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A personalidade é um conceito que se refere a uma visão única e

individual do ser humano, ou seja, é sobre a visão que temos de


cada pessoa, fato que faz com que cada uma seja diferente das
outras. Especificamente, a personalidade é formada graças a um
conjunto de traços e características que determinam o
comportamento, a conduta e a forma de agir das pessoas em
diferentes situações e contextos.

Etapas do desenvolvimento da
personalidade
As duas teorias da personalidade mais conhecidas que
enfatizam nas diferentes etapas que moldam seu
desenvolvimento são, por um lado, a teoria de Sigmund
Freud e, por outro lado, a teoria de Erik Erikson. Elas são
explicadas a seguir.
Etapas do desenvolvimento da
personalidade segundo Freud
De acordo com a teoria da personalidade de Freud, o
desenvolvimento da personalidade é dividida em cinco
etapas ou fases que são identificadas com as zonas
erógenas, os órgãos nos quais o prazer sexual, a energia e
a libido das pessoas são focalizados.
Além disso, cabe destacar que, devido à experiência de
algum trauma, uma fixação ou uma regressão pode
ocorrer no processo de desenvolvimento, portanto, se
ocorrer uma alteração em uma das etapas específicas, a
personalidade da pessoa será determinada por isso. As
etapas de Freud são:
Etapa oral (0-1 ano)
É a primeira etapa do desenvolvimento que começa no
nascimento e dura até o primeiro ano de vida das pessoas.
Nesta etapa ou fase, o prazer é encontrado na boca e é
obtido com atividades de sucção, de chupar, de comer ou
de morder. Normalmente é relacionada com o ato de
mamar, morder objetos, entre outros. A correta evolução
dessa etapa depende das experiências agradáveis e
seguras que as crianças experimentam durante esse
período. Assim, segundo Freud, um grande exemplo de
trauma vivenciado nessa situação que pode provocar uma
fixação nessa etapa é o fato de interromper a
amamentação antes do previsto ou amamentar por mais
tempo que o necessário. Os resultados de uma fixação
nessa etapa podem ser vícios em tabaco, roer as unhas,
entre outros.
Etapa anal (1-3 anos)
Essa etapa começa ao um ano e termina aos 3 anos. É
caracterizada por ser a etapa na qual a fonte de prazer é
encontrada no ânus, portanto, está relacionada com
atividades agradáveis do controle dos esfíncteres (incluindo
também a bexiga), como reter e/ou expulsar fezes.
Segundo Freud, nessa etapa podem surgir dois
inconvenientes se a evolução adequada não for seguida:
por um lado, as crianças podem apresentar uma grande
retenção de fezes, levando a constipação e,
consequentemente, desenvolver um caráter teimoso. Por
outro lado, as crianças podem se rebelar e expulsar as
fezes em momentos inoportunos e, consequentemente,
desenvolver um caráter mais destrutivo.
Etapa fálica (3-6 anos)
A terceira etapa do desenvolvimento, de acordo com Freud,
começa aos 3 anos e termina aos 6 anos, e a fonte de
prazer é focada nos órgãos genitais (no caso da mulher,
no clitóris, comparada à etapa clitoridiana). Essa etapa está
relacionada com o prazer que as crianças sentem com o
exibicionismo dos seus genitais e o interesse pelos genitais
do sexo oposto e o próprio. No início dessa etapa, as
pessoas mostram um grande interesse autoerótico, mas
com o passar do tempo, o foco de interesse muda para os
pais, levando em consideração o complexo de Édipo.
Assim, o complexo de Édipo é caracterizado pela busca de
satisfação no progenitor do sexo oposto, embora também
apareça um interesse para o progenitor do mesmo sexo,
em relação à superar sua rivalidade. É comum que as
crianças, nessa etapa, busquem contato corporal, carícias,
se masturbem ou criem fantasias em relação ao que as
pessoas mais velhas fazem. No entanto, chega um
momento em que o complexo de Édipo entra em um estado
de liquidação, onde pequenas diferenças são encontradas
entre meninos e meninas.
Por um lado, no caso dos meninos, a hostilidade que
mostram em relação ao pai, concebido como um rival, e o
interesse sexual pela mãe fazem com que o menino espere
ser castigado com a castração. Além disso, as fantasias de
castigo não satisfeitas podem provocar sintomas
neuróticos na personalidade do menino. E é nessa fase do
complexo de Édipo em que o menino se identifica com o
pai e quer adotar sua imagem, a agressividade rival
desaparece e perde o interesse pelo falo.
Por outro lado, no caso das meninas, inicialmente, do
mesmo modo que os meninos, mostram amor pela mãe
(progenitor do mesmo sexo). Mas diferente dos meninos,
chega um momento em que as meninas descobrem a falta
do pênis, como resultado do clitóris menor em sua
comparação e, portanto, imaginam que foram mutiladas.
Assim, atribuem à mãe a culpada de sua mutilação e,
diante de sua situação de ambivalência sexual, decidem
escolher o pai (progenitor do sexo oposto) como objeto de
amor, devido à inveja ou desejo de seu pênis.
Etapa de latência (5-12 anos)
Essa etapa começa aos cinco anos e termina aos doze, a
idade aproximada em que a puberdade começa. Nessa
etapa, os impulsos sexuais permanecem adormecidos, ou
seja, há uma supressão temporal do instinto sexual nas
crianças durante esse período. Nesse sentido, essa etapa
é caracterizada por não ter uma área específica onde o
prazer está focalizado.
Etapa genital (puberdade e maturidade)
Essa é a última etapa do desenvolvimento, segundo Freud,
e é acompanhada por mudanças físicas, psíquicas e
emocionais próprias da idade. A zona erógena na qual o
prazer é focado é novamente os genitais, embora, neste
caso, as pessoas já tenham a capacidade de expressar a
sexualidade em função do consenso e do vínculo com as
outras pessoas. Em outras palavras, poderíamos dizer que
se trata da sexualidade adulta e madura. Essa etapa é
caracterizada pelo surgimento, novamente, dos interesses
sexuais e de satisfação, atividades sexuais começam e a
organização e a maturidade sexual são produzidos. Além
disso, a identidade sexual das pessoas é reafirmada.
Finalmente, cabe destacar que nessa etapa são
desencadeados aspectos como a amabilidade,
afetuosidade, receptividade, segurança, aptidão,
capacidade de compreensão e apreciação do bem-estar
dos outros, a inclinação para colaborar com outras
pessoas, etc.
Etapas do desenvolvimento da
personalidade segundo Erikson
De acordo com a teoria da personalidade de Erik Erikson, o
desenvolvimento da personalidade é dividido em oito
etapas diferentes, que vão desde o nascimento das
pessoas até sua morte. Essas etapas consistem na busca
e adaptação das pessoas no ambiente e, em cada uma
dessas etapas existem conceitos opostos que entram em
conflito. Além disso, o objetivo das pessoas é conseguir um
equilíbrio entre ambos conceitos opostos e obter uma
conquista ao finalizar cada etapa. As etapas de Erikson
são:
Confiança vs desconfiança (0-18 meses)
O primeiro conflito que as pessoas encontram ao nascer é
aquele entre a confiança e a desconfiança, e dura até,
aproximadamente, os 18 meses. Nessa idade, as crianças
recebem os cuidados de seus progenitores em relação às
necessidades dos filhos, como a comida, a proteção, a
atenção, entre outros, portanto, as crianças esperam
formar um vínculo com seus pais de acordo com a
satisfação de suas necessidades.
Assim, nessa etapa, as crianças devem lutar contra o
conflito entre a confiança e a desconfiança de gerar um
vínculo de confiança com seus pais. Pois, a sensação de
confiança, a vulnerabilidade, a frustração, a satisfação, a
segurança, etc., determinarão a maneira de estabelecer
relações e a qualidade dessas relações com outras
pessoas ao longo de sua vida, ao mesmo tempo que a
criança também deve aprender a confiar em si mesma. Ou
seja, os relacionamentos futuros da criança com o exterior
dependerão do vínculo que foi criado com seus pais nessa
etapa.
O objetivo a ser alcançado nessa etapa é chegar ao ponto
de equilíbrio entre a confiança e a desconfiança, fato
que permite à criança um adequado ajuste entre sua
autonomia e sua vida social. Além disso, outra conquista
que deve ser obtida ao finalizar a etapa é a esperança, ou
seja, a criança deve compreender que os progenitores nem
sempre estarão ao seu lado, nem sempre poderão
satisfazer todas suas necessidades, de modo que a criança
deve ser capaz de ter a esperança de sobreviver quando
ninguém puder satisfazer suas necessidades.
Autonomia vs vergonha (18 meses-3 anos)
Nessa etapa, as crianças começam a desenvolver suas
capacidades de movimento e excreção, fato que requer um
aprendizado e um controle por parte dos progenitores.
Nesse sentido, a autonomia se reflete nas crianças, pois o
desenvolvimento dessas novas capacidades lhes causa
um sentimento de liberdade, porque sentem que já não
dependem de seus cuidadores para poder se movimentar
e, com o passar do tempo, as crianças se tornam mais
independentes, graças às suas capacidades
desenvolvidas. No entanto, a vergonha se reflete nas
crianças devido a sua maneira inexperiente de se mover ou
de controlar seus esfíncteres e também se deve, de certa
forma, à liberdade que os pais proporcionam à seus filhos,
que envolve duvidar de suas capacidades, ou seja, do
que os pais consideram que os filhos podem fazer ou não.
A conquista a ser obtida ao finalizar essa etapa é a
determinação ou a vontade de fazer ou não fazer as coisas
que as crianças querem, levando em consideração a
confiança que tenham em si mesmas. Assim, com o passar
do tempo, as crianças realizarão testes de suas ações para
poder conhecer os efeitos e as consequências que cada
uma de suas ações acarreta, deste modo, desenvolverão
sua autonomia ao mesmo tempo que necessitarão de
limites marcados do que podem e do que não podem fazer.
Neste sentido, chegarão a um equilíbrio entre a autonomia
e a vergonha, o que levará a um autocontrole e
autogestão de seus próprios comportamentos.
Iniciativa vs culpa (3-5 anos)
Nessa etapa, as crianças desenvolverão suas capacidades
de maneira mais autônoma do que anteriormente. Portanto,
graças ao descobrimento de suas capacidades, as crianças
percebem todas as possibilidades que estão ao seu
alcance em comparação com a etapa anterior, fato que
promove a iniciativa das crianças, pois testam suas
capacidades e habilidades realizando novas atividades.
No entanto, se os pais reagirem negativamente diante da
iniciativa de seus filhos, como por exemplo repreendê-los,
provavelmente gerará um sentimento de culpa nas
crianças.
Em relação à conquista a ser obtida ao finalizar essa etapa,
devemos levar em consideração que é necessário um
equilíbrio que permita que as crianças sejam capazes de
reconhecer a responsabilidade de seus atos e que, ao
mesmo tempo, possam se sentirem livres sob essa
responsabilidade. Assim, as crianças devem conhecer
quais são as consequências de seus comportamentos para
poder saber o que devem e o que não devem fazer,
levando à conquista chamada “propósito”. O propósito é o
que permitirá que as crianças aprendam as limitações que
suas ações têm em relação a tudo aquilo ao seu redor.
Laboriosidade vs inferioridade (5-13 anos)
Durante essa etapa, as crianças continuam amadurecendo
e aprendendo sobre suas ações, por qual coisa precisam
agir e experimentar. Quando não conseguem o que
querem, realizando essas ações, pode gerar um
sentimento de inferioridade e frustração. Pois o objetivo
dessa etapa é que as pessoas possam alcançar
um sentimento de competência que lhes permita se
sentirem capazes de agir de maneira equilibrada e
realizarem o que se propõem, sem estabelecer objetivos
inatingíveis que estão fora do lugar, sem desistir ou atribuir
o fracasso à inferioridade.
Pesquisa da identidade vs difusão da
identidade (13-21 anos)
O conflito que as pessoas encontram nessa etapa do
desenvolvimento da personalidade é encontrar sua
identidade, ou seja, quando uma pessoa está nessa etapa,
ela luta para descobrir quem é, encontrar a si mesma e
saber o que quer. Por esse motivo, durante essa etapa, as
pessoas geralmente experimentam e exploram novas
opções que estão longe do que já conheciam
anteriormente. Nesse conflito, é comum viver inseguranças,
ter dúvidas sobre os papéis sociais, duvidar da preferência
sexual, questionar aspectos da independência e da adesão
à grupos, experimentar dúvidas ideológicas e de valores,
etc. Pois uma alteração nessa etapa pode fazer com que a
identidade das pessoas não seja desenvolvida sob sua
liberdade e leve à problemas de personalidade em um
futuro próximo.
Intimidade vs isolamento (21-40 anos)
Nessa etapa do desenvolvimento da personalidade, as
pessoas geralmente buscam relacionamentos pessoais e
estabelecer vínculos emocionais para que possam
compartilhar suas experiências, afetos, emoções e
intimidade. É nessa etapa que as pessoas se relacionam
com outras de uma maneira diferente, procuram
relacionamentos mais íntimos das que esperam um
compromisso e reciprocidade. Além disso, esperam que
esses relacionamentos lhes permitam compartilhar suas
experiências, afetos, emoções e que lhes permitam se
sentirem seguros e confiantes. Portanto, se esse tipo de
intimidade for evitado, as pessoas podem se encontrar em
uma situação de isolamento. Assim, o objetivo dessa etapa
é conseguir receber o amor de outras pessoas, levando
em consideração o equilíbrio entre a intimidade e o
isolamento, respeitando os limites que cada um estabelece
em relação à sua intimidade e a facilidade com que a
compartilha.
Generatividade vs estagnação (40-60 anos)
Durante esse período, as pessoas geralmente se veem em
conflito com o fato de se sentir produtivo em seu dia a dia e
se sentir estagnada e inútil. As pessoas desejam se
sentirem produtivas e que seus esforços tenham sentido,
geralmente em relação a terem a responsabilidade e o
cuidado de algo ou alguém. Por outro lado, as pessoas
podem se sentirem estagnadas pelo fato de não se
sentirem produtivas, por exemplo, por não conseguirem um
cônjuge romântico, por não terem um emprego, entre
outros. Por esse motivo, o objetivo dessa etapa é se
preparar para a vida e envolver-se no cuidado pessoal,
de modo que é preciso buscar um equilíbrio entre a
produtividade e a estagnação.
Integridade vs desespero (60-morte)
Na última etapa do desenvolvimento da personalidade, as
pessoas, segundo Erikson, chegam ao ponto em que sua
produtividade começa a diminuir ou deixa de existir,
portanto, devem olhar para trás e prestar atenção às
realizações das etapas anteriores. As pessoas procuram
não se estagnar socialmente e transmitir seus
conhecimentos às próximas gerações, de modo que é
nesse momento que as pessoas estão carregadas de
sabedoria. Tudo isso leva as pessoas a cuidar da sua
saúde física e mental. Assim, as pessoas que estão nessa
etapa buscam avaliar o sentido de sua existência e
aceitá-la como foi vivida, sempre levando em consideração
o equilíbrio entre a integridade das pessoas e seu
desespero.
Fatores que influenciam no
desenvolvimento da personalidade
O desenvolvimento da personalidade pode ser influenciado
por vários fatores ou aspectos, tanto ambientais como da
própria pessoa. Os fatores que influenciam no
desenvolvimento da personalidade são:
Por um lado, as situações ambientais externas podem
levar as pessoas a adaptarem seus comportamentos e
pensamentos a tais situações. Assim, em relação aos
fatores ambientais que influenciam no desenvolvimento da
personalidade, podemos contemplar a cultura, as
experiências, entre outros.
Por outro lado, os aspectos internos da pessoa podem
ser combinados para influenciar no comportamento dos
indivíduos. Referindo-nos a esses fatores internos das
pessoas, devemos levar em consideração os fatores
biológicos e hereditários, as necessidades (por exemplo, de
realização, de afiliação…), os pensamentos, o
temperamento, caráter, etc.
O desenvolvimento da personalidade
infantil
Na infância, o desenvolvimento da personalidade está
intimamente ligado à relação do temperamento com a
realidade que cerca as crianças, ou seja, em função de
como o temperamento das crianças interage com seu
entorno, a personalidade será influenciada de um modo ou
outro. Essa estreita relação se deve aos padrões de
comportamento que as crianças adquirem em
correspondência com as situações em que geralmente se
encontram.
Deixando de lado as etapas de Freud e Erikson
comentadas anteriormente, que se encaixam com as
idades compreendidas na infância, as crianças
desenvolvem gradualmente diferentes capacidades e
habilidades, tanto cognitivas como físicas, que lhes
permitem entrar em contato e interagir com a realidade e o
ambiente que os rodeia. É nesta etapa quando as crianças
começam a desenvolver os vínculos afetivos e o apego
com seus progenitores e pessoas próximas.
Além disso, o desenvolvimento da personalidade infantil é
influenciado pelos valores, crenças e normas que as
crianças começam a adquirir e que são instigados
externamente pelas autoridades, pais, professores, irmãos
mais velhos, entre outros.

O desenvolvimento da personalidade na
adolescência
As mudanças físicas que ocorrem na puberdade
influenciam muito o desenvolvimento da personalidade na
adolescência, principalmente em termos da autoestima, da
segurança, da confiança, da socialização e da sexualidade.
Trata-se de uma etapa na qual os rapazes e
moças tendem a experimentar muito, porque querem
descobrir quem são, o que querem, quais são suas
preferências sexuais, o que esperam deles mesmos, entre
outros. Tudo isso implica que em muitas ocasiões, os
rapazes e moças se sentem inseguros e desconfiados
porque não se encontram, fato que pode levar à uma baixa
autoestima. Além disso, estão em uma idade na qual o
aspecto físico assume grande importância, portanto, se
eles não gostam ou aceitam a eles mesmos, também
influenciará em uma baixa autoestima, um medo da
socialização, uma insegurança, etc.
Assim, por se tratar de uma etapa na qual a experiência
predomina, o desenvolvimento da personalidade pode ser
bastante influenciado, pois como comentamos
anteriormente, a experiência é um dos fatores ambientais
que podem atrapalhar o desenvolvimento da
personalidade.
Este artigo é meramente informativo, em Psicologia-Online
não temos a capacidade de fazer um diagnóstico ou indicar
um tratamento. Recomendamos que você consulte um
psicólogo para que ele te aconselhe sobre o seu caso em
particular.
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da personalidade: etapas e fatores de influência,
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de Personalidade.

Os pilares de autoestima e autoconfiança


Os pilares de autoestima
Para Branden (2002), a autoestima quando plenamente internalizada é vivência de que
somos adequados para a vida e suas exigências, assim autoestima é:
Confiança em nossa capacidade de pensar; confiança em nossa habilidade de dar conta
dos desafios básicos da vida; e 2. Confiança em nosso direito de vencer e sermos
felizes; a sensação de que temos valor e de que merecemos e podemos afirmar nossas
necessidades e aquilo que queremos alcançar nossas metas e colher os frutos de nossos
esforços. (BRANDEN, 2002, p.22).
Barreto (2010) refere que a autoestima se constrói nas relações familiares e se consolida
através do estabelecimento ou ampliação de relações sociais saudáveis. Uma educação
baseada no amor, no respeito, na valorização, na competência e bondade do indivíduo
são adubos essenciais para o seu desenvolvimento.
Branden (2002) descreve que autoestima correlaciona-se com racionalidade, realismo,
intuição, criatividade, independência, flexibilidade, habilidade para lidar com
mudanças, disponibilidade para admitir e corrigir erros, benevolência e cooperação.
Branden (2002) cita 06 atitudes fundamentais as quais denominou “os seis pilares da
autoestima” que devemos desenvolver.
1º pilar: “A atitude de viver conscientemente” Branden (2002) discute que é muito
importante ter consciência do que está por trás dos nossos atos. Quanto mais elevada for
a forma de consciência, que é um recurso de sobrevivência, mais avançada será a
relação com a vida. Isso nos leva à maturidade, sair do estado de nevoeiro mental. Viver
conscientemente significa querer estar ciente de tudo o que diz respeito a nossas ações,
nossos propósitos, valores e objetivos, ao máximo de nossa capacidade, qualquer que
seja ela e comportarmo-nos de acordo com aquilo que vemos e conhecemos.
2º pilar: “A atitude da autoaceitação” Sem autoaceitação, a autoestima é impossível.
Enquanto a autoestima é algo que experimentamos, a autoaceitação é algo que fazemos:
valorizo “a mim mesmo”, tratando-me com respeito e lutando por meu direito de ser e a
disposição de dizer sobre qualquer emoção ou comportamento. Barreto (2010) comenta
que autoaceitação envolve se perceber com valor próprio, poder dizer que “tenho valor”,
“que sou capaz” e poder me afirmar e de dizer não, é estar a meu favor, ser coerente
com o que sinto. Quando calamos, com certeza o corpo vai falar através de vários
sintomas: gastrites, úlceras, etc.
3º pilar- “A atitude da autorresponsabilidade” Branden (2002) refere que a atitude de
autorresponsabilidade envolve: ser responsável pela realização de meus desejos, por
minhas escolhas e meus atos, pelo nível de consciência com que trabalho e vivo meus
relacionamentos, por meu comportamento com os outros, pela qualidade das minhas
comunicações, por aceitar e escolher os valores que vivo pela minha própria felicidade e
pela minha própria autoestima.
4º pilar: “A atitude da autoafirmação” Segundo Branden (2002), esse pilar é a
disposição para honrar minhas vontades, meus desejos, necessidades e valores e tratar a
mim com respeito. Sem a autoafirmação agimos como meros expectadores e não
participantes. É necessário sermos atores de nossas próprias vidas. A autoafirmação é
aceitar ser o que se é com suas qualidades e defeitos, sem precisar esconder ou falsificar
a si mesmo para poder ser aceito pelos outros. Precisamos agir sem agressividade,
prestando atenção ao contexto, nutrindo em nós a confiança e a segurança naquilo que
se é, sem medo de represálias.
5º- Pilar: “A atitude da Intencionalidade” É necessário estarmos atentos, estabelecendo
metas e objetivos produtivos. É viver de forma intencional, assumindo as escolhas com
responsabilidade e de forma consciente. Para viver de forma intencional e produtiva,
segundo Branden (2002) é necessário desenvolver dentro de nós a capacidade da
autodisciplina, que é uma virtude de sobrevivência. Essa atitude envolve os seguintes
aspectos: preocupar-se em identificar os atos necessários para alcançar os objetivos
estabelecidos, monitorar o comportamento para que ele esteja em sintonia com esses
objetivos, prestar atenção aos resultados dos próprios atos, para saber se eles levam ao
que se quer chegar e estar conectado com o nosso presente, pois assim estaremos
olhando para o futuro.
6º- Pilar- “A atitude da integridade pessoal” Integridade é a integração dos ideais, das
convicções, dos critérios, das crenças e dos comportamentos. Integridade é a
congruência dos nossos atos, dos nossos valores, compromissos e prioridades. É ter
autoconsciência e autorresponsabilidade. É ser integro consigo mesmo, admitir nossas
falhas sem culpar os outros, entender o porquê daquilo que fazemos, reconhecer nossos
erros e pedir perdão, reparar os danos causados e se comprometer intencionalmente a
agir de forma diferente. É agirmos com os demais de forma como gostaríamos que
agissem conosco, de forma gentil, delicada e justa.
Bibliografia
 Cloninger, S.C. (2002). Teorías de la personalidad. 3ª
Edición. Pearson: Prentice Hall.
 Murguía, D.L., y Reyes, J.M. (2003). El psicoanálisis.
Freud y sus continuadores. Revista de Psiquiatría del
Uruguay, 67(2), 127-139.
 Seelbach, G.A. (2013). Teorías de la personalidad.
México: red tercer milenio S.C.
 Tous, J.M. (2008). Personalidad, desarrollo y conducta
anormal. Papeles del Psicólogo, 29(3), 316-322.
BRANDEN, N. Autoestima e os seus seis pilares. Tradução de Vera Caputo. 7. ed. São Paulo:
Saraiva, 2002.

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