Você está na página 1de 13

Serafim Materno Nchuak

A aula como forma de organização de ensino


Licenciatura em ensino de História com habilitações em documentação

Universidade Rovuma
Extensão de Cabo Delgado
2021
Serafim Materno Nchuak

A aula como forma de organização de ensino

Licenciatura em Ensino de História com habilitações em Documentação

Trabalho de carácter avaliativo a ser


apresentado no Departamento de
Letras e Ciências Sociais,
recomendado pelo docente da
cadeira de Didáctica Geral

Dr: Assane Meneses Saraiva

Universidade Rovuma

Extensão de Cabo Delgado

2021
Introdução

O trabalho em destaque tem como tema: A aula como forma de organização de ensino,
este como uma das esferas na dinâmica do ensino-aprendizagem. A aula é a forma
didáctica básica de organização do processo de ensino. Cada aula é uma situação
didáctica específica, na qual objectivos e conteúdos se combinam com métodos e
formas didácticas, com o objectivo fundamental de propiciar a assimilação activa dos
conhecimentos e habilidades pelos alunos. Nesta vertente, o mesmo irá falar das etapas
ou fases que se seguem na sua elaboração, tais como: Preparação e Introdução da
matéria, Tratamento Didáctico da matéria nova, Consolidação e aprimoramento dos
conhecimentos e habilidades, Aplicação, Controle e avaliação dos resultados escolares.
Objectivo geral

 Analisar o contexto organizacional de aulas

Objectivos Específicos

 Identificar as Características que a constituem;


 Explicar a estrutura Didáctica da Aula.

A metodologia usada para a realização deste trabalho foi a de consulta bibliográfica não
só como também foi útil a internet, que consistiu na leitura, crítica a análise e
compilação das informações de obras que debruçam sobre o tema em causa.

Estrutura‫ ׃‬introdução onde contem o tema do trabalho, objectivos do trabalho,


metodologias e estrutura do mesmo; em seguida vem o desenvolvimento onde vêm
abordados os conteúdos essenciais do tema em estudo; a conclusão que contem a síntese
em relação ao tema e por fim a referência bibliográfica onde constam as obras usadas na
elaboração do trabalho.
1. Conceitos Básicos

1.1.Aula

Na perspectiva de LIBANEO (1998:177) Salienta que “Aula é o conjunto de meios e


condições pelos quais o professor dirige e estimula o processo de ensino em função da
actividade própria do aluno no processo da aprendizagem escolar, ou seja, a
assimilação consciente e ativa dos conteúdos”.

Em suma, em outras palavras o processo de ensino, através das aulas, possibilita o


encontro entre os alunos e a matéria de ensino, preparada didacticamente no plano de
ensino e nos planos de aula.

1.2.Características gerais da Aula

A aula é a forma didáctica básica de organização do processo de ensino. Cada aula é


uma situação didáctica específica, na qual objectivos e conteúdos se combinam com
métodos e formas didácticas, com o objectivo fundamental de propiciar a assimilação
activa dos conhecimentos e habilidades pelos alunos.

A palavra “aula” não se aplica somente á aula expositiva mais também a todas formas
didácticas organizadas e dirigidas de uma forma directa ou indirecta pelo um professor,
tendo em vista realizar o ensino e aprendizagem. Isto é, a aula é toda situação didáctica
na qual se põem objectivos conhecimentos, problemas, com fins instrutivos e
formativos que incitam as crianças e jovens a aprender. (LIBÂNEO, 2008:178).

Assim constituem características principais de aula:

 Ampliação do nível cultural e cientifico dos alunos, assegurando profundidade e


solidez aos conhecimentos assimilados;
 Selecção e organização de actividades que possibilitem desenvolver sua
Independência de pensamento, a criatividade e o gosto pelo estudo.
 Empenho permanente na formação de métodos e hábitos de estudo;
 Formação de habilidades e hábitos, atitude e convicções que possibilitam a
aplicação de conhecimentos na solução de problemas em situações da vida
pratica;
 Desenvolvimento das possibilidades de aproveitamento escolar de todos os
alunos, diferenciando e individualizando o ensino para atingir níveis
relativamente iguais de assimilação da matéria;
 Valorização da sala de aula como meio educativo, para formar as qualidades
positivas de personalidades de alunos;
 Condução do trabalho docente na classe, tendo em vista a formação do espirito
de colectividade, solidariedade e ajuda mutua, sem prejuízo da atenção as
peculiaridades de cada aluno.

2.Estruturação Didáctica de uma Aula

Na perspectiva de NIVAGARA (s/d: 72) a realização de uma aula ou conjunto de aulas


requer uma estruturação didáctica, isto é, etapas ou passos mais ou menos constantes
que estabelecem a sequência do ensino de acordo com a matéria a ensinar,
características do grupo de alunos e situações didácticas específicas. O autor considera
as seguintes etapas ou funções didácticas:

 Introdução e Motivação
 Mediação e Assimilação
 Domínio e Consolidação
 Controle e Avaliação.

Para LIBÂNEO, a estruturação da aula é um processo que implica criatividade e


flexibilidade do professor, isso para que ele saiba o que fazer em situações didácticas
específicas, cujo rumo nem sempre é previsível.

Na sua perspectiva deve-se portanto, entender os passos ou etapas didácticos como


tarefas do processo de ensino relativamente constantes e comuns a todas as matérias
considerando se que não há entre elas uma sequência necessariamente fixa, e que dentro
de uma etapa se realizam simultaneamente outras. (LIBÂNEO, 2008:170).

Na sua abordagem, distingue cinco passos didácticos que se apresentam:

 Preparação e introdução da matéria;


 Tratamento didáctico da meteria nova;
 Consolidação e aprimoramento dos conhecimentos e habilidades;
 Aplicação;
 Controle e avaliação.

2.1.Preparação e Introdução da Matéria

Na perspectiva de LIBÂNEO (2008:181) “Esta fase corresponde especificamente ao


momento inicial de preparação para o estudo de matéria nova, que inclui a preparação
prévia do professor, a preparação dos alunos, a introdução da matéria e a colocação
dos objectivos”.

No início da aula, a preparação dos alunos visa criar condições de estudo: mobilização
da atenção para criar uma atitude favorável ao estudo, organização do ambiente,
suscitamento de interesse de ligação da matéria nova em relação à anterior.

A motivação inicial inclui perguntas para verificar se os conhecimentos anteriores estão


efectivamente disponíveis e prontos para o conhecimento novo. Portanto, a actividade
do professor é estimular o raciocínio dos alunos, instiga-los a emitir opiniões próprias
sobre o que aprenderam, faze-los ligar os conteúdos à situações da vida real.

A preparação dos alunos é uma actividade e sondagem das condições


escolares prévias dos alunos para enfrentar o assunto novo. O
professor fará, então a colocação didáctica dos objectivos, uma vez
que é o estudo da nova matéria que possibilita o encontro de solução.
Os objectivos indicam o rumo do trabalho docente, ajuda os alunos a

terem clareza dos resultados a atingir. (LIBÂNEO, 2008:182).

A duração desta etapa depende da matéria, do tipo de aula, do preparo prévio ou do


nível de assimilação dos alunos para enfrentar o assunto novo. Evidentemente, se é o
início de uma unidade de ensino, o tempo será maior

2.2.Tratamento Didáctico da Matéria Nova

Nesta etapa se realiza a percepção dos objectos e fenómenos ligados ao tema, a


formação de conceitos, o desenvolvimento das capacidades cognoscitivas de
observação, imaginação e de raciocínio dos alunos.

Na transmissão prevalece as formas de estruturação e organização lógica e didáctica dos


conteúdos. Entre esses dois aspectos há uma relação recíproca pois os aspectos externos
(exposição do professor, a actividade dos alunos e a interacção), não são suficientes
para realizar o ensino, porque o que determina a forma externa de estruturar o ensino
são os aspectos internos (que são capacidades e habilidades mentais que o aluno tem
para adquirir conhecimentos).

A assimilação consciente dos conhecimentos começa com a percepção activa dos


objectos de estudo com os quais o aluno se defronta pela primeira vez ao tema já
conhecido que são enfocados de um novo ponto de vista ou de uma forma mais
organizada. Neste contexto, são desenvolvidas algumas actividades que preparam os
alunos para a sua percepção:

 Pedir aos alunos que digam o que sabem sobre o assunto;


 Levá-los a observar objectos e fenómenos e verbalizar o que estão vendo ou
manipulando;
 Colocar um problema prático cuja solução seja possível com os conhecimentos
da matéria nova; fazer uma demonstração prática que suscite a curiosidade e o
interesse;
 Registar no quadro as informações que os alunos vão dando, de forma a ir
sistematizando essas informações.

2.3.Consolidação e Aprimoramento dos Conhecimentos e Habilidades

É a fase da organização, aprimoramento e fixação dos conhecimentos na mente dos


alunos, a fim de que estejam disponíveis para orientá-los nas situações concretas de
estudo e da vida. É preciso aprimorar a formação de habilidades e hábitos para a
utilização independente e criadora dos conhecimentos.

De acordo com LIBÂNEO (2008:182) “a consolidação dos conhecimentos e da


formação de habilidades e hábito incluem os exercícios de fixação, a recapitulação da
matéria, as tarefas de casa e o estudo dirigido”.

Todavia, para que o aluno desenvolva as habilidades de raciocínio deve ter


compreendido a matéria de que sirva de meio para o desenvolvimento de pensamento
independente, através das actividades mentais. A consolidação pode dar-se em qualquer
etapa do processo didáctico:

 Antes de iniciar a matéria nova, recorda-se, sistematiza-se e são realizados


exercícios em relação a matéria anterior;
 No estudo do novo conteúdo ocorre paralelamente as actividades de assimilação
e compreensão.

De acordo com autor, a consolidação pode ser reprodutiva, de generalização e criativa.


A consolidação reprodutiva tem um carácter de exercitação, isto é, após compreender a
matéria os alunos reproduzem conhecimentos, aplicando-os a uma situação conhecida.

A consolidação generalizadora inclui a aplicação de conhecimentos para situações


novas, após a sua sistematização, implica a integração de conhecimentos de forma que
os alunos estabeleçam relações entre conceitos, analisa os factos e fenómenos sobre
vários pontos de vista, façam a ligação dos conhecimentos com novas situações e factos
da prática social.

2.4.A Aplicação

A aplicação é a culminância relativa do processo de ensino, trata de prover


oportunidades para os alunos utilizarem de forma mais criativa os conhecimentos,
unindo teoria e prática, aplicando conhecimentos, seja na própria prática escolar, seja na
vida social.

O objectivo de aplicação é estabelecer vínculos do conhecimento com


a vida, de modo a suscitar independência de pensamento e atitudes
críticas e criativas expressando a sua compreensão da prática social. A
função pedagógica-didáctica da aplicação é a de avançar da teoria à
prática, colocar os conhecimentos disponíveis a serviço da

interpretação e análise da realidade. (LIBÂNEO, 2008:189).

Em suma, é na aplicação que os alunos podem ser observados em termos do grau em


que conseguem transferir conhecimentos para situações novas, evidenciando a
compreensão mais global do objecto do estudo da matéria.

Na aplicação de conhecimento e habilidades, o professor deve ter em conta aos


seguintes aspectos: a formulação clara dos objectivos e a selecção adequada dos
conteúdos; ligação dos conteúdos da matéria aos factos e a acontecimento da vida social
e quotidiano do aluno.
2.5.Controle e Avaliação dos Resultados Escolares

A verificação e controle do rendimento escolar para efeito de avaliação é uma função


didáctica que percorre todas as etapas de ensino. A avaliação do ensino e da
aprendizagem deve ser vista como um processo sistemático e contínuo no decurso do
qual vão sendo obtidas informações e manifestações acerca do desenvolvimento das
actividades docentes e discentes atribuindo-lhes juízos de valor.

Segundo NIVAGARA (s/d:122) salienta que “o controlo e avaliação da aprendizagem


dos alunos caracteriza-se por ser simultaneamente meio didáctico e meio pedagógico, a
avaliação é um meio didáctico e pedagógico por causa das suas finalidades”.

LIBÂNEO (2008:190) distingue três funções de avaliação:

a) Função pedagógica didáctica - se refere aos objectivos gerais e especificas


bem como ao meio e condições de atingi-lo, uma vez que estes constituem o
ponto de partida e os critérios para as provas e para os de mais procedimentos de
avaliação;
b) Função diagnóstica - se refere á análise sistemática das acções do professor e
dos alunos, visando detectar desvios e avanços do trabalho docente em relação
aos objectivos conteúdos e métodos;
c) Função de controlo - se refere á comprovação e a qualificação sistemática dos
resultados de aprendizagem dos alunos face aos objectivos e conteúdos opostos
através desta função. São colectados os dados sobre o aproveitamento escolar
que submetidos critérios quente a concepção de objectivos.
Referências Bibliográficas

LIBÂNEO, José Carlos. Didáctica. São Paulo. Cortez Editora. 2008.

NIVAGARA, D. Daniel. Didáctica Geral. Aprender a ensinar. Ensino a Distância. s/d.

TAVARES, Rosilene Horta. Didáctica Geral. Belo Horizonte. Editora UFMG. 2011
Índice

Introdução......................................................................................................................3

1. Conceitos Básicos......................................................................................................4

1.1.Aula..........................................................................................................................4

1.2.Características gerais da Aula..................................................................................4

2.Estruturação Didáctica da Aula..................................................................................5

2.1.Preparação e Introdução da Matéria........................................................................6

2.2.Tratamento Didáctico da Matéria Nova...................................................................6

2.3.Consolidação e Aprimoramento dos Conhecimentos e Habilidades.......................7

2.4.A Aplicação.............................................................................................................8

2.5.Controle e Avaliação dos Resultados Escolares......................................................9

Conclusão.....................................................................................................................13

Referencias Bibliográficas...........................................................................................14
Conclusão

Com a dissertação do trabalho conclui-se que aula é o conjunto de meios e condições


pelos quais o professor dirige e estimula o processo de ensino em função da actividade
própria do aluno no processo da aprendizagem escolar, ou seja, a assimilação consciente
e ativa dos conteúdos. Permite estabelecer a relação entre o professor, aluno e os
conteúdos. É uma sequencia de tudo o que vai ser desenvolvido em um período lectivo,
com vista a sistematizar todas as actividades que se desenvolvem no momento em que o
professor e o aluno interagem numa dinâmica do PEA. No plano de lição, os objectivos
gerais estabelecem a relação entre os objectivos específicos e as actividades a serem
realizadas.

Você também pode gostar