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Fases do

Desenvolvimento
Infantil
Professora Mariana Canellas Bechaya

BRUNO AMARAL
CLEONICE FILIPIN
GLÁUCIA FERNANDES

MAIO DE 2022
Sigmund Freud
O pai da psicanálise, propôs
sua teoria do desenvolvimento
psicossexual na infância
através de 5 estágios: oral,
anal, fálico, latência e genital.
As famosas 5 fases de freud.

A vida em torno de tensão e prazer

Freud (1905) acreditava que a vida era construída em torno de tensão


e prazer. Ele também acreditava que toda a tensão se devia ao acúmulo
de libido, a energia sexual, e que todo o prazer vinha de sua descarga.

Ao descrever o desenvolvimento da personalidade humana como


psicossexual, Freud quis dizer que o que se desenvolve é a maneira pela
qual a energia sexual do id (a parte mais instintiva da mente) se acumula
e é descarregada à medida que amadurecemos biologicamente. (Freud
usou o termo “sexual” de uma maneira muito geral para significar todas
as ações e pensamentos prazerosos.)

Freud enfatizou que os primeiros cinco anos de vida são cruciais para a
formação da personalidade adulta. O id deve ser controlado para
satisfazer demandas sociais; isso cria um conflito entre desejos
frustrados e normas sociais. O ego e o superego se desenvolvem para
exercer esse controle e direcionar a necessidade de gratificação para
canais socialmente aceitáveis.
A gratificação se centra em diferentes áreas do corpo em diferentes
estágios de crescimento, tornando o conflito em cada estágio
psicossexual.
FASE ORAL (vai do nascimento ao segundo ano de vida).
Nesta etapa da vida, a “zona erógena” é a boca. É na boca que se
concentram as necessidades e as gratificações (sede e fome + conforto,
carinho = prazer e redução da tensão alimentar).
Os bebês encontram na boca seu primeiro mecanismo de controle, e
para ela dirige sua libido (energia que alimenta a pulsão da vida).
Por esse motivo, nos primeiros dois anos de vida, os bebês terá prazer e
satisfação em colocar coisas na boca.
FASE ANAL (entre os dois e quatro anos de vida).
Nessa fase, as crianças aprendem a controlar os esfíncteres e a bexiga, e
experimentam uma sensação de prazer (e dor prazerosa) quando estão
expulsando as fezes, ou as retendo.
Surge um primeiro conflito entre o indivíduo e as exigências sociais, pois
há a necessidade fisiológica de expulsar as fezes (aliada à sensação de
prazer), ao mesmo tempo em que para fazê-lo deve-se esperar estar nos
locais adequados.

PRAZER em EVACUAR x LOCAL e MOMENTO adequados x PRAZER em


receber ELOGIOS por conseguir segurar as fezes até o momento certo
(reter as fezes)

A criança, nessa fase, também entende que consegue chamar a atenção


e obter elogios, a partir de um tipo de ação sobre a qual sente que tem
domínio, A EVACUAÇÃO. RETER as fezes para receber elogios x EVACUAR
em local impróprio para chamar a atenção
Outra questão que surge para as crianças se dá no fato de que evacuar
no local certo é desejável e por isso a criança recebe elogios, porém, as
fezes são consideradas algo indesejado, sujo.
FASE FÁLICA (dos quatro aos cinco anos).
Chama-se fálica essa etapa da vida
justamente porque é quando a criança se
dá conta de que possui um pênis (menino),
ou que não possui (menina), e suas tensões
e atenções se voltam à genitália, inclusive,
porque começa a haver ereções.
Sem entender claramente a natureza do
corpo humano, os meninos, percebendo
que as meninas não possuem pênis,
acreditam que podem perder os seus
próprios órgãos genitais, fenômeno este
que provoca a denominada ANSIEDADE DE
CASTRAÇÃO.
Ao mesmo tempo, neste período as
crianças experimentam o ciúme em relação
à atenção que os genitores dão um ao
outro, ao invés de depositá-la nelas.
Isso provoca uma espécie de rivalidade
entre o menino e o pai, ou a menina e a
mãe, que passam a lutar pelo “amor” do
seu objeto de desejo (genitor do sexo
oposto).
Segundo Freud, ocorre um fenômeno chamado “Complexo de
Édipo”, no qual os meninos podem sentir ódio pelo pai, e desejo
pela mãe, num processo de competição pelo amor materno. Esse
processo se encontra com a referida ansiedade de castração,
pois o menino, acreditando que também é visto como rival,
pensa que o pai pode castrá-lo, como punição.
Por outro lado, o menino também sente amor pelo pai, e quer
sua atenção, e sob este aspecto, enxerga a mãe como uma rival.
No caso da menina, o complexo se desenvolve de uma forma
um pouco diferente.
AMA e DESEJA a mãe, mas como acredita que perdeu o pênis por
causa da genitora, sentem uma espécie de rancor.
Desenvolve-se neste momento uma INVEJA DO PÊNIS.
O pai, por outro lado, passa a ser o objeto de amor, e a menina acredita
que tendo um bebê com o genitor poderá compensar a ausência do
pênis.
Ainda, por entender que já foi castrada, a menina não sofre a
“ansiedade de castração”, fator que ajuda a inibir o complexo de édipo,
que para o sexo feminino, portanto, pode durar mais tempo.

AMOR x TEMOR x ANSIDADE DE CASTRAÇÃO x DESEJO PELA MÃE =


CONFLITO que não poderá ser resolvido por completo.

O SUPEREGO tem sua origem neste período, também, e uma de suas


prioridades é justamente RECALCAR estes conflitos (depositando-os no
INCONSCIENTE).
Uma vez nesse campo da psiquê, o conflito não será acessado pela
consciência da criança.
Erik Erikson
Erik Erikson (Frankfurt, 15 de
junho de 1902 – Harwich, 12 de
maio de 1994), foi um dos nomes
mais importantes da psicologia
do desenvolvimento pois sua
teoria abrange todo o ciclo vital,
do nascimento até a morte. Ele
foi um seguidor da teoria
Freudiana mas fez diversos
acréscimos ampliando as
possibilidades.

O psicanalista reformulou profundamente as visões do desenvolvimento


humano, discípulo de Sigmund Freud, o Dr. Erikson foi um pensador cujas
idéias tiveram efeitos muito além da psicanálise, moldando os campos
emergentes do desenvolvimento infantil e dos estudos de longevidade,
chegando às ciências humanas.

Os estágios psicossociais do desenvolvimento

Algumas vezes nos surpreendemos divagando se seria possível


reinventarmos ou se somos condicionados a uma armadura de
personalidade desenvolvida no passado, principalmente na infância.
O psicanalista e pesquisador do desenvolvimento psicossocial teuto-
americano Erik Erikson não somente argumentava que era possível
mudanças pessoais como também mapeou esses estágios. Para Erikson, a
personalidade se desenvolvia pela resolução de tensões entre várias etapas
ao longo da vida.
CONFIANÇA x DESCONFIANÇA

É o primeiro estágio (primeiros dezoito meses de vida). Essa etapa equivale


a fase oral (em Freud).
Neste período, a criança enfrentará situações que a fará confiar, ou não,
em sua genitora, consequentemente, nas outras pessoas. As experiências
são relacionadas com suas necessidades de alimentação, higiene e carinho.
Na presença desses fatores em sua vida, o bebê desenvolve a confiança na
figura materna, e, posteriormente, em outras pessoas. Mas se as
experiências forem negativas, a criança desenvolverá a desconfiança.

Predominando a CONFIANÇA, a criança pode desenvolver a esperança,


ou seja, a crença de que poderá satisfazer suas necessidades e desejos.
Predominando a DESCONFIANÇA, a criança poderá ver o mundo como
sendo hostil e imprevisível, e possivelmente desenvolverá dificuldades
para estabelecer relacionamentos.
CONFIANÇA x DESCONFIANÇA

Vale ressaltar que ambos os sentimentos são importantes, tanto para o


desenvolvimento, quanto para o amadurecimento psíquico emocional da
criança. Erikson ressalta que esse aprendizado (da confiança e da
desconfiança) é algo inerente ao ser humano, pois nos outros animais é
algo natural e instintivo (essencial para sua sobrevivência), e, sendo assim,
é ensinado de acordo com cada cultura. Existe, portanto, diversas formas
de desenvolver confiança e desconfiança.

Não seja
esta pessoa!
AUTONOMIA x VERGONHA
(do primeiro ano e meio até os três
anos de vida). Equivale à fase anal (em
Freud).

Nesse período a criança desmama e


aprende a se locomover e controlar os
esfíncteres. A criança, portanto,
desprende-se das figuras dos pais (de
apego), e começa a experimentar
sentimentos de independência e
autonomia, que fazer tudo sozinha e
explorar o ambiente.
Trata-se do momento em que a
criança começa a experimentar o
AUTOCONTROLE.
Papalia e Feldman (2013) referem
que, superada “a primeira infância
com um senso de confiança básica no Caso contrário, a criança
mundo e uma autoconsciência sente-se impotente,
florescente, a criança pequena começa envergonhada e incapaz.
a substituir o julgamento dos A criança nessa fase da vida
cuidadores pelo seu próprio”. desenvolve a VONTADE, e
Se os adultos pouco interferem no juntamente da linguagem e
processo de exploração da criança, e controle fisiológico, passa a
não a censuram quando comete erros, experimentar a sensação de
as necessidades da criança são PODER.
atendidas. Mas a vergonha e a culpa
também exercem um papel
importante no aprendizado da
criança, pois ela, empoderada,
não tem limites por conta
própria, e esses sentimentos
ajudam-na a reconhecê-los.
Dá-se os primeiros passos
para a AUTORREGULAÇÃO.
INICIATIVA x CULPA
(dos três até os seis anos de vida). Ocupa o mesmo espaço temporal da fase
fálica (em Freud).

Nessa fase da vida, as crianças desenvolvem sua identidade enquanto


meninos e meninas.
O menino, identificando-se com o genitor do mesmo sexo, exibirá sua
masculinidade crescente, enquanto a menina, identificando-se com a
genitora, sua feminilidade.
Em contrapartida, por ser este período concomitante com a fase edipiana,
o menino tende a antagonizar com o pai, e a menina com a mãe.

Seja por desconhecimento, seja por falta de habilidade para lidar com esta
fase, em muitos casos os adultos acabam repreendendo as crianças, de
diversas formas, o que pode lhes causar sentimento de diminuição e culpa
em relação à própria identidade.

É importante frisar que a criança, neste período, está demonstrando sua


vontade (seu projeto) de se desenvolver e se tornar um adulto completo em
suas potencialidades.
A fim de promover um bom desenvolvimento psicossocial, Erikson propõe
que nesta fase é crucial as crianças já recebam informações sobre a
sexualidade (naturalmente, de acordo com sua linguagem e capacidade de
compreensão).
Jean Piaget
Foi um psicólogo suíço e
importante estudioso da
psicologia evolutiva. Revolucionou
os conceitos de inteligência
infantil que provocou mudança
nos antigos conceitos de
aprendizagem e educação.

Estágios da Psicologia Evolutiva


Jean Piaget descobriu, através de avaliações, que as crianças da
mesma faixa etária cometiam os mesmos erros, o que o levou a
acreditar que o pensamento lógico se desenvolvia
gradativamente. Procurou explicar a evolução da conduta
cognitiva da infância à idade adulta.
Piaget entende que todas as pessoas passam por quatro
estágios de desenvolvimento cognitivo, numa espécie de
escalada sem saltos e sem retorno ao estágio anterior. Cada
etapa depende da anterior, pois é o desenvolvimento
neurológico (amadurecimento do cérebro) que promove esse
avanço.
ESTÁGIO SESÓRIO-MOTOR (do nascimento aos dois anos de vida).

No primeiro mês de vida os comportamentos do bebê limitam-se a


reflexos (respostas biológicas automáticas aos estímulos do meio
ambiente) que têm por função garantir a sobrevivência.
A partir do segundo mês, o bebê desenvolve comportamentos
voluntários, que serão repetidos inúmeras vezes. Seu corpo é o foco
principal, num primeiro momento, mas logo começa a interagir com
objetos à sua volta.
Com um ano de vida, o bebê já pode compreender que seu
comportamento resulta e consequências, e passa a fazer uso dessa
capacidade para obter recompensas (resultados desejados).
Outro fenômeno importante, que ocorre nesta etapa do
desenvolvimento, é o fato de que o bebê passa a entender que o
ambiente à sua volta não deixará de existir se não estiver olhando para
ele.
Do primeiro para o segundo ano de vida, a criança deixa de experienciar
apenas aquilo que está próximo, o seu ambiente imediato, e desenvolve
o PENSAMENTO SIMBÓLICO (capacidade de imaginar pessoas,
ambientes e objetos que não estão no seu campo de visão, e a
compreensão de passado e futuro).
A criança é capaz de projetar coisas e fatos, e colocar seu projeto no
plano da realidade. O PENSAMENTO SIMBÓLICO é o marco inicial dos
verdadeiros processos de pensamento.
ESTÁGIO PRÉ-OPERACIONAL (dos dois aos seis ou sete anos de idade).

Neste estágio, a criança já tem a habilidade de ver o mundo de forma


mais ampla, o que é reforçado sobremaneira pela presença da
linguagem.
Trata-se do período em que há um desenvolvimento linguístico
impressionante.
As palavras (linguagem) são símbolos que servem de ferramentas para a
imaginação da criança. Pensar em eventos e objetos ausentes se torna
mais completo e complexo neste período.
Além disso, a comunicação se torna mais claro.

Por outro lado, dada a imaturidade neurológica das crianças pequenas,


não é incomum que elas confundam fenômenos psicológicos,
emocionais e psíquicos, bem como realidade física com algo imaginário.
As crianças podem nutrir sentimentos intensos por objetos e “dar vida”
a coisas de sua imaginação, como monstros e heróis.
Outro fator bastante importante é o egocentrismo acentuado, nesta
fase da vida, o que resulta numa incapacidade de ver as coisas sob a
ótica de outras pessoas. Empatia passa longe desse estágio (tratando-se
de crianças mais novas).

Para Piaget, a interação social é imprescindível nessa fase, a fim de que a


criança desenvolva sua capacidade cognitiva, e perceba que existem
outros pontos de vista e opiniões.
Uma curiosidade se dá no fato de que as crianças, nessa etapa, não têm
condições de identificar proporção e volume (físico).
Referências:
Papalia, Diane E. & Feldman, Ruth Duskin. (2013). Desenvolvimento
Humano 12ª ed., Porto Alegre: AMGH Editora Ltda.
Siegel, Daniel J & Bryson, Tina Payne. (2015). O cérebro da criança: 12
estratégias revolucionárias para nutrir a mente em desenvolvimento
do seu filho e ajudar sua família a prosperar; tradução Cássia Zanon.
1ª ed., São Paulo: nVersus.
Didatics – Humana Mente, psicologia, psicanálise e filosofia. PIAGET
(4) – ESTÁGIOS DE DESENVOLVIMENTO | CONSTRUTIVISMO. [Arquivo
de vídeo]. Recuperado de https://www.youtube.com/watch?
v=CRokAZi_RWM&t=268s, em 01/06/2022, às 14h55min.
Didatics – Humana Mente, psicologia, psicanálise e filosofia. ERIK
ERIKSON (2) – 8 ETAPAS – DESENVOLVIMENTO PSICOSSOCIAL.
[Arquivo de vídeo]. Recuperado de https://www.youtube.com/watch?
v=snNehBxn_W0, em 01/06/2022, às 14h55min.
Didatics – Humana Mente, psicologia, psicanálise e filosofia. FREUD
(4) – COMPLEXO DE ÉDIPO E FASES PSICOSSEXUAIS. [Arquivo de
vídeo]. Recuperado de https://www.youtube.com/watch?
v=uJcEEdD1g4c, em 01/06/2022, às 14h55min.
Docter, Pete (diretor) & Del Carmen, Ronnie (co-diretor). (2015).
Divertida Mente. Estados Unidos: Pixar.
Imagens diversas: www.google.com.br

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