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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA

Licenciatura em Ensino de Geografia

TEMA

Geografia e Globalização: Estudo da importância do uso do ensino no contexto

globalizada de Geografia na 12ª classe. Estudo de caso, a Escola Secundária de

Tete.

A Candidata: Anabela Armindo Alberto código do estudante: 708172377

O Supervisor: Dr. Eliseu Cosme Tito Enjaico

Tete, Agosto de 2020


UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA

Licenciatura em Ensino de Geografia

TEMA

Geografia e Globalização: Estudo da importância do uso do ensino no contexto

globalizada de Geografia na 12ª classe. Estudo de caso, a Escola Secundária de

Tete

Projecto apresentado ao Centro de Ensino à Distância


da Universidade Católica de Moçambique como
requisito para a obtenção do grau académico de
Licenciatura em Ensino de Geografia.

A Candidata: Anabela Armindo Alberto

O Supervisor: Dr. Eliseu Cosme Tito Enjaico

Tete, Agosto de 2020


ÍNDICE
CAPITULO 1: Introdução................................................................................................................4
1.1. Problematização (Pergunta de partida)......................................................................................5
1.2. Contextualização/Delimitação da pesquisa...............................................................................6
1.3. Objectivos..................................................................................................................................7
1.3.1. Objectivo geral.......................................................................................................................7
1.3.2. Objectivos específicos............................................................................................................7
1.4. Hipóteses da Pesquisa................................................................................................................7
1.5. Relevância do estudo (Motivação e contributos)......................................................................8
CAPITULO II: Revisão da Literatura............................................................................................10
2. As Novas Tecnologias e o Processo de Ensino-Aprendizagem.................................................10
2.1. Revoluções tecnológicas e didácticas......................................................................................10
2.2. As novas tecnologias e a educação..........................................................................................11
2.3. O ensino da Geografia.............................................................................................................12
2.3.1. Novos recursos metodológicos para o ensino da Geografia.................................................13
2.3.1.1. As redes sociais como ferramenta de ensino e de aprendizagem em Geografia...............14
2.3.2. Novo Papel da Escola e do Ensino da Geografia em Moçambique.....................................16
CAPITULO III: Metodologias de Investigação.............................................................................20
3.1. Pesquisa Bibliográfica:............................................................................................................20
3.2. Observação directa..................................................................................................................20
3.3. Técnica de Inquérito................................................................................................................20
3.4. Método de trabalho de campo.................................................................................................21
3.5. Técnica de Entrevista..............................................................................................................21
3.6. Tipo de estudo.........................................................................................................................21
3.6.1. Quanto aos objectivos propostos..........................................................................................21
3.6.2. Tipo de abordagem...............................................................................................................21
3.6.3. Quanto as fontes de informações..........................................................................................21
3.7. Aspectos éticos........................................................................................................................22
4. Apresentação e Análise de Dados..............................................................................................23
Cronograma de Actividades e Orçamento......................................................................................23
Referências Bibliográficas..............................................................................................................24
CAPITULOI: INTRODUÇÃO
Exte projecto tem por objectivo realizar uma pesquisa bibliográfica para investigar o uso das
tecnologias de informação e comunicação (TICs) no ensino de Geografia, retratando os
benefícios das tecnologias digitais no âmbito escolar em plena era de Globalização.

Contemporaneamente, as crianças e jovens evoluem em meio a cultura digital. A escola, ao se


configurar como um campo propício em que as interfaces da cultura se manifestam, é sensato
observarmos para que elas (as interfaces) sejam utilizadas como fonte de conhecimento e como
recursos de ensino.

O ensino da Geografia em épocas passados foi marcado pelo conhecimento restrito a uma prática
limitada e a poucos recursos, como o livro didáctico que abordavam conteúdos programáticos na
maioria das vezes distantes da realidade do aluno, também traziam conhecimentos técnicos
através de gráficos e estatísticos do país. Assim, o aluno não era estimulado a participar,
compreender e interagir durante as aulas ministradas.

Actualmente, a tecnologia digital (TIC) em sala de aula, deve proporcionar a condição dos
sujeitos como produtores de cultura, uma vez que as mesmas possibilitem uma
maiorinteractividade entre os mesmos. O uso da tecnologia promove a interacção social, não se
pode negar sua influência positiva no processo de aprendizagem do aluno, favorecendo uma
melhor desenvoltura no seu âmbito escolar uma vez que, as tecnologias facilitam e aproximam as
pessoas (globalização), exercendo grande importância no processo educacional em geral e ensino
de Geografia, em particular. A importância das TICs na sala de aula se dá a partir da
possibilidade de abranger várias áreas do conhecimento e possibilitar que os alunos vivenciem
experiências diversificadas referentes aos temas discutidos em sala de aula.

Em decorrência de tais factos, os professores de Geografia, como cientistas sociais e educadores


que interagem de forma histórica e dialéctica nos acontecimentos do mundo globalizados, são
convocados a pesquisar, interagir, questionar, criticar e finalmente criar perspectivas sobre a
estrutura e o contexto de inclusão digital voltada ao uso da tecnologia no ensino da Geografia, de
modo que este ensino se modifique para entender o paradigma social, contemporânea, através do
suporte das ferramentas didáctico -tecnológicas, objectivando tornar a aula de Geografia mais
dinâmica, interactiva e interessante.

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1.1. Problematização (Pergunta de partida)
Actualmente, o ensino é confrontado com problemas que são impostos por profundas
transformações económicas sociais e culturais, exigindo-se inovações na sua concepção e
prática. Nesse sentido, os esforços que os países empreendem para o efeito são significativos,
variando de país para país consoante os recursos disponíveis.
Em Moçambique esse esforço revela-se no facto de se conferir uma responsabilidade cada vez
maior ao ensino, através de algumas inovações na concepção sobre a Qualidade do Ensino, em
virtude do reconhecimento da ineficácia dos conhecimentos expressos nas disciplinas
curriculares, em particular do Ensino Secundário Geral do 2º ciclo (ESG-2), das quais “são
altamente académicas, e que as habilidades práticas para a vida não parecem ter destaque”.
(MINED, 2001:20).

Perante este problema, claramente identificado, no âmbito da Estratégia para o Ensino


Secundário Geral e Formação de Professores para o Ensino Secundário (2001), justifica-se a
necessidade de se privilegiar os estudos sobre as disciplinas curriculares, com vista à formulação
de novas teorias para novas práticas do seu ensino. Desta premissa, pode resultar numa busca
mais apropriada de várias possibilidades para novos procederes didáctico-pedagógicos,
considerando que “o interesse decisivo da teoria reside na possibilidade que proporciona escolhas
mais lúcidas, relativamente a uma pluralidade de práticas possíveis”. (BARROSO, 1996: 146).
Os avanços tecnológicos garantem o acesso instantâneo às informações e às transações
comerciais possibilitando outras formas de comunicação diferentemente das formas tradicionais
que até então existiam. Actualmente, as informações são processadas de forma on-line, isto
facilita o acesso e reduz a distância do conhecimento. O uso dessas novas tecnologias não está
condicionado ao uso de novos instrumentos tecnológicos, mas da maneira como esses
instrumentos estão sendo utilizados. Os professores formadores, diante da complexidade das
mudanças tecnológicas e de sua inserção nas actividades de ensino, terão que ensinar a utilizar
esses equipamentos na perspectiva pedagógica de quem está aprendendo. Mas esse professor,
que enfrentará o desafio de trabalhar com novas tecnologias, foi preparado ou formado
adequadamente para essa nova realidade?
Nesse sentido, como esse professor, que foi formado em um contexto com pouco ou quase
nenhum recurso tecnológico, pode utilizar as novas tecnologias, tais como computadores,

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projetores multimídia, tablets etc. como recursos didáticos para dinamizar o ensino-aprendizagem
da Geografia?
1.2. Contextualização/Delimitação da pesquisa
O tema ora em estudo trata de aspectos de uma abordagem sobre a aplicação das tecnologias
digitais (TICs) no ensino de Geografia na Escola Secundária de Tete, distrito de Tete, província
de Tete.
O presente trabalho de pesquisa limita-se nas turmas de 12ª classe da Escola Secundária de Tete,
em virtude da autora achar a classe com condições necessárias para a realização do mesmo bem
como, ajudar os professores de Geografia das várias escolas desta cidade e não só, a conhecerem
e aplicar asTICs no processo de ensino-aprendizagem, com maior relevância, a aplicação da
internet e das redes sociais no ensino de Geografia.

Para exposição dos argumentos, esta pesquisa foi dividida em quatro capítulos. No primeiro
capítulo foram apresentadas a introdução, o tema, a justificativa da escolha do tema, a colocação
do problema, os objectivos, as hipóteses e a delimitação do tema.
No segundo capítulo, será mostrado o referencial teórico da pesquisa, com citações de várias
obras sobre as várias formas de se integrar a tecnologia digital (TICs) e sua importância para o
ensino-aprendizagem de Geografia, relata também a importância do ingresso de tecnologias no
sistema educacional, que mesmo assim traz dúvidas para os docentes dos vários níveis da
educação, porque esses novos equipamentos de ensinar e aprender exigem práticas pedagógicas
diferenciadas, e muitas vezes o professor não tem o domínio das mesmas. Mostra a falta de
cursos de capacitação para estes educadores, que muitas vezes deixam de utilizar estes recursos
que tornam as aulas mais dinâmicas e actualizadas por não possuírem domínio nem saber
planificar suas aulas com estes recursos.

No terceiro capítulo, será mostrada a metodologia, sendo esta pesquisa caracterizada como uma
pesquisa exploratória e qualitativa, que busca analisar o processo ensino aprendizagem mediante
o uso das novas tecnologias pelos professores do segundo ciclo (12ª classe). Também, os
resultados da pesquisa empírica e, por fim, as considerações finais sobre esta pesquisa.

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1.3. Objectivos
1.3.1. Objectivo geral
Partindo do problema acima apresentado, definiu-se o seguinte objectivo orientador deste
projecto de investigação:
Analisar as possibilidades de utilização das novas tecnologias pelo professor, como recurso
didáctico para o ensino-aprendizagem de Geografia, para o Ensino Secundário Geral 2 (ESG2)
em uma escola pública (Escola Secundária de Tete).

1.3.2. Objectivos específicos


 Promover a discussão sobre o uso, pelo professor de Geografia, das “novas” tecnologias da
informação e da comunicação para o Ensino Secundário Geral 2 (ESG2) em uma escola pública.
 Identificar recursos tecnológicos disponíveis para beneficiar ao ensino da Geografia no
ESG2 na Escola Secundária de Tete;
 Identificar a prática pedagógica de professores do ESG2 e o possível uso de novas
tecnologias como recurso ao incremento do processo de ensino-aprendizagem;
 Avaliar as reais condições de ensino e de aprendizagem da disciplina de Geografia na 12ª
classe, comparando aquilo que os professores e os alunos afirmam nos questionários com o que
acontece, efectivamente, nas aulas e na escola;
 Relacionar as condições de funcionamento da escola com as formas reais de organização e
realização das aulas de Geografia na 12ª classe.

1.4. Hipóteses da Pesquisa


A pesquisa apresenta um conjunto de proposições que podem ser assumidas como ponto de
partida para deduzir, delas, consequências lógicas do fenómeno em estudo. Essas hipóteses são
medidas possíveis que podem ser adoptadas para impedir o progresso desse fenómeno.
Hipótese 1: O uso das novas tecnologias pelos professores pode contribuir, decisivamente, para a
melhoria no processo de ensino e aprendizagem de Geografia, tornando as aulas mais dinâmicas e
atractivas.

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Hipótese 2: O facto de os professores não terem sido formados em um ambiente tecnológico não
é um factor impeditivo ao uso dessas novas tecnologias como recurso didáctico e pedagógico,
pois há cursos de especialização nessa área para os professores.

Hipótese 3: As novas tecnologias podem permitir ampliar o conceito de aula, de espaço, de


tempo, de comunicação audiovisual, estabelecendo novas comunicações entre o presencial e o
virtual.
1.5. Relevância do estudo (Motivação e contributos)
Por meio das novas tecnologias no ESG2, ensinar e aprender podem ser feitos de forma muito
mais flexível, ativa e focada no ritmo de cada um. A facilidade que a tecnologia possibilita ao
educador, permitindo experimentar muitas formas de pesquisa e desenvolvimento de projetos,
jogos, atividades dentro e fora da sala de aula, individual e grupalmente. Essas, dentre outras
possibilidades, justificam esta pesquisa, que tem como proposta a análise do uso das novas
tecnologias pelos professores do segundo ciclo, mais especificamente, os professores de
Geografia.

Com as novas tecnologias, o professor que era considerado só um informador que dita conteúdo,
pode se transformar em orientador de aprendizagem ou em gerenciador de pesquisa e
comunicação, dentro e fora da sala de aula, dentro de um processo que caminha para melhoria,
aproveitando o melhor do que podemos fazer na sala de aula. O professor, tendo uma visão
pedagógica inovadora, aberta, que pressupõe a participação dos alunos, pode utilizar algumas
ferramentas simples da Internet, a exemplo oFacebook , oGoogle Earth no ensino da geografia,
para melhorar a interação presencial-virtual e aprimorar o aprendizado de todos.
Inserir novas tecnologias como computador, televisão, websites, internet, projector multimídia,
tablets e outros no processo de ensino e aprendizagem é um desafio para os professores em sala
de aula, ao mesmo tempo em que suas potencialidades devem ser objecto de pesquisa e discussão
nos cursos de formação.
A relevância social deste estudo se dá pelo facto de que grande parte dos professores, estes em
sala de aula, não têm intimidade com as novas tecnologias, também por ter dificuldades em
utiliza-las no seu quotidiano.

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Face a esta observação, o interesse em realizar este estudo está ligado a questões de ordem
pessoal, cognitiva, académica e profissional, pelo facto de a autora estar aleccionar a cadeira de
Geografia e, ainda, por frequentar o curso de licenciatura em ensino de Geografia.
É muito mais motivada por questões de ordem de desenvolvimento profissional na área do ensino
da disciplina que esta preocupação aparece, tendo como as práticas lectivas dos professores de
Geografia em articulação com o currículo, existindo a possibilidade de repensar a educação
geográfica num mundo globalizado em que se espera que os indivíduos participem, considerando
que a Geografia é uma ciência que permite o diálogo entre as concepções dos espaços vividos e
produzidos pelo aluno.

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CAPÍTULO II: REVISÃO DA LITERATURA
2. AS NOVAS TECNOLOGIAS E O PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM
2.1. Revoluções tecnológicas e didácticas
A tecnologia e seu uso são a marca da terceira Revolução Industrial, caracterizada pela
transformação acelerada no campo tecnológico, com consequências no mercado de bens, serviços
e consumo; no modo de organização dos trabalhadores; no modo de produção; na
educação/qualificação dos trabalhadores e nas relações sociais. Ela faz parte do processo de
construção de saberes, são técnicas desenvolvidas que se apropriam da relação homem com sua
prática, sendo um sistema na qual a sociedade satisfaz suas necessidades e desejos de seus
membros, através dos equipamentos, programas, pessoas, processos, organização e finalidades de
propósito disponíveis.

Conforme Silva (2002, apud DIAS, 2002), “o uso do termotecnologia, oriundo da revolução
industrial no final do Século XVIII, tem sido generalizado para outras áreas do conhecimento,
além dos sectores da indústria têxtil e mecânica”. Sua aplicação é ampla. Nesse contexto um
produto é o artefacto da tecnologia, que pode ser um equipamento, programa, processo, ou
sistema, o qual por sua vez pode ser parte do meio ou sistema contendo outra tecnologia.
[...] na maioria das vezes umanovatecnologia é a combinação de tecnologias
já conhecidas (no mesmo ramo ou áreas diferentes), podendo estar
incorporada em um produto ou em um processo de produção. (SILVA, apud
DIAS, 2002, p.03)

A tecnologia é algo que se estuda e aprende sendo parte da cultura humana, ela não é só
aparelhos, equipamentos, não é o puro saber fazer, é cultura que tem implicações éticas, políticas,
econômicas, educacionais.
A tecnologia pressupõe conhecimento do porquê da técnica e de como seus
objetivos são alcançados e exige da sociedade onde se instala uma
reformulação de suas estruturas compatível com os benefícios que traz ou
ainda pode gerar rejeição pelos eventuais malefícios que provoca. (TOSCHI,
2005 p.36. apud. DIAS, 2001, p.7)

Portanto, as novas tecnologias e a informática ilustram as profundas transformações que estão


ocorrendo na produção do conhecimento técnico, administrativo, transformações que têm
implicações tanto para o “conteúdo“do conhecimento quanto para transmissão.
Consequentemente, as novas tecnologias indicam que há um grande desafio a ser superado na
formação dos quadros docentes adequadamente preparados para lidar com estas diferentes

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linguagens, sejam elas de natureza hipertextual, informática ou televisiva. Usar tecnologia tem
como objectivo o aumento da eficiência da actividade humana em todas as esferas,
principalmente na produtiva.

2.2. As novas tecnologias e a educação


A Tecnologia Educacional, assim como a Didáctica, preocupa com as práticas do ensino,
incluindo entre suas preocupações o exame da teoria da comunicação e dos novos
desenvolvimentos tecnológicos: a informática, hoje em primeiro lugar, o vídeo, a TV, o rádio, o
áudio e os impressos, velhos e novos, desde livros até cartazes:
[...] ao tratarmos de novas abordagens de comunicação na escola, mediadas
pelas novas tecnologias da informação, estamos tratando de Tecnologia
Educacional. Há uma necessidade da compreensão do termo tecnologia
aplicada ao contexto educacional. [Tecnologia Educacional é [...] o corpo de
conhecimentos que, baseando-se em disciplinas científicas encaminhadas
para as práticas do ensino, incorpora todos os meios a seu alcance e responde
à realização de fins nos contextos sócio-históricos que lhe conferem
significação. (CYSNEIROS, 1999, p.12. apud. HELLMEISTER, 2009, p.09)

Freire (1979 apud, MENDONÇA, 2009, p.1), defende a ideia de inserir as diversas tecnologias
no âmbito escolar, a fim de acrescentar novas aprendizagens em prol do desenvolvimento das
capacidades das pessoas.
Assim, torna-se indispensável ter conhecimento sobre os recursos tecnológicos. Desse modo,
além de saber da existência desses recursos, é necessário utilizá-los, unindo-os aos objectivos do
conteúdo a ser apresentado. Essa tecnologia também possibilitou que as pessoas se
comunicassem em várias partes do mundo, diferentemente da comunicação via telefone que
permite a um número reduzido de pessoas realizarem o mesmo processo. Dessa perspectiva surge
uma proposta educativa orientada aos meios; a necessidade de uso desses implica em considerar a
realidade dos alunos a fim de facilitar a compreensão,tornando o aprendizado significativo. As
novas tecnologias vêm colocar o ensino na perspectiva evolutiva com a utilização desses recursos
em sala agregando valor e aprendizagem ao educando.
Conforme Silva (2007, pp.123 -124),
pode - se ir além do uso da máquina ao buscar saber a implicação dessas
Tecnologias na motivação e interesse do educando, nos processos de
mediação, na tomada de consciência, na redução de dificuldades e nas
relações interpessoais estabelecidas por esses veículos no contexto da
aprendizagem.

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Nessa perspectiva o docente deverá mediar havendo construção do conhecimento, onde o aluno
possa reflectir sobre o recurso e sobre o conteúdo, fornecendo elementos importantes para
formação do cidadão.

2.3. O ensino da Geografia


A definição daquilo que é a Geografia parece não ser consensual. Para Plans (1969) a Geografia é
o estudo da natureza e da cultura que dão origem às mais diversas paisagens e/ou regiões.
Enquanto, para Sporck e Tulippe (1978), a Geografia é o “estudar as relações entre os homens
que vivem na sociedade e o meio em que se encontram (Sporck&Tulippe, 1978, p. 23).
Segundo Plans (1969) o ensino da Geografia está relacionado com a
realidade e, se a Geografia corresponde, principalmente, a uma realidade, é
natural que o primeiro problema pedagógico derive da necessidade de
mostrar aos alunos essa realidade (…) sem a deformar, quer dizer com o
maior realismo possível. Este gosto pela realidade concreta deve caracterizar
a prática pedagógica de todo o bom professor nas suas aulas de Geografia
(Plans, 1969, p. 24).

Merenne-Schoumaker (1999) afirma que para haver uma aprendizagem significativa é necessário
identificar os processos que serão precisos para que os alunos aprendam verdadeiramente. Há que
formar os alunos na autonomia do seu trabalho escolar, na sua organização, e na avaliação dos
seus progressos, no que se refere ao ensino da Geografia.
Sporck e Tulippe (1978) afirmam que a geografia torna-se interessante para os alunos uma vez
que lhes proporciona uma explicação do que acontece no seu mundo e que o estudo do
local/região onde os alunos vivem não seja esquecido pois isto vai permitir-lhes tornarem-se
cidadãos mais ativos e conhecedores da sua realidade.
Daí que, e segundo Ribeiro (2012), o estudo da Geografia tem de ser sempre
acompanhado de excursões e visitas de campo, que ensinem a descrever e a
compreender, e de material fotográfico sobre países ou regiões que se
poderão visitar mas de que a observação local, devidamente estimulada e
orientada, permite tirar maiores proveitos (Ribeiro, 2012, p. 160).

Com o passar dos tempos os docentes de Geografia têm investido mais nas suas práticas
educativas e assistimos a um explicar dos fenómenos geográficos, a sua formação e causas em
vez de haver uma narração dos continentes, países, rios que os alunos tinham de decorar
(memorizar compulsivamente). O próprio ensino da Geografia evoluiu ao longo dos tempos
deixando de ser meramente descritivo e passando a ser interessante e com vida através da
observação e desenvolvimento do raciocínio e da imaginação dos alunos (Constância, 1963).

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2.3.1. Novos recursos metodológicos para o ensino da Geografia
O mundo contemporâneo (globalizado) nos demanda uma formação e uma actualização
profissional permanente, que possa alcançar quase todos os aspectos produtivos, dentro de um
mercado de trabalho complexo, mutável, flexível e imprevisível, junto a um ritmo de
transformações aceleradas que nos abriga a estar aprendendo sempre coisas novas. Vivemos
tempos de globalização, tendência esta que se manifesta mundialmente, impondo mudança de
paradigma para o tratamento do saber.

Os recursos tecnológicos são instrumentos de inovação na mediação entre o ensino e a


aprendizagem, que são utilizados como ferramentas através de práticas pedagógicas que são
mediadas através do professor, através de actividades em sala de aula, que envolva o aluno no
processo de ensino. Cavalcanti (2010) expõe a importância da Geografia Escolar:
A consideração da Geografia escolar como uma maneira específica de
raciocinar e interpretar a realidade e as relações espaciais, mais do que uma
disciplina que apresentam dados e informações sobre lugares para que sejam
memorizados, aproxima a disciplina dos princípios construtivistas. Ou seja,
pausar o desenvolvimento de determinadas capacidades, a serem
desenvolvidas por meio do trabalho com conteúdos, requer a escolha de
caminhos adequados para levar a cabo o próprio ensino. (CAVALCANTI,
p.35).

O professor de Geografia da actualidade deve estabelecer várias condições para ampliação das
ideias que surgem a todo o momento. As crianças e jovens de hoje crescem inseridas num mundo
pulsante de novas tecnologias, o que representa consequentemente novos instrumentos de
aprendizagem.
A ideia é estabelecer a busca por uma socialização eficaz, através de uma prática pedagógica
onde os alunos do ensino médio (11ª e 12ª classes) utilizem desses recursos tecnológicos para
esse aprimoramento, especialmente nas aulas de Geografia.
Através da globalização, pode-se buscar com auxílio de pesquisas na internet e utilização do
computador, os aplicativos existentes como os conteúdos de maneira digital, o aluno poderá ter
uma visão mais crítica e construtiva, onde o professor em suas aulas através de metodologias
diversificadas, incentivar o desenvolvimento intelectual do aluno.
Nesse sentido, é importante que o professor de Geografia reflicta sobre o objectivo de sua prática
nesse novo contexto. “Como ensinar” é tao importante como “o que ensinar”.

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Em face disso torna-se imprescindível que sejam oferecidas condições para que o professor tenha
uma formação no âmbito do uso e domínio das TICs, de modo que possam adequá-las ao
contexto educacional, sem, no entanto, deixarem levar-se por modismos tecnológicos. Mas
possam efectivamente adquirir uma compreensão ampla das mesmas, de modo a compreendê-las
como uma ferramenta pedagógica na construção do conhecimento, reflectindo sempre sobre suas
possibilidades.

Mas infelizmente podemos observar que em pleno século XXI, os professores têm dificuldades
em utilizar-se destes recursos tecnológicos. Ocorre a falta em alguns momentos de motivação
para desenvolver aulas prazerosas e sair da rotina fazendo uso dos recursos mais comuns
encontrados nas escolas públicas moçambicanas que é o “escasso” livro didáctico, que na maioria
das vezes torna-se o único recurso.
Portanto, repensar a prática docente no processo de ensino-aprendizagem, que, o educador é o
ponto de partida na construção de conhecimentos dos nossos alunos, principalmente no ensino
fundamental e em consequência no ensino médio (ESG2).

2.3.1.1. As redes sociais como ferramenta de ensino e de aprendizagem em


Geografia.
Quando se trata do ensino de Geografia a situação não é diferente, posto que trabalhar certos conteúdos
geográficos sem possuir uma imagem que represente o real, pode se transformar em uma árdua tarefa,
pois, continuar utilizando a leitura dinâmica, exposição do conteúdo e realizando exercícios no final da
unidade não são suficientes para envolver os alunos.
No entanto, quando às redes sociais são utilizadas como fonte de ensino, elas podem proporcionar um
entendimento maior e mais amplo das questões geográficas, já que nesse ambiente são disponibilizadas
imagens, vídeos e muitas vezes relatos de pessoas em tempo real. Nesse viés de conduta o aluno pode
direccionar e gerenciar seus alunos com o objectivo de lhes incentivar o uso das redes sociais como fonte
de troca de informação acerca de estudo proposto em sala.

Haja vista que as redes sociais, como por exemplo, o Facebook, é um espaço virtual muito utilizado e
difundido entre os alunos, chegando até mesmo ser algo quase que nativo, é de suma importância
oportunizar o uso desse poderoso recurso com a educação, tendo em vista que o uso do Facebook pode
proporcionar aos alunos mais oportunidades de indicar Links de pesquisas, vídeos e relevantes
reportagens, que contribuirá para aprendizagem mais significativa da Geografia.

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Nesse meio de informação e comunicação se deve fazer um recorte imprescindível e incontestável: a
presença do professor como norteador de conhecimento e mediador do processo. Uma vez que, nada
adianta possuir a informação sem direccionamento concreto para sua utilização. De posse das informações
apresentadas o professor poderá lançar um tema em estudo na rede social e assim permitindo que todos se
posicionem igualitariamente dentro do grupo, inclusive os mais tímidos e assim desenvolvendo uma
capacidade de argumentação.

Em resumo, os usos das redes sociais pode tornar um forte aliado no momento da complementação de
recursos pedagógicos e didácticos, tendo em vista ser algo com a qual os alunos já estão habituados e
gostam de utilizar.
Assim, diante do crescente uso das redes sociais na modernidade, principalmente o Facebook, será
ressaltado a seguir o uso dessa ferramenta como fonte de ensino e de aprendizagem em Geografia,
desmistificando assim o seu uso apenas como fonte de entretenimento ou uma “rede de fofocas”.
Considerando o que foi redigido até o momento sobre a importância do uso das TICs e das redes sociais
no ambiente escolar, vale ressaltar a relevância do ensino de Geografia nesse ambiente, uma vez que, o
objecto de estudo da Geografia é o espaço geográfico e suas relações.
Entende-se que a Geografia é uma área do conhecimento que oferece instrumentos eficazes para
compreensão e intervenção da realidade social, sendo que a partir dela o indivíduo pode compreender o
espaço em que está inserido e entender como se interagir com a natureza, para que assim possa se
estabelecer.

Em suma, o ensino de Geografia é algo latente na vida dos indivíduos, posto que ela faz com que estes
compreendam o seu espaço vivido, seja em uma cidade, área rural, do país em que faz parte, bem como o
planeta em sua totalidade, ou seja, o espaço é entendido na sua simplicidade e na sua totalidade.
Diante dessa perceptiva, pode-se perceber que a partir do Ensino de Geografia os alunos percebem de
forma mais ampla o espaço em que estão inseridos, e sejam capazes de interferir de maneira consciente e
propositiva (PARANÁ, 1998). Para tanto, para se ensinar e aprender Geografia na actualidade faz se
necessário o uso das novas tecnologias de informações, devido principalmente as constantes
transformações tecnológicas e geográficas no planeta.
Como já mencionado no trabalho, existem dificuldades de se ensinar/aprender sobre a dinâmica da
natureza e sociedade, visto que, falar e explicitar para educando fenómenos da natureza que não é de seu
convívio social torna-se uma tarefa árdua. Como por exemplo, o professor debater em uma aula sobre
erupções vulcânicas e seus impactos na vida das pessoas, com alunos que jamais presenciaram ou
imaginaram um fenómeno deste, é demasiadamente complexo para o aluno.

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Assim, para facilitar entendimento de algo que não é do espaço vivido do educando, o ensino de
Geografia pode buscar nas TICs um forte aliado para este processo. Essas ferramentas possuem um
grande aparato metodológico que facilitam compreensão do espaço, visto que por meio dessas
ferramentas o aluno poderá construir seu conhecimento de forma visual, auditiva e em alguns casos até
participativa.
De acordo com Ferreira, Corrêa e Torres (2012, p. 6):
[...] se percebe o “ganho” na aprendizagem do aluno onde haja possibilidades
de interações online vão ao encontro dos aspectos das potencialidades
relacionais dos sujeitos, prática requerente para se conviver na atualidade
mediante aos desafios da diversidade, da multiculturalidade, entre outros.

Dessa forma, pode-se perceber a relevância das redes sociais, já que a construção do processo de ensino e
de aprendizado já não é mais limitada apenas pela relação entre professor e aluno em sala de aula, já que
pode ser vivenciado a qualquer momento em qualquer lugar. O que se necessita é o despertar do interesse
entre ambas às partes para compartilhar essa renovação.
O papel do professor nesse processo tem uma importância fundamental, pois ele irá nortear seus alunos na
utilização correcta das redes sociais, especialmente como fonte de troca de informações nas práticas
pedagógicas, complementando assim a aprendizagem adquirida em sala de aula.

Desse modo, uma rede social que possui um grande atractivo para o jovem e que está constantemente
presente em suas vidas, é o Facebook, porém, na maior parte das situações de relações sociais, não é
utilizada como material de cunho pedagógico. Portanto, nesse momento torna-se fundamental a
intervenção do professor de Geografia, para que esta possa agir de forma positiva em sua disciplina. Uma
vez que, este irá fazer com que seu aluno compreenda que o Facebook também pode ser utilizada como
uma ferramenta que auxilia o seu processo de aprendizagem, indo além do entretenimento.

2.3.2. Novo Papel da Escola e do Ensino da Geografia em Moçambique


Nos últimos anos tem-se dedicado uma atenção especial ao ensino das disciplinas curriculares,
em geral, e da disciplina de Geografia, em particular; concorrendo para o efeito as reflexões de
MOREIRA (2004); LACOSTE(1997); SANTOS (2000);CASALI (2004); DEMO (2002).
As teses preconizadas no “Relatório Jacques Delors”, a propósito da Educação para o século
XXI, dão realce ao novo papel da escola, enquanto instituição especializada de socialização e de
exercitação de linguagens com as quais se pode compreender os fenómenos da Sociedade e da
Natureza, através da alfabetização não no sentido de “enunciar e desenhar letras, mas ler a
realidade, interpretar o mundo, sobretudo intervir nele como sujeito (DEMO, 2002:101).

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No contexto da reflexão sobre “Didática da produtividade1”, há indicações sobre a necessidade
de uma nova pedagogia efectivafundamentadano questionamento, considerando que “uma
sociedade que não questiona e, sobretudo, não se questiona [...] não há desenvolvimento”.
(DEMO, 2002:148-158).
Para que a Escola actual se concretize numa pedagogia inovadora deverá dar um passo
significativo no sentido de poder vir “cumprir inteiramente suas possibilidades (...) de ser um
tempo e espaço de apropriação da Ciência, da Sociedade e da Cultura e de construção de
subjectividades”. (CASALI, 2004:16).
O novo papel da escola e do ensino suscita uma multiplicidade de questões que devem ser
cuidadosamente analisadas tendo como ponto de partida e de chegada o papel cimeiro do ensino
das disciplinas enquanto linguagens.

Os conteúdos de ensino não têm um fim em si mesmo, mas o meio para criar e recriar a cultura,
gerar e desenvolver capacidades, habilidade e atitudes, na medida em que os conteúdos de
ensino compreendem factos, conceitos, esquemas conceptuias, normas de comportamento,
influenciando no posicionamento do aluno. E neste processo, e escola é a única instituição social
capaz de cumprir a tarefa.
Outro aspecto a considerar-se no ensino dos conteúdos da Geografia é a necessidade de torná-los
mais realistas ou seja “(...) que põe o aluno em contacto com a realidade, com as coisas que
procura compreender”.(PLANS, 1969:94).
Os professores de Geografia quando leccionam conteúdos da Geografia Geral, Física ou Humana,
raramente põem seus alunos em contacto permanente com o meio.
Por um lado, há uma tendência de equiparar o geral com o distante e consequentemente tornar o
seu estudo pouco sério, omitindo, consciente ou inconscientemente, alguns dos seus mais
importantes aspectos. Por outro, equiparar o particular com o próximo, procurando-se
“dramatizar” os aspectos relacionados mais com as aparências do que, realmente, com a
essência.

Outro problema, para o qual os professores de Geografia não põem os seus alunos
sistematicamente em contacto com a sua realidade, tem a ver com a estrutura dos conteúdos

1
Para o autor, a produtividade é a capacidade de construir ou reconstruir conhecimentos, por via da ciência.
17
programáticos, na sua vertente epistemológica e que tem sido difícil de ser contornado, mesmo
com os professores que possuem a formação superior.
O exemplo do ensino da Geografia Humana Geral na 12ª classe, inserido neste estudo, é
evidente que os aspectos da Geografia Humana dos países em desenvolvimento não se referem
com profundidade, exceptuando nos casos em que se pretende evidenciar os casos extremos dos
países desenvolvidos em contraste com os países em desenvolvimento.
Deliberadamente optou-se por tratar de modo mais ou menos uniforme e simultaneamente esses
países cuja designação tem sido variável ao longo do tempo, por exemplo: países pobres, países
não industrializados, países atrasados, países subdesenvolvidos, países do terceiro mundo, países
em vias de desenvolvimento (PVD), países em desenvolvimento, países menos desenvolvidos,
países menos avançados, países do “SUL”, países da periferia, países mais endividados, etc.
Na análise de alguns livros utilizados pelos professores e alunos identificam-se outros problemas
de âmbito conceptual. Por exemplo, num dos livros didácticos, de João Antunes, autor português
de quem seus livros didácticos são consultados pelos professores de Geografia e seus alunos;
referindo-se à problemática da alimentação, assunto que também é tratado no programa de
Geografia da 12ª classe, sustenta-se que,
(...) quando a ajuda alimentar se torna sistemática, ela introduz depois hábitos
alimentares impossíveis de satisfazer pela produção local. Por exemplo,
habituaramse populações a comer pão, exactamente onde não se pode
produzir trigo, porque o clima o não permite ou porque os agricultores não
dispõem de meios...(ANTUNES, 1997:263).

É hoje reconhecido o valor extraordinário do uso de TICs no ensino da Geografia, mesmo desde
as classes iniciais, na medida em que, ao aluno, os conhecimentos geográficos “ampliam os
horizontes do seu espírito, o libertam de localismo e o projectam até o mundo exterior” em plena
era de globalização.(PLANS, 1969:113).
A reflexão sobre o Novo Papel da Escola e do Ensino da Geografia não pode estar desvinculada
das determinantes burocráticas que no presente, em Moçambique, não estimulam iniciativas dos
professores. Porque na verdade, alguns estudos têm revelado que “A burocracia pode ainda ser
um problema, caso princípios fundamentais de colaboração e de aperfeiçoamento forem
convertidos em sistemas inflexíveis de controle burocrático”. (FULLAN & HARGREAVES,
2003:115).

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Depreende-se deste modo que os meios tecnológicos, por si mesmos, não são necessariamente
prejudiciais, e antes pelo contrário, a sua utilização pode facilitar e apoiar toda a iniciativa em
benefício da melhoria do desempenho do professor no ensino, seja qual for a disciplina.
Porém, a observação sobre o funcionamento real de algumas escolas secundárias do país, mostra
que, mesmo os professores competentes, sujeitam-se ao princípio de standardização,porque há
mecanismos de funcionamento muito sofisticados, enraizados na tradição dos responsáveis da
escola, e que sufocam qualquer iniciativa que esteja fora do alcance dessa tradição.
Não cabe neste estudo desenvolver esse aspecto, mas seria interessante que fossem realizados
estudos mais aprofundados.
O melhoramento dos conteúdos de ensino de Geografia, pode conceber-se em função dos
objectivos fixados para um ensino novo ou renovado, e em torno de alguns princípios essenciais:
1. Adquirir um conhecimento de base do espaço terrestre e da vida dos homens na
Terra (...).
2. Saber situar os lugares e os factos não somente num mapa mas ainda nos
respectivos meios e as diferentes escalas bem definidas a fim de saber determinar
a dimensão espacial de qualquer questão ou problema.
3. Compreender e explicar as regras de funcionamento dos diferentes territórios, e
das sociedades humanas no seio destes espaços: ambiente ecológico das
sociedades, factos de organização social, importância das culturas; compreender e
explicar as dinâmicas e as mudanças.
4. Preparar para a acção (...) quotidiana: circular, viajar, compreender as informações
dos mass media.... (SCHOUMAKER, 1994:31).
Os princípios acima enunciados incidem sobre a espacialidade dos fenómenos, procurando-se
enfatizar o carácter peculiar do objecto da Geografia, o que se deve(ria) reflectir na prática do seu
ensino.
Com este conjunto de elementos de análise e reflexão teórica, integrado neste capítulo, constrói-
se uma base de sustentação para analisar as práticas de ensino da Geografia na 12ª classe e as
concepções que as sustentam, com base na introdução do uso das TICs.

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CAPITULO III
3. METODOLOGIAS DE INVESTIGAÇÃO
A Metodologia é a explicação minuciosa, detalhada, rigorosa e exacta de toda acção desenvolvida
no método (caminho) do trabalho de pesquisa. É a explicação do tipo de pesquisa, do
instrumental utilizado (questionário, entrevista, etc.), do tempo previsto, da equipa de
pesquisadores e da divisão do trabalho, das formas de tabulação e tratamento dos dados, enfim,
de tudo aquilo que se utilizou no trabalho de pesquisa.
No caso particular deste projectode pesquisa serão usados os seguintes métodos que tornaram
possível a sua materialização:

3.1. PesquisaBibliográfica:
Método a partir do qualserá feita a recolha de informações contidas em algumas obras e em
páginas da internet que versam sobre a importância do uso das TICs no ensino de Geografia e não
só. Para além da busca de informações, este método, permitiráa leitura, análise e colecção de
obras, relatórios e artigos que conferem o suporte teórico dopresente projecto;

3.2. Observação directa


Será a técnica mais importante e usada durante a elaboração desteprojecto donde se irá ao campo
observar in locoa situação da a importância do uso das TICs no ensino de Geografia.

3.3. Técnica de Inquérito


Consistirá na elaboração de um guião de perguntas que serão respondidas na Escola Secundária
de Tete, pelos alunos da 12ª classe. De certa forma a técnica levará a perceber o ponto de situação
do problema levantado e envolverá 10 alunos em cada turma da 12ª classe;

Para fazer um diagnóstico e obter informações fidedignas sobre as concepções espontâneas que
os alunos possuem sobre a disciplina e sobre o Ensino de Geografia na Escola, optamos por fazer
uma pesquisa exploratória para investigar o que os alunos da 12ª classe, as quais os Professores
de Geografiaactuam nos turnos manhã e tarde, pensam a respeito da disciplina Geografia, do
professor e suas metodologias.

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3.4. Método de trabalho de campo
Actividade realizada pela pesquisadora no local onde o fenómeno estudado ocorre naturalmente.
Englobará a colecta e/ou registo de dados, carácteres, informações relativas a a importância do
uso das TICs no ensino de Geografia;

3.5. Técnica de Entrevista


Será feita a partir de um guião de troca de impressões absolutamente informal o que facilitará até
certo ponto a origem do problema, permitirá a aquisição de informações relacionadas com o
tema, e para tal, se entrevistarátrês professores da disciplina de Geografia, professores estes que
exercem a actividade de docência na Escola Secudáriade Tete.

3.6. Tipo de estudo


3.6.1.Quantoaos objectivos propostos
De acordo com os objectivos propostos, a pesquisa sobre a a importância do uso das TICs no
ensino de Geografia na 12ª classe,classifica-se em pesquisa descritiva. Tal como afirma Gil
(2002) “as pesquisas descritivas têm como objectivo a descrição das características de
determinada população ou fenómeno, ou o estabelecimento de relações entre variáveis. Uma de
suas características mais significativas está na utilização de técnicas padronizadas de colecta de
dados.

3.6.2. Tipo de abordagem


Quanto ao tipo de abordagem a presente pesquisa caracteriza-se como uma pesquisa qualitativa,
visto que ela pretende analisar de forma qualitativa os problemas da 12ª Classe na Escola
Secundária de Tete na aplicação de métodos activos sobretudo o uso de tecnologias digitais no
ensino de Geografia. RICHARDSON (1999) “desenvolve críticas ao emprego de métodos
quantitativos na pesquisa social. O autor afirma que as ciências naturais vêem o mundo físico
como um objecto a ser controlado tecnologicamente pelo ser humano.

3.6.3.Quanto as fontes de informações


Em função das fontes de informação, a pesquisa sobrea a importância do uso das TICs no ensino
de Geografia classifica-se como uma pesquisa de campo, de maneiras que, este tipo de pesquisa

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não tem como objectivo produzir ou reproduzir os fenómenos estudados. A colecta de dados é
efectuada em campo, onde ocorrem espontaneamente o fenómeno. É desenvolvida
principalmente nas Ciências Sociais como é o campo didáctico-pedagógico.

3.7. Aspectos éticos


A salvaguarda dos direitos dos investigados estará no centro da pesquisa, uma vez que foi que a
pesquisa sempre envolve pesquisados e pesquisadores. Este acautelamento será possível graças a
adopção de uma conduta ética por parte da pesquisadora nas suas interacções com os alunos,
direcção da escola e professores de Geografia na Escola Secundária de Tete.

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CAPITULOIV
4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS
Serão inqueridos 40 alunos entre rapazes e raparigas das 4 turmas da 12ª classe na Escola
Secundária de Tete.
Serão igualmente entrevistados três (3) professores de Geografiada mesma escola, um processo
que decorrerá no mês de Agosto de 2020.
A colecta dos dados será realizada no mesmo mês, onde obteremos também dados junto a
Direcção da Escola Secundária de Tete e com Professores da disciplina de Geografia.
Ao pretendermos conhecer melhor a escola, faremos uma observação minuciosa para podermos
utilizar os ambientes no processo de ensino-aprendizagem de Geografia. Uma vez feito o
diagnóstico inicial, começaremos a participar como ouvintes nas aulas ministradas pelos
professores e num segundo momento iniciaremos as actividades de pesquisa com os alunos.

5. Cronograma de Actividades
Nº ACTIVIDADES A M J J A S O
1 Análise do tema X
2 Entrega do Tema ao CED – Tete X
3 Elaboração do Projecto X X X
4 Entrega do Projecto à CED – Tete X
5 Elaboração de instrumentos de colecta de dados X X
6 Pesquisa bibliográfica X X X
7 Pesquisa de campo X
8 Análise e compilação de dados X
9 Digitação da monografia X X
10 Entrega da monografia ao tutor X X
11 Possíveis correcções X
12 Entrega da Monografia à CED – Tete X

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6. Orçamento
Nº Designação Quantidade Preço/Unidade Total
1 Resma de Papel 2 250, 00Mt 500, 00Mt
2 Canetas 3 15, 00Mt 45, 00Mt
3 Lápis 2 10, 00Mt 20, 00Mt
4 Borracha 1 20, 00Mt 20, 00Mt
5 Combustível 20l 55, 00Mt 1100, 00Mt
6 Impressão 5, 00Mt 1000, 00Mt
7 Despesas em passagem 3000, 00Mt
TOTAL 355, 00Mt 5685, 00Mt

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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ensino de geografia.2012. Disponível em:
<www.sec.pb.gov.br/revista/index.php/compartilhandosaberes/article/download/14/18>. Acesso
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sociais no processo de ensino – aprendizagem: avaliação de suas características. Ribeirão
Preto/SP. 2011. Disponível em: www.abed.org.br/congresso2011/cd/61.pdf. Acesso em: 31 de
julho de 2020.
 CAVALCANTI, Lana de Sousa. Geografia, Escola e Construção de Conhecimentos. Editora
Papirus. São Paulo, 2010.
 DIAS,Claudionor Henrique. Tecnologias e educação. Programa de Pós Graduação em
Geografia. Curitiba 2002. Disponível em:<rtve.org.br/seminario/anais/PDF/GT2/GT2-5.pdf>.
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contemporâneo.2013. Disponível em:
pead.ucpel.tche.br/revistas/index.php/colabora/article/view/199/152. Acesso em: 26 de fevereiro
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edição. São Paulo, SP, p.335, 1985.
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<www.bib.unesc.net/biblioteca/sumario/000025/000025A6.pdf>. Acesso em: 29 Jul.2020.
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 PAÍN Sara. Diagnóstico e tratamento dos problemas de aprendizagem. 4. Ed. Porto Alegre:
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aprendizagem-einter...>. Acesso em: 04 Ago. 2020.
 PAULI, W. M. O ensino de Geografia e as novas possibilidades pedagógicas construídas a
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http://www.pmf.sc,gov.br/arquivos/arquivos/pdf/13.02.2012_11.02.30.d9396cc881a48692a75e24
32f821a959.pdf. Acesso em 03 ago.2020
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