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As cinco fases de desenvolvimento psicossexual são:

Estágio Oral: as energias libidinais estão focadas na boca.


Estágio Anal: as energias libidinais estão focadas no ânus.
Estágio fálico: as energias libidinais estão focadas no pênis ou clitóris.
Estágio de latência: um período de calma em que pouco interesse libidinal está
presente.
Estágio Genital: as energias libidinais estão focadas nos genitais.

Fase Oral

(Nascimento até 1 ano)

Principal ponto de tensão e gratificação é a boca, a língua e lábios inclui o morder e a


sucção. A fase oral tem início no momento em que o bebê até completar um ano
aproximadamente. A criança é estimulada pela boca (o seu meio de contato com o
mundo que a rodeia) e experiência dor, frustração e satisfação através de pulsões
orais. O seu principal objeto de desejo é o seio materno, que proporciona alimento e
satisfação. Morder, mastigar, sugar e comer são sinônimo de prazer independente da
fome. A fase oral é, também, marcada pela ligação entre a mãe e o bebé e se
caracteriza por ser o período em que a base da personalidade e o ego são formados.
Cores fortes chamam a atenção da criança e ela leva tudo o que pega à boca nessa
fase, que é também o período de reconhecimento externo.

No primeiro estágio do desenvolvimento da personalidade, a libido é centrada na boca

do bebê. Ele fica muito satisfeito ao colocar todo tipo de coisa em sua boca para

satisfazer a libido. Isso significa que nesta fase da vida, seus prazeres são orais ou

orientados para a boca, como sucção, mordida e amamentação.

Fase Anal

(1 a 3 anos)

Neste período a criança passa a adquirir o controle dos esfíncteres e a zona de maior
satisfação é a região do ânus. A criança descobre que pode controlar as fezes que
saem de seu interior, oferecendo-as à mãe ora como um presente, ora como algo
agressivo. É nesta etapa que a criança começa a ter noção de higiene. Ela começa a
ter noção de posse e quer pegar os objetos, tocá-los e ver que aquilo faz fora do limite
do seu corpo treinamento dos hábitos de higiene tem um efeito significativo na
formação da personalidade, onde pela primeira vez ocorrerá interferência na
satisfação de um impulso instintivo da fase anal, que é o prazer erótico da defecação.
Segundo Freud, nesta fase a libido se concentra no ânus, e a criança sente grande

prazer em defecar. (Pois é… concordo que é um pouco estranho pensar dessa forma,

mas é assim que a psicanálise entende o desenvolvimento psicossexual.)

A criança agora está plenamente consciente de que é uma pessoa por si só, e que

seus desejos podem colocá-la em conflito com as demandas do mundo exterior (ou

seja, seu ego se desenvolveu).

Freud acreditava que esse tipo de conflito tende a surgir no treinamento do uso do

vaso sanitário, no qual os adultos impõem restrições sobre quando e onde a criança

pode defecar.

A natureza desse primeiro conflito com a autoridade pode determinar o futuro

relacionamento da criança com todas as formas de autoridade.

O treinamento precoce ou rigoroso com o vaso sanitário pode levar a criança a se

tornar uma personalidade anal-retentiva.

Este tipo de personalidade é a que odeia a bagunça, é obsessivamente arrumada,

pontual e respeitosa da autoridade. Eles podem ser teimosos e rígidos no trato com o

dinheiro e suas posses.

Tudo isso está relacionado ao prazer de segurar as fezes quando crianças. A mãe

então insiste que a criança se livre dessas fezes de modo adequado, colocando-a no

vaso sanitário até que se aliviem!

Fase Fálica

(3 a 6 anos)

A sensibilidade agora na fase fálica se concentra nos órgãos genitais, e

a masturbação (em ambos os sexos) se torna uma nova fonte de prazer.


A criança toma consciência das diferenças anatômicas sexuais, que desencadeiam o

conflito entre atração erótica, ressentimento, rivalidade, ciúme e medo.

Freud chamou isso de complexo de Édipo nos meninos, e complexo de Electra nas

meninas.

Esse conflito é resolvido através do processo de identificação, no qual a criança

adota as características dos pais do mesmo sexo.

Explicando o Complexo de Édipo

O aspecto mais importante da fase fálica é o complexo de Édipo.

Já vou avisando que essa é uma das idéias mais controversas de Freud e que muitas

pessoas rejeitam completamente.

O nome do complexo de Édipo deriva do mito grego em que Édipo, um jovem, mata

seu pai e se casa com sua mãe. Ao descobrir isso, ele abre os olhos e fica cego. Este

Édipo é o termo genérico (isto é, geral) para os complexos Édipo e Electra.

No menino, o conflito de Édipo surge porque ele desenvolve desejos sexuais

(agradáveis) para com sua mãe. Ele quer “possuir” sua mãe exclusivamente. Para

isso, ele deseja (irracionalmente) se livrar do pai para que possa atender a esse

desejo.

O garoto então (inconscientemente) entende que, se o pai descobrisse tudo isso, o pai

levaria o que mais ama. Durante a fase fálica, o que o garoto mais ama é o pênis.

Portanto, o menino desenvolve ansiedade de castração.

O menino então decide resolver esse problema imitando, copiando e participando de

comportamentos masculinos do pai. Isso se chama identificação, e é assim que o

menino de três a cinco anos resolve seu complexo de Édipo.


Identificação significa adotar internamente os valores, atitudes e comportamentos de
outra pessoa.

A conseqüência disso é que o menino assume o papel de gênero masculino e adota

um ideal e valores do ego que se tornam o superego.

Freud ofereceu o estudo de caso Little Hans como evidência do complexo de Édipo.

Fase de latência

(6 anos à puberdade)

Latente significa “oculto”. Isso significa que nesta fase não há mais desenvolvimento

psicossexual.

A libido está adormecida.

Freud pensou que a maioria dos impulsos sexuais é reprimida durante o estágio

latente. Assim, a energia sexual é sublimada. Isso quer dizer que grande parte da

energia da criança é canalizada para o desenvolvimento de novas habilidades e a

aquisição de novos conhecimentos.

E nesta fase, as brincadeiras são feitas em sua maioria com outras crianças do

mesmo sexo.

Fase genital

(puberdade para adulto)

Estágio final do desenvolvimento sexual – começa


com a puberdade e a capacidade para a verdadeira intimidade. Neste período, que
tem início com a adolescência, há uma retomada dos impulsos sexuais, o adolescente
passa a buscar, em pessoas fora de seu grupo familiar, um objeto de amor. A
adolescência é um período de
mudanças no qual o jovem tem que elaborar a perda da identidade infantil e dos pais
da infância para que pouco a pouco possa assumir uma identidade adulta. Os conflitos
internos típicos das fases anteriores atingem aqui uma relativa estabilidade
conduzindo a pessoa a uma estrutura do ego que lhe permite enfrentar os desafios da
idade adulta. Neste momento, meninos e meninas estão ambos conscientes de suas
identidades sexuais distintas e começam a buscar formas de satisfazer suas
necessidades eróticas e interpessoais.

Este é a última fase da teoria do desenvolvimento psicossexual de Freud e começa

na puberdade.

É um momento de experimentação sexual adolescente, cuja resolução bem-sucedida

é estabelecer um relacionamento amoroso com outra pessoa nos nossos 20 anos.

O instinto sexual é direcionado ao prazer obtido através do outro, ao invés do prazer

próprio, como no estágio fálico.

Para Freud, a saída apropriada do instinto sexual em adultos era por meio de relações

amorosas. Fixação e conflito podem impedir isso, tendo como conseqüência as

perversões sexuais.

Por exemplo, a fixação no estágio oral pode resultar em uma pessoa obtendo prazer

sexual principalmente por beijos e sexo oral, em vez de relações sexuais.

Segundo Freud, nossa personalidade se desenvolve durante a infância e é moldada

pelas cinco fases, que ele chamou de teoria do desenvolvimento psicossexual.

Durante cada fase, uma criança é confrontada com um conflito entre impulsos

biológicos e expectativas sociais. Se ela passar de forma bem-sucedida por esses

conflitos internos, acabará tendo domínio de cada estágio de desenvolvimento e,

finalmente, obterá uma personalidade totalmente madura.

Na época, as idéias de Freud foram recebidas com críticas. E hoje não é diferente.

Isso em parte é por causa de seu foco na sexualidade como o principal motor do

desenvolvimento da personalidade humana. Carl Gustav Jung, por exemplo, utilizou o

conceito de libido de Freud para a sua teoria (a Psicologia Analítica), porém expandiu
esse conceito para além da sexualidade, atrelando-o à ideia de energia psíquica de

dimensões artísticas ou espirituais, por exemplo.

O importante é entendermos que cada teoria psicológica tem, a seu modo, uma forma

de olhar para os mesmos conflitos e comportamentos humanos, e que podemos – com

o devido cuidado epistemológico – ter uma visão cada vez mais rica do

desenvolvimento humano.

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