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TEORIAS

PSICODINÂMICA
S DA
ADOLESCÊNCIA.

ELIDIANE QUEIROZ DAS MERCÊS FREITAS


TEORIAS
PSICODINÂMICA
S
• A teoria psicodinâmica é, na verdade, uma coleção de
teorias psicológicas. Elas enfatizam a importância dos
impulsos e outras forças no funcionamento humano,
especialmente os impulsos inconscientes. A abordagem
sustenta que a experiência da infância é a base para a
personalidade e os relacionamentos adultos.
• A teoria psicodinâmica originou-se nas teorias
psicanalíticas de Freud. Ela inclui quaisquer teorias
baseadas em suas ideias, incluindo as de Anna Freud,
Erik Erikson e Carl Jung.
• Foi Freud quem introduziu pela primeira vez o termo
psicodinâmica. Ele observou que seus pacientes exibiam
sintomas psicológicos sem base biológica. No entanto, esses
pacientes não conseguiram interromper seus sintomas apesar
de seus esforços conscientes.
• Freud concluiu que, se os sintomas não pudessem ser evitados
pela vontade consciente, eles deveriam surgir do inconsciente.
Portanto, os sintomas eram o resultado de o inconsciente se
opor à vontade consciente. Era uma interação que ele apelidou
de “psicodinâmica”.
DESENVOLVIMEN
TO PSICOSSEXUAL
SEGUNDO FREUD
PSICANÁLISE
DESENVOLVIMENTO COMPLEXO
PSICOSSEXUAIS
DE ÉDIPO PSIQUE

GÊNESE DA HISTERIA, DA
PSICOSE E DA NEUROSE

TÉCNICAS TEORIA DA
INCONSCIENTE
INCOMPLETUDE
CONCEITO
DE
LIBIDO
1ª TÓPICA
(1900 – 1920)
Por meio dos mecanismos de repressão e recalque, certos
conteúdos vão sendo pressionados a sair da consciência,
por serem assustadores, inadequados ou absurdos.
2ª TÓPICA
(1920 EM DIANTE)
Freud refina sua compreensão sobre a psique a partir
do estabelecimento de três instâncias psíquicas, o Id,
o Ego e o Superego.
• Segundo Freud, as crianças passam por uma série de
estágios que levam ao desenvolvimento da personalidade
adulta, acreditava que a personalidade se desenvolvia
através de uma série de fases da infância em que as
energias do id buscadas pelo prazer  se concentravam
em certas áreas erógenas. Uma zona erógena é
caracterizada como uma área do corpo que é
particularmente sensível à estimulação, associada a cada
estágio serve como fonte de prazer. Essa energia que busca
prazer e satisfação físicos é denominada libido.
• Se esses estágios psicossexuais forem completados com
sucesso, uma personalidade saudável é o resultado.
• Se determinados problemas não forem resolvidos no estágio
apropriado,  poderão ocorrer fixações. Uma fixação é um
foco persistente em um estágio psicossexual
anterior. Até que esse conflito seja resolvido, o indivíduo
permanecerá “preso” nesse estágio. Por exemplo, uma pessoa
que está obcecada na fase oral pode ser excessivamente
dependente dos outros e pode procurar estimulação oral por
meio do fumo, da bebida ou da alimentação.
FASE ORAL (Nascimento – 1 ano/1 e 6 meses)

• Área erógena: boca  


Confiança vs Desconfiança

• Fonte primária de interação: boca


• Durante a fase oral, a principal fonte de interação da
criança ocorre através da boca, de modo que o reflexo de
enraizamento e sucção é especialmente importante. A boca
é vital para a alimentação, e o bebê recebe prazer da
estimulação oral por meio de atividades gratificantes como
degustação e sucção.
FASE ORAL (Nascimento – 1 ano/1 e 6 meses)
Confiança vs Desconfiança

• Como o bebê é totalmente dependente dos cuidadores (responsáveis ​


pela alimentação da criança), a criança também desenvolve um
sentimento de confiança e conforto por meio dessa estimulação oral.
• O principal conflito neste estágio é o processo de desmame – a criança
deve se tornar menos dependente dos cuidadores. Se a fixação ocorre
nesse estágio, Freud acreditava que o indivíduo teria problemas com
dependência ou agressão. A fixação oral pode resultar em problemas
com beber, comer, fumar ou roer as unhas.
FASE ANAL (1 a 3 anos)
 Autonomia vs vergonha e Dúvida
• Zona erógena: Entranhas e controle da bexiga
• Foco principal da libido: controle da bexiga e
evacuações
• Importância do treinamento da toalete – a criança
começa a aprender a controlar suas necessidades
corporais, o que leva a um primeiro sentimento de
realização e independência.
FASE ANAL (1 a 3 anos)
 Autonomia vs vergonha e Dúvida
• Pais que utilizam elogios e recompensas para usar o banheiro
no momento oportuno incentivam resultados positivos e
ajudam as crianças a se sentir capazes e produtivas.
• Pais que punem com ridicularização ou vergonha os acidentes
das crianças, ou começam o treinamento da toalete muito
cedo, podem propiciar uma personalidade anal-retentiva, na
qual o indivíduo é rigoroso, ordenado, rígido e obsessivo.
FASE FÁLICA (3 A 6 ANOS)
Iniciativa vs Culpa

• Zona erógena: Genitais


• Foco principal da libido sobre os órgãos genitais
Crianças começam a descobrir as diferenças entre homens e
mulheres.
Os meninos começam a ver seus pais como rivais pelo afeto da
mãe.
Complexo de Édipo: sentimento de querer possuir a mãe e o desejo
de substituir o pai.
FASE FÁLICA (3 A 6 ANOS)
Iniciativa vs Culpa

• A criança teme ser punida pelo pai por estes sentimentos, um medo
que Freud chamou de “angústia de castração”.
• O termo complexo Electra foi usado para descrever um
conjunto semelhante de sentimentos experimentados por
meninas. 
PERÍODO DE LATÊNCIA (6 anos – puberdade)
Mestria vs Inferioridade 

• Durante este estágio, o superego continua a se desenvolver


enquanto as energias do id são suprimidas. As crianças
desenvolvem habilidades sociais, valores e relacionamentos com
colegas e adultos fora da família.
• O desenvolvimento do ego e do superego contribui para esse
período de calma. O estágio começa na época em que as crianças
entram na escola e se preocupam mais com relacionamentos com
colegas, hobbies e outros interesses.
PERÍODO DE LATÊNCIA (6 anos – puberdade)
Mestria vs Inferioridade 
• O período latente é um período de exploração no qual a energia
sexual é reprimida ou adormecida. Essa energia ainda está presente,
mas é sublimada em outras áreas, como atividades intelectuais e
interações sociais. Esta etapa é importante no desenvolvimento de
habilidades sociais e de comunicação e autoconfiança.
• Assim como nos outros estágios psicossexuais, Freud acreditava que
era possível que as crianças ficassem obcecadas ou “presas” nessa
fase. Fixação nesta fase pode resultar em imaturidade e incapacidade
de formar relacionamentos satisfatórios como um adulto.
FASE GENITAL (Puberdade em diante)
Identidade vs Confusão de papéis ou Identidade do Ego
vs Difusão do Ego 

• Zona erógena:  Início das práticas sexuais e exploração de áreas


erógenas
• O início da puberdade faz com que a libido se torne ativa
novamente. Durante o estágio final do 
desenvolvimento psicossexual, o indivíduo desenvolve um
forte interesse sexual pelo sexo oposto. Este estágio começa
durante a puberdade, mas dura todo o resto da vida de uma
pessoa.
FASE GENITAL (Puberdade em diante)
Identidade vs Confusão de papéis ou Identidade do Ego
vs Difusão do Ego 

• O indivíduo desenvolve um forte interesse sexual por um


dos sexos
• O interesse genuíno pelo bem-estar dos outros cresce
durante esta fase
• Se as outras etapas foram concluídas com êxito, o indivíduo
deve agora ser bem equilibrado, terno e carinhoso.
ANNA FREUD: UMA
DESENVOLVIMENTIST
A QUASE ESQUECIDA
• Anna Freud é classicamente reconhecida, na história da
psicanálise como a filha de Freud que analisou O ego e os
mecanismos de defesa, responsável por contribuir com a
perspectiva teórico-clínica denominada psicologia do ego.
No entanto, pouca atenção foi dada (e ela foi mesmo
negligenciada) ao restante de sua obra, especialmente no
que se refere ao imenso trabalho de consolidação da
teoria do desenvolvimento da sexualidade como uma
teoria plena do desenvolvimento.
• A autora ainda destaca a importância do ambiente
no processo de desenvolvimento, já que, para ela,
esses avanços são sempre o resultado da
interação entre impulso e ego/superego com a
reação às influências ambientais. Tal modelo
procura compreender e descrever o
desenvolvimento considerando uma diversidade
de perspectivas ou “linhas do desenvolvimento”.
• O desenvolvimento poderia ser compreendido e
avaliado a partir de diversos aspectos, e cada linha
seria um aspecto diferente observado na evolução
da criança, como a alimentação, a relação com
pares, a higiene, etc. Nesse sentido, cada linha do
desenvolvimento é um indício do quão avançada a
criança está em termos de dependência e
autossuficiência emocional.
(6) DO CAMINHO PERCORRIDO
(1) DA MAMADA À DA EXTREMA DEPENDÊNCIA DO
ALIMENTAÇÃO RACIONAL; RECÉM-NASCIDO À
AUTOCONFIANÇA EMOCIONAL

(2) DO SE MOLHAR E SE (5) DO CORPO A O


SUJAR AO CONTROLE DOS BRINQUEDO E DO BRINCAR
ESFÍNCTERES; AO TRABALHO;

(3) DA IRRESPONSABILIDADE (4) DO EGOCENTRISMO AO


À RESPONSABILIADADE NO COMPANHEIRISMO;
CONTROLE CORPÓREO;
• Ela foi responsável por expandir a teoria deixada por seu pai – a qual
ela mesma criticou por ter deixado uma série de lacunas, como a
pouca precisão no que se refere aos fenômenos que caracterizam o
desenvolvimento do impulso agressivo, já que, para ela, o que existia
era uma mera correlação das expressões agressivas (morder, cuspir,
agredir, prepotência) com as fases libidinais (FREUD, 1976).

• A partir dessa consideração, Anna Freud propôs um modelo de


avaliação mais abrangente que pudesse abarcar o desenvolvimento
desde as atitudes dependentes, irracionais, determinadas pelo id e o
objeto, como no sentido de um crescente domínio, pelo eg; da
criança; mundo interno e externo (FREUD, 1976, p. 60).
• Embora não tivesse especificado as idades para os
acontecimentos em cada linha do desenvolvimento e
estivesse ciente da escassez dos dados que existiam
até então, e ainda soubesse que qualquer tentativa
nesse sentido esbarra na limitação que generalizações
desse tipo trazem a um campo propenso à variação de
indivíduo para indivíduo, Anna Freud se arrisca a
demarcar três períodos no desenvolvimento infantil
• Seus trabalhos científicos se concentraram nos
períodos: infância (6-11 anos), puberdade (11-13
anos) e adolescência (13-18 anos). Ela também
analisou a interdependência desses estágios com o
aparelho psíquico. E estudou três entidades fundamentais:
o princípio do eu, conhecido como realidade; identidade e
superego (instinto ou consciência).
• Anna Freud concluiu que durante a adolescência
as funções sexuais se desenvolvem. E esse fato
tem influência direta na personalidade e no
comportamento psicológico do ser humano. Os
hormônios causam desequilíbrios e geram conflitos
internos em adolescentes. Por sua vez, o processo de
desenvolvimento do superego ocorre no estágio de
latência. É então que a criança assimila os valores e a
moralidade das pessoas importantes para ela.
• É assim que os adolescentes se identificam com eles a
partir de valores, educação e experiências de vida.
Anna Freud caracterizava a adolescência como um
período de desequilíbrio psíquico e comportamento
instável em virtude dos conflitos internos associados à
maturação sexual. Assim, a revolução ocorrida nesta
fase era apenas uma manifestação externa dos
ajustamentos ocorridos internamente.
TEORIA DO
DESENVOLVIMENTO
SEGUNDO OTTO RANK
• Otto Rank sempre foi fascinado por estudos, desde a infância,
ainda que inserido em um ambiente familiar totalmente
disfuncional. Durante sua longa trajetória de estudos, bem como
por suas experiências vividas, desenvolveu teorias
importantes para a psicanálise.
• Dentre os destaques, está a “Teoria da Vontade”, pois entendia
que a vontade é um elemento positivo para controle das
atividades instintivas das pessoas, as libertando de sentimentos
de culpa, a “vontade” diz respeito a escolha e atividade. Além
disso, trouxe conceitos acerca do inconsciente social, divergindo
das teorias freudianas, que focavam no Complexo de Édipo.
A vontade tem origem na situação edipana e no início da
adolescência se modifica e intensifica, com o estabelecimento da
independência. Desta forma, a sexualidade não é mais o fator mais
determinante do desenvolvimento, uma vez que a pulsão sexual se
encontra com a força de vontade.
Devido a intensa luta pela independência, o indivíduo torna-se
incapaz de formar laços emocionais intensos pois estes conduzem a
uma situação de dependência mútua. Para Otto Rank, pode-se
estabelecer dois mecanismos de defesa nessa situação: a
promiscuidade ou o ascetismo.
• Rank também afirma que o indivíduo passa por três estágios para
fortalecer sua vontade. O primeiro é o de libertar a “vontade” de
forças internas e externas; segundo o autor, o homem mediano nunca
vai além deste estágio mas pode viver harmoniosamente. No
segundo estágio possui a divisão na personalidade, havendo uma
luta entre a vontade e a contra vontade, que engloba possibilidades
neuróticas e criativas. O indivíduo pode apegar-se a sintomas
neuróticos ou evoluir para o terceiro estágio e tornar-se criador. O
terceiro estágio é a integração da vontade e da contra vontade, onde
o indivíduo não está mais em conflito e Otto Rank o caracteriza como
consciente de seu potencial.
• Nesse sentido, Rank deu enfoque ao trauma, como
principal fator para psiconeurose, considerando que a
ansiedade neurótica repetia o momento do
nascimento, ao seu aspecto fisiológico.
FILME
⮚  o sujeito do inconsciente, do desejo, da falta e da linguagem

⮚ lugar de objeto com o qual a mãe pretende se defender da castração, projeção.

⮚ a função crucial dos significantes maternos para a constituição subjetiva. A mãe ocupa o lugar de primeiro
outro para o bebê, sendo o desejo dela a primeira referência para o sujeito. Essa proximidade extrema é
necessária, fundamental, mas é preciso também ultrapassá-la
⮚  maciço investimento narcísico da mãe

⮚ caminho de Nina, marcado por alucinações, delírios e autoflagelação

⮚ Nina cuidada por sua mãe como uma garotinha, vem se confrontar com sua sexualidade
FILME
⮚ Princípio do prazer e princípio da realidade

⮚ O duplo

⮚ O sujeito é dividido: é uma posição instável que vai se estabilizando na relação com os outros e com
as afirmações em grande parte inconscientes de sua psique

⮚ temática da alteridade. Aquilo que odiamos no outro pode estar sinalizando nosso desejo

⮚ o outro que a agressividade de Nina a princípio é contra sua rival (Lilly), mas depois se
torna autoagressividade

⮚ sadomasoquismo concebem que o prazer só seja possível com a dor.

⮚ Uma batalha entre superego e id. Cisão do ego


PÓS AULA
• ENTREVISTA EM EQUIPE

• TEMAS:

1. Orientação sexual e doenças sexualmente transmissíveis (DST), Gravidez na


adolescência, Adolescência e relações amorosas

2. Adolescência, experimentação e uso de drogas lícitas e ilícitas, ECA,


Vulnerabilidade e direitos dos adolescentes

3. Adolescência em conflito com a lei, Adolescência e padrões estéticos,


Adolescência e consumo cultural

4. Adolescência e mídia: mapa relacional, Adolescência, games e redes sociais,


Adolescência e exclusão social e digital

5. Orientação profissional e adolescência: mapeamento dos dilemas, Pressões


psicológicas pela escolha, O adulto jovem: Projetos de vida
•O QUÊ DEVERÁ CONSTAR:
•MAPA MENTAL DO TRABALHO
1.PARTE TEÓRICA DO TEMA
2.ENTREVISTA RELATANDO AS
EXPERIÊNCIAS DO ADOLESCENTE SOBRE O
TEMA
3.RELACIONAR OS PONTOS POSITIVOS E
NEGATIVOS ENTRE TEORIA E PRÁTICA
REFERÊNCIAS
• CAMPANÁRIO, I. S.; LERNER, R.; MACHADO, A. S. M.; BRAGA, C. R.; CHIODI, C. S.; F. N., SANTOS,
I. M.; HACHEM, S. P. G. Intervenção de orientação psicanalítica a tempo em bebês e crianças
com impasses no desenvolvimento psíquico. Estudos de Psicanálise, Belo Horizonte, n. 50, p,
73-86, dez. 2018. Publicação semestral do Círculo Brasileiro de Psicanálise.

• FONTONI, M. R. O futuro da psicanálise: uma busca por evidências? Winnicott E-Prints, 10(2),
2015. Disponível em: http://revistas.dwwe.com.br/index. php/We-Prints/article/view/174

• KUPFER, M. C. M.; JERUSALINSKY, A. N.; BERNARDINO, L. M. F.;  et al.  Valor preditivo de


indicadores clínicos de risco para o desenvolvimento infantil: um estudo a partir da teoria
psicanalítica. Latin American Journal of Fundamental Psychopathology, São Paulo, v. 6, n. 1,
p. 48-68, 2009. Disponível em:
http://abppparananorte.com.br/wpcontent/uploads/2017/11/IRDI.pdf.

• FREUD, A. Infância Normal e patológica. Rio de Janeiro: Zahar, 1976

• FULGÊNCIO, L.; BARETA, J. P. O problema da comunicação entre sistemas teóricos díspares na


psicanálise: propostas metodológicas para sua realização. In: L. FULGÊNCIO; BIRMAN, J.;
KUPERMANN, D.; CUNHA, E. L. (Eds.). Modalidades de pesquisa em psicanálise: métodos e
objetivos. São Paulo: Zagodoni, 2017

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