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Universidade do Estado do Pará

Centro de Ciências Sociais e Educação


Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia
Disciplina: Psicologia da Aprendizagem e Desenvolvimento.
Docente: Eliana Carneiro

Discentes:

Ester Dias
Elaine Pantoja
Isaias Kalleb Castro
Izaias Souza Silva
Rayane Corrêa Pantoja
Quesia Araújo Silva

Henri Wallon e Os Estágios do Desenvolvimento da Inteligência


nas Crianças

Moju/PA

2016
Introdução:

A teoria do desenvolvimento cognitivo de Henri Wallon é centrada na


psicogênese da pessoa completa. Wallon reconstruiu o seu modelo de análise
ao pensar no desenvolvimento humano, estudando-o a partir do
desenvolvimento psíquico da criança, tanto em relação a seu caráter cognitivo
quanto ao caráter afetivo e motor. Para Wallon, a cognição é importante, mas
não mais importante que a afetividade ou a motricidade.

Estágios de Desenvolvimento da Inteligência

Assim como na teoria piagetiana, a teoria de Henri Wallon também propõe uma
série de estágios do desenvolvimento da inteligência, porém não se limitando
apenas ao caráter cognitivo. Wallon é bem mais flexível na análise dos
estágios: ao contrário de Piaget, pois não acredita que os estágios de
desenvolvimento formem uma sequência linear e fixa que não se altera, ou
mesmo que um estágio suprima o outro. Para Wallon, o estágio posterior
amplia e reforma os anteriores. Assim sua teoria estudava o desenvolvimento
da inteligência, através de estágios.

São seis os estágios:

1. Estágio impulsivo-emocional

Ocorre no primeiro ano de vida. As expressões/reações generalizadas e


indiferenciadas de bem estar/mal estar, a predominância da afetividade orienta
as primeiras reações do bebê às pessoas, as emoções são o primeiro recurso
de interação do bebê com o meio social onde as emoções são extremamente
contagiosas entre os indivíduos.

2. Estágio sensório-motor e projetivo

Ocorre de 01-03 anos de idade. A aquisição da marcha e da prensão, dão à


criança maior autonomia na manipulação de objetos e na exploração dos
espaços. Nesse estágio, ocorre o desenvolvimento da função simbólica e da
linguagem. O termo projetivo refere-se ao fato da ação do pensamento precisar
dos gestos para se exteriorizar. O ato mental "projeta-se" em atos motores.
Como diz Dantas (1992), para Wallon, o ato mental se desenvolve a partir do
ato motor;
3. Estágio do personalismo

Ocorre de 03-06 anos de idade. Nesse estágio desenvolve-se a construção da


consciência de si mediante as interações sociais, reorientando o interesse das
crianças pelas pessoas. É um período crucial para a formação
da personalidade do indivíduo e da auto-consciência. Uma consequência do
caráter auto-afirmativo deste estágio é a crise negativista: a criança opõe-se
sistematicamente ao adulto. Por outro lado, também se verifica uma fase de
imitação motora e social.

4. Estágio do sincretismo

Ocorre entre 03-07 anos de idade. Sincretizar significa reunir, e é isso que os
pequenos fazem - ao tentar explicar as coisas, eles misturam realidade e
fantasia sem distinção. O aspecto lúdico das falas dos pequenos dá a elas um
caráter poético, mas também pode gerar desconfiança entre os adultos - que
confundem o que é dito com mentiras.
Para evitar o problema, é importante perceber que a mistura entre realidade e
imaginação faz parte do pensamento infantil. É preciso, portanto, oferecer
condições para que a criança exerça seu pensamento e sua expressão e possa
evoluir.

5. Estágio categorial

Ocorre entre os 06-11 anos de idade. O estágio do personalismo é sucedido


por um período de acentuada predominância da inteligência sobre as emoções.
Neste estágio, usualmente chamado estágio categorial, a criança começa a
desenvolver as capacidades de memória e atenção voluntárias. Nesta fase, por
exemplo, uma criança que antes associasse o conceito de "triângulo" a
triângulos equiláteros (porque este tenha sido apresentado como
um exemplo de triângulo) adquirirá a habilidade de compreender que mesmo
"formatos" diferentes—triângulos isósceles e escalenos—também são
abarcados pelo conceito de "triângulo".

6. Estágio da adolescência

Ocorre a partir do 11-12 anos de idade. Este é um estágio caracterizadamente


afetivo, onde o indivíduo passa por uma série de conflitos internos e externos.
Os grandes marcos desse estágio são a busca de auto-afirmação e o
desenvolvimento da sexualidade. A crise pubertária rompe a “tranquilidade”
afetiva que caracterizou o estágio categorial e impõe a necessidade de uma
nova definição dos contornos da personalidade, desestruturados devido às
modificações corporais resultantes da ação hormonal.
Henri Wallon e a Educação

Henri Wallon deixou sua contribuição à educação, propôs mudanças estruturais


no sistema educacional francês, também coordenou o projeto Reforma do
Ensino, conhecido como Langevin-Wallon - conjunto de propostas equivalente
à nossa Lei de Diretrizes e Bases. Falar que a escola deve proporcionar
formação integral (intelectual, afetiva e social) às crianças é comum hoje em
dia. No início do século passado, porém, essa idéia foi uma verdadeira
revolução no ensino.

As emoções, para Wallon, têm papel preponderante no desenvolvimento


da pessoa. É por meio delas que o aluno exterioriza seus desejos e suas
vontades. Em geral são manifestações que expressam um universo importante
e perceptível, mas pouco estimulado pelos modelos tradicionais de ensino.

A Educação não deve excluir as crianças com dificuldades escolares ou


com comportamentos inadequados. Em sua perspectiva teórica ele traz ainda
uma preocupação bastante atual: como construir uma educação para todos,
independente de sua condição social, origem ou raça, e, ao mesmo tempo,
uma educação para cada um, que contemple a complexidade do indivíduo em
todas as suas dimensões.

Considerações finais:

Henri Wallon, deixou-nos uma nova concepção da motricidade, da emotividade,


da inteligência humana e, sobretudo, uma maneira original de pensar a
Psicologia infantil e reformular os seus problemas.

Vale a pena ressaltar que os estágios de desenvolvimento não se encerram


com a adolescência. Para Wallon, o processo de aprendizagem sempre implica
na passagem por um novo estágio. Assim, estando sempre em processo de
reconstrução.

Voltamos a afirmar que Wallon é mais flexível que Piaget, uma vez que para
Henri Wallon, o estágio posterior amplia e reforma os anteriores, sendo que os
estágios não seguem uma sequência fixa e linear.
Referências:

Henri Wallon: uma concepção dialética do desenvolvimento infantil. Isabel


Galvão.Ed.Vozes,1995.A importância do Movimento no desenvolvimento
psicológico da criança in Psicologia e educação da infância – antologia. Henri
Wallon. Ed. Estampa.
DANTAS, Heloysa. A infância da razão. Uma introdução à psicologia da
inteligência de Henri Wallon. São Paulo, Manole, 1990
GALVÃO, Izabel. Uma reflexão sobre o pensamento pedagógico de Henri
Wallon. In: Cadernos Idéias, construtivismo em revista. São Paulo, F.D.E.,
1993.
WALLON, Henri. Psicologia. Maria José Soraia Weber e Jaqueline Nadel
Brulfert (org.). São Paulo, Ática, 1986.

http://educarparacrescer.abril.com.br/aprendizagem/henri-wallon-307886.shtml

http://pt.slideshare.net/tatianazevedo/a-teoria-do-desenvolvimento-humano-de-
henri-wallon

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