Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES
Pró-Reitoria de Ensino – Coordenadoria de Graduação
Centro de Ciências Humanas Curso Pedagogia
PROFA. JACQUELINE ARAUJO CORRÊA MENDES
DISCIPLINA: PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM PERÍODO: 3º PEDAGOGIA NOME DO ACADÊMICO(A): VICTÓRIA STHEFANE R. DE JESUS
ATIVIDADE 6
APÓS A LEITURA E ESTUDO DOS CAPÍTULOS INICIAIS DO LIVRO HENRI
WALLON (p. 11 a 67/ Introdução ao Capítulo V). RELACIONE OS PRINCIPAIS CONCEITOS APRESENTADOS NESSA PARTE DO LIVRO E OS ESTÁGIOS DE DESENVOLVIMENTO SEGUNDO O AUTOR.
PRINCIPAIS CONCEITOS EM UM BREVE RESUMO DOS CAPÍTULOS
Devido ao seu grande interesse pela educação, Henri Wallon mudou totalmente o rumo de sua trajetória a fim de investigar e compreender o desenvolvimento infantil. Vindo de uma família com renome, Wallon foi filósofo, médico e por fim psicólogo, demonstrando grande interesse na educação, afirmava que ambas poderiam trabalhar em reciprocidade. Como um ser ativamente político, Wallon estava sempre presente em Comissões, Conselhos da época, participando principalmente da reformulação do ensino francês, lutando arduamente para a mudança. Sua teoria tem como embasamento a psicogênese da pessoa completa, onde opõe-se sobre o conceito de que o psiquismo humano é independente do mundo material, onde o mesmo afirma que existe uma dependência entre ambos fatores sociais e orgânicos, admitindo como método o materialismo dialético. Wallon utilizou a psicologia genética que vê o ser humano como um todo, onde ele consegue investigar o adulto a partir da criança, estuda portanto o desenvolvimento integral. Ao observar que o homem é social, Wallon estuda agora a criança contextualizada em interação com o meio e para aprofundamento do seu estudo não bastava estudar somente um fragmento , mas buscou em outros campos e conhecimento, para que houvesse a comparação. Diferentemente do que havia descoberto na época pela neurologia , Wallon acreditava na plasticidade do sistema nervoso, deixando evidente que existia uma ligação entre o movimento, o psiquismo e o meio social. Por meio dos demais estudos feitos por Wallon na busca pela compreensão desenvolvimento infantil, buscou -se principalmente por meio da antropologia sobre os primitivos, o que serviu de comparação para sua tese, porém alguns pesquisadores assemelhavam o pensamento das civilizações primitivas aos da criança, onde Wallon discorda desta afirmação. Buscou também recursos na psicologia da criança, tendo feito interlocuções com as teorias de Freud e Piaget. Henri Wallon, define então sua metodologia de pesquisa, a observação, pois ao observar a criança em contextos entendemos o seu comportamento. Ao observar a criança em diferentes etapas e contextos, Wallon percebe que a cada fase a criança demonstra necessidades diferentes e que completavam a próxima que viria e assim sucessivamente, onde a criança retirava ou introduzia novos recursos, podendo afirmar que o meio é mutável, conforme o contexto da criança. Contudo, existem alguns fatores que influenciam, são os fatores orgânicos e os fatores sociais, que são respectivamente, “{...} responsáveis pela sequência fixa que se verifica entre os estágios do desenvolvimento, todavia, não garantem uma homogeneidade no seu tempo de duração. Podem ter seus efeitos amplamente transformados pelas circunstâncias sociais nas quais se insere cada existência individual e mesmo por deliberações voluntárias do sujeito{...}” e “ influência do meio social torna-se muito mais decisiva na aquisição de condutas psicológicas superiores, como a inteligência [pág. 40] simbólica. É a cultura e a linguagem que fornecem ao pensamento os instrumentos para sua evolução. {...}”. Com isso conclui-se que cada etapa de desenvolvimento possui ciclos diferentes e alternados e para Wallon a passagem entre os estágios não é uma ampliação dos conhecimentos, mas sim uma reformulação deles, se adequando à nova realidade. Ele acredita que o desenvolvimento infantil é baseado em conflitos, sejam eles exógenos (resultantes dos desencontros entre as ações da criança e o ambiente exterior, estruturado pelos adultos e pela cultura.) e endógenos (gerados pelos efeitos da maturação nervosa. Até que se integrem aos centros responsáveis por seu controle, as funções recentes ficam sujeitas a aparecimentos intermitentes e entregues a exercícios de si mesmas…). Wallon vê esses conflitos como impulsionadores do desenvolvimento (fatores dinamogênicos), classificando os estágios como descontínuos e assistemáticos vê como uma construção progressiva com variações de momentos afetivos e cognitivos, onde cada fase terá seu ponto focal, que determinará qual será a mais predominante. As fases determinadas por Wallon são: 1. Estágio impulsivo-emocional (0-1 ano): O colorido peculiar é dado pela emoção, instrumento privilegiado de interação da criança com o meio. Resposta ao seu estado de imperícia, a predominância da afetividade orienta as primeiras reações do bebê às pessoas, às quais intermediam sua relação com o mundo físico; a exuberância de suas manifestações afetivas é diretamente proporcional a sua inaptidão para agir diretamente sobre a realidade exterior. 2. Estágio Sensório-motor e projetivo (até os 3 anos): o interesse da criança se volta para a exploração sensório-motora do mundo físico.A aquisição da marcha e da preensão possibilitam-lhe maior autonomia na manipulação de objetos e na exploração de espaços e o desenvolvimento da função simbólica e da linguagem, nesse período predominam as relações cognitivas. 3. Estágio do Personalismo (3-6 anos): A tarefa central é o processo de formação da personalidade. A construção da consciência de si, que se dá por meio das interações sociais, re-orienta o interesse da criança para as pessoas, definindo o retomo da predominância das relações afetivas. 4. Estágio Categorial ( 6-11 anos): Consolidação da função simbólica e à diferenciação da personalidade realizadas no estágio anterior, traz importantes avanços no plano da inteligência. Os progressos intelectuais dirigem o interesse da criança para as coisas, para o conhecimento e conquista do mundo exterior, imprimindo às suas relações com o meio preponderância do aspecto cognitivo. 5. Estágio da adolescência/puberdade (a partir dos 11 anos): Impõe a necessidade de uma nova definição dos contornos da personalidade, desestruturados devido às modificações corporais resultantes da ação hormonal. Este processo traz à tona questões pessoais, morais e existenciais, numa retomada da predominância da afetividade. Podemos ver que existe, como dito anteriormente, essa variação entre o afetivo e o cognitivo durante os estágios, acredito que seguindo a lógica, o adulto se torna mais cognitivo. Sobre esta alternância, Wallon a descreve como predominância funcional, que é basicamente quando, na fase em que está o indivíduo, algum caráter é mais predominante para que auxilie no aprendizado dos novos conceitos. Às atividades infantis se desenvolvem por três aspectos, o efetivo, o motor e a inteligência e ao longo do crescimento, diferencia-se, por meio das interações sociais, pois em um dado momento, existe uma indiferenciação do eu e do não-eu. Concepção essa que vai contra a concepção piagetiana. Existem o desenvolvimento de dois eu, o eu corporal e o eu psíquico. O eu corporal é formado a partir do momento em que a criança em interação com o meio e com objetos inicia um processo de autoconhecimento do seu corpo, percebe que existe diferença entre ele e o espaço em que habita, construindo assim o recorte corporal. O eu psíquico a criança está em um processo de indiferenciação dela com o objeto,com os familiares, causando confusão, neste caso a criança dirige a si mesma na pessoa do singular e conversa sozinha, onde a partir dos 3 anos esse comportamento melhora significativamente.