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CURSO: Direito / 2º Período

DISCIPLINA: Psicologia Jurídica


PROFESSORA: Msc. Valéria Raquel Alcantara Barbosa

TEORIAS DA PERSONALIDADE
PSICANÁLISE
PERSONALIDADE
 Variável individual que cada pessoa possui e se diferencia das
demais, é formada por características inatas, pela acumulação de
experiências e ações recíprocas entre o ser humano e o seu meio.

 É o conjunto de traços psicológicos internos que determinam a


forma como o indivíduo se comporta em distintas situações.
PERSONALIDADE:
características
 CONSISTÊNCIA:
Como é um traço distintivo de cada pessoa, permanece relativamente
estável ao longo do tempo, influenciando no comportamento.
O que não evita que o sujeito possa mudar o comportamento devido a
fatores ambientais ou a necessidades vividas.

DIFERENCIAÇÃO:
Permite identificar cada sujeito como um ser único. O que se traduz nas
distintas reações que podem ter as pessoas perante um mesmo estímulo.
TEORIAS DA PERSONALIDADE:
Psicanálise
TEORIA PSICANALÍTICA

Criada por Freud, principal teórico, foi construída sobre a premissa


de que as necessidades ou os impulsos inconscientes, especialmente
os impulsos biológicos e sexuais, são a parte central da motivação e
da personalidade humana.
TEORIA PSICANALÍTICA:
pressupostos
 O corpo é a fonte básica de toda experiência mental.

 Nada ocorre ao acaso: há uma causa para cada pensamento,


sentimento, memória ou ação.
ESTRUTURA DA PERSONALIDADE
PERSONALIDADE, SEGUNDO FREUD

Produto da luta entre três forças de interação, que determinam o


comportamento humano:

Id
Ego
Superego
ID:
Estrutura da personalidade que é fonte de impulsos primitivos, desejos
inatos, necessidades fisiológicas básicas (sede, fome, sexo), face às
quais o sujeito procura satisfação imediata sem se preocupar com os
meios para consegui-la. Regido pelo princípio do prazer, evita
tensões e tende a funcionar a um nível muito subjetivo e inconsciente,
sem que se possa enfrentar devidamente a realidade objetiva.

EXEMPLO:
Quando faz calor e uma pessoa tem sede, seu id impulsiona-o a tomar
algo frio. Não lhe importará o modo de obter a bebida, só a necessidade
de saciar a sede.
ID
FUNÇÕES:

 Redução de tensão

 Expressão dos instintos

 Reservatório de energia de toda a personalidade


EGO:

Controle consciente do indivíduo.

Com a aprendizagem e a experiência, o sujeito desenvolve as


capacidades do pensamento realista e de adaptar-se ao ambiente.
Funciona a partir do princípio da realidade.
EGO
FUNÇÕES:

 Armazena experiências na memória

 Busca de soluções menos imediatas e mais realistas

 Sensível às oportunidades
SUPEREGO:

Expressão interna do sujeito sobre a moral da sociedade


e dos códigos éticos da conduta. Espécie de “freio” que restringe ou
inibe as forças impulsivas do “eu”.

EXEMPLO:
Não fumar em hospitais, ceder a passagem às senhoras ou o assento
aos mais velhos.
SUPEREGO
FUNÇÕES:

 Restringir, proibir ou julgar as ações conscientes

 Restrições inconscientes (compulsões, proibições e sentimentos de


culpa inconscientes)

 Auto-observação (avaliação das atividades)


O CONFRONTO ENTRE ID, EGO, SUPEREGO
RELAÇÃO ENTRE OS TRÊS SUBSISTEMAS
 Cada um tem suas funções, princípios, dinamismos, mas atuam
conjuntamente.

 Comportamento normal do adulto resulta da interação dos três


sistemas.

 O propósito prático é:
fortalecer o ego, fazê-lo mais independente do superego e
ampliar seu campo de ação, para se chegar a novas partes do id.
LOCALIZAÇÃO
FUNCIONAMENTO DA
PERSONALIDADE
QUALIDADES/ ESTADOS MENTAIS
Consciente:
inclui tudo de que estamos cientes em um determinado momento.

Pré-Consciente:
é uma parte do inconsciente que pode tornar-se consciente com
facilidade. Ex: memória.

Inconsciente:
pulsões + recalque
INCONSCIENTE:
 Pulsões (ou instintos):
Elementos instintivos não acessíveis à consciência. São pressões
que dirigem um organismo para fins particulares.

 Recalque
Material psíquico censurado e reprimido.
PULSÕES OU INSTINTOS:
 NECESSIDADES:
aspectos físicos das pulsões. Estímulos que surgem da excitação
de um tecido corporal.

 DESEJOS:
aspectos mentais das pulsões. O desejo é um sintoma de
privação, de ausência.
COMPONENTES DA PULSÃO:
 FONTE: o corpo, de onde ela emana.

 FINALIDADE: reduzir a necessidade por meio de uma


manifestação comportamental.

 PRESSÃO: a intensidade da pulsão.

 OBJETO: o que se elege para satisfazer a necessidade.


MODELO TENSÃO-REDUÇÃO
NECESSIDADE TENSÃO PULSÃO

Visa abolir a tensão gerada pela necessidade

 A saúde mental é garantida pela redução da tensão a um nível


previamente aceitável.

 Comportamentos que geram tensão ou ansiedade indicam que a


expressão direta de um instinto foi bloqueada.
PULSÕES DE VIDA X PULSÕES DE MORTE

instintos de instintos
sobrevivência agressivos
e sexuais ou destrutivos
PRINCÍPIO DO PRAZER

PRINCÍPIO DA REALIDADE
DESENVOLVIMENTO DA PERSONALIDADE E
OS ESTÁGIOS PSICOSSEXUAIS
ESTÁGIO ORAL: DO NASCIMENTO AO 1º ANO
O primeiro contato do bebê
com o mundo é através da
boca e aí ele tem grande
sensibilidade.
A região oral, a boca, a
língua e os lábios, tornam-
se centro de prazer para o
bebê.

Sua primeira ligação afetiva


é com o que lhe
proporciona prazer na boca,
geralmente sua mãe.
ESTÁGIO ANAL: DE 1 A 3 ANOS
Prosseguindo o processo de
maturação a parte inferior do tronco
torna-se mais desenvolvida, e mais
sob controle voluntário, o bebê
torna-se cada vez mais sensível na
região anal e começa a conseguir
prazer nos movimentos dos
intestinos.

Essas duas forças em conjunto,


ajudam a levar o centro da energia
sexual na zona erógena oral para o
anal.

A criança passaria pela fase anal sem


cicatrizes, caso seus pais lhe
permitissem suficiente prazer e
exploração anal.
ESTÁGIO FÁLICO: 3 A 5 ANOS (1º PARTE)
Com 3 ou 4 anos há outra mudança da
região anal para a zona erógena genital.

Só nesta época a criança começa a ter


sensações de prazer com a estimulação
da área genital. Um sinal deste aumento
de prazer genital é que as crianças de
ambos os sexos, muito naturalmente,
começam a se masturbar nesta idade.

Para Freud, o evento mais importante


durante nesse estágio é o conflito
edipiano. Ele descreve uma sequência de
eventos mais completamente para os
meninos do que para as meninas.
ESTÁGIO FÁLICO: 3 A 5 ANOS (MENINOS)
Primeiro o menino torna-se intuitivamente
consciente de sua mãe como um objeto
sexual. Daí, aproximadamente com 4 anos
começa a ter um tipo de ligação sexual com
sua mãe e considera seu pai como rival.

O pai dorme com sua mãe, abraça-a e beija-


a e tem acesso ao corpo dela de um modo
que ele não tem. O menino também vê seu
pai como uma figura poderosa e
ameaçadora, com poder de castrá-lo.

O menino fica entre o desejo de possuir a


mãe e o medo do poder de seu pai.
Estágio Fálico: 3 a 5 anos (3º parte)
Resultado do conflito: ansiedade.
Daí o menino responde com um
processo de identificação.

Tentando tornar-se tão parecido quanto


possível com seu pai, o menino pode
sentir que ele também tem algum poder
de seu pai; tal como uma incorporação
das qualidades do pai.

É este pai interno, com seus valores e


julgamento moral, que forma parte do
superego ou consciência da criança.
ESTÁGIO FÁLICO: 3 A 5 ANOS (4º PARTE)
Supõe-se que ocorra processo paralelo nas
meninas, embora nem Freud, nem seus
seguidores tenham explicado como ocorre.
A menina vê a mãe como rival sexual nas
atenções do pai, mas o medo que ela sente da
mãe é menor.

Como resultado, a ansiedade da menina é mais


fraca, sua identificação também é supostamente
mais fraca.

A resolução bem sucedida da crise edipiana,


com a identificação com o pai adequado, é
crítica para o desenvolvimento saudável.
ESTÁGIO DA LATÊNCIA: 6 A 12 ANOS
Após o estágio fálico há um período de descanso
antes da ocorrência de uma nova etapa de
desenvolvimento sexual.

A criança atinge resolução preliminar da crise


edipiana e depois há uma calmaria após a tempestade.

A criança começa a escolarização neste período e


novas atividades absorvem suas energias quase que
totalmente. Nesses anos, a interação com outras
crianças é quase exclusivamente com membros do
mesmo sexo.

Para Freud, o único desenvolvimento significativo


deste período é o surgimento de novos mecanismos
de defesa.
ESTÁGIO GENITAL: 12 A 18 ANOS
• Mudanças hormonais e nos órgãos genitais
na puberdade redespertam a energia sexual,
e nesse período surge uma forma mais
madura de ligação sexual.

• Para Freud, os objetos sexuais são pessoas


do sexo oposto. E, nem todos atravessam
esse período até atingir um ponto de amor
heterossexual maduro – o que dependerá da
resolução da crise edipiana ou do estágio
oral satisfatório – o que interferirá na
completa resolução dos conflitos da
puberdade.
Existe relevância/aplicação das noções da
Psicanálise na prática profissional no Direito?
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L EITURA SUGERIDA

 BOCK, Ana Mercês Bahia; FURTADO, Odair; TEIXEIRA, Maria de


Lourdes Trassi. Psicologias: uma introdução ao estudo de psicologia. 13.
ed. reform. e ampl. São Paulo: Saraiva, 2005.

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