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▪ Descartes – dor como uma resposta a um estímulo doloroso, o cérebro detecta a sensação dolorosa
▪ 1895 Von Fre – resposta automática a um fator externo, receptores sensíveis à estímulos específicos
▪ 1920 Goldscheineider – dor resultado de comunicação cérebro e área afetada pela dor, resposta
automáticas a estímulos externos que a provocariam, dor psicogênica (produção da mente do paciente) e por
outro lado orgânica (reação capaz de ser observável)
O sistema sensório discriminativo, que intervém na transmissão de informação temporal e espacial sobre a
estimulação; o motivacional-afectivo, que funciona como um moderador emocional da dor; e o cognitivo-
avaliativo, que explica as mudanças na qualidade ou na intensidade da dor quando o significado da dor
muda.
O modelo ajuda a compreender quais os aspectos físicos, emocionais, cognitivos e comportamentais que
podem proporcionar a abertura do portão (i.e., suscitar uma maior percepção de dor através, p.e., da
ativação das fibras longas, ansiedade, tristeza, preocupação com as dores, aborrecimento, desinvestimento
nas atividades de prazer, perspectiva negativa face ao confronto da dor),
ou o seu fechamento (i.e., permitir uma menor percepção da dor através, p.e., da medicação, massagens,
expressão de emoções positivas, capacidade de distração, manutenção da boa forma física e de um estilo de
vida saudável) e a definir estratégias de intervenção úteis e pertinentes para corrigir, em cada doente, os
fatores que interferem negativamente na sua experiência de dor.
A modificação das crenças sobre a dor e das expectativas do seu controlo possibilitam a reversão do ciclo,
conduzindo a comportamentos mais adaptados de activação física e uma maior percepção da capacidade de
gestão da dor.
IMPACTOS DA DOR NO DESENVOLVIMENTO
Redução da atenção focal aos 8 meses de idade, preditora de déficits cognitivos e problemas de
hiperatividade/impulsividade na idade pré escolar.
Aumento da sensibilidade perceptual à estimulação dolorosa, espessura cortical reduzida, baixa atividade
vagal, déficit no desenvolvimento perceptivo-visual, quociente intelectual reduzido e problemas de
comportamento internalizantes em crianças na idade escolar.
AVALIAÇÃO DE DOR
A dor pode ser avaliada por relato do paciente, observação do seu comportamento e das respostas
fisiológicas à dor. As escalas de avaliação são instrumentos para mensurar a dor e podem ser classificadas
em uni ou multidimensionais.
1. quando os sintomas são mais graves do que o esperado por uma avaliação clínica (ex: médico ou
fisioterapeuta); 2. quando há incapacidade importante, a dor interfere significativamente na capacidade do
paciente de realizar atividades rotineiras (ex: trabalho, lazer); 3. quando existem sinais de estresse, ansiedade
ou depressão e crenças disfuncionais; 4. se houver suspeita de uso excessivo de medicação ou drogas ou
transtornos emocionais importantes; 5. diante de falhas excessivas nos tratamentos, dificuldade de aderência
ao tratamento ou suspeita de ganho secundário.
Os objetivos da avaliação são estabelecer os elementos determinantes ou contribuintes para o quadro,
aquilitar as limitações e os sofrimentos advindos da dor, nortear a escolha das intervenções analgésicas e
verificar efetividade das intervenções implementadas.
Dimensões
As dimensões da avaliação psicológica em pacientes com dor crônica seguem o modelo tridimensional que
avalia as dimensões sensório-discriminativa; motivacional-afetiva; cognitivo-avaliativa.
A avaliação dessas dimensões deve abarcar três questões fundamentais: a) Qual a extensão e magnitude da
doença ou sintoma? b) Como a dor interfere na vida do paciente e quais as limitações impostas por ela? c)
quando e como os sintomas podem estar sendo alterados por aspectos sociais, emocionais ou
comportamentais.
Sousa e Silva (2005) sugerem a utilização dessa medida, para avaliação dos níveis de intensidade de dor na
consulta inicial e durante todo o processo de tratamento.
Para Sousa e Silva uma estimativa acima de 3 cm é razoavelmente fidedigna para incluir pacientes com dor
severa, mas, ela também pode abarcar pacientes com dor moderada ou menos. Isto demonstra que a Escala
Analógica Visual TALVEZ seja mais adequada APENAS para comparações longitudinais intrasujeito.
Hicks et al. (2001) desenvolveram uma escala de faces (FPR-R) em que o próprio paciente, por meio de
tecnologia computacional, manipula a face que está na tela do computador de acordo com a intensidade da
dor que está sentindo ("nenhuma dor" e "dor muito intensa").
Além dessas características, o referido instrumento possui uma escala para indicação da intensidade e um
diagrama para localização da dor. Contudo, não foram encontradas informações psicométricas de validade e
fidedignidade.
Esses autores ainda referem que alguns estudos encontraram que as três dimensões operam
independentemente. Ressalta-se que o MPQ fornece informações a nível ordinal em vez de intervalar.
A primeira consta de 28 itens que são distribuídos em 5 escalas numéricas de 7 pontos: 1)registros da
severidade da dor; 2) percepção da extensão em que a dor interfere com o seu próprio estilo de vida; 3)
controle de vida percebido; 4) agonia afetiva e 5) apreciação da quantidade de suporte recebido de pessoas
íntimas.
A segunda parte do inventário consta de 14 itens distribuídos em três níveis de uma escala numérica de 6
pontos que varia de "nunca" a "muito freqüentemente"; 1) respostas de punição; 2) respostas de solicitação e
3)respostas de distração.
A parte três diz respeito a freqüência com que determinadas atividades cotidianas são desempenhadas pelos
pacientes. É composta por 19 itens distribuídos em 4 escalas numéricas de 6 pontos: 1) trabalhos caseiros;
2)trabalhos externos; 3)atividades fora de casa e 4) atividades sociais.