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Mestrado em Ensino de Artes Visuais no 3º ciclo e Ensino Secundário

Psicologia da Educação | 1º Semestre | Ano Letivo: 2022/2023 1

O Desenvolvimento Pessoal
Através dos autores, no texto apresentados, apercebemo-nos que é extremamente importante que
os Professores e Educadores, tenham conhecimento relativamente aos processos do
desenvolvimento de capacidades e que deem enfase à experienciação das crianças, adolescentes
e adultos, tendo sempre em consideração que a Escola abrange mais do que o desenvolvimento
cognitivo e ainda que não nos podemos apenas focar no período de escolaridade obrigatório, mas
sim ao longo de toda a vida.
Logo no início do texto, surge-nos a referência ao período Pré-Freudiano, onde se julgava que as
crianças até aos seis, sete anos, eram criaturas sem mente, estavam em período de incubação, era
necessário satisfazer as suas necessidades físicas apenas, considerava-se que as crianças até
estas idades não tinham sentimentos e que não adquiriam conhecimentos.
Sigmund Freud, um investigador da área da compreensão da Personalidade e das dificuldades
emocionais nos Adultos, apercebe-se que “A Criança é o Pai do Homem”, era necessário conhecer
as crianças, para entender os adultos, era esta a sua teoria.
Com base nesta teoria, Freud, desenvolve assim os três estádios de desenvolvimento emocional na
Infância, sendo eles: o Estádio Oral (entre os zero meses e os dezoito meses), em que verificamos
que, a qualidade dos cuidados que as crianças recebem em termos sentimentais, vai com certeza
influenciar a criança no futuro ao nível dos sentimentos e da confiança. Segue-se o Estádio Anal
(entre os dezoito meses e os três anos), em que a dependência e o controlo estão ligados na linha
da frente do desenvolvimento emocional da criança. E por fim, o Estádio Fálico (entre os três anos e
os sete anos), neste estádio, o aspeto mais importante é de facto a Identidade Sexual, na formação
da Identidade.
Verificamos ainda, o Período de Latência (entre os sete e os doze anos) em que as dimensões oral,
anal e fálica se integram e não são adicionados novos elementos. Freud, considera a Adolescência
como o Estádio Genital, em que todos os Estádios regressam em conjunto, para formar o futuro
Adulto.
Através desta teoria, Freud, destaca que de facto as crianças são seres pensantes e que a
personalidade adulta é definida em grande escala pelo desenvolvimento e pelas relações com
Adultos, ao longo dos primeiros seis anos de vida da criança.
Surge então, Erik Erikson, outro investigador, que no seguimento do estudo desenvolvido por Freud,
completou e aprofundou as suas teorias.
Erikson, através da sua teoria realçou que o desenvolvimento, acontecia ao longo da vida, até á
idade adulta, incluindo a terceira idade, desenvolvendo assim as oito fases da vida de cada indivíduo.
Ao longo de cada uma destas oito fases descritas pelo autor, deparamo-nos com diferentes crises
ou desafios psicossociais a enfrentar, e que a resolução de cada conflito no período em que ele é
mais intenso não significa anulação, ao longo da vida, noutros contextos, confrontamo-nos com eles
sob diversas formas.
Para Erikson, o desenvolvimento prossegue de acordo com uma sequência e um plano de base, o
Princípio Epigenético, se a interação da criança com o meio for saudável e a crise básica de cada
estádio for resolvida, então a criança estará preparada para o estádio seguinte. Ele criou assim,
quadros de referência, que no caso da Infância (entre os zero e os seis anos) são subdivididos em
três categorias, a Confiança vs Desconfiança (entre os zero e os vinte e quatro meses) resolvido
como Esperança, que corresponde ao Estádio Oral de Freud, a qualidade dos cuidados é a maior
influência. Autonomia vs Vergonha (entre os dois e os três anos) resolvido como Vontade, neste
Estádio as crianças precisam de ser independentes para se tornarem mais autónomas, surge
também neste período a linguagem que auxilia a autonomia.

Joana Alexandra Varela Matos 1

Resumo relativo ao texto 11 - O Desenvolvimento Pessoal


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Psicologia da Educação | 1º Semestre | Ano Letivo: 2022/2023 2

O terceiro Estádio, é a Iniciativa vs. Culpa (entre os três e os seis anos) resolvido como Finalidade,
em que as crianças começam a identificar-se com os Adultos, imitam o nosso comportamento.
Segundo Erikson, esta é a Idade do Jogo, nesta fase as crianças têm essencialmente que brincar.
Segue-se então a Segunda Infância, (entre os seis e os doze anos), aqui as crianças saem do
supervisionamento dos pais, começam a ter o seu grupo de amigos e a sua própria formação, na
sala com os Professores, começam a querer explorar o Mundo à sua volta. As crianças nestas idades
geralmente assumem que os adultos é que sabem, eles é que são os guardiões do conhecimento.
A Etapa que se segue é a Adolescência o estádio mais famoso de Erikson, (entre os treze anos e o
Ensino Superior) é a fase de maior transformação tanto física como ao psicológica, fala-se então no
egocentrismo que os jovens desenvolvem nesta fase da vida e na Crise da Identidade Pessoal.
A partir desta temática foram realizados estudos por vários Investigadores dos quais se salienta
James Marcia, o seu estudo abrangia alunos do ensino superior. Desenvolveu quatro estatutos de
Identidade e estudou as transições entre eles. Estatutos esses, a Difusão da Identidade, a Identidade
Outorgada, a Moratória da Identidade e a Imposição da Identidade. Concluindo que após adquirir
uma Identidade, a pessoa deixa de estar em Crise Pessoal, este processo seria linear e sequencial.
No entanto, Alan Waterman e outros Investigadores, criaram um modelo mais complexo deste
percurso que demonstra, não ser assim tão direto. Os indivíduos podem regredir, avançar ou manter-
se ao longo do tempo nas diferentes fases do crescimento psicológico. Também se verifica neste
âmbito que foram realizados estudos no que toca às diferenças de género, se estas contribuem um
fator significativo no desenvolvimento da Identidade e o que se verifica é que não existem diferenças.
A psicanalista Anna Freud, salienta-se também no âmbito da Adolescência através de estudos
realizados, a autora sugere que a única anomalia nesta fase da vida da Adolescência é os próprios
adolescentes não mostrarem sinais de inquietação psicológica, neste sentido a autora descreve uma
lista de defesas e sistemas psicológicos que os adolescentes geralmente utilizam, sendo eles, o
Deslocamento, a Inversão do Afeto, o Isolamento, a Regressão, o Ascetismo e o
Descomprometimento.
A autora, neste sentido sugere que os Professores e Educadores devem compreender estas defesas,
pois são os métodos que os adolescentes utilizam para lidarem com o Mundo á medida em que
tentam tornar-se adultos. É realmente difícil conseguir-se aquilo que Erikson considera a Integração
do Ego, é essencial desenvolver uma Identidade Pessoal Saudável.
Erikson clarifica, que os nossos objetivos como Professores, deveriam ser proporcionar aos
Adolescentes uma independência e responsabilidade cada vez maiores, enquanto que na Segunda
Infância a chave era promover a atividade, na Adolescência a responsabilidade estimula o
desenvolvimento da sua própria liderança e maturação psicológica. Através dos estudos de Erikson
conseguimos conhecer e compreender melhor os nossos alunos em cada um dos Estádios do
Desenvolvimento Pessoal e desenvolver assim programas de ação-aprendizagem para os nossos
alunos de forma a auxiliar este desenvolvimento.
Concluindo, o maior contributo de Erikson foi trazer os problemas do crescimento pessoal para fora
da sombra da patologia e integrá-los no processo global de desenvolvimento da pessoa saudável.
Este texto centra a sua maior atenção nos estádios de desenvolvimento até á Fase da Adolescência,
mas contamos ainda com o Estádio do Jovem Adulto, a Meia-Idade e a Terceira Idade as restantes
fases da vida, não são tão aprofundadas, visto que o direcionamos para a prática pedagógica e para
a formação de Professores.
Referência Bibliográfica: Psicologia Educacional – Uma Abordagem Desenvolvimentista, Copyright©
1993 da Editora McGRAW – HILL de Portugal, L.da, do Original: Educational Psychology – A
Developmenal Approach, Fifth Edition Copyrignht© 1990 by McGRAW-HILL. Inc. all rights reserved.
Autores: Norman A. Sprinthall e Richard C. Sprinthall, 1ª parte, Capítulo: 6 Desenvolvimento Pessoal
(páginas 135 a165).

Joana Alexandra Varela Matos 2

Resumo relativo ao texto 11 - O Desenvolvimento Pessoal

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