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Impulsivo Emocional -- 0 a 1 ano.

Ao nascer, a criança tem movimentos impulsivos ou reflexos, descargas


musculares, geradas por sensações internas de desconforto. Em função da
própria inaptidão passa por períodos de espera ou de privação e depende de
alguém que satisfaça suas necessidades. Suas reações impulsivas e orgânicas
e desordenadas precisam ser completadas, compensadas e interpretadas pelo
meio envolvente.
O elo entre a criança e o outro surge através do afeto, contatos epidérmicos, o
segurar no colo, embalar para acalmar e fazer dormir. Tudo isso vai constituir
uma troca emocional entre criança e adulto próximo. É a comunicação pelo
movimento antes da fala. A criança nasce para a vida psíquica pela emoção. É
o prelúdio da constituição psíquica, é criado um estado de indivisão entre o que
depende do exterior e do próprio sujeito, entre o recém-nascido e o meio social
(a mãe, o outro). A comunhão afetiva é a primeira constituição psicológica.

Sensório – motor e Projetiva – 1 a 3 anos.


“A passagem do estádio emocional ao sensório-motor e projetivo é uma
passagem da atividade tônica, automática e afetiva, à atividade relacional, que
pões a criança em contato com o mundo relacional, que põe a criança em
contato com o mundo exterior dos objetos”. Há uma troca de orientação, de
uma fase centrípeta e subjetiva, emocional, para uma fase centrífuga e
objetiva, de ordem cognitiva, de conhecimento sensorial do mundo, percebido,
palpável.
A criança irá adquirir um pouco mais de autonomia. O andar, a possibilidade de
se deslocar no espaço, e com a palavra que lhe permitirá conhecer e nomear
objetos disponíveis em seu ambiente.

Personalismo – 3 a 6 anos.
Nesse estágio a criança já de posse da autonomia do caminhar e falar já
consegue se afastar do outro física e psiquicamente falando. A criança já tem
consciência da sua inicial individualidade, ela vai fazer oposição ao que lhe
ofertarem, por exemplo, escolher suas roupas, calçados, brinquedos,
alimentos. Há aqui uma ruptura na simbiose anterior. A oposição é sucedida
pela sedução e imitação do outro, busca pela admiração, utilização do outro
como modelo.
“Essa etapa subjetivamente objetiva, em que a atividade cognitiva é a própria
constituição do “eu”, é seguida pela transposição da delimitação pessoal do eu
para o plano da inteligência, que vai favorecer a construção de categorias
mentais que permitirão definir e explicar a realidade”.

Categorial – 6 a 11 anos.
Esta é a fase marcante da diferenciação advinda da fase do Personalismo e
seguindo para promoção da abstração. “A função categorial organiza o mundo
objetivo em categorias- séries, classes estruturadas sobre a estabilidade do
plano simbólico, ou seja, permite a objetivação do real”. Permite fazer novas
combinações, promovendo a abstração, análise e síntese, comparação e
generalização.

Adolescência—11 anos em diante.


Fase de caráter centrípeto, de construção de si mesma. “Nesse momento, ela
torna a voltar-se para o mundo humano, modificada pelo caráter cognitivo da
etapa anterior, ou seja, distinguindo-se do outro pela diferenciação de pontos
de vista”.
“A descrição das etapas evidencia o que Wallon denomina princípios funcionais
– integração, preponderância e alternância -, que definem o desenvolvimento
como um processo descontínuo. Nessas etapas, as formas de atividade
construídas pela criança passam por reformulações. Ora preponderam os
aspectos afetivos, voltados para o mundo humano, ora os cognitivos, voltados
para o mundo físico, que se alternam, proporcionando características próprias
a cada etapa”. Nesse contexto participando a cultura e o ambiente da criança,
marcados por rupturas e crises.

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