UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARANÁ – UNESPAR

PEDAGOGIA NOTURNO
DENISE DOS SANTOS NUNES 4º ANO
DISCIPINA: CORPO E MOVIMENTO
PROFESSORA: DENISE FRAÇA

Resumo do texto:
Do gesto ao símbolo: a teoria de Henri Wallon sobre a formação simbólica
O filosofo, medico e psicólogo francês Henri Wallon trouxe grandes
contribuições em sua teoria sobre a origem e o desenvolvimento do
pensamento discursivo nas crianças e suas reflexões sobre a transição entre
uma inteligência sensório motora e a inteligência discursiva, em seu trabalho
Wallon procurou mostrar a função da emoção na psicologia humana e suas
transformações , afirmava que que a principal função das emoções era
mobilizar o meio social.
No início a teoria Walloniana foi classificada como uma abordagem que reduz
todas as manifestações psicológicas ao seu componente orgânico, uma teoria
organicista, porém Wallon busca produzir uma nova psicologia, uma solução
para o reducionismo tanto do materialismo mecanicista -organicista quanto do
espiritualismo.
Em 1934 Wallon publica sua maior obra “As origens do caráter” livro em que as
suas principais teses sobre o desenvolvimento do eu e o papel da emoção e do
movimento nesse desenvolvimento, nessa obra Wallon descreve o que vem a
ser o estágio do espelho onde afirma que o eu não é um dado original ou inicial
na psicologia humana, senão o fruto de uma longa trajetória, repleta de
momentos críticos ou crises. Para Wallon, o caráter é o componente mais
original de cada ser humano. Trata-se do conjunto de respostas orgânicas e
psicológicas mais ou menos estáveis que o sujeito empreende diante das
solicitações do meio externo. Em seus vários livros o autor classifica os cinco
estágios em que a criança passa em seu desenvolvimento são eles:
Estágio Impulso emocional – (0 a 1 ano) – fase predominantemente afetiva,
suas emoções não têm controle, tudo ela tenta resolver por meio do choro, e
está imersa no mundo e não consegue se distinguir dele, seu desenvolvimento
motor ainda é pouco desenvolvido.
Estágio sensório motor e projetivo – (1 a 3 anos) – fase em que a criança está
descobrindo o mundo, passa a se apropriar da linguagem por meio da imitação
e pelas sensações, onde ela desenvolve a linguagem e sua inteligência é
prática.
Estágio do personalismo (3 a 7 anos) – é a fase em que a criança passa a
desenvolver aspectos pessoais e autoconfiança, é a fase da oposição, onde ela
testa limites e regras impostas pelos adultos
Estágio categorial (7 a 11 anos) – a criança passa a trabalhar melhor suas
emoções e passa por um salto de desenvolvimento, onde suas decisões e
reações ao mundo passam ser mais racionais, onde o amadurecimento da
criança começa a crescer.
Estágio da adolescência (12 a 18 aos) fase em que há grandes transformações
físicas e psicológicas por conta do seu sistema endócrino, ela precisa de um
descanso maior por conta do organismo que está se desenvolvendo, é a fase
do pertencimento e afirmação.
Wallon ressalta que a transição dessas fases acontece por mecanismos de
alternância e preponderância funcional entre fases com ênfase nos aspectos
emocionais e outras com ênfase cognitiva. Ou seja, inicialmente, no decorrer
do desenvolvimento, a criança irá dispor apenas dos seus movimentos e de
seu comportamento emocional para interagir com o seu meio.
A teoria de Wallon de acordo com (Galvão, 1996) é identificada como
psicologia da pessoa completa, pois visa justamente á produção de um saber
psicológico que leve em conta a totalidade da pessoa (consciência, eu,
emoções, representações etc.) em suas condições concretas de existência,
sua teoria não estuda a criança como um ser fragmentado
De acordo com o autor a teria de Wallon acredita que quando a emoção,
tornada consciente, atravessada pelo conteúdo e pelas significações dadas
pela cultura, torna-se afetividade. A afetividade perdeu, por sua vez, a
evidência das alterações orgânicas (proprioceptivas ou interceptivas), mas
integrou-se ao desenvolvimento e construção do eu e do mundo externo,
dando um “colorido” a essas manifestações. Sua teoria é fundamentada em
quatro pilares que são: a afetividade, o motor, a inteligência e a personalidade,
seu método se baseia na comparação de diferentes planos de atividade, como:
comparação do homem contemporâneo com o homem primitivo, o doente com
o saudável, a criança com o animal, segundo suas analises as emoções são
uma resposta orgânica e os bebes se comunicam através delas a partir do
momento que se verifica nos pais uma reação as suas expressões, inicia-se a
comunicação chamada por Wallon de protolinguagem ou linguagem anterior a
linguagem. A emoção atravessada pelas interações humanas, se torna
afetividade e integra a construção do eu e do mundo externo o
desenvolvimento do pensamento infantil não ocorre de forma hegemônica e
constante, segundo Wallon o desenvolvimento ocorre marcado por
descontinuidades, conflitos e crises e que isto é necessário e contribui para o
desenvolvimento mental, e defende que a inteligência está ligada justamente a
essa resolução de conflitos, tanto os internos como os externos e não é
somente um fator biológico mas que os estímulos afetivos são necessários
para que fatores biológicos se desenvolvam. Ele ainda ressalta a relação do
ambiente com o aprendizado que quanto mais estímulos a criança receber
melhor será para o seu desenvolvimento.