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A cognição é compreendida como uma interação com o meio ambiente,

referindo-se a pessoas e objetos. A diferente fase do desenvolvimento motor


tem grande importância, porque colabora para a organização progressiva das
demais áreas, tal como a inteligência. Segundo Conceição (1984, p.23) o
desenvolvimento humano implica transformações continuas que ocorrem
através da interação dos indivíduos entre si e com o meio que vivem então
quanto mais dinâmicas forem às experiências da criança, a partir de sua
liberdade de sentir agir, através de brincadeiras e jogos, maiores serão as
possibilidades de enriquecimento psicomotor. O desenvolvimento motor é o
resultado da maturação de certos tecidos nervosos, aumento em tamanho e
complexibilidade do sistema nervoso central, crescimento dos ossos e
músculos, portanto comportamento nato, espontâneo. Somente em casos de
extrema privação ou de algum tipo de distúrbio, esses comportamentos não se
desenvolverão. O desenvolvimento funcional de todo o corpo e suas partes é
englobado pelo desenvolvimento psicomotor. É através dele a criança deixa de
ser criatura frágil da primeira infância e se transforma numa pessoa livre e
independente do auxilio alheio. As atividades motoras desempenham na vida
da criança um papel importantíssimo, em muitas das suas primeiras iniciativas
intelectuais. Enquanto explora o mundo que rodeia com todos os órgãos dos
sentidos, ela percebe também os meios com quais fará grande parte dos seus
contatos sociais.

Para Ferreira (2000, p. 45),

[...] o desenvolvimento humano pode ser definido em termos das mudanças


que ocorrem ao longo do tempo de maneira ordenada e relativamente
duradoura e afetam as estruturas físicas e neurológicas, os processos de
pensamento, as emoções, as formas de interação social e muitos outros
comportamentos no decorrer da vida.

Já para Vygotsky (1996), o desenvolvimento humano se dá a partir do estado


psicológico/ mental, que é promovido pela socialização com o meio social, além
da maturação orgânica de cada indivíduo, ou seja, o homem é um ser
biológico, histórico e social, e seu desenvolvimento se faz a partir da relação
com outros indivíduos.
.

Para Fonseca (1998, p. 11), “[...] o desenvolvimento compreende todas as


mudanças contínuas que ocorrem desde a concepção ao nascimento, e do
nascimento à morte. Neste período surgem processos evolutivos,
maturacionais e hierarquizados, quer num plano biológico, quer no plano
social”.

Nada para o homem é estático, ele vive grandes transformações no decorrer


da vida, seu conhecimento e aprendizagem também evoluem gradativamente
em cada fase.

Vamos verificar alguns aspectos que dizem respeito ao desenvolvimento


humano:

• Desenvolvimento físico: mudanças que ocorrem nas estruturas corporais


desde o momento da concepção até sua morte, num sentido mais amplo. Estas
mudanças, em diferentes fases evolutivas, podem ser analisadas por meio de
diversos parâmetros (peso, altura, perímetros, dobras cutâneas, entre outras).
Oferecem informações preciosas sobre o estado de crescimento global do
organismo e sua adaptação com o meio ambiente.

• Desenvolvimento neurológico: incremento organizado das funções


neuropsicomotoras cada vez mais complexas. Depende da integridade do
sistema nervoso central, da maturação neurológica (mielinização), dos
aspectos nutricionais e psicossociais.

• Desenvolvimento psicossocial: condições que o meio exerce sobre os


aspectos: social (família, escola e sociedade); cognitivo (memória, inteligência
e criatividade); e as emoções (conduta) do ser humano na estruturação de um
comportamento com características próprias (personalidade).

• Desenvolvimento motor: representa a aquisição de funções motoras cada


vez mais complexas (correr, pular, equilibrar-se). A integração sucessiva da
motricidade implica a constante e permanente maturação orgânica. O
movimento e seu fim representam uma unidade que vai se aprimorando cada
vez mais, como resultado de uma diferenciação progressiva das estruturas
integrativas do ser humano.

O desenvolvimento é crescente tanto no aspecto físico quanto no intelectual e


afetivo, e tudo depende de influências comuns. As fases do desenvolvimento
são comuns a todas as pessoas, mas a diferença de ambiente familiar e meio
social em que vivem vão definir o seu comportamento. (ALVES, 2009, p. 20).

Para uma melhor compreensão das fases do desenvolvimento humano,


formulamos um quadro com os períodos evolutivos, lembrando que esses
períodos não devem ser considerados fechados, pois cada pessoa é um ser
único, e seu desenvolvimento depende da relação de equilíbrio de cada fase.

QUADRO 2 – FASES DO DESENVOLVIMENTO

FONTE: Adaptado de: Rosa Neto (2009)


Desde a concepção a criança traz sua bagagem hereditária, com
características próprias. Quando nasce precisa do outro para desenvolver-se, e
é através destas relações (e suas influências determinantes em cada fase da
nossa vida) que o desenvolvimento ocorre

A BUSCA DA IDENTIDADE NA ADOLESCÊNCIA

Ana Rita Martins

Durante a adolescência, o ser humano passa por um dos períodos mais


intensos de descobertas, curiosidades e desejos. Os hormônios entram em
ebulição e os conflitos internos aumentam transformações que acabam por
afetar a relação com o outro, com o mundo e com o próprio corpo. Entender
esse momento é o primeiro passo para que pais e professores não se sintam
perdidos ou impotentes.

É na puberdade que o jovem reconstrói seu universo interno e cria relações


com o mundo externo. Entenda os processos que marcam a fase:

A transformação tem início por volta dos 11 anos. Meninos e meninas passam
a contestar o que os adultos dizem. Ora falam demais, ora ficam calados.
Surgem os namoricos, as implicâncias e a vontade de conhecer intensamente
o mundo. Os comportamentos variam tanto que professores e pais se sentem
perdidos: afinal de contas, por que os adolescentes são tão instáveis?

A inconstância, nesse caso, é sinônimo de ajuste. É a maneira que os jovens


encontram para tentar se adaptar ao fato de não serem mais crianças – nem
adultos. Diante de um corpo em mutação, precisam construir uma nova
identidade e afirmar seu lugar no mundo. Por trás de manifestações tão
distintas quanto rebeldia ou isolamento, há inúmeros processos psicológicos
para organizar um turbilhão de sensações e sentimentos.

A adolescência é como um renascimento, marcado, dessa vez, pela revisão de


tudo o que foi vivido na infância.
Para a pediatra e psicanalista francesa Françoise Dolto (1908-1988), autora de
clássicos sobre a psicologia de crianças e adolescentes, os seres humanos
têm dois tipos de imagem em relação ao próprio corpo: o real, que se refere às
características físicas, e a simbólica, que seria um somatório de desejos,
emoções, imaginário e sentido íntimo que damos às experiências corporais. Na
adolescência, essas duas percepções são abaladas.

A puberdade (conjunto das transformações ligadas à maturação sexual) faz


com que a imagem real se modifique – a descarga de hormônios desenvolve
características sexuais primárias (aumento dos testículos e ovários) e
secundárias (amadurecimento dos seios, modificações na cintura e na pélvis,
crescimento dos pelos, mudanças na voz etc.). Indicam a perda de segurança
em relação ao próprio corpo.

É comum que aflorem sentimentos contraditórios: ao mesmo tempo em que


deseja se parecer com um homem ou uma mulher, o adolescente tende a
rejeitar as mudanças por medo do desconhecido.

Isso ocorre porque a imagem simbólica que ele tem do corpo ainda é
carregada de referências infantis que entram em contradição com os desejos e
a potência sexual recém-descoberta.

É como se o psiquismo do jovem tivesse dificuldade para acompanhar tantas


novidades. Por causa disso, podem surgir dificuldades de higiene, como a de
jovens que não tomam banho porque gostam de sentir o cheiro do próprio suor
(que se transformou com a ação da testosterona) e a de outros que veem
numa parte do corpo a raiz de todos os seus problemas (seios que não
crescem, pés muito grandes, nariz torto etc.).

São preocupações típicas da idade e que precisam ser acolhidas. “O jovem


deve ficar à vontade para tirar dúvidas e conversar sobre o que ocorre com seu
corpo sem que sinta medo de ser diminuído ou ridicularizado”. Além disso, ele
necessita de privacidade e, se não quiser falar, deve ser respeitado", afirma
Lidia Aratangy, psicóloga e autora de livros sobre o tema. Apenas quando
perduram as sensações de estranhamento com as mudanças fisiológicas um
encaminhamento médico é necessário.

FONTE: Disponível em: <http://bit.ly/3cGRGzT>. Acesso em: 7 abr. 2012.

2.1.2- Psicomotricidade relacional

Uma comunicação direta, corpo a corpo, quanto indireta, através de


mediadores como a voz, objetos e etc, as variáveis tônicas dos envolvidos,
analógicas e subjacentes a qualquer ato consciente são determinantes na
codificação e na construção de uma atitude de receptividade ou de repulsa
do que está sendo comunicado ou proposto.
A intenção fundamental do Psicomotricista relacional é auxiliar o sujeito na
detecção de suas dificuldades psicoafetivas e no seu processo de conquista
da identidade e autonomia, com vistas à socialização, é fundamental que no
desenvolvimento do trabalho se colocar receptivo à qualquer questão
colocada, reconhecer a história, emoções e sentimendos dirige o trabalho
para o lado humanizado.
Sistematizada por Lapierre, a psicomotricidade relacional tem o método de
abordagem corporal, tendo como objetivo recuperar a história corporal-
afetiva do indivíduo, Lapierre conseguiu esse feito a partir do estudo da
origem da formação dos sintomas ditos psicomotores, concluindo que estes
são influenciados pelas relações tônico-afetivas, estabelecidas pelo
indivíduo em suas experiências primárias.
Fluxo das sessões de PR

Através dos jogos espontâneos o psicomotricista é capaz de realizar uma


decodificação dos conteúdos jogados pelo sujeito e traça suas intervenções
no sentido de auxiliá-lo a evoluir em suas questões relacionais, a flexibilizar
seu padrão tonico-relacional, possibilitando ao indivíduo a expressar seus
desejos e necessidades.
Por meio da atividade lúdica e espontânea, oferece ao indivíduo espaço
e tempo adequados, nos quais este pode expressar suas dificuldades
relacionais, com o objetivo de oferecer-lhe a possibilidade de reencontrar e
reconstruir a relação com o outro. A PR é um processo de humanização
com repercussões bastante profundas, não somente no que tange ao
crescimento das crianças, mas também como alavanca explicitadora dos
processos relacionais/comunicacionais de toda a instituição.
Sabendo que o ser humano é um ser relacional e que todas as construções
adivindas das inter-relações do sujeito com o meio passam necessariamente
pelo corpo, intecionamos, com essa explanação, explicitar, a partir de nossa
experiência, as contribuições que a PR pode oferecer à formação de um
processo educacional que leve em conta não somente os aspectos
cognitivos, mas também a diversidade de componentes que integra o sujeito
e lhe possibilita uma utilização criativa desse conhecimento para seu
desenvolvimento e de sua sociedade.
A psicomotricidade relacional ocorre na expressão de jogos e de exercícios
físicos que se manifestam em um contexto com características lúdicas, além de
potencializar a comunicação entre o adulto e as crianças. Através de diversas
estratégias de intervenções/ações pedagógicas, meios auxiliares aos
processos de aprendizagem e de desenvolvimento ocorre de forma mais
orgânica, visto que a vivência com as outras crianças, objetos e professores
auxiliam nesse desenvolvimento, aliado à comunicação, exploração corporal e
vivência simbólica. O ajuste positivo da agressividade, limites, afetivo e entre
outros estimula o desenvolvimento da autoestima e da percepção corporal
além de outros distúrbios de comportamento, promovendo a integração nos
grupos sociais e a melhora no desempenho escolar.

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