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L O C A L D A O B S E RVA Ç Ã O :
Escola Municipal de Criciúma
D U R A Ç Ã O D A O B S E RVA Ç Ã O :
Início às 14:30
Término às 16:30
Justificativa
A realização do estágio traz ao acadêmico a oportunidade
de estabelecer uma relação entre a teoria e as vivências práticas advindas do
contexto observado, bem como da entrevista.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
Construir um roteiro de observação específico para a faixa etária de desenvolvimento psicossexual da
criança observada;
CLIENTELA:
W - 8 anos
T - Sem idade.
PROCEDIMENTOS:
Inicialmente foi feito contato com a instituição e obtida a assinatura da carta de
aceite para a realização de observação da criança.
Em seguida, a partir da indicação da escola, entrou-se em contato com os pais para
fazer a proposta do estudo e verificar o interesse de participar da entrevista e de
consentir na observação de seu filho.
Após, foi marcada a entrevista, entregue o termo de TCLE para assinatura e então
iniciou-se o estudo.
A entrevista foi realizada em 1 hora.
D E S E N V O LV I M E N T O I N FA N T I L
O desenvolvimento infantil enquanto área de estudo vê se
modificando e sendo repensado cotidianamente, esta área
complexa e bastante importante, vem sofrendo transformações
constante a nível teórico e também em relação às suas práticas
de atuação. Nesse sentido, busca-se neste trabalho ampliar os
conhecimentos em relação ao desenvolvimento humano, sendo
então pensado indicadores em todos os âmbitos: aspectos físico,
cognitivo, psicossocial, histórico, cultural, porém, tendo como
enfoque principal a teoria desenvolvida por Freud acerca do
desenvolvimento psicossexual, como norte para a
investigação aqui apresentada
SEXUALIDADE
Há na formação da sexualidade, a formação de um sujeito, que
compõe de constructos físicos e psíquicos, constituindo um laço
social, que será de grande relevância durante toda vida do
sujeito (CASTIEL, 2015).
AUTOGRATIFICAÇÃO
Idade:
• Por volta de 1 ano de idade.
- Introdução de outras alimentações.
• Na mesma faixa etária.
Aderiu à chupeta? Outros objetos para sucção (como o dedo, por
exemplo)?
• Sim, chupeta. Até que idade... • Não recorda ao certo a idade.
DESCRIÇÃO DO PROCESSO DE
LOCOMOÇÃO
O bebê engatinhou? Com quantos meses? Como foi?
• Engatinhou, depois caminhou em seguida. Usou andador?
• Sim. Com que idade começou a caminhar?
• +/- 1 ano e meio.
DESCRIÇÃO DO PROCESSO DE
DENTIÇÃO E SONO
O bebê engatinhou? Com quantos meses? Como foi?
• Engatinhou, depois caminhou em seguida. Usou andador?
• Sim. Com que idade começou a caminhar?
• +/- 1 ano e meio.
Descrição do Processo de Dentição e Sono
Como foi o processo de dentição? O bebê chorava muito? De que forma manejaram
essa situação?
• Processo estressante, bebê chorava constantemente, faziam uso de medicamento
(pomada) para alívio das dores. Dormia bem ou teve insônia? Se havia insônia, como
procediam?
• Sofria de insônias noturnas, mãe medicava com paracetamol para auxiliar no sono
do bebê.
Dormia sozinho ou acompanhado?
• Na maioria das noites dormia em seu berço ao lado da cama dos pais e em algumas
noites quando estava muito agitado era colocado junto aos pais.
Uso de objetos para adormecer? (paninho, pelúcia, etc)
• Faz uso de um macaquinho de pelúcia até hoje, tem muito apego.
Descrição do Controle dos Esfíncteres
Realizou as manipulações nos órgãos sexuais abertamente? Com que idade? Como foi
a reação dos cuidadores?
• Sim, a partir dos 5 anos, não houve repreensão e sim questionamento a respeito do
comportamento da criança que respondeu ser apenas uma coceira.
Quando começou a perguntar sobre sexualidade?
• A partir dos 6 anos Perguntas como por exemplo.
Como as dúvidas eram respondidas?
• “De onde vêm os bebês?” e a mãe respondia que era tirado da barriga dela, quando
questionada sobre como foram parar lá ela desconversava.
Brincadeiras e Jogos
Como brincava?
• Gostava muito de brincar, sempre demonstrou interesse pelas brincadeiras Quais os
jogos e brincadeiras preferidos?
• Heróis e jogar bola
Os pais e irmãos participam com ele nas brincadeiras?
• Sim, existia muita interação por parte dos irmãos
O levavam para brincar na praça, na casa de amiguinhos?
• Não tinham contato com mundo externo além da escola, e não tinham contato com
vizinhos.
Ia para a pré escola? Com que idade? Que motivos os levou a essa decisão?
• Sim, foi pra creche ainda bebê pois a mãe não tinha com quem deixar e precisava
trabalhar Como transcorriam os momentos de lazer com a família? • Gostavam de sair
para pescar em família
Período de Vida
Como a criança se sentiu no primeiro dia em que foi para a escola?
• Chorou no início mas depois se adaptou bem
Que idade ela tinha?
• Por volta de 1 ano
Como foi o processo de leitura e escrita?
• Teve facilidade na alfabetização
Teve alguma dificuldade de aprendizagem?
• Pega conteúdos com facilidade, inclusive melhor que seu irmão que está um ano a
frente
Fazia os deveres com prazer, rejeitava, ou preocupava-se exageradamente em cumpri-
los?
• Necessita de cobrança para fazer as tarefas e mesmo assim não demonstra prazer em
fazê-los, mas faz por obrigação Qual a atitude dos pais frente ao atraso ou precocidade
da aprendizagem?
• Não demonstrou.
O dia de vida
Faz basicamente tudo sozinho.
• Desperta sozinho, a partir das 9:30 Desde quando se veste
sozinho?
• Desde os 5 anos
Prepara seu próprio prato/lanche?
• Já se alimenta sozinho
Costuma comer no horário ou come o que quer na hora que
quer?
• Come na hora que quer
Que horas e como costuma dormir?
• Por volta das 22:30 após desligar a TV e guardar o celular.
O dia de vida
É disciplinado com deveres e horários?
• Não muito, tem que ser cobrado
Como reage frente a proibições?
• Demonstra descontentamento e até profere palavrões a mãe.
Segue normas e regras?
• Não completamente, tem que ser bastante cobrado.
Quais suas fontes de alegria e prazer em seu dia a dia?
• Jogar bola no Parque e jogos através do celular
Como é sua rotina aos domingos?
• Ir ao parque E em festas e aniversários?
• Não frequenta. *mãe comenta que nunca pode fazer festa de aniversário para nenhum dos filhos
Como são as relações afetivas na família?
• Não possuem afeto constante.
Costuma-se demonstrar afeto e carinho?
• Ocasionalmente abraça e beija a mãe dizendo que a ama
Como os pais o consideram (afetivo,isolado,indiferente,...)?
Quais suas características?
• Mãe o descreve como sendo grosso, não a tratando com carinho,
respondendo muitas vezes.
Os pais são casados ou separados? Há quanto tempo?
• Pai biológico esteve presente apenas na 1ª infância, após esse
período houve um novo casamento onde o marido registrou os 2
filhos e cuida até hoje das crianças, ajuda financeiramente, visita
aos finais de semana mas não está mais casado com a mãe das
crianças também, apenas possui o laço afetivo com os meninos.
• No início demonstrou revolta, não aceitou o término da relação e
relações
até hoje questiona quando o pai retornará para casa
familiares
Qual a idade do irmão mais novo? Quantos anos ele tinha quando o irmão nasceu?
Como foi sua reação?
• 8 meses(gêmeos, um deles com fenda leporina bilateral entre outros problemas)
Demonstrou ciúmes e medo de perder a mãe Como é o relacionamento entre os irmãos e os pais?
• Se dá bem com os irmãos de maneira geral, agora cuida dos gêmeos muito bem e é muito
apegado, tem afeto pelas irmãs mais velhas e tem bastante conflito com o irmão do meio.
Qual a ocupação dos pais? Quantas horas ficam fora de casa?
• Mãe: dona de casa. Tempo integral.
Atual marido: Pedreiro. Das 07 às 19h.
Existe diálogo na família?
• Não, muita briga e conflito (Ela já mandou que esse atual marido saísse da casa dela porém
ele não acatou sua ordem e continua em casa mas ainda contribuindo com a família)
Quais as condições de vida?
• Atual marido toma conta das finanças da casa e a mãe faz alguns bicos quando pode. (Sua
principal fonte de renda é a prostituição)
Como é a vida social da família?
• Não possuem momentos de lazer por conta do financeiro.
relações
familiares
· A observação foi realizada no dia 20 de novembro,
tendo como período total 2h, porém,
estrategicamente sendo escolhido três diferentes
momentos da rotina do
observado, sendo eles: rotina em sala de aula, rotina na
hora do recreio e
rotina na educação física.
agressividade nas
brincadeiras;
-isolamento das
outras crianças;
-dedos na boca;
- participou das
atividades propostas de jogos e brincadeiras; Descrição da
- não interagiu
com estagiárias e demais colegas. Observação
Análise e Discussões
• Segundo a observação realizada, bem como, a literatura sobre o tema, alguns pontos chamam
atenção, o primeiro deles é a falta de entrosamento de W. com o restante da turma, parecendo
estar disperso e desconexo, apesar de haver companhia, nas brincadeiras parece expressar-se
somente a partir de comportamentos agressivos.
• Uma outra questão é a inquietude, que por via de regra acaba atrapalhando seu rendimento,
visto que o mesmo não permanece quase nenhum tempo sentado, tem dificuldade em
acompanhar as atividades no tempo estipulado e é chamado atenção diversas vezes.
• Especificamente de parte da observação o observado apresenta uma necessidade de estar com
algo na boca e fazendo o movimento de sucção, o que pode sugerir, acerca da temática do
desenvolvimento psicossexual, esta dificuldade em abrir mão do prazer oral.
Análise e Discussões
• Além disso, o fato de estar em uma espécie de “mundo paralelo”, sugere o que conhece-se na
psicanálise por autoerotismo, assim, nessa fase de desenvolvimento já deveria ser mais
sociável e voltado para os entes externos.
• Segundo Vilhena, 2002, p. 102, “[...] um ato agressivo, que pode ter muitas faces e disfarces,
seria simultaneamente uma resistência do Eu tentando marcar seus contornos identitários
justamente quando o objeto (o outro) ameaça o seu lugar, mas também um pedido de
reconhecimento e endereçamento de uma mensagem a esse outro.”
• Na entrevista com a mãe, ficou evidente que há uma dificuldade em relação a afeto,
momentos de lazer e até mesmo intimidade com o filho, a mesma sugere que além de ele não
respeitar as regras e normas, ele profere palavrões, isso condiz muito com a via de expressão
da agressividade como forma de se colocar no mundo, algo relacionado a dificuldade em
equilibrar a pulsão de morte e relacionada ao sadismo e ódio.
Considerações Finais
• No contexto escolar, cada vez mais vê-se a necessidade de ampliar a participação de
psicólogos no cotidiano dos alunos, isso porque é entendido que muitas vezes há um
sofrimento infantil e uma falta de assistência em casa, que acaba sobrecarregando a escola e a
mesma se vê de mãos atadas frentes às queixas cada vez mais recorrentes de dificuldades de
aprendizagem, transtornos mentais e dificuldades comportamentais e adaptativas.
• Portanto, o presente trabalho, mesmo que realizado em um período curto de tempo, propiciou
aos acadêmicos que estão no início de sua formação, a observação sistemática, a fim de
repensar alguns conteúdos vistos em sala de aula, seja problematizando a realidade observada,
como promovendo um maior esclarecimento em relação ao desenvolvimento psicossexual
junto aos professores e à mãe da criança observada, conseguindo assim, atingir os objetivos
que concernem a realização do estágio.
Referências
• CASTIEL, Sissi Vigil. De qual sexualidade estamos falando?. In: MACEDO, Mônica Medeiros Kother. (org). Neurose:
leituras psicanalíticas. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2015. FREUD, Sigmund. Um caso de histeria, Três ensaios sobre
sexualidade e outros Trabalhos. 1901-1905. Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund
Freud Volume VII. Imago Editora. 2006. Rio de Janeiro.
• FREUD, Conferências Introdutórias sobre Psicanálise (Parte III) 1915-1916. Edição Standard Brasileira das Obras
Psicológicas Completas de Sigmund Freud Volume XVI. Imago Editora. 2006. Rio de Janeiro
• FARIAS, Thaiz Maira da Silva. NANTE, Elaine da Silva. Sirlei Maria de AGUIAR. Fases psicossexuais freudianas.
Simpósio Internacional de Educação Sexual. Anais do evento. Curitiba-PR, 2015. Disponível em:
http://eventos.idvn.com.br/sies2017/trabalhos/698/fases-psicossexuais-freudianas. Acesso em: out. 2019.
• VILHENA, Junia de; MAIA, Maria Vitória Campos Mamede. Agressividade e violência: reflexões acerca do
comportamento anti-social e sua inscrição na cultura contemporânea. Revista Mal-estar e Subjetividade, Fortaleza, v. 2,
n. 2, 2002. Disponível em: https://periodicos.unifor.br/rmes/article/view/1151. Acesso em: nov. 2019.