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FACULDADE UNIFAMETRO FORTALEZA

RELATÓRIO DE ESTÁGIO BÁSICO: PSICOLOGIA DO


DESENVOLVIMENTO HUMANO

Supervisora
Karen Crisostomo
Docente
Cristiane da Silva Moura
(2º semestre de psicologia)
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO...............................................................................3
1.1 JUSTIFICATIVA........................................................................3
1.2 OBJETIVO GERAL E ESPECÍFICADO....................................3
1.3 OBJETIVO DO ESTUDO..........................................................3

2. FUNDAMENTOS TECNICOS .......................................................4 -5


3. REFERENCIAL..............................................................................6

2
INTRODUÇÃO
.
A adolescência pode ser pensada como período demarcado desde o início da
puberdade até o começo da vida adulta, considerando as concepções culturais
e psicológicas do indivíduo. As mudanças físicas e o desenvolvimento da
maturidade sexual ocorrem de maneira ampliada comandada pelas variações
hormonais e diferenciadas ações das glândulas endócrinas. No decurso do
estudo de teorias psicológicas sobre a adolescência, observamos concepções
diferentes sobre este estágio. Por um lado, uma visão naturalista e
universalizante, reforçando o comportamento patológico do adolescente, e por
outro, uma concepção histórica e social, mostrando que este período só pode
ser compreendido a partir de sua inserção na totalidade em que foi produzido.
A representação do adolescente como aquele que apresenta comportamentos
instáveis, com frequentes crises de identidade, apresentando conflitos intensos
em relação consigo e com o social, está difundida em grande parte desta
literatura. Outro questionamento necessário refere-se às delimitações das
faixas etárias do período entendido por adolescência. Segundo a Organização
Mundial da Saúde (OMS) (World Health Organization WHO, 2013), a
adolescência compreende a faixa etária entre 10 e 19 anos incompletos. Já o
Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei n. 8.069, 1990) considera
adolescente aquela pessoa entre 12 e 18 anos incompletos. Ainda, o Ministério
da Saúde, em consonância com a OMS, diferencia etariamente a adolescência
da juventude, sendo esta compreendida no período dos 15 aos 24 anos de
idade (Ministério da Saúde, 2005).

OBJETIVO GERAL E ESPECÍFICADO:


O presente relatório tem por objetivo aborda a importância do desenvolvimento
humano na adolescência, através de observações não-participante, na Escola
de Ensino Médio em Tempo Integral (EEMTI) Liceu do Ceará, realizada com
alunos de 1 a 3 ensino médio, onde será observado nos períodos de intervalo
onde acontece interações entre aluno com aluno, com duração de uma semana
com duração de 30 minutos cada observação.

OBJETIVO DO ESTUDO
Buscar entender as relações psicossociais e psicossexuais na adolescência, e
como suas relações podem influenciar na sua comunicação entre aluno com
aluno. Buscamos de forma discursiva apresentar principais teorias que
buscaram compreender a adolescência além de sua totalidade.
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FUNDAMENTOS TECNICOS
Stanley Hall também foi identificado como o primeiro psicólogo a descrever a
adolescência como um estágio especial do desenvolvimento humano, marcado
por tormentos e conturbações vinculadas à emergência da sexualidade, o que
antes era ignorado. Concepção que foi "reforçada por algumas abordagens
psicanalistas que a caracterizaram como uma etapa de confusões, estresse e
luto também causados pelos impulsos sexuais que emergem nessa fase do
desenvolvimento".
Compreende-se que na atualidade a adolescência é vista como turbulenta,
caótica e de rebeldias, nos estudos realizados por Vigotski sobre a
adolescência, ele explica que, nesta fase da vida do homem, existe um maior
desenvolvimento das funções psicológicas superiores e dos conceitos,
tornando-o mais crítico e mais ativo tanto na relação com os outros homens
quanto na superação da realidade que o cerca. Nesta fase, os jovens
apresentam potencialidades que devem ser exploradas, principalmente, pela
escola, pois é pela apropriação dos conhecimentos científicos que os
adolescentes podem desenvolver-se psicologicamente, ampliando a
compreensão que têm da realidade, e coletivamente, propor formas de
transformar a sociedade.
Sigmund Freud (1856-1939), não identificou a adolescência como fase distinta
no desenvolvimento, apesar de considerá-la crucial. Esta perspectiva
preconizou a pessoa como dotada de um reservatório de impulsos biológicos
básicos, identificando a emergência de determinado aspecto da sexualidade
humana a cada fase distinta do ciclo vital. Assim, na adolescência, ocorre a
reativação, na forma madura e genital, de vários impulsos sexuais e agressivos
experimentados pela criança nas fases iniciais do seu desenvolvimento (oral,
anal e edípica). Na fase genital, a criança mais uma vez volta a sua energia
sexual para seus órgãos genitais e, portanto, em direção às relações
amorosas. Ele diz que esta é a primeira vez que uma criança/adolescente quer
agir de acordo com seu instinto de procriar. Os conflitos internos típicos das
fases anteriores atingem aqui uma relativa estabilidade conduzindo a pessoa a
uma estrutura do ego que lhe permite enfrentar os desafios da idade adulta.
Neste momento, meninos e meninas estão ambos conscientes de suas
identidades sexuais distintas e começam a buscar formas de satisfazer suas
necessidades eróticas e interpessoais.
Para Anna Freud (1978, Filha de Sigmund Freud) a adolescência é um período
de desequilíbrio psíquico e comportamento instável devido à maturação sexual
e os conflitos internos decorrentes deste. A autora, apresenta que: Os
adolescentes são excessivamente egoístas, considerando-se o centro do
universo e o único objeto de interesse. (…) eles são capazes de travar as
relações amorosas mais apaixonadas, e de terminá-las tão abruptamente
quanto as começaram. Por um lado, eles se introduzem entusiasticamente na
vida da comunidade e, por outro, têm uma necessidade extrema de solidão.
Eles oscilam entre uma submissão cega a um líder eleito e uma rebelião
desafiadora contra qualquer tipo de autoridade. São egocêntricos e
materialistas e, ao mesmo tempo, cheios de ideais elevadas.
Em Freud, o ego aparece como sistema muitas vezes subserviente ao id. Anna
Freud, atribuiu ao ego uma característica de mais autonomia, com um maior
poder de decisão e de atuação. Anna também ampliou os mecanismos de
defesa de sete para dez., atribuindo a eles um caráter menos patológico do que
Freud o fizera. Com sua teoria, Anna Freud também transformou os estágios
psicossexuais de seu pai em estágios de busca de domínio do ego, dando a
base para os estudos de Erik Erikson. Esta fase na Psicanálise ficou conhecida
como época da “Psicologia do Ego”, onde se diminuía a ênfase no
inconsciente.
A expressão "crise de Identidade" foi apresentada por Erik Erikson (1976) para
explicar o momento de incerteza quanto às mudanças que se fazem presentes
na adolescência, tornando-se reconhecida como um momento característico do
desenvolvimento humano. Apesar de identificar oito estágios psicossociais de
desenvolvimento, onde a aquisição de novas habilidades e atitudes são vividas
como crises de aprendizagem e de interação social, é na adolescência que
ocorre a integração da identidade psicossocial. Essa integração reproduz as
quatro crises da infância, assim como alicerça as três crises que serão vividas
na idade adulta. Portanto Erikson denomina esse momento de "moratória
social", período onde o adolescente pode aguardar enquanto se prepara para
exercer os papéis adultos.
Estas crises seriam estruturadas de forma que, ao sair delas, o sujeito sairia
com um ego (no sentido freudiano) mais fortalecido ou mais frágil, de acordo
com sua vivência do conflito, e este final de crise influenciaria diretamente o
próximo estágio, de forma que o crescimento e o desenvolvimento do indivíduo
estariam completamente imbricados no seu contexto social, palco destas crises
As oito crises do ego: Confiança Básica x Desconfiança Básica; Autonomia x
Vergonha e Dúvida; Iniciativa x Culpa; Diligência x Inferioridade; Identidade x
Confusão de Identidade; Intimidade x Isolamento; Generatividade x
Estagnação; Integridade x desespero. O autor reside na construção da
identidade, construída em relações de grupo, grupo esses que corresponde a
laboratórios socias. É através do desenvolvimento de relações marcadas pela
amizade que o adolescente caminha em direção à autonomia e adquire um
sentido, observamos a importância clara das relações sociais na montagem do
plano de vida, porque, é através da aprendizagem de determinados papéis,
que a criança vai antecipando e exercitando alguns características e
habilidades para seus futuros papéis. Percebe-se a necessidade do
estabelecimento de uma identidade relacionada à possibilidade de apresentar
autonomia e independência através de trabalho produtivo, Erikson aponta as
dificuldades encontradas pelos adolescentes em virtude das "identidades auto
formuladas" apresentadas pela democracia industrial. Reconhece que é a
impossibilidade do jovem decidir sua identidade profissional o que mais o
perturba, pois se sente incapaz de "assumir um papel que lhe é imposto pela
inexorável padronização da adolescência americana. 5
Referencial
AVILA, Sueli De Fatima Ourique De . A adolescência como ideal social. An. 1 Simp.
Internacional do Adolescente May. 2005, Ano da Publicação. Disponível em:
http://www.proceedings.scielo.br/scielo.php?
pid=MSC0000000082005000200008&script=sci_arttext&tlng=pt. Acesso em.
MASCAGNA , Gisele Cristina . Área de Concentração: Constituição do sujeito e
historicidade: ADOLESCÊNCIA: COMPREENSÃO HISTÓRICA A PARTIR DA
ESCOLA DE VIGOTSKI.. uem.br, 2009. Disponível em:
http://old.ppi.uem.br/Dissert/PPI-UEM_2009_Gisele.pdf. Acesso em: 20 mar. 2023.
RABELLO, E.T. e PASSOS, J. S. Erikson e a teoria psicossocial do desenvolvimento.
Disponível em <http://www.josesilveira.com> no 20 dia mar de 2023
SILVA, Alexandre Bernardo Da . O CONCEITO DE ADOLESCÊNCIA. Blog - FCE,
2018. Disponível em:https://fce.edu.br/blog/oconceitodeadolescencia/#:~:text=Ainda
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%20interesse.. Acesso em: 20 abr. 2023.

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