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sexta-feira, 24 de abril de 2015

A AULA COMO FORMA DE ORGANIZAÇÃO DO


ENSINO
A AULA COMO FORMA DE ORGANIZAÇÃO DO ENSINO

Na escola, a aula é a forma predominante de organização do processo de ensino. Na aula se criam,


se desenvolvem e se transformam as condições necessárias para que os alunos assimilem
conhecimentos, habilidades, atitudes e convicções e, assim, desenvolvem suas capacidades
cognoscitivas.

Devemos entender a aula como o conjunto dos meios e condições pelos quais o professor dirige e
estimula o processo de ensino em função da atividade própria do aluno no processo da
aprendizagem escolar, ou seja, a assimilação consciente e ativa dos conteúdos. Em outras
palavras, o processo de ensino, através das aulas, possibilita o encontro entre os alunos e a
matéria de ensino, preparada didaticamente no plano de aula.

Características gerais da aula

1. Ampliação do nível cultural e científico dos alunos, assegurando profundidade e solidez aos
conhecimentos assimilados;

2. Seleção e organização das atividades que possibilitem desenvolver sua independência de


pensamento, a criatividade e o gosto pelo estudo;

3. Empenho na formação dos métodos e hábitos de estudo.

4. Formação de hábitos, atitudes e convicções que permitam a aplicação dos conhecimentos na


solução de problemas em situações da vida prática dos alunos.

5. Valorização da sala de aula como meio educativo,

6. Formação do espírito de coletividade, solidariedade e ajuda mútua sem esquecer o individual.

Estruturação didática da aula

A estruturação da aula deve ser indicada por etapas, planejadas e organizadas para favorecer o
ensino e aprendizagem.. Mas a indicação destas etapas não significa que todas as aulas devam
seguir um esquema rígido. A opção por qual etapa ou passo didático é mais adequado para iniciar
a aula ou a conjugação de vários passos numa mesma aula ou conjunto de aulas depende dos
objetivos e conteúdos da matéria, das características dos alunos, dos recursos disponíveis, da
avaliação diagnóstica, etc. Portanto, é importante no planejamento da aula que este processo seja
criativo e flexível por parte do professor. Estes passos ou etapas didáticas da aula são os seguintes:

1. Preparação e introdução da matéria – corresponde especificamente ao momento inicial de


preparação da matéria nova. Compreende atividades interligadas: a preparação prévia do
professor, a preparação dos alunos, a introdução da matéria e a colocação didática dos objetivos.
Criar condições de motivação inicial, “Ligação” da matéria “velha” e a “nova”, proposição de
questionamentos e desafios e, enfim, a introdução dos novos conteúdos a partir do debate entre
as outras fases.

2. Tratamento didático da matéria nova  : nessa etapa realiza-se a percepção dos objetivos ligados
ao tema, a formação de conceitos, o desenvolvimento das capacidades cognoscitivas e
observação, imaginação e raciocínio. Há o propósito de sistematização dos conteúdos, envolvendo
a transmissão e assimilação ativa dos conhecimentos.

3 Consolidação e aprimoramento dos conhecimentos e habilidades –  nas etapas anteriores, o


trabalho docente constituiu em prover as condições e os modos de assimilação e compreensão da
matéria pelos alunos, incluindo já exercícios e atividades pratica para solidificar a
compreensão.entretanto, o processo de ensino não para por ai. É preciso que os conhecimentos
sejam organizados, aprimorados e fixados a mente dos alunos a fim de que estejam disponíveis
para orientá-los nas situações concretas de estudo e de vida. Do mesmo modo, em paralelo com
os conhecimentos e através deles, é preciso aprimorar a formação de habilidades e hábitos para a
utilização independente e criadora dos conhecimentos. Trata-se, assim, da etapa de consolidação
ou fixação da matéria.

Este momento tem sido reduzido, na escola, à repetição mecânica do ensinado, para o aluno
reter a matéria pelo menos até a próxima prova. Os exercícios e tarefas se destinam à aplicação
direta de regras decoradas, sem mobilizar a atividade intelectual, o raciocínio, o pensamento
independente dos alunos. A consolidação dos conhecimentos e da formação de habilidades e
hábitos incluem os exercícios de fixação e recapitulação da matéria, as tarefas de casa, o estudo
dirigido; entretanto, dependem de que os alunos tenham compreendido bem a matéria e de que
sirvam de meios para o desenvolvimento do pensamento independente dos alunos, do raciocínio  
da atividade mental dos alunos. Por essa razão, as tarefas de recordação e sistematização devem
prover aos alunos oportunidades de estabelecer relações entre o estudado e situações novas,
comparar os conhecimentos obtidos com os fatos da vida real, apresentar problemas ou questões
diferentemente de como foram tratadas no livro didático, pôr em prática habilidades e
competências decorrentes do estudo na matéria.

A consolidação pode acontecer em qualquer etapa do processo: antes de iniciar um conteúdo


novo, recorda-se e sistematiza-se a matéria anterior; no estudo do novo conteúdo, ocorre
paralelamente as atividades de assimilação e compreensão.

A consolidação pode ser reprodutiva, de generalização e criativa. A reprodutiva tem um caráter


de exercitação, isto é, após compreender a matéria, os alunos reproduzem os conhecimentos,
aplicando-os a uma situação conhecida. A consolidação generalizadora inclui a aplicação de
conhecimentos para situações novas, após a sua sistematização; implica a integração de
conhecimentos de forma que os alunos estabeleçam relações entre conceitos, analisem aos fatos
e fenômenos sob vários pontos de vista, façam a ligação dos conhecimentos com novas situações
e fatos da prática social. A consolidação criativa refere-se a tarefas que levam ao aprimoramento
do pensamento independente e criativo, na forma de trabalho independente dos alunos sobre a
base das consolidações anteriores.

4. A aplicação – esta fase é a culminância do processo de ensino.  È o momento de oferecer


oportunidades para que os alunos utilizem de forma mais criativa os conhecimentos, unindo teoria
e prática, aplicando os conhecimentos, seja na própria pratica escolar seja na vida social. O
objetivo da aplicação é estabelecer vínculos entre os conhecimentos e a vida, desenvolvendo o
pensamento independente e critico, atitudes criativas e inovadoras, transformadoras,
expressando sua compreensão da prática social. Ou seja, a função da aplicação é a de avançar da
teoria à prática; é colocar os conhecimentos disponíveis a serviço da interpretação, análise e
intervenção da realidade.

e. Controle e avaliação dos resultados escolares – esta função percorre todas as etapas de ensino,
cumprindo três funções: a pedagógica, diagnóstica e de controle. A integração destas funções dá à
avaliação um caráter mais geral e não isolado.

5 Avaliação dos resultados do processo de ensino e aprendizagem: é o momento onde o professor


utiliza-se de diferentes estratégias para verificar, diagnosticar, como ocorreram os processos de
aprendizagem; perceber o que os alunos aprenderam, as lacunas que ainda permanecem e, a
partir disso, verificar a necessidade de re-planejamento ou revisão dos conhecimentos não
alcançados.

6 A tarefa de casa:   Esta tarefa é um importante complemento das atividades didáticas de sala de
aula. Esta tarefa cumpre também uma função social integrando a família às atividades escolares,
integrando os pais aos professores. A tarefa de casa deve ser cuidadosamente planejada pelo
professor, explicada aos alunos, e os seus resultados devem ser trabalhados nas aulas seguintes.
Nada mais frustrante para os alunos do que o empenhar-se nas tarefas e depois receber um mero
“visto” do professor. Essas tarefas não devem constituírem-se apenas de exercícios; consistem,
também, de tarefas preparatórias para a aula (leituras, redações, observações) ou tarefas de
aprofundamento da matéria ( um estudo dirigido individual, por exemplo).

( LIBÂNEO, J. C.  Didática. São Paulo: Cortez, 1994. )


Profª Aline às 16:03

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