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1.Introdução .................................................................................................................................... 3
2.3. Desenvolvimento psíquico da criança, dos 0 a 16 anos Segundo Vygotsck e Leontiev ......... 9
3.Conclusão................................................................................................................................... 18
4.Bibliografia ................................................................................................................................ 19
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1.Introdução
Como método, Para alcançar esse objectivo, usei uma revisão da literatura académica,
abordando os principais conceitos, princípios e pesquisas em cada área de estudo. Serão
comparadas e contrastadas as perspectivas de Freud, Piaget, Vygotsky e Leontiev, visando
identificar pontos de convergência e divergência entre suas teorias.
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A esse respeito, Palacios (2005) destaca a amplitude, a flexibilidade e o pluralismo como marcas
da Psicologia Evolutiva contemporânea. Não é por acaso, o amplo leque de abordagens que
detém o seu olhar sobre o desenvolvimento, levando-nos a perceber a complexidade do mesmo.
Neste sentido, apresentaremos a síntese das principais teorias psicológicas que versaram sobre o
tema, dando ênfase, em cada uma delas, ao período da adolescência.
Sigmund Freud nasceu em 1856, em Freiberg (actual Tchecoslováquia) e mor- reu em 1939.
Viveu grande parte de sua vida na Áustria, em uma época mar- cada por conflitos constantes na
transição do feudalismo ao capitalismo; por rupturas de concepções filosóficas e ideológicas e
pelo florescimento das universidades, das pesquisas científicas e das artes. Nesse cenário,
formado em medicina e actuando na área da neurologia, Freud desenvolveu a psicanálise a partir
de seus trabalhos clínicos, com pacientes histéricas.
Em sua teoria psicossexual, Freud descreve 5 fases do desenvolvimento psíquico da criança que
são:
A fase anal, que ocorre aproximadamente entre 1 ano e meio e 3 anos, tem o ânus, recto,
esfíncteres e o períneo como fontes principais de satisfações. A sensação de prazer ou
desprazer está associada à expulsão (defecação) ou retenção das fezes. O prazer advém
também da manipulação delas. São considerados substitutos prazerosos para as fezes, a
massa de modelar, o barro, a massa de pão, entre outros. (SHIRAHIGE, HIGA, 2004, p.
28-29).
Assim como a fase oral, a fase anal não se encerra totalmente aos 3 anos, podendo-se
observar seus resquícios ao longo de toda a vida.
Os autores trazem exemplos relacionados à maneira como os adultos administram sua
vida económica, no caso de uma tendência à expulsão, quando se tornam generosos, ou à
retenção, quando se tornam avarentos. A passagem pela fase anal é extremamente
importante para o desenvolvimento da criança, pois, ao aprender o controlo de esfíncteres
(fezes), a criança aprende também a controlar seus impulsos.
A fase fálica, que ocorre por volta de 3 a 6 anos, define-se pela descoberta do prazer
pelos órgãos sexuais. O desejo de ver os órgãos genitais de colegas e de exibir os
próprios são manifestações características da fase fálica, assim como o desejo de
manipulação dos órgãos genitais (SHIRAHIGE, HIGA, 2004, p. 29).
Um fato bastante estudado pela teoria psicanalítica que ocorre nessa fase do
desenvolvimento psicossexual é a ocorrência de um padrão típico de comportamento
denominado Complexo de Édipo, que se caracteriza por uma relação triangular entre
filho, pai e mãe: Trata-se de uma relação de amor que tem como objecto o progenitor do
sexo oposto – mãe no caso do menino; pai no caso da menina – e impulsos de rivalidade
e ciúme do progenitor do mesmo sexo (SHIRAHIGE, HIGA, 2004, p. 30).
Ao passar pelo complexo de Édipo, a criança internaliza as normas sociais da proibição
do incesto.
Fase da latência: (6 aos 12 anos) é o período em que a libido permanece voltada para
actividades que não tem um carácter sexual. É o que Freud denominou de sublimação.
Deste modo, brincadeiras, exportes, artes e actividades escolares ganham um papel de
destaque na vida da criança. Coincide com o ingresso da criança no ensino fundamental,
no qual ela pode se destacar em actividades de natureza física ou intelectual, dada a
concentração de energia libidinal que ali se forma. A partir do início da puberdade, com
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Dessa forma, ao entender que não pode se relacionar com os pais, a criança passa a se identificar
e admirar o progenitor do sexo oposto, suspendendo temporariamente seus desejos sexuais e
entrando no período de latência, que vai dos 6 aos 12 anos em média. O período de latência é
importante para que a criança aprenda, desenvolva ou consolide alguns papéis sociais com o
genitor do mesmo sexo. Na adolescência, até a fase adulta, a pessoa entra na fase genital, quando
há o ressurgimento dos desejos sexuais dirigidos a outras pessoas fora do contexto familiar
(PAPALIA, OLD, FELDMAN, 2006).
Nesta seção, iremos nos ater à teoria piagetiana, que reúne o arcabouço teórico construído por
Jean Piaget e seus seguidores. Jean Piaget nasceu em 1896, na Suíça).
Para Piaget, as estruturas cognitivas que temos vão mudando e aprimorando ao longo do ciclo de
vida. Isso se deve tanto aos processos maturacionais (evolução biológica do corpo humano que
permite a aquisição de determinado conhecimento), quanto às experiências que temos ao longo
da vida (SOUZA FILHO, 2008). Baseado nesse pressuposto, Piaget desenvolveu os estágios do
desenvolvimento cognitivo, que vão caracterizar as especificidades da inteligência da criança em
cada faixa etária. Eles são divididos em: sensório-motor (0 a 2 anos); pré-operatório ou pré-
operacional (2 a 7 anos); operatório concreto ou operacional concreto (7 a 11 anos) e operatório
formal ou operacional formal (11 anos em diante). A cada mudança de estágio, há uma mudança
qualitativa da inteligência e, necessariamente, todas as crianças vão passar por todos os estágios
sequencialmente, pois cada estágio é pré-requisito para se avançar para o outro.
No estágio pré-operatório, a linguagem é o tema central na teoria piagetiana, pois para ele, a
linguagem é o que permite a socialização e a comunicação da inteligência. Nesse estágio, a
linguagem começa a ser verbalizada com a aquisição da fala, e isso só é possível devido às
experiências anteriores de contacto e reconhecimento de objectos que a criança desenvolveu no
estágio anterior, o sensório-motor (CARRARA, 2004; LA TAILLE, 2004).
(Crain, 1992:199) refere que Vygotsky considera que a aquisição de conhecimentos espontâneos
do dia- a-dia não conduz ao desenvolvimento do pensamento puramente abstracto e teórico. É
preciso recordar que as generalizações a partir da actividade prática com os objectos, a partir de
vivências do dia-a-dia caracterizam o pensamento concreto. O pensamento puramente abstracto e
teórico caracteriza-se por generalizações de características mais essenciais das coisas e
fenómenos e suas relações.
Note-se que Piaget considera que o pensamento formal surge por volta dos 11/12 anos, isto é,
aparece consoante a idade. Contudo, para Vygotsky, o pensamento puramente abstracto e teórico
não só depende da aprendizagem, como também das condições sócio- históricas de vida do
indivíduo.
Com essa perspectiva, é que Vygotsky estudou o desenvolvimento infantil. As crianças, desde o
nascimento, estão em constante interacção com os adultos, que activamente procuram incorporá-
las as suas relações e a sua cultura. No início, as respostas das crianças são dominadas por
processos naturais, especialmente aqueles proporcionados pela herança biológica. É através da
mediação dos adultos que os processos psicológicos mais complexos tomam forma. Inicialmente,
esses processos são intrapsíquicos (partilhados entre pessoas), isto é, só podem funcionar durante
a interacção das crianças com os adultos. À medida que a criança cresce, os processos acabam
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por ser executados dentro das próprias crianças intrapsíquicos. É através desta interiorização dos
meios de operação das informações, meios estes historicamente determinados e culturalmente
organizados, que a natureza social das pessoas tornou-se igualmente sua natureza psicológica.
Todos os movimentos e expressões verbais da criança, no início de sua vida, são importantes,
pois afectam o adulto, que os interpreta e os devolve à criança com acção e/ou com fala. A fala
egocêntrica, por exemplo, foi vista por Vygotsky como uma forma de transição entre a fala
exterior e a interior. A fala inicial da criança tem, portanto, um papel fundamental no
desenvolvimento de suas funções psicológicas.
Por seu lado, Vygotsky apresenta uma teoria de desenvolvimento cognitivo que destaca a
interacção do biológico com o social no desenvolvimento cognitivo, com destaque para o papel
da aprendizagem no desenvolvimento das formas do pensamento, negando, assim, os limites
absolutos de idade do surgimento dos estágios de desenvolvimento.
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O desenvolvimento psíquico é determinado pelo lugar que o indivíduo ocupa entre os adultos
consoante a idade que possui, as exigências colocadas ao indivíduo e, sobretudo, a actividade de
aprendizagem. Há que notar que o desenvolvimento psíquico não só é contínuo, como também
apresenta uma descontinuidade, isto é, no desenvolvimento verificam-se estágios de
desenvolvimento com características específicas, que compreendem indivíduos de determinados
grupos de idade.
A criança tem uma atenção involuntária, inconstante de pouca duração, movida pela força dos
estímulos. Estas características da atenção influenciam sua vontade.
A criança tem como actividade principal o jogo, mas também realiza outras actividades, tais
como o desenho, a modelagem, a construção e o trabalho. O desenho, a modelagem e a
construção passam a ser realizados com um fim previamente colocado pela criança. O seu uso
pedagógico desenvolve habilidades necessárias a aprendizagem escolar. O trabalho aqui diz
respeito a realização de pequenas tarefas em casa na família e trabalho manual no jardim infantil.
As crianças começam a compreender as regras gramaticais e a usá- las de forma activa.
O contacto com os adultos, o jogo conduz a generalizar as características dos objectos e sua
designação por palavras. A memória da criança desenvolve-se acentuadamente e caracteriza-se
por ser involuntária, isto é, a criança fixa facilmente aquilo que chama mais atenção, movimenta-
se, é contrastante, causa vivências emocionais profundas.
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As crianças mais novas idade pré-escolar têm tendência de tirar conclusões sobre as coisas com
base nas funções dos objectos e na maneira de utilizá-los. As mais velhas já são capazes de
definir certos objectos do seu dia-a-dia com base em características gerais.
4. A Idade Escolar Primária (7-10/11 Anos) A idade escolar primária começa com o
ingresso na escola, passando deste modo, o estudo a ser a actividade dominante da
criança. A criança apresenta uma grande vontade de aprender e cumprir com as
exigências do professor. No início a criança estuda para agradar aos pais e cumprir as
exigências do professor.
Pouco a pouco, a criança apercebe-se da importância das notas e estuda para obter boas notas e
evidenciar-se. A aprendizagem da criança baseia-se nos métodos utilizados para a realização de
tarefas escolares. A criança deve partir da análise e síntese de experiências, exemplos concretos,
reais, suas representações para chegar as conclusões, aos conceitos, devido ao facto de possuir
um pensamento empírico ou concreto-lógico.
A criança desenvolve a linguagem. A língua passa a ser objecto de estudo sistemático. A criança
aprende a ler e a escrever, a Gramática e a Ortografia. O desenvolvimento da linguagem oral e
escrita vai provocar mudanças qualitativas na atenção, percepção e pensamento e memória.
A memória do adolescente é, essencialmente, voluntária e significativa, pois fixa mais o que lhe
interessa e que é por si compreendido. As relações sociais do adolescente se ampliam. Nascem as
primeiras amizades e a inserção em grupos de adolescentes.
O início da idade vária de pessoa para pessoa e a passagem bem-sucedida para esta fase depende
da resolução satisfatória das crises da infância e adolescência. A idade adulta e o momento em
que a pessoa alcança plena maturidade e o potencial para a satisfação pessoal está em seu pico. A
pessoa deve ser capaz de se adaptar às demandas sempre.
A idade adulta pode ser dividida em três períodos principais: idade adulta inicial ou idade adulta
jovem, idade adulta média e idade adulta tardia ou velhice. Grande parte dos problemas da
psiquiatria relaciona-se aos fenómenos que ocorrem durante a idade adulta: casamento, criação
dos filhos, trabalho, divórcio, doenças e outras fontes de estresse. A idade adulta é um período de
grandes mudanças, às vezes dramática, outras vezes sutis, mas sempre continuadas.
alcançada quando uma pessoa pode aceitar sua vida como um todo, com todas as suas
realizações e falhas. O desespero surge quando uma pessoa tem sentimentos de
arrependimento, amargura ou desesperança em relação ao seu passado.
Teoria do Desenvolvimento Cognitivo de Jean Piaget: Piaget descreveu o
desenvolvimento cognitivo em quatro estágios principais, sendo o último estágio,
chamado de "operações formais", relevante para o desenvolvimento do pensamento na
idade adulta. Neste estágio, que geralmente ocorre na adolescência tardia e na idade
adulta, os indivíduos adquirem a capacidade de pensar logicamente sobre conceitos
abstractos, formular hipóteses e considerar múltiplas perspectivas.
Teoria do Desenvolvimento Psicossexual de Sigmund Freud: Freud propôs uma teoria
do desenvolvimento psicossexual em que o desenvolvimento mental é influenciado pelo
desenvolvimento sexual. Na idade adulta, Freud enfatizou o papel das relações íntimas e
da formação do ego, incluindo a capacidade de lidar com os conflitos entre os impulsos
sexuais e as demandas da realidade.
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3.Conclusão
4.Bibliografia
FOUCAULT, M. (1991) Petrópolis: Vozes. Trad. Rio de Janeiro: São Paulo, Martins Fontes.
PIAGET, J. (1972) Development and learning. New York: Hartcourt Brace Janovich. Vol IV.
Vetor. Madrid. 1984. p. 225 – 249.
VIGOTSKI. L. S. (2007) A formação social da mente. 7. ed. São Paulo: Martins Fontes.