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1.

Henri Wallon

Foco de interesse em crianças com anomalias motoras e mentais. Sua teoria coloca a afetividade como
central no processo de aprendizagem da criança.

Os sujeitos são afetados tanto por elementos externos quanto por sensações internas. Essa condição para
Wallon se chama afetividade.

Para Wallon, a afetividade se manifesta de três maneiras: 1. Emoção (Orgânica); 2. Sentimento


(Representação da sensação); 3. Paixão (Autocontrole em função de um objetivo).

2. Bronfebrenner

Pessoa: refere-se ao fenômeno de constâncias e mudanças na vida do ser humano em desenvolvimento, no


decorrer de sua existência. A abordagem reformulada ressalta a importância de se considerar as
características do indivíduo em desenvolvimento, como suas convicções, nível de atividade, temperamento,
além de suas metas e motivações. Para o autor, isso tudo tem considerável impacto na maneira pela qual os
contextos são experienciados pela pessoa, tanto quanto os tipos de contextos nos quais o sujeito se insere.
Características do tipo pessoais, como gênero ou cor da pele, que podem influenciar na maneira pela qual
outros lidam com a pessoa em desenvolvimento, como valores e expectativas que se têm na relação social
devem ser consideradas.

São distintos três tipos de características da pessoa que influenciam e moldam o curso do desenvolvimento
humano. O primeiro é: disposições que podem colocar os processos proximais em movimento e continuam
sustentando a sua operação. O segundo diz respeito aos recursos bioecológicos de habilidade, experiência e
conhecimento para que os processos proximais sejam efetivos em determinada fase de desenvolvimento e,
por último, há características de demanda, que convidam ou desencorajam reações do contexto social que
pode nutrir ou romper a operação de processos proximais.

Processo: tem a ver com as ligações entre os diferentes níveis e se acha constituído pelos papéis e atividades
diárias da pessoa em desenvolvimento. Para se desenvolver intelectual, emocional, social e moralmente um
ser humano, criança ou adulto, requer - para todos eles - a mesma coisa: participação ativa em interação
progressivamente mais complexa, recíproca com pessoas, objetos e símbolos no ambiente imediato. Para ser
efetiva, a interação tem que ocorrer em uma base bastante regular em períodos estendidos de tempo. Tais
formas duradouras de interação no ambiente imediato referem-se a processos proximais (proximal process).
Contexto: quando o autor fala em contexto de desenvolvimento, está se referindo ao meio ambiente global
em que o indivíduo está inserido e onde se desenrolam os processos desenvolvimentais. Os vários ambientes
subdivididos pelo autor, abrangendo tanto os ambientes mais imediatos nos quais vive a pessoa em
desenvolvimento, como os mais remotos, em que a pessoa nunca esteve, mas que se relacionam e têm o
poder de influenciar o curso de desenvolvimento humano.

Tempo: pode ser entendido como o desenvolvimento no sentido histórico ou, em outras palavras, como
ocorrem as mudanças nos eventos no decorrer dos tempos, devido às pressões sofridas pela pessoa em
desenvolvimento. Para Bronfenbrenner e Morris (1998), eventos históricos podem alterar o curso de
desenvolvimento humano, em qualquer direção, não só para indivíduos, mas para segmentos grandes da
população. A passagem de tempo em termos históricos tem efeitos profundos em todas as sociedades.

Quando Bronfenbrenner (1996) faz a crítica aos modelos de pesquisa nos quais o ambiente é descrito em
termos de uma estrutura estática, ficando delimitado a um único local imediato onde se encontra o indivíduo
em desenvolvimento, ele está se referindo ao microssistema que é definido como: “um padrão de atividades,
papéis e relações interpessoais experienciados pela pessoa em desenvolvimento num dado ambiente com
características físicas e materiais específicas” (p. 18). Portanto, ambientes tais como a casa, a creche ou a
escola em que a pessoa é envolvida em interações face-a-face fazem parte do microssistema. “Os padrões de
interação, conforme persistem e progridem por meio do tempo, constituem os veículos de mudança
comportamental e de desenvolvimento pessoal. Igual importância é atribuída às conexões entre as pessoas
presentes no ambiente, à natureza desses vínculos e à sua influência direta e indireta sobre a pessoa em
desenvolvimento” (HADDAD, 1997, p 36-37).

O mesossistema diz respeito às inter-relações entre dois ou mais ambientes nos quais uma pessoa participa
ativamente, podendo ser formado ou ampliado sempre que ela passe a fazer parte de novos ambientes. Em
alguns casos, por exemplo, esse sistema inclui as relações que uma criança mantém em casa, na escola, no
clube e com amigos da vizinhança; em outros, apenas as relações exclusivamente familiares e com membros
da igreja da qual sua família faz parte.

Num exosssistema, ao contrário do mesossistema, a criança ou pessoa em desenvolvimento não é


participante ativa, mas aí podem ocorrer eventos que a afetem, ou ainda vice e versa, podem ser afetados por
acontecimentos do ambiente imediato onde a criança se encontra. Estes tipos de ambientes que consistem
em exosssistemas podem ser por exemplo: o local de trabalho dos pais, a escola do irmão ou a rede de
amigos dos pais.

Finalmente, o macrossistema envolve todos os outros ambientes, formando uma rede de interconexões que
se diferenciam de uma cultura para outra. Neste caso, podemos dar, como exemplo, a estrutura política e
cultural de uma família norte americana de classe média enquanto sistema, muito diferente de um grupo
familiar de operários brasileiros.
3. Erik Erikson:

A Teoria Psicossocial do Desenvolvimento de Erikson perspectivava o desenvolvimento tendo em conta três


aspectos: 1. Processo biológico: organização dos sistemas orgânicos que constituem o corpo; 2. Processo
psíquico: organiza os traços da experiência individual de síntese do ego; 3. Processo social: organização
cultural e interdependência das pessoas.

O contexto social, cultural impacta na forma como os sujeitos vivenciam suas experiências e como isso
impacta no seu processo de desenvolvimento. O contexto de oferta de trabalho, de relacionamento amoroso,
violência, de parentalidade vão estar construindo esse sujeito.

Nessa fase da vida, o foco é na construção e consolidação. Como o sujeito usa aquilo que sabe para resolver
problemas cotidianos, como ele faz escolhas e quais as consequências disso.

No primeiro momento da fase adulta, dos 20 aos 40 anos, o sujeito está buscando o primeiro emprego, sair
de casa, está se desenvolvendo profissionalmente, encontrar o amor, se casar ou não. São inícios de
momentos importantes e significativos na vida. Está construindo a vida e, a partir dessa construção, os
valores são mudados, assim como as expectativas, as metas.

Quando se constrói algo, existe o momento de consolidação do que se construiu, que está relacionado com a
realização. Nesse momento, o sujeito usa tudo o que conquistou na vida para resolver os problemas
cotidianos e garantir a segurança dele e das pessoas que são queridas, há uma responsabilidade muito
grande.

O ego é o foco de seu estudo.

Reconhece a dimensão do período da infância no desenvolvimento humano, mas também valoriza os demais
períodos do Ciclo Vital. Tais como adolescência e idade adulta em todas suas fases (jovem adulto, meia
idade, terceira idade).

Afirma que o Ciclo Vital é composto por oito crises essenciais pelas quais o ego passa. O resultado da crise
pode ser: Positivo = ritualização ou negativo = ritualismo. Quando positivo, o ego sai estável, integrado,
quando negativo, o ego sai fragilizado.
De um desfecho positivo surge um ego satisfatoriamente organizado e estável, enquanto o desfecho negativo
gera um ego fragilizado que tende a instabilidade. Aquilo que saiu fragilizado da fase adulta, se torna uma
figura na meia idade e que, de alguma forma, impacta na terceira idade.

Depois de cada crise do ego se torna capaz de reformular e reestruturar a personalidade, em um contexto
sociociocultural.

1. Confiança Basal vs. desconfiança básica (0-1 anos)


Recém-nascidos desenvolvem a partir do primeiro dia relações de dependência, sobretudo com sua mãe.
Atende a todas as necessidades do bebê. Graças a esse cuidado íntimo, a criança descobre e experimenta que
pode confiar plenamente em seus pais, desde que cumpram consistentemente essas necessidades básicas.

À medida que os sentidos do bebê se desenvolvem, ele ou ela é cada vez mais capaz de reconhecer seu
ambiente imediato. Então eles cuidadosamente começam a explorar, com a primeira vitória de não sentir
mais medo e ansiedade quando a mãe está (por um momento) fora de vista ou não por perto. Se as crianças
pequenas não se confrontarem e ultrapassarem a sua ansiedade (instintiva) de separação, sofrerão mais tarde
com cepticismo e desconfiança crónicos.

2. Autonomia vs. vergonha (1-3 anos)


Durante este estágio, a criança aprende a se mover de forma independente. Chorar e se recusar a engatinhar
ou andar são então usados para conseguir o que querem. Se o ambiente (social) não satisfaz plenamente o
que as crianças precisam, elas começam a duvidar de si mesmas e dificilmente ousarão tomar iniciativas.

A vergonha é expressa neste estágio como não querer ser vista, o rosto se escondendo, as birras, o choro e o
comportamento similar que testemunham a sobrecarga emocional. O controle parental deve ser determinado
nesses momentos e, ao mesmo tempo, acalmar a criança para que ela desenvolva autonomia ideal.

3. Iniciativa vs. dívida (3-6 anos)

Se algo é característico deste período, é o desejo de tomar a iniciativa. Totalmente em jogo, em que eles
podem descobrir todos os tipos de papéis e deixá-los viver livremente. A criança aprende a conhecer e
moldar sua própria identidade e potencial. Você imagina quem e o que você quer se tornar depois, que está
tomando iniciativa nessa idade.

A rivalidade e o ciúme também podem surgir nesse estágio. A criança sempre quer ser o centro das atenções
e revolta assim que a mãe dá atenção a outra pessoa. Se eles não receberem esse tratamento privilegiado,
eles se sentirão culpados e preocupados.

4. Causa vs. inferioridade (6 anos até a adolescência)


As crianças vão para a escola nessa fase. E se elas se sentirem à vontade ou insatisfeitas, receberão
reconhecimento pelos esforços mostrados aqui. Elas estão em condições de adquirir novas habilidades e
conhecimentos. Em resumo: tornar-se produtivo.

Nossa cultura tornou-se altamente especializada, tornando a sociedade como um todo mais complexa e a
iniciativa individual mais complicada. O risco inerente a essa etapa é que, na falta de confirmação, as
crianças podem começar a acreditar que estão falhando e, assim, desenvolver sentimentos de inferioridade.

5. Identidade vs. confusão de papéis (puberdade)


Durante este período de surto de crescimento de mudanças biológicas (e hormonais), os adolescentes
começam a duvidar de tudo o que confiavam anteriormente. Isso significa, para todos os conhecimentos,
habilidades e experiências que eles ganharam até aquele ponto. Com a consequência mais radical: uma crise
aguda de personalidade.
Os adolescentes estão muitas vezes em apuros com sua própria auto-imagem e lutam violentamente com a
tensão de sua identidade mutável: quem eu era e quem eu quero ser (ou não mais). Isso cria confusão
interna. Os adolescentes são, portanto, enormemente suscetíveis a todos os tipos de impressões e geralmente
tendem ao idealismo explícito. Se eles processam este tempo turbulento no caminho certo, isso leva a um
caráter sólido e individualidade equilibrada. Se isso não funcionar, eles continuarão a se comportar de
maneira diferente de quem realmente são.

6. Intimidade vs. Isolamento


Esse dilema ocorre quando o jovem adulto começa a gravar profissional, emocional e politicamente e, ao
mesmo tempo, percebe que tal posicionamento social é irrevogavelmente acompanhado de sacrifícios. Se o
medo os impede de entrar em tais obrigações e relacionamentos, eles correm o risco de isolamento social.

Ao tomar decisões importantes e enfrentar desafios, eles alcançam estabilidade nesse estágio. Suas visões
sobre trabalho, amizade e família se aprofundam e se fortalecem. Tudo somado, eles são o passo definitivo
para a independência e maturidade.

Vertente positiva: a virtude desenvolvida é o amor, como devoção mútua entre parceiros íntimos. É a
certeza de ter uma rede de apoio, sabe que tem alguém para contar, que há pessoas de referência. Vertente
negativa: isolamento de quem não consegue partilhar.

7. Generatividade vs. Estagnação


Erikson definiu a geratividade como o desejo, mais tarde na vida, de guiar as gerações mais jovens e ajudá-
las a encontrar seu lugar no mundo. Se isso não acontecer, pode-se experimentar um sentimento indesejado
de estagnação pessoal, não mais transcendê-lo e não contribuir para o futuro.

Somente quando as pessoas experimentam desapontamentos e triunfos e se dedicam com tempo e atenção à
geração e disseminação de suas idéias, elas podem finalmente experimentar o que é crescer.

8. Integridade do ego vs. Desespero


O estágio final da vida pode ser calmo e pacífico, ou cheio de desespero e inquietação. Isso depende
inteiramente do curso dos sete estágios anteriores. Na velhice, alguém deve ser capaz de avaliar sua vida,
com um senso de realidade e uma compreensão amadurecida do mundo e de si mesmo.

Se nesta fase você puder combinar reflexão e experiência, ter pensamento e ação em harmonia, então a
sensação de integridade é sua recompensa. No entanto, se houver conflitos ou estágios iniciais de
desenvolvimento estagnados em que você ainda desempenha um papel de sênior, provavelmente será
atormentado por um medo fervoroso de doença, sofrimento e morte.
Warner Schaie (7 estágios, 2 na adultez):

• Estágio realizador (final da adolescência até o início dos 30): utiliza o conhecimento para adquirir
competência e independência. Enquanto criança ou adolescente, as decisões são focadas em escolhas
dos outros. Exemplo: ao adolescente, à criança não é dado o direito de escolha, eles têm que estudar
e estar na escola. A busca pelo conhecimento nessa fase da vida tem uma conotação mais pragmática,
de constituir a competência para garantir a independência.

• Estágio responsável (final dos 30 até início dos 60): adultos de meia idade se preocupam com metas
de longo prazo e em como resolver problemas práticos associados à sua responsabilidade por outras
pessoas. Há nessa fase da vida, pensando no desenvolvimento cognitivo, uma maior expectativa de
constituição de independência financeira e social: sair de casa, conseguir se manter, ter salário,
bancar as consequências das escolhas (afetivamente, socialmente, financeiramente), conseguir se
desenvolver na área de interesse. Há uma gama maior de escolhas e, para cada escolha dessas, há
uma consequência, e para se tomar as melhores escolhas, há uma perspectiva de desenvolvimento
para a tomada de decisão. Nessa fase o sujeito sabe quem é, ele precisa encontrar o seu espaço para
ser quem ele é e isso passa pelas competências, independência, responsabilidade.
Os estressores horizontais são as passagens de um a outro ciclo de vida, chamados eventos predizíveis que
pode sofrer a interferência de eventos impredizíveis como morte prematura, doenças crônicas, acidentes.

Os estressores verticais incluem padrões, mitos, tabus, expectativas, segredos e legados transmitidos de
geração a geração.

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