intenso intercambio


emocional característico do primeiro ano de vida, em comunicação verbal.
1.4.4 Mecanismos reguladores

- 4º Fator no desenvolvimento humano: equilibração. Mecanismo interno que


permite a nossa mente coordenar e conciliar as contribuições da maturação, da
experiencia e da interação social.

- O organismo, para responder as perturbações do meio, desenvolve


compensações ativas através de assimilações, acomodações e adaptações:
natureza auto-reguladora, que permite o sujeito de incorporar novas
experiencias, conhecimentos e comportamentos aos seus esquemas mentais.

- Em Vygotsky, o mecanismo coordenador dos demais fatores é o processo de


internalização ou apropriação. O desenvolvimento do psiquismo é mediado
pelo outro, que indica, delimita e atribui significados à realidade.

-Wallon: o mecanismo regulador dos outros três fatores é a posição funcional


entre afetividade e cognição (razão-emoção) ao longo do desenvolvimento. A
base do mecanismo está no conflito vivido pelo sujeito.

- Crescimento orgânico e maturação + exercício e experiencia + interações e


transmissões sociais = mecanismos reguladores.

1.5 Etapas do desenvolvimento: a adolescência como transição ou período


com características próprias

- Período pré-natal, primeira infância, segunda infância, terceira infância,


adolescência, vida adulta e velhice.
Aspectos do desenvolvimento: cognitivo/mental, emocional/afetivo,
social/interações e físico.
VÍDEO:

- Criança aprendendo a escrever, mãe querendo ajuda na casa. Família


humilde. Tempo passa, ela vira mãe e repete as mesmas atitudes de sua mãe,
porque também precisavam sobreviver e não via o estudo como modo de
sobrevivência (a curto prazo). Repressão e projeção, ira, visão de futuro
limitada.

O que é desenvolvimento?

Passar de uma fase para outra superior. Aumentar, melhorar.

Aula 30/06/21

- Cada desenvolvimento é singular desde o biológico ao social.

- Desenvolvimento: processos de mudança; umas mais visíveis, outras nem


tanto. Umas no corpo, outros na forma de ver o mundo.

- Desenvolvimento não linear.

- Não existe uma universalidade, devemos levar em consideração as


particularidades.

- O garoto selvagem (filme)

- Filogenética: todos irão envelhecer, exemplo. Outras, questões


sociais/culturais. Interagem entre si. Interacionismo.

- Fatores biológicos são mais fortes no início da vida, após isso, há várias
experiencias sociais que tornam importantes os fatores sócio-históricos.

- Já no fim da vida, a partir dos 60, os processos biológicos voltam a ficarem


mais fortes.

- Processos Idiossincráticos: processos fonológicos (mudanças sistemáticas


que afetam uma classe ou sequência de sons que se constituem em
descrições de padrões que ocorrem regularmente na fala da criança com o
objetivo de simplificar alvos adultos) que não se observam durante o
desenvolvimento típico. O QUE É INDIVIDUAL, AQUILO QUE VIVECIAMOS.

- O “patológico” depende da história de vida do SUJEITO.

- Relação com músicas e texto.

Documentário: Pro dia nascer feliz

- Jovens de periferia e jovens de centro.

- Diferentes realidades, diferentes problemas.

- Diferentes cores (brancos X pretos)

- Realidade do trato com os professores. Acolhimento x Desespero para fugir.

- Vida com roubos, drogas.

- Assassinato.

- Menoridade.

Filme “O garoto selvagem”

- Processo de desenvolvimento com datas

- Práticas antiéticas

- Forte presença do behaviorismo

- Comportamento puramente biológico

Texto 2

REFLEXÕES SOBRE O DESENVOLVIMENTO PSICSSEXUAL HUMANO

Introdução

- Freud estudou sobre o desenvolvimento psicossexual humano. P/ ele, forças


do inconsciente permeiam o comportamento humano, essa força se chama
energia libidinal.
- Polon e Polon (2015) esclarecem que a distinta compreensão deste fenômeno
deriva de uma primorosa intelecção do conceito de libido. Fulgencio explicou
que o fenômeno da sexualidade consiste numa energia psíquica que se
caracteriza por intermédio das pulsões, as forças psíquicas se estabelecem na
qualidade de pulsão.

- Furtado e Vieira (2014) explicam que para Freud a disposição e arranjo da


libido compreende períodos congruentes aos impulsos deliberados à
determinadas partes do corpo da criança/sujeito, são essas as zonas erógenas.

- Esses impulsos não operam sozinhos ou isoladamente, há uma dinâmica de


atuação de outros impulsos.

- Movimento psíquico de sincronismo.

Revisão bibliográfica

- Freud descobriu que em todo conteúdo traumático que era trazido por seus
pacientes havia algum tipo de material reprimido que se originava desde a sua
tenra idade.

- A formação da personalidade se inicia no começo da vida.

- Fases da sexualidade em Freud: oral, anal, fálica, latência e genital


(adolescência).

ORAL: Mãe como alimento e proteção. Com o surgimento dos dentes: oral-
sádica, o comportamento de morder ou a agressividade oral da infância são
representações ao sarcasmo ou a discussão nas fases posteriores. Cinismo,
fofoca e excesso de otimismo são originados da fase oral.

ANAL: entra em contato com o seu potencial criativo. Excremento, para a


criança, significa uma troca entre ela e o mundo que a cerca. FEZES x
DINHEIRO. Se prende o coco, é avarento. Pode desenvolver um sentimento de
culpa, não cumpre deveres.
- Fixações dessa fase dependem do treinamento esfincteriano dos pais: anal
expulsiva e anal retentiva. Ambas resultam de rigorosidade sem recompensas,
recheadas de censura, castigo e desencorajamento.

ANAL EXPULSIVO: prática de evacuar e a pulsão sádica se resume no


aniquilamento do objeto.

ANAL RETENTIVO: Retenção e a pulsão sádica alude o controle possessivo.

FÁLICA: curiosidade sexual. Sentimento feminino de castração. ÉDIPO. Todos


bissexuais.

(período de) LATENCIA: entre a sexualidade infantil e a adulta. Energia vital


maior no superego. Ocorre: representação da sexualidade infantil e a
estruturação de um reforço de aquisições do ego. Onde se regula a construção
do caráter. Caso ocorra algum prejuízo ou déficit de diques culturais, o avanço
do processo de maturação será deformado, modificando funções egóicas e
regressões às fases anteriores de fixação libidinal. Podem se traduzir num
possível desiquilíbrio emocional e algumas dificuldades para lidar com
exigências sociais e ambientais. Não tem local de libido no corpo, está externo
a ele.

GENITAL: puberdade, adaptações biológicas e psicológicas, atividades


grupais/sexuais/profissionais/construção familiar e etc. Altruísmo.

- A ORGANIZAÇÃO FINAL DA PERSONALIDADE É O FRUTO DA


CONTRIBUIÇÃO DOS QUATRO ESTÁGIOS.

(MUSICA EDIPO)

Resultados

- Cárcere do indivíduo dentro de si próprio: regresso da libido.

- O neurótico é definido pelas vivencias que marcam a sua infância.

- Compulsão a repetição.

- Toda neurose resulta de uma fixação que foi deliberada em algum estágio
passado, nem toda fixação é uma neurose ou suscita uma.
- Verifica-se que mediante aos episódios de grande frustração ou
contentamento o indivíduo reage e se refugia nas satisfações intermediadas
pela boca, as quais se apresentam pelo comportamento de comer, beber ou
fumar; são estes os principais modos de atenção que o dado sujeito emprega
para romper com as exigências libidinosas dos conteúdos que transbordam o
seu ego: fato que corresponde à posição do autor por não possuir
características psicopatológicas.

Considerações finais

- A evolução psicossexual fundamenta o psiquismo humano.

- Os apontamentos incidem claramente sobre as reinvindicações de satisfação


da energia libidinal enquanto elemento inerente a cada fase do
desenvolvimento;

- Alacridade como a base que constitui uma psiquê saudável, “higienizada” e


destituída de boa parte das neuroses que normalmente se instalam em todo
indivíduo, principalmente nos estágios iniciais de sua vida.

- Acentua-se a sua importância no equilíbrio das contingências que as


instituem, a saber, a satisfação/frustração das suas necessidades básicas;
desta condução resulta a prevenção das neuroses obsessivas que, por sua
vez, consolidam os comportamentos psicopatológicos de atuação e bloqueio na
pessoa.

- O fenômeno é representado por um movimento de proteção do ego que opera


pela repressão; este mecanismo de defesa possui a função de eliminar da
consciência todo conteúdo impróprio à elaboração num determinado período
de tempo, pois, nesses casos, os recursos egóicos apresentam-se
incompatíveis ao seu evento requerente; desta forma, se concebe a vertente
positiva do recalcamento, visto que, mediante às falhas da repressão o ego
transbordaria e o consequência imediata seria marcada por prejuízos na
capacidade de desenvolvimento do sujeito, porquanto a libido seguiria o seu
fluxo normal, porém, se desprovido dos recursos da fixação o indivíduo sofreria
os seus danos instantaneamente.
- Quanto ao êxito decursivo desta defluência, os apontamentos evidenciam que
ao dado sujeito, aquele que alcança o estágio da genitalidade de forma bem
elaborada, cabe como compensação a graticação de um psiquismo limpo,
claro, desempossado de qualquer entrave resultante de algum conteúdo de
ordem traumática que não fora bem acrisolado em sua respectiva fase pré-
genital; doutro modo, a resolução dessa psiquê incide sobre a sua devida
elaboração ante ao processo psicanalítico.

AULA: Teorias do desenvolvimento – PSICANÁLISE (07/07/21)

- Psicanálise não passa pelo crivo experimental.

- Pulsões de vida (prazer) e pulsões de morte (isolamento): energia. Geram


nossos “comportamentos”.

- Freud além da alma (FILME)

- 3 feridas narcísicas (no ego): galileu dizendo que a terra não era o centro do
mundo, teoria darwinista (considerar que viemos de outros animais),
inconsciente (ferida na racionalidade, percepção que não somos donos nem da
nossa razão).

- Freud não descobriu o inconsciente, mas ele que mais estudou sobre. Música
“traduzir-se” (sobre inconsciente, ID, EGO E SUPEREGO). Trazer a
consciência movimentos do inconsciente.

- A base da energia (dos 3) está sempre em conflito, deve estar para poder
haver o desenvolvimento.

- Somos totalmente ID quando nascemos, o ego vai sendo construído dps, por
último, o superego.

- Há centralidade na infância na origem dos nossos traumas. Além disso, eram


voltadas à sexualidade.

- O quereres – Caetano: O outro quer que eu seja algo, mas sou outra coisa. O
processo de desenvolvimento não é linear. A música é feita de contrários.
Ambiguidade do ser. Não há forma de domar o desejo.
- Libido é nossa energia fundamental, organiza nosso desenvolvimento em
torno de uma zona erógena. Ela move o desenvolvimento.

- O desenvolvimento é marcado por mudanças importantes nas fontes de


desejo e na forma como eles são satisfeitos.

- Fixação: ocorre quando uma pessoa não progride normalmente de uma fase
para outra, fica mt envolvida em uma fase particular.

- Amadurecimento maior na fase genital, as outras são secundárias.

FASE ORAL

- Fantasia básica: alimentação traz prazer e atenua as tensões de fome e sede.

- Modalidade de incorporação: etapa concreta da introjeção e a organização


primitiva da identificação. Ex: santa ceia. Colocar pra dentro o alimento leva a
ideia de incorporar o outro em nós. Recusar comida é visto como agressivo
pela ideia de legar o outro.

- Compulsões alimentares (demais ou de menos). Fumar, comer e/ou beber.

- Os pais são os maiores influenciadores de uma fixação.

Duas etapas da fase

a) Oral de sucção: Precede a dentinção, modalidade de relação


incorporativa e visa a apreensão em si do mundo. Criança vive no seu
mundo interno de fantasias como realidade. Narcisismo primário.
Criança apreende o mundo em si. Pode ser uma pessoa mt ingênua se
fixada aqui.
b) Oral sádico-canibal: surge a partir da eclosão dos dentes. Descoberta de
capacidade destrutiva da criança; Agressividade é necessária pq dela
deriva a combatividade social. Posição ambivalente (amo o peito, mas o
machuco) para a criança. Fixação: depende de como ela mostrou a
agressividade. Tendencia ao sarcasmo e ironia, ou ser alguém passivão.

- Calar por meio de alimentação (distúrbios alimentares)


- A frustração em obter esta satisfação, ou a estimulação oral exagerada pode
levar a uma fixação oral mais tarde na vida, relacionado a roer as unhas, fumar,
chupar polegar etc.

FASE ANAL

- Fezes tem valor simbólico.

- Controle fisiológico como nova fonte de prazer.

- Expulsar ou reter.

- Expulsão: destrutividade. Domínios dos processos expulsivos. Serve de base


ao mecanismo da projeção, crueldade, destrutividade. Não pode envergonhar o
coco (fazer fedorzinho, cara de nojo).

- Retenção: ordem, controle. Pessoas extremamente limpas.

- Não desvalorizar os cocores (presentes), porque vão projetar para tudo.

FASE FÁLICA

- Libido nos genitais, tensão sexual que necessita ser aliviada.

- Percepção da presença ou falta de pênis.

- Masturbação.

- Bases diferenciais das organizações psicológicas masculina e feminina.

- A modalidade básica é organizar os modelos de relação entre homem e a


mulher.

- FÁLICO: TER OU NÃO TER O PENIS.

- Complexo de Édipo: música édipo.

- ÉDIPO: os pais são ameaças potenciais à satisfação de suas necessidades.


Tensão entre querer e temer os pais.

- Medo de castração leva a identificação com o pai, então reprime o amor pela
mãe. (sai do édipo)

- Pode ser qualquer visão masculina, não necessariamente um pai.


- A fixação se dá aqui quando o édipo não é passado.

Aula 14/07/21

- A organização da sexualidade feminina: vivencia a relação fálico-castrado

- Quando se percebem castradas que entram no édipo.

- Fantasia do desenvolvimento do clitóris como futuro pênis.

- Busca conquista do órgão valorizado.

- Pai como representante fálico, então dirige sua afetividade para ele. Odeia a
mãe.

3 soluções do édipo feminino:

1. Repressão da sexualidade como um todo. “Mulher frígida”, sem libido.


2. Negação da realidade, crença na fantasia de ser fálica (pênis). Se
identificar como masculina.
3. Organização da sexualidade e identidade feminina. Aqui, dois marcos:
transição da sexualidade clitórica para a vaginal, vinda do filho.
(SAUDÁVEL). Ter filho homem representa a fantasia do fálico.

PERÍODO DE LATÊNCIA (ocorre dos 7 anos até a puberdade):

- Latencia da libido.

- Desejos sexuais não resolvidos na fase fálica ficam reprimidos.

- Energia direcionada aos relacionamentos com os amigos.

- Surgimento de sentimentos como vergonha, repulsa e moralidade.

FASE GENITAL

- Desenvolvimento maior do biológico e psicológico.

- Libido nos órgãos sexuais

- Identidade sexual.

Atv 1: marcos do desenvolvimento. O que acontece em tal idade.

- Desenvolvimento social na segunda infância


- Pesquisar importantes características. O que acontece em relação ao
pensamento (3). Grande debate.

- Sem engessar

Atv 2: dupla. Escrever as contribuições das teorias (3) dos desenvolvimentos


em determinadas áreas de atuação do psicólogo. Texto.

TEXTO

Introdução na abordagem histórico-cultural de Vygotsky e seus


colaboradores

4-22

- O que é um paradigma? (conhecimento que não paramos para nos


questionar, apenas seguimos por ser naturalizado socialmente)

- A abordagem histórico-cultural pode ser compreendida como uma tentativa


complexa de determinar o que é o sujeito no seu contexto social.

O método genético

- Vygotsky expõe que o sujeito e o seu processo de vida não podem ser
reconstruídos cientificamente só com os elementos e as formas que nos
oferece a biologia ou a sociologia. OU SEJA, O SUJEITO NÃO PODE SER
REDUZIDO A SOMENTE A SUA NATUREZA BIOLÓGICA OU SOMENTE A
SUA SOCIAL.

- Princípio histórico/metodologia genética: "O inteiro é sempre o resultado


compreendido junto com o processo de seu desenvolvimento." (Hegel)

- Negação do materialismo mecânico como do idealismo.

- Sujeito visto como um processo vivo, com três linhas diferentes de


desenvolvimento:

1. O processo da filogênese.
2. O processo histórico-cultural
3. O processo da ontogênese
- Cada processo de desenvolvimento prepara dialeticamente o processo
seguinte e se transforma num novo tipo de desenvolvimento. Entre os
processos existem relações necessárias.

- A cultura torna-se parte da natureza humana num processo histórico que, ao


longo do desenvolvimento da espécie e do indivíduo, constrói o funcionamento
psicológico do homem.

- Os homens precisam compreender-se a si mesmos desde uma perspectiva


histórica, compreendendo no presente a sua diferença com o passado, como
forma de projetar um futuro.

- Os processos psíquicos e as funções psíquicas no homem somente podem


ser compreendidos quando são analisados no seu desenvolvimento.

- O desenvolvimento não é linear, é um complexo dialético, caracterizado pela


periodicidade, irregularidade no desenvolvimento das funções diferentes, ou
transformações qualitativas de uma forma em outra. Entrelaçamento de fatores
externos e internos e processos adaptativos.

- Contradições reais são fatores de desenvolvimento.

- Desenvolvimento é um processo cíclico ou rítmico.

- Desenvolvimento tem caráter sistemático.

- Desenvolvimento é um processo que tem uma perspectiva de futuro, onde


nasce e cresce o novo. “As ações de cada pessoa são influenciadas pelo
passado, mas nunca determinadas por ele. Elas são usadas como um meio
para um novo período.”

- Abordagem de Vygotsky apresenta uma perspectiva monística (separação de


corpo e mente, cognição e emoção, físico e espirito).

- Abordagem tb: Perspectiva holística, se opondo ao reducionismo. Ex: um


processo psíquico não pode ser explicado reduzindo-o a processos físicos ou
químicos.

- Abordagem tb: perspectiva interdisciplinar ou multidisciplinar.

- Abordagem envolve sempre problemas sociais ou práticos.


- “CULTURAL” significa que a sociedade organiza a partir do seu nível de
desenvolvimento os problemas e as tarefas com quais cada indivíduo desta
sociedade deve confrontar-se. Tanto as possibilidades de acesso como as de
proibição (e seus meios) são determinadas pelos grupos de poder que
controlam as sociedades.

- “HISTÓRICO” significa que estes meios e instrumentos foram elaborados em


um longo processo da história social dos homens.

A vida de Vygotsky

- “A psicologia de arte” (obra)

- Interesse na psicologia começou quando teve maior contato no trabalho de


formação de professores, com os problemas de crianças com defeitos
congênitos, como cegueira, retardo mental severo, afasia etc. O estimulou a
procurar desenvolvimento a essas crianças.

- “Histórico cultural” (obra)

- “O fascismo na neuropsicologia” (obra)

- “Pensamento e linguagem” (obra)

O núcleo de abordagem de Vygotsky: o problema da mediação cultural

- Para ele, as relações dos homens com o mundo não são relações diretas,
mas profundamente mediadas.

- A transformação do mundo material, mediante o emprego das ferramentas,


estabelece as condições da própria atividade humana e sua transformação
qualitativa em consciência.

- O instrumento simboliza especificamente a atividade humana, a


transformação da natureza pelo homem que, ao fazer isso, transforma-se
também.

- Mediação homem-natureza: uso de instrumentos e signos.


O papel dos instrumentos e os signos

- Os instrumentos são externos ao indivíduo, têm função de provocar mudança


nos objetos e controlar processos da natureza.

- Os signos, “instrumentos psicológicos”, são orientados para o próprio sujeito,


dentro do indivíduo. Função: controle de ações psicológicas, seja do indivíduo
mesmo ou de outros.

- O signo auxilia o homem nas tarefas que exigem memória ou atenção.

- A memória é mediada por signos.

- o núcleo da abordagem de Vygotsky: o que aparece absolutamente individual,


como os nossos pensamentos, as nossas emoções e afetos, a nossa fantasia,
a nossa vontade, a nossa memória têm no fundo uma base social e cultural.

- No uso dos instrumentos concretos e dos instrumentos psicológicos Vygotsky


busca a chave para compreender e entender numa radicalidade nova, numa
qualidade nova

 - A relação entre indivíduo e sociedade


 - A gênese social da consciência humana
 - O que é um sujeito

- Os instrumentos têm uma função mediadora entre a atividade do sujeito com


o objeto. Ele permite a modificação de um meio social ou do meio ambiente.

- Instrumentos e signos tem a mesma origem: o trabalho humano.

- Os instrumentos evidenciam uma forma social de vida.

- Signos representam soluções aos problemas de comunicação e coordenação


sobre os objetos e situações.

O signo mais arcaico é o gesto

- O gesto traz dentro de si três resultados: objetivação, subjetivação e


comunicabilidade. Ex: caça.
O processo de internalização

- Processo de construção das funções superiores e esse mecanismo é


chamado por ele “o mecanismo de internalização”, ou INTERIORIZAÇÃO.

- Funções elementares são funções como reflexos, reações automáticas e


associações simples. Essas funções são determinadas pelos estímulos
externos (ambiente) ou internos (biológico)

- Funções psicológicos superiores caracterizam o funcionamento psicológico


tipicamente humano: ações conscientemente controladas, atenção voluntária,
memorização ativa, pensamento abstrato, ação intencional.

- Processo de desenvolvimento humano de fora para dentro. (plano social e


depois psicológico)

- Todas as funções superiores têm suas origens em processos sociais.

Processo infantil de desenvolvimento (Vygotsky)

1. FASE 1: Simples movimento espontâneo da criança orientando a um


objeto que ela não consegue alcançar. 6-7 meses. Estica a mão para o
objeto.
2. FASE 2: Mãe interpreta esse movimento e atribui significado (desejo da
criança). A mãe dá o brinquedo a criança. Isso converte o movimento
em gesto ou em signo para o outro, assim a criança atinge seu objetivo
(mesmo que com a mediação do outro).
3. FASE 3: A criança capta o significado que seu movimento tem para o
outro, convertendo-o em signo para ela agora. Agora, ao invés de indicar
o brinquedo que quer, se voltará para o mediador (para que ele supra de
novo o seu desejo)

- “Uma criança nunca nasce imediatamente integrada na sua cultura. Esta


integração, nas condições culturais, não é tão simples quanto vestir roupas
novas: ela é acompanhada por transformações profundas no comportamento,
pela formação de seus mecanismos novos, fundamentais e específicos.”

EM SUMA:
1. Mediação cultural pelos instrumentos e signos não é apenas uma ideia
psicológica, mas sim uma ideia que quebra muros, separando indivíduo
da sociedade.
2. Os homens não são controlados “de fora”, pela sociedade. Também não
são controlados de dentro, pela herança biológica. Podemos controlar
nosso comportamento no “entre” e criando meios, instrumentos e signos
para isso.
3. O núcleo único, íntimo e subjetivo de cada indivíduo é de natureza
sociocultural. É um processo ativo. A consciência é um contrato social
do indivíduo consigo mesmo e com a realidade.
4. O que é o sujeito não representa o resultado do seu ambiente social. O
sujeito é resultado da sua própria atividade, através dos instrumentos e
signos essa atividade é histórica, social e cultural.

Aula 21/07/21 (MANHÃ)

- Fundamento no materialismo histórico dialético (MARX)

- Crítica a dicotomia (divisão em duas partes)

- O “externo” não existe, porque ultrapassa o ser humano.

- No processo de gestação já estamos tendo contato com o meio cultural.

- A maior parte das nossas relações são mediadas.

- Internalização ocorre por conta dos signos. O que é? Reconstrução interna de


uma operação interna. Ex: mediadora Dani, estamos internalizando as ideias
de Vygosky, pela utilização de signos (linguagem, músicas...).

- Não há desenvolvimento sem cultura, a relação é fundamental. É uma relação


mediada, mediada pela fala, pelos desenhos, pelos brinquedos, pelas cores,
imagens etc.

- Internalização: (operação externa) Reconstruímos a partir da relação com o


outro. Primeiro no nível interpsicológico, no nível entre
pessoas/natureza/cultura/signos, para depois ser intrapsicológico, interno. O
desenvolvimento se dá de fora para dentro.

TEXTO
Vygotsky e a educação (60-69)

A relação entre aprendizagem e desenvolvimento

- Existem três possibilidades de considerar essa relação:

1. O desenvolvimento psíquico é independente do desenvolvimento.

- A aprendizagem não participa ativamente no desenvolvimento e não o


modifica absolutamente.

- A aprendizagem utiliza só os resultados do desenvolvimento.

- Piaget.

- A aprendizagem escolar deve seguir o desenvolvimento.

- As funções psicológicas devem ter atingido um determinado nível de


amadurecimento antes que o processo de aprendizagem possa começar.

2. Aprendizagem é desenvolvimento

- James.

- Desenvolvimento paralelo dos dois processos, onde cada etapa da


aprendizagem corresponde uma etapa do desenvolvimento.

- Simultaneidade/sincronização entre dois processos.

- Aprendizagem como principal força atuante, desenvolvimento é a sobra da


aprendizagem. Desenvolvimento e aprendizagem coincidem.

3. Aprendizagem e desenvolvimento influenciam a si mesmos de forma


recíproca.

- Gestalt (Koffka)

- O desenvolvimento se baseia em parte nos processos de amadurecimento e


em parte na aprendizagem.

- Vygotsky não era satisfeito com nenhum acima.

A zona de desenvolvimento proximal


- Nível de Desenvolvimento real X potencial, entre elas, está a ZDP.

- Com essa concepção podemos medir o processo de desenvolvimento até o


momento e também os que estão ocorrendo (ainda em maturação e
desenvoltura).

- Linguagem se origina, em primeiro lugar, como meio de comunicação entre a


criança e as pessoas que a rodeiam.

- A organização da ZDP conduz ao desenvolvimento mental, ativa todo grupo


de ensino-aprendizagem.

- Interações sociais no desenvolvimento humano devem ser muito


consideradas no desenvolvimento.

- Na ZDP se cria o novo, mediado pelas específicas formas de interações


sociais.

- “Para encontrar “zonas de desenvolvimento proximal”, deve-se fazer mais do


que analisar a criança através de testes. Deve-se interagir, cooperar com elas,
mostrar-lhes o ponto de referência certo, estabelecendo relações múltiplas,
denominadas por Vygotsky como “ensino-aprendizagem”. Isto é exatamente
oposto dos famosos métodos clínicos que Piaget brilhantemente domina.
Piaget questiona a criança à base dos erros dela, Vygotsky questiona a criança
a partir das respostas que ele deu a ela.”

- A ZDP é um diálogo entre a criança e seu futuro.

- “Entrar numa “zona de desenvolvimento proximal” significa sempre entrar


numa área não totalmente esclarecida nem conhecida. Conflitos, distúrbios,
problemas, comportamentos problemáticos, falta de coordenações nas
atividades atuais de um indivíduo etc., podem ser compreendidos como
sintomas importantes desta entrada.”

- Interiorização: “no processo de interiorização, cada indivíduo não só reproduz


e repete o que já foi elaborado pela sociedade na sua história, como transforma
essas “respostas” no processo individual do seu desenvolvimento, quer dizer, a
cultura como resultados, como história, como modelos das relações sociais em
meios pessoais para construir as suas perguntas.”
Aula 21/07/21 (tarde):

- Referenciar SEMPRE. Justificar teoricamente. Como faremos e pq faremos


(usando os criadores do desenvolvimento).

- Artigo científico. (trab dupla)

- Zona de desenvolvimento potencial/proximal (ZDP): desenvolvimento em dois


níveis.

1. nível de Desenv. Real: criança faz sozinha, sem ajuda. Ex: amarrar o
cadarço.
2. nível de Desenv. Potencial: ações que a criança faz, mas não consegue
fazer sozinha. Ex: botar o dedo no cadarço.

- A distância entre um desenvolvimento e outro é a ZDP, ali está a mediação.


Ex: mediação do instrutor da autoescola.

- O que é potencial hoje pode ser real amanhã.

- Teoria da aprendizagem: aprendizagem puxa a ZDP

- Independência entre o desenvolvimento e aprendizagem. O desenvolvimento


importa mais. (PIAGET)

- Desenvolvimento e aprendizagem andam juntos para Vygotsky. Ou seja, a


aprendizagem suscita e impulsiona o desenvolvimento.

- Quando a criança chega na escola, ocorre uma “revolução” na cognição,


memória, linguagem etc da criança. (Ele observou as diferenças entre a
aprendizagem pré-escolar e escolar).

- A escola contribui na mudança da nossa forma de pensar.

Texto 3

PIAGET

- Estudo do conhecimento. Como é possível alcançar o conhecimento?


Conhecimento de que?

- Conhecimento significa organizar, estruturar e explicar a partir do


experimentado, do vivido. Conhecimento do mundo em que vivemos.
- Piaget diz que o conhecimento não se origina nem dos objetos, nem no
sujeito, mas da interação entre os dois.

- O objeto do conhecimento para Piaget é o meio (físico e cultural)

- Contra a concepção empirista (crença a partir da percepção).

- O conhecimento não é uma cópia do meio e sempre existirá uma interação


entre o “objeto do conhecimento” e o “sujeito epistêmico”, este último é o
sujeito do conhecimento.

- A inteligência das crianças se constrói através da estruturação dos esquemas


mentais, pois permitem a adaptação ao mundo.

- Esquema de ação é “aquilo que numa ação é transponível, generalizável ou


diferencial de uma situação para a seguinte.”

Os conceitos de Estrutura, equilíbrio e auto-regulação.

- As estruturas cognitivas são condições básicas de todo conhecimento, são


construídas pela ação, “à medida das necessidades e das situações”.

4 fatores que determinam a construção das estruturas do ato de conhecer:

1. A maturação orgânica do sujeito:

- Capacidade do sujeito em abrir novas possibilidades para novas condutas


aparecerem.

2. A experiencia adquirida no exercício da ação sobre o objeto, que


PIAGET distingue sob as formas de
2.1 Experiencia física: Permite, através da abstração simples ou
empírica, retirar informações dos próprios objetos, descobrindo suas
qualidades. Ex: forma, peso, tamanho...
2.2 Experiencia lógico-matemática: Através da abstração reflexiva, pois
consiste em relações mentais criadas pelo próprio sujeito.
3. Influencia do meio social externo:

- Trocas sociais, linguagem, jogo de regras.


4. Equilibração das estruturas cognitivas:

- Mecanismo interno de passagem progressiva de um patamar de equilíbrio


a outro, mais estável.

- Do ponto de vista psicogenético, a equilibração é o motor da construção


do desenvolvimento cognitivo.

- EQUILIBRAÇÃO: Melhorar o estado inicial das estruturas cognitivas.


Mecanismo autorregulador.

- Equilibração majorante decorre do processo de equilibrações sucessivas


extraída do funcionamento próprio dessas regulações.

- O que mais enriquece: construção gradual das negações de diferentes


tipos (parciais, totais, mais ou menos interiorizadas), porque se confunde
com as operações reversíveis.

Autorregulação: capacidade do organismo de preservar um sistema de


equilíbrio, seja em caso de perturbação ou melhoria.

Os (4) estágios do desenvolvimento infantil

1. Sensório-motor: do nascimento - 2 anos.

- Precede a linguagem.

- Constrói e coordena esquemas de assimilação.

- Assimilação de objetos e pessoas.

- Inteligência prática que coordena os esquemas que a criança utiliza.

- “Pensar” ligado apenas a objetos.

- Apenas sentidos e percepções (reflexos): imitações de comportamentos.

- Sobrevivencia.

2. Pré-operatório: linguagem – 7 anos.

- Manifestação da função simbólica


- Aparecimento intuitivo das operações.

- Representar, agir como se fosse, simulação.

- Egocentrismo, não consegue se colocar no lugar do outro. Ex: morder.

- Período escolar: precisa de metodologias concretas. Ex: A de abelha.

- Desenvolvimento de associações.

- Linguagem

- Atribuição de sentimento a objetos.

3. Operacional / Operatório concreto: 7-12 anos.

- Dominado de etapas das operações concretas.

- Início das operações lógicas

- Pensamento reversível

- Precisa que tudo seja concreto para ele, quer saber o pq das coisas. Ex:
gestação.

- Fase interessada nos corpos.

4. Operações proporcionais ou formais: 12-...

- Maior equilibração no pensamento lógico

- Lógica proposicional: auge do desenvolvimento cognitivo.

- Relações, abstrações, lógica.

- Associações: aprendizagem no cotidiano = desenvolvimento.

“O sujeito constrói o conhecimento do mundo real, imprimindo significado a


tudo que o cerca. Essa construção somente é possível graças ao equilíbrio
entre os mecanismos de assimilação e acomodação.”

As noções de assimilação, acomodação e adaptação


- Assimilação é a incorporação do objeto de conhecimento, ou parte dele, à
estrutura cognitiva do sujeito;

- Acomodação é a modificação que a estrutura sofre, transformação de


esquemas de assimilação para que a estrutura cognitiva se ajuste ao objeto.

- É através desses dois mecanismos que o sujeito constrói o conhecimento.

- Conhecimento é uma aquisição do sujeito que assimila as informações com


que se depara a partir do real. Entretanto, precisa de interpretação e ele o faz
com base nas estruturas que já possui.

- Tudo que o sujeito construir será determinado pela assimilação.

- Assimilamos por esquemas.

- Para Piaget, a acomodação diferencia os esquemas de ação, visando


adaptar-se à maior diversidade e colaborar na criação de novos esquemas.

- Assimilação: incorporação de elementos do meio à estrutura

- Acomodação: modificação dessa estrutura em função das modificações do


meio.

- Desenvolvimento cognitivo é um processo de equilibração.

- Ato de conhecer provém da ação do sujeito sobre o objeto de conhecimento.

Aula 28/07/21

Epstemologia genetica: Pensar a origem do desenvolvimento/do conhecimento.

“O desenvolvimento produz a aprendizagem (pi)”

- Aguardar as estruturas cognitivas ficarem prontas para poder ensinar (através


da interação)

“A aprendizagem produz o desenvolvimento (vyg)”

- O homem não nasce pronto, nem uma folha em branco.

- O conhecimento é diferente do real, não é uma copia de. Não somos produtos
do meio.
- Somos construtores do conhecimento (mesmo que não aprendamos)

- A criança age sobre o conhecimento (objeto), e o conhecimento age na


criança tbm. O conhecimento se dá na interação.

- Inteligência: se dá a partir da troca com o meio.

- Esquemas: estruturas cognitivas. Unidade estrutural basics de pensamento.


Base relacional com o mundo. Pensamento e ação.

- Adaptações (ex: bicicletas)

- Nascemos com reflexos: respostas involuntárias. Inatos. Não temos controle.

- O esquema totalmente biológico vai virando voluntário, consciência, vira


esquema de ação.

- Para cada ação, para cada pensamento, haverá um esquema.

Fatores de desenvolvimento das estruturas:

- Maturação do organismo. Ex: andar com 2 meses.

- Experiencia sobre o objeto. Ex: experenciar brincar com carrinhos.

- Influencia do meio social: Aprender com o que ve, o que ouve.

- A equilibração das estruturas cognitivas: mecanismo interno que coordena os


3 anteriores.

 Equilibração: maestro do desenvolvimento. Adaptação em relação ao


meio através dela. Todos nós temos isso. Processo de equilibração
contínuo, do menor para o maior. Desequilíbrios-equilíbrios.
 Equilíbrio – desequilíbrio – reequilíbrio. Nunca é o equilíbrio anterior, é
um novo.

Dois conceitos da equilibração:


1. Assimilação: Ex: matemática. Tentaremos usar as mesmas estruturas de
fazer a conta de adição para a conta de subtração. Não dá certo.
Desequilíbrio acontece. Inserção de algo novo a algo pronto.
2. Acomodação: Transformação do organismo para poder continuar
entendendo o mundo. Lida com objetos novos a partir da transformação
dos esquemas. Onde surgem os esquemas mais complexos. Ex: aula.

Equilíbrio – assimilação – desequilíbrio – acomodação – reequilíbrio:


novos esquemas adquiridos.

- ADAPTAÇÃO: Maneira que o organismo estabelece um equilíbrio entre


assimilações e acomodação. Adaptação contínua às imposições do ambiente.

ESTÁGIOS: Ordem fixa.

 Sensório-motor:

- Noção de permanência dos objetos (até um ano e meio de idade)

- Ao longo do desenvolvimento do primeiro ano, vai entender que o mundo é


um lugar permanente, as pessoas não saem do mundo ao sair do campo
visual. Ex: brincadeira do “achou!”

- Integração de informações dos órgãos sensoriais: perseguir os objetos.


Tracking.

- Assimilação, desenvolvimento da acomodação.

- Conservação:

 Pré-operatório:
 Operatório:
 Operatório formal:

VYG

Na teoria Vygotskyana retratada no livro “Introdução na abordagem


histórico-cultural de Vygotsky e seus colaboradores” (2010), de Bernd Fichtner,
é visível que o maior intuito de Vygotsky é que as crianças aprendam os
conceitos científicos, não pseudoconceitos que “percebem” pela mera
observação e constatação, sem embasamentos.

Nesse sentido, Vygotsky afirma que, para construirmos conhecimentos


baseados em conceitos científicos, passamos por uma zona, a “zona de
desenvolvimento potencial ou proximal”, mais conhecida por sua sigla, ZDP.
Entre a ZDP existem dois níveis que precisam ser ultrapassados para o
desenvolvimento e a aprendizagem ocorrerem.

O primeiro nível é chamado de “desenvolvimento real”, no qual a criança


é capaz de realizar tarefas sozinha, sem ajuda ou mediação; são
conhecimentos consolidados. Já o segundo nível, denominado
“desenvolvimento potencial”, são as ações que a criança faz, mas não
consegue fazer sem mediações, conseguem apenas com ajuda. São
aprendizagens que estão emergindo. (VYGOTSKY, 1991)

Existem, entretanto, conhecimentos que podem estar fora da Zona de


desenvolvimento proximal (ZDP), mas que, conforme o nível de
desenvolvimento real for ficando mais rico e dando mais “capacidades” ou
embasamentos para o nível de desenvolvimento potencial, podem ocorrer,
porque esses antigos “conhecimentos impossíveis”, agora são, então,
possíveis, visto que entraram no nível de desenvolvimento potencial.

Nessa teoria, o papel do professor é ajudar o aluno a avançar por meio


da sua (professor) mediação, pois quanto mais aprendemos, mais somos
capazes de aprender. Essa capacidade se dá por meio da assimilação e
acomodação: assimilação é compreender algo novo com base no
conhecimento que previamente possuímos, aquilo que é familiar, e
acomodação é modificar conhecimentos prévios para poder assimilar o novo.
Ambos são os subprocessos que formam a equilibração majorante, que é
responsável por reformular o conhecimento sobre o mundo de cada um (seus
esquemas).

Referencia

FICHTNER, Bernd. Introdução na abordagem histórico-cultural de


Vygotsky e seus colaboradores. 2010. Disponível
em: http://www3.fe.usp.br/secoes/inst/novo/agenda_eventos/docente/
PDF_SWF/226Reader%20Vygotskij.pdf. Acesso em: 4 Ago. 2021. (p. 60-70)

VYGOTSKY, Lev Semenovich.: A formação social da mente. 4. ed. São


Paulo: Martins Fontes, 1991.

atvd

- Quarta da novidade: toda quarta um ensinamento pratico novo. Ex: amarrar


os cadarços, pular corda, trava línguas, novos idiomas...

PIAGET

Pré-operatório (6-7)

Caça ao tesouro

Teoria:

Na teoria de Piaget, cônsono ao texto “A construção do conhecimento


segundo Jean Piaget” (2010) de Sonia Maria dos Santos Garcia, para adquirir
um conhecimento é necessário passar pelas seguintes fases, em ordem:
equilíbrio, assimilação, desequilíbrio, acomodação e reequilíbrio. Apenas a
partir desse conjunto que novos esquemas serão adquiridos, e, assim, novos
aprendizados.

Nesse sentido, o período pré-operatório é aquele que ocorre a aquisição


da linguagem ou de símbolos coletivos, sendo esse o ponto mais importante do
período pela sua possibilidade de comunicação e expressão de sentimentos de
forma mais fina. A partir desse feito, as relações - seja com outras pessoas ou
com coisas - se modificarão.

Essa fase ocorre entre os dois e sete anos de idade,


aproximadamente. Ela acontece com o desenvolvimento
da linguagem e das brincadeiras. As coisas ainda são
parcialmente mágicas e a realidade ainda não é firme [...].
As crianças pré-operatórias também demonstram
egocentrismo. Elas presumem que seu modo de pensar
sobre as coisas é o único modo de pensar possível.
(FURNHAM, 2015)

Pelo novo leque aberto através da linguagem, a criança ingressa no


meio escolar e, através desse novo ambiente, são trazidas a criança novas
capacidades, como a de associações e de necessidades por metodologias (de
ensino) concretas. No início desse estágio, é de extrema importância dar
abertura ao “Mundo simbólico” da criança, para que, ao final do estágio, o
indivíduo possa ter base para sua metodologia concreta também. Este mundo
simbólico pode ser expresso por meio das artes, esportes ou literatura.

Por fim, por esse estágio ter uma vasta diferença de tempo, no seu início
a criança age de forma egóica, brincando sozinha, por exemplo, já no seu fim,
se desenvolvida de forma coerente, a criança terá um olhar menos egocêntrico
sobre o mundo ao seu redor, dividindo seus brinquedos, outro exemplo. Em
suma, a criança entra no período Pré-operatório de uma forma e sai dele de
forma bastante diferente, pois é um momento de grande avaliação de sistema
de valores.

Atividade:

Na mesma escola, mas em uma turma diferente, com crianças na faixa


etária de 6-7 anos, as psicólogas Emily e Larissa juntaram-se aos professores
para aplicar uma brincadeira que fazia associações do alfabeto, previamente
aprendido, aos novos objetos do cotidiano que vinham sendo apresentados
durante todo o ano letivo.

A brincadeira “Caça ao tesouro” consiste em dividir a turma em duplas,


uma pessoa da dupla vai sortear uma letra do alfabeto. Essa letra sorteada
definirá qual objeto eles irão buscar por toda a escola, exemplo: L de lápis.
Será passado para as crianças que esses objetos foram deixados por um
antigo pirata que precisa tê-los de volta e precisa da ajuda delas para recuperá-
los. A atividade tem intuito de associar a letra aos objetos do cotidiano, e,
mesmo que algumas crianças se confundam inicialmente, sempre poderão
recorrer aos professores e psicólogas para sanarem suas dúvidas e, assim,
obterem êxito na brincadeira.
Ao final, todas as duplas apresentarão seus objetos e sua letra em uma
roda, sentados ao chão. Ao final de cada apresentação, terão reconhecimento
de seu esforço através de aplausos de seus colegas e chocolate que será
entregue por um dos trabalhadores da escola vestido de pirata.

Explicação:

Conforme o capítulo 39 do livro “50 ideias de Psicologia que você


precisa conhecer” (2015) do Psicólogo Adrian Furnham, esse estágio é
caracterizado por uma grande necessidade de metodologias concretas para
poderem fixar a aprendizagem. Além disso, outra característica forte é o
egocentrismo, não saber se colocar no lugar do outro e ter dificuldades em
trabalhar em equipe.

Por isso a escolha da brincadeira “caça ao tesouro” é tão rica para o


desenvolvimento nesse período, pois ela proporciona uma atividade em dupla e
com intuito de ajudar alguém, para promover melhora no egocentrismo,
também ajuda na associação direta de letras à objetos, visto que nesse período
ocorre o desenvolvimento da associação, e tem a presença de metodologias
concretas, que são os objetos em si, ali palpáveis e visíveis para as crianças,
isso tudo sem perder a fantasia para seu “mundo simbólico”, visto que acham
que estão encontrando tesouros perdidos.

Referencias

FURNHAM, Adrian. Estágios cognitivos. In: FURNHAM, Adrian. 50 ideias de


psicologia que você precisa conhecer. 5. ed. São Paulo: Planeta, 2015. Cap.
39. p. 160-163.

GARCIA, S. M. D. S. A construção do conhecimento segundo Jean Piaget. v. 6,


n.1. Uberlândia: Ensino em Re-Vista, 2010.

Trabalho em grupo

Desenvolvimento psicossocial na segunda infância

Desenvolvimento da identidade
- Autoconceito: Senso de identidade; quadro mental descritivo e avaliativo das
próprias capacidades e traços. É um sistema de representações que determina
como nos sentimos sobre nós mesmos. A criança incorpora em sua
autoimagem a compreensão de como os outros a veem. Começa na fase dos
primeiros passos.

- Autodefinição: passagem dos 5 para os 7. Reflete o desenvolvimento do


autoconceito.

 Primeira fase da passagem (4): representações únicas. Declarações


unidimensionais sobre si. Ex: eu gosto de pizza... eu gosto de correr.
Pensamentos saltantes, sem nexo. Não consegue visualizar ter duas
emoções conflituantes ao mesmo tempo (tudo ou nada). Não consegue
reconhecer sua identidade real (fala a ideal), quem ele realmente é,
então se descreve como um modelo de virtudes e habilidades.
 Segunda fase (5-6): associações representativas. Associações lógicas
entre um aspecto e outro de si. Ex: sou bem rápido e forte, jogo a bola
bem longe. Imagem de si ainda tudo/nada, positivas.
 Terceira fase: Sistemas representacionais, na terceira infância.
Começam a integrar aspectos de sua identidade em um conceito geral e
multidimensional. Autocrítica torna-se mais realista e equilibrada. Ex:
Sou boa em artes, mas péssima em matemática.

- Autoestima: parte autoavaliativa do autoconceito, é o julgamento que a


criança faz sobre seu valor geral. Descrever e definir a si própria.

Mudanças no desenvolvimento da autoestima:

- As crianças demonstram por seu comportamento o que possuem (de valor


pessoal)

- Antes da passagem dos 5-7, a autoestima da criança não se baseia na


realidade, elas tendem a aceitar o julgamento dos adultos.

- Tudo ou nada: “Eu sou bom” x “eu sou mal”

Autoestima contingente: o padrão “incapaz”


- Quando a autoestima é alta, a criança é motivada a realizar coisas. Se for
contingente (insuficiente/incerta), a criança poderá ver o fracasso ou crítica
como uma indicação de seu valor e sentir-se incapaz de fazer melhor.

- Ajuda focalizada de pais e professores (atentar-se no tom e na escolha de


palavras)

Compreendendo e regulando emoções

- A capacidade de entender e regular, ou controlar, os próprios sentimentos é


um dos avanços da segunda infância.

- A autorregulação emocional ajuda as crianças a guiar seu comportamento e


contribui para sua capacidade de conviver com os outros.

- Crianças em idade pré-escolar podem falar sobre seus sentimentos e


conseguem discernir os sentimentos dos outros.

- Compreensão emocional torna-se mais complexa com a idade.

- Impacto positivo e negativo da mídia sobre o reconhecimento de emoções e


situações emocionais.

Entendimento de emoções conflitantes

- Elas não entendem que podem ter reações emocionais contrárias ao mesmo
tempo.

- A maioria das crianças adquire um entendimento mais sofisticado de


emoções conflitantes durante a terceira infância.

Entendendo emoções autodirigidas

- Culpa, vergonha, orgulho (etc) se desenvolvem ao final do terceiro ano,


depois que as crianças adquirem consciência de si mesmas e aceitam os
padrões de comportamento estabelecido pelos pais.

- Até as crianças com grau de sofisticação cognitiva não reconhecem essas


emoções e o que as causa.
Erikson: Iniciativa X culpa

- Criança equilibra o desejo de atingir metas com ressalvas em relação a fazê-


lo.

- Necessidade de lidar com sentimentos conflitantes sobre si.

- Essência do terceiro estágio de desenvolvimento psicossocial.

- O conflito de iniciativa versus culpa surge do crescente desejo de planejar e


executar atividades e as crescentes dores de consciência que a criança pode
ter a respeito desses planos.

- Marca uma divisão de duas partes da personalidade: a parte que permanece


criança, cheia de vontade e ansiedade para experimentar coisas novas, e a
parte que está se tornando adulta, que constantemente examina os motivos e
suas ações.

- Crianças que conseguem controlar esses impulsos adquirem a “virtude” do


propósito.

Gênero

- Identidade de gênero

- Diferenças de gênero: psicológicas ou comportamentais.

- Apresentam mais semelhanças do que diferenças.

- Hipótese da semelhança de gênero: 78% das diferenças de gênero são


pequenas ou insignificantes.

- Diferenciação maior no estilo e preferencias de brincadeiras.

- Quanto a cognição, o nível de inteligência, é igual, mas as meninas tendem a


ter melhor desempenho em testes de fluência verbal, matemática e
memorização de objetos; e os meninos tem melhor em analogias verbais e
memorização de configurações espaciais.
- Meninas tendem a usar maior linguagem responsiva, ex: elogios,
concordâncias, reconhecimentos e elaborações sobre o que outra pessoa
disse.

Perspectivas do desenvolvimento de gênero

 Papéis de gênero: comportamentos, interesses, atitudes, habilidades e


traços de personalidade que uma cultura considera apropriada para os
sexos.
 Tipificação de gênero: aquisição de um papel de gênero. Processo de
socialização pelo qual a criança aprende a se apropriar dos papéis de
gênero.
 Estereótipos de gênero: generalizações preconcebidas sobre o
comportamento masculino ou feminino. Ex: todas as meninas são mais
calmas, os meninos são mais agitados e agressivos.

- Examinemos cinco perspectivas teóricas sobre o desenvolvimento do gênero


(resumidas na Tabela 8.1): biológica, evolucionista, psicanalítica, cognitiva e da
aprendizagem social.

Aprendizagem social:

- Adquirem papéis de gênero imitando modelos e sendo recompensadas por


comportamento (elogios, presentes) apropriado ao gênero. Escolhem aqueles
que lhes parecem poderosos ou atenciosos (quase sempre um dos pais).

- Influencias da família, dos colegas, culturais.

Brincar: a principal atividade da segunda infância.

Níveis cognitivos do brincar:

1. Jogo funcional: Jogo locomotor. prática repetida de movimentos


musculares largos, como rolar uma bola.
2. Jogo construtivo: Jogo com objetos. Casa de blocos ou desenhos com
lápis.
3. Jogo dramático: faz de conta, fantasia, imaginativo. Função simbólica.
Combinação de cognição, emoção, linguagem e comportamento
sensório-motor.

Parentalidade

Formas de disciplina:

- Reforço e punição

- Castigo corporal: uso de força física para controlar comportamentos, mas sem
causar tanto ferimento.

- Tecnicas induitivas: induzir o comportamento desejável por apelo à


racionalidade e ao senso de justiça da criança.

- Afirmação de poder: desencorajar o comportamento indesejado através da


aplicação física ou verbal do controla parental.

- Retirada do amor: ignorar, isolar ou mostrar desagrado por uma criança.

- Parentalidade autoritária: enfatiza o controle e a obediência. Pais impessoais


e menos carinhosos. Filhos descontentes, retraídos e desconfiados.

- Parentalidade permissiva: enfatiza a autoexaminação e autorregulação. Pais


carinhosos, não controladores e não exigentes. Filhos tendem a ser imaturos,
com pouco autocontrole e pouca curiosidade exploratória.

- Parentalidade democrática: combina respeito pela individualidade da criança


com a tentativa de incluir valores sociais. Dão preferência a disciplina induitiva.
Filhos seguros. Autoconfiantes, autocontroladas, autoafirmativas, exploradoras
e satisfeitos.

- Parentalidade negligente: pais que se concentram mais nas suas


necessidades do que nas dos filhos. Associada a distúrbios comportamentais
na infância e na adolescência.

Desenvolvimento psicossocial na segunda infância


TEXTO: Cap 8 da parte 3, Desenvolvimento humano - Papalia

Desenvolvimento da identidade

-FORMAÇÃO DO Autoconceito: Senso de identidade; quadro mental avaliativo


das próprias capacidades e traços. Essas representações determinam como
nos sentimos sobre nós mesmos. OU SEJA, a criança incorpora em sua
autoimagem a compreensão de como os outros a veem.

A PARTIR DISSO, a autodefinição: Reflexão do autoconceito que recebeu. Ex:


eu sou boazinha, eu sou malcriada, sou malvada...

- Autoestima: é o julgamento que a criança faz sobre seu valor geral.


Descrever e definir a si própria.

- Quando a autoestima é alta, a criança é motivada a realizar coisas. Se for


contingente (insuficiente/incerta), a criança poderá ver o fracasso ou crítica
como uma indicação de insuficiência.

- Ajuda focalizada de pais e professores, MEDIADORES (VYG) (atentar-se no


tom e na escolha de palavras).

Compreendendo e regulando emoções

- A capacidade de entender e regular, ou controlar, os próprios sentimentos é


um dos avanços da segunda infância.

- Ajuda as crianças a guiar seu comportamento e contribui para sua


capacidade de conviver com os outros.

- Crianças em idade pré-escolar podem falar sobre seus sentimentos e


conseguem discernir os sentimentos dos outros.

AULA 01/09/21

DESENVOLVIMENTO COGNITIVO (PIAGET)

- Equilibração: acomodação e assimilação trabalham juntos.

- Estágios ocorrem em ordem fixa: sensório-motor, pré-operatório, operatório


concreto e operatório formal.
 SM: 0-2 anos. Reflexos automáticos sob controle voluntário e consciente
(intencionalidade-planejamento).

- A partir do 1 ano que se vai criando a consciência. Vai passar de uma


situação passiva para uma organização mais ativa.

- Até os dois anos, o relacionamento com o mundo da criança é dado por


ações, sensações e percepções, não por raciocínio.

- Objetivo: conquistar o universo prático. Inteligência: manipulação de objetos,


aquisição de habilidades e adaptações de tipo comportamental.

- Ausência de representação interna dos acontecimentos.

- Plano de ação: adaptação por meio das ações, não por pensamentos
(simbolização).

- Inteligência prática é a base para a representação mental no futuro.

- Não tem noção de permanência dos objetos.

 PO: 2-7 anos.

- Plano da representação.

- Função simbólica: permite a criança a sair do contexto imediato. Possibilita a


representação e interiorização do mundo externo e de suas ações.

- Uso de sons, imitação, faz de conta.

- Início da interiorização do mundo.

- Aquisição da linguagem.

- Antes das operações (esquemas internos coordenados). Ex: adição,


subtração, divisão, multiplicação, seriação, classificação (ligar o que se parece,
ligar pontinhos), reversibilidade, etc.

- Pensamento pré-lógico. Inteligencia intuitiva (o que vejo, o que percebo). EX:


copos com água.

- Noção de conservação: não entende.


- Pensamento egocêntrico: a visão dela é a régua do mundo. Irreversibilidade
do pensamento: não consegue fazer o pensamento percorrer os mesmos
caminhos cognitivos de outro momento.

- Artificialismo e animismo: ações humanas explicam fenômenos naturais e


elementos da natureza praticam ações humanas.

 OC: 7-12. Bases para o pensamento lógico que se desenvolve no ultimo


estágio.

- Operações intelectuais. Operações: ações mentais reversíveis voltadas para


constatação e explicação.

- Reversibilidade das operações: leva em consideração uma série de


operações.

- Tudo se refere a esquemas.

- Experiencia.

- Usa suas operações mentais usadas em objetos concretos e presentes no


ambiente.

 OF: Adolescencia.

Trabalho começa no dia 15, outro dia 22, outro dia 29. Encerra a disciplina dia
29. Todo dia Padlet sobre assuntos apresentados. Como eu vim, como eu
estou indo.

- Grupos de 4-5 discutir um texto e apresentar esse texto, cada grupo 30min.

- Grupo 7: Primeiro gp do dia 29, texto 12. Atenção psicológica

TEXTO:

Nove teses sobre a “infância como um fenômeno social”

- Jens Qvortrup

- Pesquisas escondiam as crianças num tipo de “limbo analítico”

- “Não é suficiente realizar análises sobre a infância como mera questão interna
da família (ainda que isso seja também importante), nem analisar a infância em
termos das classes tradicionais ou de parâmetros de estratificação; esses
aspectos são também importantes, mas, se forem aplicados exclusivamente
em nossas análises, poderemos negligenciar as relações geracionais.”

- “Conclusão formulada por Franz-Xaver Kaufmann, que sugere que nossa


sociedade exibe uma "desconsideração estrutural em relação às crianças"
("strukturelle Rücksichtslosigkeit"). Há, diz ele, em nossas sociedades, uma
"indiferença estrutural" em relação às crianças nos diversos segmentos da vida
política, que, como efeito cumulativo, tem conduzido à necessidade de
consideração das crianças e de suas famílias.”

TESE 1: A infância é uma forma particular e distinta em qualquer estrutura


social de sociedade.

- Não é definida pelas características individuais da criança e nem por sua


idade, cada infância tem sua forma estrutural particular.

- Comparável com o conceito de classe: características dos membros na


infância estão organizadas e posicionadas por outros grupos sociais, mais
dominantes.

- Características dominadoras da infância: Relacionada à prática, à


institucionalização das crianças; confinamento até o final da infância, final da
escolarização compulsória. Segunda: o lugar da criança como menor, dado
pelos dominantes (adultos).

- Olhar as características que são comuns para as crianças, evitar confundir


suas condições de vida com as características de vida de seus pais.

- Uso de características abstratas: verificam o lugar em que as crianças têm


sido colocadas e podem ser localizadas na arquitetura social pelos adultos.

- Proporciona comparação de crianças de diferentes culturas.

- Não universalizar
TESE 2: A infância não é uma fase de transição, mas uma categoria social
permanente, do ponto de vista sociológico.

- A infância persiste: continua a existir como forma estrutural.

- Como a infância se modifica deve ser explicado através do número de


parâmetros sociais.

- Sempre estaremos falando de infância, terão outros Bilus e Joãos.

Tese 3: A ideia de criança, em si mesma, é problemática, enquanto a infância é


uma categoria variável histórica e intercultural

- Criança como supra-histórica, a-histórica.

- Não há somente uma concepção de infância, mas muitas, construídas ao


longo do tempo, são nessas mudanças que a sociologia se interessa.

Tese 4: Infância é uma parte integrante da sociedade e de sua divisão de


trabalho

- As crianças são participantes ativas na sociedade não apenas por seus


mediadores, mas por outras duas razões:

a) Elas ocupam espaço na divisão de trabalho (escolar).

b) A presença da infância influencia fortemente os planos e os projetos não só


dos pais, mas do mundo social e econômico.

- “A depender do background familiar. Nas sociedades orientadas para o


consumo, isso é contraditório, e pode somente acontecer porque crianças (a)
são consideradas fora das sociedades utilitárias como não consumidoras e (b)
são consideradas como propriedade dos pais e, portanto, dependentes do
consumo destes.”

- Só quando a criança crescer que seria parte da sociedade: ERRADO!


Tese 5: As crianças são coconstrutoras da infância e da sociedade

- Toda vez que a criança interage com alguém ou algo, elas estão contribuindo
para a formação da infância e da sociedade.

- “As crianças aprendem somente aquilo que é ensinado... as espécies


deveriam ter acabado há longo tempo - talvez depois de uma só geração!"
(Wartofski, 1981, p. 202).

- Wartofski argumenta que as crianças são criadoras, inventivas, porque se


envolvem em ações propositivas.

Tese 6: A infância é, em princípio, exposta (econômica e institucionalmente) às


mesmas forças sociais que os adultos, embora de modo particular

- As crianças são atingidas por essas forças de forma indireta ou mediada.

- A retração e a expansão do mercado de trabalho têm também um tremendo


impacto sobre a vida das crianças.

- Importancia dos mediadores serem sábios. Ex: luto.

Tese 7: A dependência convencionada das crianças tem consequências para


sua invisibilidade em descrições históricas e sociais, assim como para a sua
autorização às provisões de bem-estar

- Causadas pela: capitalização da infância, Estado demandando dados que


eram apenas necessários para o planejamento e elaborações políticas.

- Outra: invisibilidade como uma consequência das definições arraigadas de


crianças como imaturas, que precisam confiar em seus pais.

Tese 8: Não os pais, mas a ideologia da família constitui uma barreira contra
os interesses e o bem-estar das crianças

- Crianças como propriedade e responsabilidade dos pais. Sem renda per


capta.
- Sociedade deveria assumir responsabilidade sobre as crianças: padrões
básicos para famílias com crianças.

- Reproduzir comportamentos sem pensar.

- Barreira nos interesses da criança, ex: meninos + bonecas.

- Poder sobre a criança, CRIME, pq a família pode ser muito prejudicial a


criança.

- No entorno familiar, o Estado também deve interferir.

- Mesmo no espaço privado, o Estado é necessário.

Tese 9: A infância é uma categoria minoritária clássica, objeto de tendências


tanto marginalizadoras quanto paternalizadoras.

- Termos como “criança” e “infantil” vem de uma noção de minoritariedade, de


paternalismo. Estranha combinação de amor, sentimentalismo, senso de
superioridade em relação à compreensão equivocada das capacidades infantis
e à marginalização.

- Dominado X dominador.

- Entender que criança é minoria.

- Projeto de cidadania científica às crianças.

AULA (08/09/21)

Infância como um fenômeno social

- A infância é uma construção social, não dependente totalmente de idade.

- Quando nós pensamos sobre a criança, não com a criança, é sempre sob o
nosso olhar.

- Usar “infância”, não “criança”.

- Infância não deve ser observada apenas pela idade, não está restrita a uma
fase.

- Infância não é algo natural, mas social.


AS FORMAS DE INFANCIA NOS MAIS DIVERSOS LOCAIS

Como aquele texto me afetou? (descrever)

 Equipe 1: CRIANÇA NO ESPAÇO URBANO

A equipe começou trazendo a minha memória falas que meus pais e avós
falavam sobre as dificuldades de locomoção para ir à escola, escolas estas
com as infraestruturas precárias derivadas da desigualdade social. Foi triste
perceber que a realidade de mais de quarenta anos atrás continua persistindo
de forma tão violenta simbolicamente, pois eu também precisei (e ainda
preciso) enfrentar a precariedade da superlotação em ônibus, por exemplo,
para chegar em muitos locais.

Não tinha parado para pensar anteriormente que tanto a cidade quanto a
escola são constituintes da vida do sujeito daquela cidade. Muito menos tinha
conhecimento do conceito de “território educativo”, que a equipe bem citou que
não é da alçada apenas da escola “educar”, mas sim todo um conjunto é
formador da vida educacional do sujeito.

A equipe também me chamou atenção falando sobre como esse nosso


território educativo foi “reprimido” em qualidade com a chegada da COVID-19 e
o fechamento das escolas nas nossas realidades, pois as crianças já não
viviam a cidade, e agora muito menos, já tinham dificuldades em aceitar
“realidades novas”, agora possivelmente terão ainda mais, além disso, as
desigualdades sociais ficaram ainda mais escancaradas desde o início da
pandemia também.

A equipe retomou a importância do Artigo 5 da nossa constituição brasileira,


que informa todos têm direito a qualidade de vida, mas que fica notório na
pesquisa feita para o texto que foi abordado que essa qualidade não é “para
todos”.

Por fim, foi salientada a necessidade de ouvirmos as crianças como os


pesquisadores fizeram, porque elas também são moradoras da cidade e
merecem ter suas queixas, ao menos, ouvidas e respeitadas.
 Equipe 2: BRINCADEIRA E O BRINCAR PENSANDO NA QUESTÃO
INDÍGENA

De longe, essa foi minha equipe favorita da manhã, não pelas pessoas da
equipe, mas pelo tema, porque tenho pouquíssimo conhecimento sobre a
realidade indígena. É de conhecimento geral que a criança precisa do lúdico
em suas brincadeiras, e que este lúdico diverte, educa e socializa ao mesmo
tempo, mas não tinha me interessado ou parado para analisar anteriormente
como as comunidades originárias faziam essa ponte lúdica.

Foi interessante saber que as o intuito do lúdico em suas comunidades é


ressaltar o patrimônio cultural e ajudar a construir um conhecimento que
ajudará na vivência futura, como, por exemplo, a “brincadeira” de cada criança
construir seu arco e flecha. Foi rico para mim notar o quão representativo na
construção de suas identidades a brincadeira é, pois os dá a ideia de
pertencimento e identificação com sua comunidade.

Por fim, as brincadeiras assumem diferentes formas dependendo da


localidade e do contexto social, nos foi apresentado dois tipos de aldeia: (1)
Aldeia isolada, onde eles diferenciam suas brincadeiras das “brincadeiras
brancas”, e suas brincadeiras tem intuito de preparação pra vida adulta.
Nessas aldeias, não há a regra de que “só criança brinca”, todos brincam
porque brincar “é apenas algo divertido”. É uma comunidade mais apegada a
seu território. Já nas aldeias urbanas (2), as brincadeiras não tem diferenciação
de “brancos”, porque eles já estão imersos nessa realidade. As brincadeiras
mediadas por um adulto porque as crianças precisam que ver “como faz” para
conseguir fazer. A comunidade é mais desapegada de seu território.

Foi de extrema importância obter esse conhecimento e observar que o


brincar está ligado aos contextos, não a ambientes, mas sim pelo afeto entre o
sujeito e o lugar, é sobre a cultura. Brincar é fundamental no desenvolvimento
porque internaliza cultura e regras, como Vygosky bem pontuava.

 Equipe 3: INFÂNCIA RURAL NO MOVIMENTO SEM TERRA


A equipe me fez recordar muitas das discussões feitas na eletiva dada pela
professora Augusta sobre Exclusão Social, no qual aprendemos que a
desigualdade está totalmente ligada a exclusão social e a inclusão precária,
que podemos observar escancaradamente no tratamento para com os
pertencentes do MST (Movimento Sem Terra), que vivem subordinados aos
seus patrões.

Conforme a explanação da equipe, me recordei que o Artigo 227º na CRFB


de 1988 informa que brincar é um direito, que o acesso ao lazer também é,
sendo dever da família e da comunidade proporcionar esse lazer, então se
essas crianças vivem em tamanha vulnerabilidade e descaso desses direitos,
esse artigo não é funcional para elas, tornando-as invisíveis, assim, visto que
essas crianças, conforme a apresentação, precisam trabalhar para sobreviver,
e, quando não trabalham, possivelmente estão estudando (precariamente,
como na primeira equipe foi abordado).

SEMINÁRIO DANI

Atenção psicológica à criança em acolhimento institucional:

o cuidado ao ser

A experiencia revelada pelo desenho

- Desenho como via de expressão gráfica das crianças

- Figuras como coração, casa e fogo (investidas de afeto).

 Coração: com flexas, lágrimas e fogo, representa que o indivíduo está


“ferido”.
 Fogo: associado tanto a casa quanto ao coração, reflete a confusão de
sentimentos.

- A criança se comunica de forma diferenciada dos adultos na terapia.

- O desenho é uma interpretação que a criança faz da sua realidade.


- Através do desenho as crianças, além de desenvolverem atenção e
criatividade, exprimem traços da sua personalidade, emoções contidas,
receios, conflitos e revelam necessidades.

- O psicoterapeuta deve analisar no desenho: as proporções, posições, roupas,


acessórios, sucessão das partes desenhadas e cada parte do corpo em
particular. Ex: Se no desenho há ausência de cabelo em um boneco,
possivelmente essa criança se sente impotente. Ou se não há rosto nesse
boneco, essa criança pode ter uma autoestima frágil.

A identificação com as histórias dos contos de literatura infantil

- Sessões de ludoterapia ressaltam a atração das crianças pelos contos de


literatura infantil, cujos enredos parecem mobilizar conteúdos relativos à
história de vida delas.

- Se pararmos para pensar na nossa história infantil favorita hoje, vamos ver
alguns pontos em comum da nossa história com a de lá.

- No texto, obtivemos o exemplo de uma criança que demonstrou interesse


pelo que aconteceria com João e Maria, abandonados pelos pais na floresta,
“quando eles crescessem”, porque, no fundo, a pergunta não era sobre João e
Maria, mas, sim, sobre ele e sua incerteza sobre o futuro decorrente do
abandono que sofreu.

- Mecanismo de projeção é bastante presente.

A raiva como disposição afetiva e sua expressão por meio da agressão

- Resposta às mudanças de suas vidas que demandavam rápida adaptação.

- Expressa de diferentes formas na sala de ludo: gestos agressivos em direção


ao terapeuta (pouco), expressões de forma simbólicas (muito) como uso de
armas e espadas de brinquedo e ursos grandes de pelúcia como mediadores.

Ex: O menino falando que o pessoal não iria a terapia pq não tinha arma de
verdade, mas dizendo que não mataria a terapeuta caso tivesse.
O brincar e a expressão da sexualidade

- A sexualidade se faz presente no brincar das crianças.

- Foi observado muito presentemente conteúdos sexuais como queixa no


encaminhamento de algumas crianças do projeto.

- Algumas histórias foram marcadas por violência sexual.

- Pelo brincar é possível verificar indícios sugestivos de erotização precoce.

- Por meio do brinquedo algumas crianças simbolizam sua identificação sexual.

- Exemplo: Um menino que trocou as roupas do boneco com as roupas de uma


outra boneca, afirmando que homens podiam fazer as mesmas coisas que uma
menina.

A sala de ludo como espaço de cuidado

- As crianças com frequencia mostram desejo de levar algo da sala de ludo


para o ambiente institucional, podem até serem coisas simples, como um
pedacinho de borracha ou um pouco de tinta, pois tem um limite colocado.

- Tais pedidos podem estar relacionados à necessidade de prolongar a


experiencia vivenciada naquele espaço, o que se comprova com a dificuldade e
resistência das crianças ao saírem da sala de ludo ao final das sessões.

Em suma: “A partir da ludoterapia, o potencial do brinquedo, do desenho e dos


contos de literatura infantil na atenção psicológica a criança em acolhimento
institucional, são valiosos recursos mediadores de expressão. As crianças que
participaram do projeto puderam, através de um ambiente propício e de uma
relação singular, se aproximar da sua vivência e se apropriarem de
sentimentos a essa vivência também.”

Contextos familiares e escolares são fundamentais na construção da nossa


subjetividade.
O que me impactou? O que não sabia?

 EQUIPE 4: A família e a escola no desenvolvimento socioemocional na


infância

A primeira equipe começou nos informando que tanto a escola como a


família podem contribuir ou reduzir problemas de comportamento
internalizantes e externalizantes na infância e que ambas eram as nossas
primeiras percepções de mundo.

Achei interessante o dado que a falta da escola, no contexto da COVID-19,


poder ser vista como benção, no sentido de o aluno sofrer bullying, por
exemplo, ou poder ser vista como ruim, pois a escola poderia ser a fuga do
aluno de um ambiente familiar adoecido.

Outro fato importante abordado pela equipe foi relacionado aos processos
proximais, que constituem a interação entre o indivíduo e o ambiente, visto que
o externo da criança influencia seu desenvolvimento. Não podemos ver o
desenvolvimento como algo estanque, pois ele perpassa idades. A escola e a
família devem trabalhar lado a lado.

A informação que o relacionamento professor-aluno, quando positivo, pode


atuar melhorando o desenvolvimento escolar e socioemocional, e, se negativo,
pode atuar como um fator de risco ao desenvolvimento saudável me remeteu a
algumas memórias (minhas) da infância, recordei o quão pouco
compreensíveis meus professores eram, me causando um temor, até hoje, em
algumas matérias.

Por fim, o poema da equipe me trouxe memórias afetivas, como as “brigas”


para marcar a cadeira e a forma de acordar com a mãe chamando,
principalmente.

 EQUIPE 5: A construção do gênero na infância.

A equipe nos informou que os estereótipos de gênero são reforçados desde


a educação infantil, onde os elementos que produzem a desigualdade de
gênero e, consequentemente, o machismo estrutural estão bem presentes no
nosso habitus primário. Foi mostrado que ninguém é naturalmente homem ou
mulher, somos construções sociais, culturais e históricas (diferenças sexuais).

A análise que o gênero era visto como relação de poder me fez recordar a
música “The man” (O cara) da Taylor Swift, que representa várias cenas
cotidianas do homem que quando são feitas por mulheres são vistas de forma
errônea e recebem retaliações, colocando as diferenças biológicas como a
desculpa da criação social de gênero.

Outra memória durante a apresentação foi quanto a nova temporada da


série SEX EDUCATION (Netflix), que aborda um personagem não binário no
âmbito escolar que nasceu biologicamente menina e, por isso, foi imposto a
usar roupas femininas. Uma agressão escolar à identidade de gênero do
sujeito intensificada pelo “padrão” de “homem” e “mulher” que é imposto e nos
faz ser mais ou menos aceitos socialmente se decidirmos seguir ou não.
(Coacertividade de Durkheim). Portanto, reproduzimos aquilo que aprendemos
de uma forma de alienada, sem o exercício do pensamento.

 EQUIPE 6: Afeto e comum: enfrentamento do racismo por crianças e


jovens quilombolas no contexto escolar.

A equipe abordou em como o fato de os brancos estarem sempre no local


de destaque sem muitos questionamentos evidencia o racismo estrutural e sua
estratégia de dominação.

Logo após essas falas, lembrei-me de um curso que fiz ao início da


pandemia chamado “Saúde da população negra”, que mostrava como as
pessoas negras sofreram, e ainda sofrem, privações das instituições sociais,
mas não apenas isso, mostrou também a deficiência histórica advinda do
racismo, pois sobre negros na escola, vemos apenas a escravidão.

Foi trazido pela equipe o mito da democracia racial, construída para mostrar
uma suposta harmonia entre brancos e negros, mas que carregava um desejo
de embranquecimento, ideologia usada para manter os lugares de privilégios
de brancos e culpabilizar os negros por suas condições socioeconômicas.
A parte que mais me chamou atenção do trabalho foi quanto às rodas de
conversas para ouvir os jovens e crianças (7-18), com narrativas expressando
o racismo sofrido por elas na escola, onde alguns fingiam não ver, outros
tentaram alterar coisas em seu corpo (cabelo), mas o sentimento de rejeição
era sempre presente. A frase “permitir sair do silenciamento” me relembrou ao
evento da UFAL “Fala negra”, que destacava negros, coisas que nunca tinha
percebido antes. É comum ver brancos em destaque, é normatizado, mas ali
eu percebi o quão impactante era ter os negros naquele local de direito deles
também.

Você também pode gostar