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Na psicogênetica de Wallon, a dimensão afetiva ocupa lugar central, tanto na formação da pessoa
quanto do conhecimento.
(O bebe não é capaz de mudar diretamente o ambiente, pois ainda não tem instrumentos necessarios
para tais, porém ao chorar e esborçar suas emoções, ele consegue mobilizar o ambiente para que suas
necessidades sejam atendidas).
É neste sentido que Wallon a considera fundamentalmente social: ela fornece o primeiro e mais
forte vínculo entre os seres da espécie e supre a insuficiência da articulação cognitiva do bebe.
(Se não fosse pela capacidade do bebe
de mobilizar poderosamente o ambiente, no sentido do atendimento das
suas necessidades, ele morreria.)
Wallon afirma que o psiquismo é uma síntese entre o orgânico (corpo) e o social:
(ou seja, o psiquismo é formado simultaneamente pelo social e pelo biológico, em uma
relação dialética).
Ela é dialética porque realiza transição do organico (impulsivo) do ser e a sua etapa
cognitiva (racional), que só pode acontecer em contato com o social.
A consciência afetiva é a forma pela qual o psiquismo emerge da vida orgânica: "a
razão nasce da emoção e vive da sua morte"
A teoria da emoção é, por conseguinte, dialética, para melhor dar conta da sua
natureza paradoxal, e genética para acompanhar as mudanças funcionais.
Esse paradoxo não pode ser resolvido, para Wallon, fora da perspectiva genética: é
preciso considerar o fato de que em sua origem, a conduta emocional depende de
centros subcorticais (ou seja, ações inatas, involuntárias e incontroláveis) e, com a
maturação cortical (maturação organica), torna-se suscetível de controle voluntário (ato
motor do ser humano).
Aos poucos o biológico começa a dar espaço de determinação ao social, que está
presente desde a aquisição de habilidades motoras básicas. Assim, a influência do
meio social torna-se mais decisiva na aquisição de condutas mais complexas.
Importante observar que Não existe fenomeno superior ao outro, ou mais importante que outro. Existem fenomenos
mais complexos e posteriormente dominantes.)
◦ O meio físico e social, por sua vez, coloca exigências a que a criança precisa responder para
sobreviver e se adaptar a ele. Ao mesmo tempo, fornece os recursos que darão forma e conteúdo a
essas respostas. Isto é, a cultura determina o que a criança precisa aprender e como, para se
adaptar a essa sociedade.
PSICOGÊNESE DA PESSOA
A Pessoa é uma unidade, constituida de campos funcionais, que para Wallon são
Motricidade (ato motor ou movimento), afetividade (emoções) e inteligência (cognitivo
ou ato mental).
Motricidade:
AS ETAPAS DA CONSTRUÇÃO DO EU
Aos seis meses a presença humana é o mais poderoso estimulante; o interesse pelas
coisas é um derivado. Objetos oferecidos por pessoas têm muito maior probabilidade
de produzir interesse. A maturação das possibilidades sensoriais e motoras altera este
quadro na medida em que produz as competências necessárias a exploração direta do
meio. (a possibilidade de se deslocar, mexer nos objetos, pegar as coisas...)
Sedução:
◦ A criança agora tem necessidade de ser admirada, de sentir que agrada aos outros.
◦ Criar expectativas da admiração e aprovação, há inquietações, conflitos, sucessos e
decepções.
◦ “O ciúme é muito específico nessa idade
Imitação:
◦ Estágio onde não são mais suficientes para a criança as suas próprias qualidades,
ela passa a cobiçar as
dos outros.
◦ É caracterizado por um movimento de interiorização e exteriorização que torna
possível realizar a cópia e a
assimilação das qualidades da pessoa (modelo) e depois reproduzi-las.
◦ Há a construção do eu da pessoa, que se dá por meio das interações sociais, e
reorienta o interesse da
criança para as pessoas, retomando a questão das relações afetivas.