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O processo de ensino, através das aulas, possibilita o encontro entre os alunos e a matéria de
ensino, preparada didacticamente no plano de ensino e nos planos de aula. A realização de uma
aula ou conjunto de aulas requer uma estruturação didáctica, isto é, etapas ou passos mais ou
menos constantes que estabelecem a sequência do ensino de acordo com a matéria ensinada,
características do grupo de alunos e de cada aluno e situações didácticas específicas; é neste
sentido que nesta unidade vamos discutir sobre a estrutura da aula, como forma de organização
do processo de ensino e aprendizagem.
As funções didácticas são etapas ou fases do PEA que, na sua essência, se realizam não
rigidamente de forma sequenciadas, mas sim interligada. Por isso, a estruturação da aula por parte
do professor é um processo que implica criatividade e flexibilidade, isto é, perspicácia de saber o
que fazer frente a situações didácticas especificas, cujo rumo nem sempre é previsível. Devemos
entender, portanto, as funções didácticas como tarefas do PEA relativamente constantes e comuns
a todas as matérias, considerando-se que não há entre elas uma sequência necessariamente fixa,
1
Texto extraído do Manual de Ensino à Distancia “Didácitica Geral: Aprender a Ensinar” da autoria de Daniel
Nivagara
e que dentro de uma etapa se realizam simultaneamente outras. Elas estão em interacção recíproca,
tal como se pretende ilustrar na figura abaixo
Introdução
• Todo o objecto de aprendizagem necessita de uma orientação, uma atitude para com
ela, ou seja, uma boa vontade e disposição para enfrentá-lo;
• No início da aula, a preparação dos alunos visa criar condições de estudo: mobilização
da atenção para criar uma atitude favorável ao estudo, organização do ambiente,
suscitamento do interesse e ligação da matéria nova em relação à anterior.
• O ensino será tanto mais efectivo na medida em conseguir fixar na mentalidade dos
alunos o propósito do trabalho futuro e trace o caminho para desenvolver estes
propósitos: a assimilação consciente do material de estudo situará as possibilidades
para sua acessibilidade.
O professor que não se preocupa pela motivação dos seus alunos corre o risco de não ser capaz
de mobilizar a actividade destes; e com alunos não suficientemente activados, o professor arrisca-
se de desenvolver aulas monótonas, aquelas em que ele assume papel principal de “transmissor”
da matéria, mesmo sem que os alunos estejam a “adquirir” e menos ainda a assimilar, interligando
o novo com o já existente na sua estrutura cognitiva. Estará, neste sentido, a desenvolver uma
“aprendizagem” passiva, do tipo “acumulação” de conhecimentos “adquiridos” sem aprimoramento
da sua significação na estrutura mental do aluno.
Este é que é um dos desafios do professor ao iniciar uma aula e não só : conseguir a motivação
dos alunos. Ao proceder deste modo, lembre-se, o professor fará também mediante acções que
contribuirão para, por exemplo, assegurar o domínio e consolidação da matéria anterior, avaliar as
aprendizagens já realizada e, ainda, mediante a exercitação e repetição (por exemplo) o professor
poderá levar os alunos a aprenderem um novo procedimento, um novo conceito, uma nova
operação: é a interligação das funções didácticas que está em questão.
Conseguir, enquanto professor, que os alunos queiram aprender o que devem aprender, isto é,
sintam a necessidade de aprendizagem do conteúdo em questão constitui uma das tarefas centrais
do professor.
b) Estabelecer a ligação entre noções que os alunos já possuem com à matéria nova,
bem como estabelecer vínculos entre a prática quotidiana e o assunto. Para isso, o
melhor procedimento é apresentar a matéria como um problema a ser resolvido,
embora nem todos os assuntos se prestem a isso. Mediante perguntas, trocas de
experiências, colocação de possíveis soluções, estabelecimento de relações causa-
efeito, os problemas atinentes ao tema vão-se encaminhando para se tornarem
também problemas para os alunos em suas vidas praticas. Com isso vão sendo
apontados conhecimentos que são necessários dominar e as actividades de
aprendizagem correspondentes. O professor fará, então, a colocação didáctica dos
objectivos, uma vez que é o estudo da nova matéria que possibilitará o encontro de
soluções.
c) Criar ou obter uma atmosfera propícia para a aprendizagem. Para isso é necessário:
• Provocar a curiosidade
Em, suma:
Através da motivação o professor cria ou activa nos alunos os impulsos para a sua actividade e o
seu comportamento no processo de ensino e aprendizagem. Isto é, conseguir que os alunos
queiram aprender o que devem aprender, isto é, sintam a necessidade de aprendizagem do
conteúdo em questão. Portanto, as exigências do professor devem tornar-se em exigências dos
próprios alunos, de maneira que possam esforçar-se a participar activamente. O professor tem que
colocar as exigências que constituem mesmo um desafio e exigem empenho dos alunos, senão
não consegue actividade por parte dos mesmos, isto é, não consegue aprendizagem.
As etapas ou funções didácticas, dissemos antes, estão estreitamente relacionados, de modo que,
neste caso, podemos dizer que o tratamento da matéria nova começa inclusive na Função Didáctica
Introdução e Motivação. Mas na Função Didáctica mediação e Assimilação há o propósito de maior
sistematização, envolvendo o nexo transmissão-mediação/assimilação activa dos conhecimentos.
Nesta etapa se realiza a percepção dos objectos e fenómenos ligados ao tema, a formação de
conceitos, o desenvolvimento de capacidades cognitivas de observação, imaginação e raciocínio
dos alunos.
Quer dizer, depois de preparação dos alunos para a aprendizagem, isto é, criada a atmosfera
propicia, conseguido o interesse e atenção e feita a reactivação do nível inicial dos alunos, o
professor passa para a etapa na qual se realiza uma parte fundamental da aprendizagem
propriamente dita, ou seja, para a etapa em que o professor medeia um novo conteúdo e, na
sequência disso, os alunos assimilam novos conceitos, teorias, princípios, etc., contribuindo para
o desenvolvimento neles de um novo saber, novo saber fazer e novo saber ser e estar.
Também importa clarificar que, pela sua designação, a Função Didáctica Mediação e Assimilação
compreende, de um lado a actividade do professor (mediação do novo conteúdo) e do aluno
(assimilação do novo conteúdo), comportando os seguintes aspectos retratados no esquema:
Mediação: • Assimilação:
• Quais os métodos através dos quais os conteúdos devem ser mediados e os objectivos
atingidos?
• Que meios de ensino serão mais adequados aos alunos, aos objectivos definidos, ao
conteúdo, aos métodos escolhidos e às características do professor, de maneira a atingir
uma assimilação activa por parte dos alunos?
Através destas questões pretende-se chamar particular atenção ao facto de que na FD M+A o
professor não deve concentrar a sua atenção exclusivamente para o conteúdo que está a ser
mediado, mas também sobre todas as outras categorias didácticas em ralação dialéctica (aluno,
professor, métodos e meios de ensino-aprendizagem, objectivos), de modo a tornar efectiva a
aprendizagem dos alunos; e, analisando a interligação entre estas categorias, na FD M+A, o
professor determinará se os métodos de ensino adoptados/ ou a adoptar estão mais virados para:
Ora, vista a questão nos termos que se está a dizer, conclui-se que uma das considerações básicas
para o professor decidir os métodos de ensino e aprendizagem a empregar é “quais são as
actividades dos alunos necessários para atingir a assimilação de um determinado conteúdo nas
suas potencialidades cognitivas, instrutivas e educativas”. E porque o PEA é uma sequência lógico-
didáctica de actividades planificadas e sistematizadas do professor e dos alunos, podemos e
devemos fazer essa pergunta, também, da seguinte maneira: “quais as actividades do professor
necessárias para desencadearem as devidas actividades dos alunos em relação aos objectivos e
conteúdos?”; e como resultado desta questão, vê-se que a qualidade das actividades do professor
determina em larga medida a qualidade das actividades dos alunos.
A função didáctica “Mediação e Assimilação” entra no centro da actividade do professor dos alunos
depois da reactivação do nível inicial e de mobilizada a energia psíquica dos alunos para a actividade
dos alunos, eis porque, eis porque deve ser entendida como sendo naquela em que, em grande
medida, se desenvolve a personalidade do aluno por ser nela em que os alunos assimilam e
desenvolvem novo saber, saber fazer e saber ser e estar.
Entretanto, para que esta função alcance os seus objectivos é importante, do lado do professor, se
ter em conta determinadas considerações, particularmente a interligação entre as categorias
didácticas em acção num PEA (objectivos, meios, conteúdos, métodos, aluno e professor) e,
sobretudo, questionar-se sobre e realizar actividades necessárias para desencadear as devidas
actividades dos alunos em relação aos objectivos e conteúdos.
Você está perfeitamente certo ao lembrar que o trabalho metódico do professor, essencialmente
nesta FD deve favorecer que os alunos, efectivamente, aprendam. Eis porque, para o efeito, se
deduzem dois princípios fundamentais da FD M+A:
O trabalho metódico do professor na FD M+A não deve ser reprodutivo, limitado apenas ao
conteúdo da aula: ele busca a unidade de todas as categorias didácticas com o propósito de
alcançar maior e melhor aprendizagem dos alunos. E mais, o trabalho metódico com os conteúdos
novos na FD M+A tem uma grande influência na firmeza da assimilação pelos alunos. Ela é mais
firme quando:
Segundo Principio: Na FD M+A o professor deve se concentrar no essencial, isto é, assegurar que
os alunos dominem o fundamental exigido pelo programa e necessário para a aprendizagem do
conteúdo seguinte. Isto exige a concentração dos esforços metódicos nos pontos onde o professor
espera os progressos decisivos nos seus alunos; por exemplo:
• O conhecimento fulcral;
Depois da realização da função didáctica “mediação e assimilação”, assim como ao longo deste
processo, considera-se importante envolver na actividade do professor e os alunos acções com
vista a conseguir nos alunos o domínio e consolidação da matéria; veremos, mais adiante, que
correr na apresentação das novas matérias apenas para cumprir o programa não é satisfatório no
PEA.
Se olharmos para o PEA como tendo o objectivo de conseguir que os alunos, efectivamente,
aprendam, vemos que o trabalho com a nova matéria não se deve reduzir a simples exposição e
explicação dessa matéria e coloca-la a disposição dos alunos. Mas deve, ao mesmo tempo, ir
tratando de conseguir o aprimoramento desse (já não) novo saber nos alunos, visto que o trabalho
docente consiste em prover as condições de assimilação e compreensão da matéria, incluindo já
exercícios e actividades práticas para solidificar a compreensão. Entretanto, o processo de ensino
não para por ai. É preciso que os conhecimentos sejam organizados, aprimorados e fixados na
mente dos alunos, a fim de que estejam disponíveis para orientá-los nas situações concretas de
estudo e de vida. Do mesmo modo, em paralelo com os conhecimentos e através deles, é preciso
aprimorar a formação de habilidades e hábitos para a utilização independente e criadora dos
conhecimentos.
Trata-se, assim, do que justifica a necessidade de se ter no PEA uma etapa, uma FD essencialmente
destinada ao domínio, consolidação e fixação da matéria. Alias, os conteúdos só são realmente
dominados, assimilados, apropriados, quando se atingiu a capacidade de operar com eles nas várias
tarefas de aplicação teórica e pratica; e para tal, são necessárias na continuidade do trabalho com
os conteúdos novos, etapas, fases ou componentes do PEA que tem por objectivo directo a
consolidação e o domínio dos conteúdos: no PEA é preciso proceder-se a uma constante
consolidação dos resultados da aprendizagem.
Esta constante consolidação dos resultados requer que o professor veja o PEA como unidade de
todas as funções didácticas. Muitos professores são habilidosos na “Introdução e Motivação”,
outros podem expor o novo conteúdo de modo impressionante e estimular os alunos para a
autoactividade criadora. Mas nem todos estes professores têm habilidades para terminar o
processo de ensino-aprendizagem: não só é interessante a motivação, a exposição do problema e
do conteúdo que desperta o entusiasmo e a viva conversação na sala de aulas. Integram o PEA
também a repetição e sistematização planificadas, a prática intensiva e a aplicação variada dos
conhecimentos e habilidades.
O professor que só adianta, no sentido de que se limita apenas no tratamento da matéria nova, não
adianta realmente, porque no ensino só se progride rapidamente quando se está consciente de que
o “esquecido” faz parte dos processos psíquicos normais do homem, contra o qual, o professor,
deve lutar prudentemente, sem ilusões, mas com energia necessária e optimismo pedagógico
fundamentado: a mediação da nova matéria deve realizar-se de modo que seja eficaz para a
transmissão de potencialidades de fixação imanente (mediante relances, sistematizações,
repetições e aplicações imanentes).
O “Domínio e Consolidação” podem ser, pelo menos de três tipos: reprodutiva, generalizadora e
criativa.
Consolidação generalizadora:
• Inclui a aplicação de conhecimentos para situações novas,
apos a sua sistematização;
• Implica a integração de conhecimentos de forma que os
alunos estabeleçam a relação entre os conceitos, analisem
os factos e fenómenos variados sob vários pontos de vista,
façam a ligação dos conhecimentos com novas situações e
factos da prática social
Variações da Consolidação
Consolidação reprodutiva: Consolidação criativa:
Tem carácter de exercitação, isto é, Refere-se às tarefas que levam ao
apos compreender a matéria os aprimoramento do pensamento
alunos reproduzem conhecimentos, independente e criativo, na forma de
aplicando-os a uma situação trabalho independente dos alunos
conhecida sobre a base das consolidações
anteriores
Para o professor e principalmente para os alunos não tem nenhum valor didáctico adiantar
continuamente com a matéria sem que esta seja consolidada pelos alunos; o ensino e o saber são
úteis quando os alunos atingirem a capacidade de operarem com o aprendizado em situações
concretas da vida quotidiana: aprende-se para a vida. Para o efeito, a progressão no tratamento da
matéria nova deve prever momentos especificamente destinados a levar os alunos a terem domínio
sobre o aprendido; é uma questão de opção e estratégia pedagógica: não vale a pena apenas
adiantar na matéria, sob pena de que os alunos apenas tenham pequenas recordações do que viram
sem poderem pôr em prática e, muito menos, aproveitar-se do aprendido para as aprendizagens
posteriores.
A particularidade da FD “D+C”, tal como acontece com as outras, revela-se no seu propósito, mas
também no carácter das formas metódicas específicas que lhe dão corpo: a repetição, a
sistematização, a exercitação e a aplicação constituem o suporte metodológico através das quais
se torna realidade o “domínio e consolidação” da matéria.
Para o professor realizar, com os seus alunos, a FD “D+C” precisa de certas acções nesse sentido,
nomeadamente a repetição, a sistematização, a exercitação e aplicação. Estas acções, enquanto
formas metódicas para a realização do “domínio e consolidação” ocorrem em todas as etapas do
PEA, mas aqui trata-se duma etapa em que o objectivo directo é a consolidação e domínio dos
conteúdos.
REPETIÇÃO O trabalho com a matéria nova fica concluído quando os alunos tiverem assimilado de
forma duradoira e sólida os conhecimentos e capacidades, quando estão disponíveis e prontos para
serem aplicados nas situações da vida quotidiana. Quando falámos da função didáctica “Introdução
e Motivação”, assinalámos que o seu fim é assegurar um nível inicial didáctico e psicológico a partir
do qual se pode alcançar o nível final, ao que se aspira, ou utilizar a repetição dirigida com o
objectivo de alcançar aqueles conhecimentos e noções prévias necessárias para assimilar o novo
conteúdo. Nesta passagem do PEA, o professor habilidoso do ponto de vista metódico soluciona
várias tarefas:
• Mediante as repetições o professor obtém uma base para avaliar a cada aluno (através do
controlo escrito, frontal dos rendimentos) ou a todo o grupo.
Entretanto, muitos professores omitem as repetições porque temem “perder muito tempo”. Mas
isto é um erro; precisamente o contrário é o correcto: o “segredo” para ganhar tempo na aula
consiste em repetir regularmente e variando o método”, “os maiores melhores didactas
(professores) parece que não fazem outra coisa que repetir, e em realidade com isto progridem
rapidamente”. Com certeza, estes últimos progridem na aprendizagem dos alunos, porque ficam
com os conteúdos bem consolidadas e, por sua vez, estes servem de pré-requisito para a
aprendizagem do conteúdo seguinte, evitando deste modo tempo prolongado de explicações a
alunos que não percebem por falta de pré-requisito.
Logo, a repetição acompanha o processo de ensino em todas as suas fases, havendo assim uma
diferença entre a repetição directa e indirecta (imanente):
i) A repetição directa tem por objecto um controle dos rendimentos através de resumos
durante a aula, de sistematização e das próprias aulas de exercitação ou de repetição;
ii) A repetição imanente é aquela actividade de fixação que ocorre “de passagem”, uma
repetição que normalmente os alunos não estão consciente. Isto acontece ligando o velho
com o novo e o novo com o velho, recua-se constantemente ao velho, estimulando aos
alunos para a reprodução, na conversação durante a aula ou na solucionar tarefas, seus
velhos conhecimentos e capacidades e aplica-los em certos aspectos.
A repetição imanente é um ponto permanente entre o velho e o novo. Aqui se fundem duas funções
didácticas em uma só acção didáctica; a fixação do velho e o apoio ao processo de assimilação
dentro do trabalho com a matéria nova.
Esta questão surge porque as vezes os professores fazem ou querem fazer a revisão de toda a
matéria, ou seja, de todas as generalizações sucessivamente; neste caso é difícil ao aluno vencer
toda esta quantidade da matéria, e mais, pode não diferenciar-se o essencial do não essencial.
As repetições mais amplas devem ser reservadas para aulas de repetição. E nestas aulas se devem
repetir os factos e generalizações mais importantes e que se prestam atenção especial aos
conhecimentos que os alunos devem memorizar (nomes, regras, formulas, etc.).
A matéria para memorizar deve ser destacada em diversas formas (esquemas, desenhos,
diagramas, utilizando tintas coloridas). Quando se realiza a repetição total ou parcial mediante o
livro de textos da administração os alunos devem exercitar-se no reconhecimento e sinalização do
essencial, sublinhando o mais importante. Em termos de condições para a efectividade da repetição,
temos três principais: regularidade, sistematização em estrutura e riqueza/variedade nas formas de
repetição.
SISTEMATIZAR-INTEGRAR
EXERCITAÇÃO
FORMAS DE EXERCITAÇÃO
Tal como ilustra a figura seguinte e conforme sucede com a repetição, a exercitação na aula pode
ser directa ou indirecta.
APLICAÇÃO
A aplicação representa, em certa medida, a ponte para a prática profissional, visto que desenvolve
as capacidades que devem possibilitar ao aluno o poder de aproveitar a teoria e posteriormente pôr
seus conhecimentos no trabalho produtivo. Dai resulta a grande importância da aplicação para
realizar o princípio da unidade entre a teoria e a prática.
• Mediante a aplicação se estabelece uma união directa ou indirecta entre a teoria e a prática.
Exemplos de Aplicações
2. Aplicações Indirectas: Trata-se de aplicações que estabelecem uma relação indirecta com
a prática: tais aplicações jogam um papel importante, por exemplo, no ensino da
matemática, e também a aplicação de conhecimentos geográficos e históricos em novas
circunstancias e situações.
Em suma
Aula dada, aula consolidada. Parece-nos ser este um bom princípio e atitude didáctica por parte
do professor. Mais, não deve tratar-se apenas da consolidação de uma aula inteira, senão que
partes, acções, procedimentos, conceitos, operações….importantes que o professor considera
necessários serem apropriados pelos alunos. Neste caso, o professor habilidoso não deverá
contentar-se apenas em “transmitir” umas tantas noções, seguindo o programa; ele deve a
cada passo repetir, sistematizar, exercitar e realizar exercícios de aplicação junto dos seus
alunos, devendo avançar a cada momento em que se verificam níveis satisfatórios de domínio
e consolidação da matéria.
Tudo é uma questão de prudência: avançar umas tantas lições e depois parar para as
actividades de domínio e consolidação? Realizar estas actividades ao mesmo tempo que se
avança com a matéria? Um e outro caso é possível, depende da natureza dos conteúdos, mas
a maior precaução deve ser a de “não deixar que uma matéria não devidamente consolidada se
transforme em dificuldade de aprendizagem das matérias seguintes”.
FUNÇÃO DIDÁCTICA CONTROLO E AVALIAÇÃO
Definir a avaliação, eis a questão sobre a qual acabou de reflectir e, se tivesse consultado
bibliografia da área pedagógica de certeza teria visto que na literatura pedagógica existem muitos
conceitos sobre avaliação. Mas de modo geral ela pressupõe classificar os alunos, determinar em
que medida cada um dos objectivos foi atingido e a qualidade dos métodos e meios de ensino e
dos próprios professores, seleccionar os alunos, etc.
Porém, de toda a maneira a avaliação é uma tarefa didáctica necessária e permanente no trabalho
docente, que deve acompanhar passo a passo o PEA. Através dela os resultados que vão sendo
obtidos no decorrer do trabalho conjunto do professor e dos alunos são comparados com os
objectivos propostos, a fim de constatar progressos, dificuldades e reorientar o trabalho para as
correcções necessárias. Deste modo, podemos afirmar que a avaliação é uma reflexão sobre o
nível de qualidade do trabalho escolar tanto do professor como dos alunos.
Portanto, avaliar é:
• A inadequação da orientação do PEA por parte do professor devido aos métodos e meios
de ensino ou outros factores.
OBJECTO DE AVALIACÃO
Ao falarmos de objecto de avaliação pretendemos saber o que se avalia. Nesse caso, é evidente
que a avaliação dirige-se essencialmente ao progresso nos resultados de aprendizagem
demonstrados ao longo e ao fim do ano lectivo. Quer dizer os aspectos a avaliar tem por base os
objectivos traçados pelo professor que exprimem os fins que devem ser atingidos no PEA, e estes
objectivos devem ser elaborados em função do seguinte:
• Desenvolver a autoconfiança;
• Influencia a auto-avaliaçao;
A avaliação é como a “bússola” do professor para orientar o PEA rumo aos objectivos propostos.
Ela indica ao professor e aos alunos o estágio de desenvolvimento dos alunos em termos da
aprendizagem, mostrando os progressos e dificuldades de todos e de cada um dos alunos, afim
de, na sequência disso, providenciar-se a reorientação necessária aos alunos e a todo o PEA: se é
para repetir, corrigir uma noção mal assimilada ou progredir. Quer dizer, com a avaliação, professor
e alunos podem ver “a que distância” se encontram das metas estabelecidas. É nesta ordem de
ideias que a base para a avaliação são os objectivos definidos no âmbito desse PEA.
TÉCNICAS/INSTRUMENTOS OU MEIOS DE AVALIAÇÃO
1) Provas orais
Realizam – se na base de diálogo entre o professor e o(s) aluno (s). Assim, para a realização
duma prova oral é preciso considerar as seguintes indicações indispensáveis:
• Antes de iniciar a prova propriamente dita, o professor deve entabular uma conversa
amigável com o aluno para que este se sinta à vontade;
• Feita a pergunta, deve-se dar tempo para que esta seja objecto de reflexão. Não se
deve, caso não venha logo a resposta, passar imediatamente à outra;
• De início, deveria o professor formular uma ou duas perguntas fáceis para depois ir
formulando as de nível exigido;
2) Provas escritas
Nas nossas escolas as provas escritas são usadas em forma de ACS, ACP, ACF e exame final
da classe/ano, caso haja. Contudo, podem ser usadas em qualquer aula ou no início da seguinte
para o professor certificar-se sobre o que o aluno aprendeu e, então, saber que rumo dar aos
trabalhos da nova aula: se é para repetir, rectificar ou prosseguir, dependendo da situação
vivida no momento quanto ao saber, saber fazer e saber ser/estar nos alunos. Por conseguinte,
as provas escritas frequentemente utilizadas são a ACS, ACP, ACF e exame final, dependendo
ainda delas a atribuição de notas ou classificações, as quais vão determinar a aprovação ou
reprovação do aluno.
• Redigir as questões de maneira a não induzir para a resposta, mas tão só expressar
a situação problemática;
Neste tipo de provas o aluno é posto diante duma situação problemática que deverá ser resolvida
por uma experiência, uma realização material, um reconhecimento de elementos industriais,
naturais ou químicos, ou ainda, pelo uso de aparelhos, mapas ou tabelas.
As provas prático-orais, além de ajudarem no aperceber-se do conhecimento teórico, demonstram
habilidades, segurança e domínio de técnicas, bem como o manejo dos instrumentos especializados
utilizados (ex.: mapas, tabelas, etc.).
Na avaliação sumativa, como em outros tipos de avaliação, verificando-se que as provas (testes)
são incompletas, usam-se como complemento outros meios de avaliação, nomeadamente:
a. Hábitos de estudo
e. Capacidade de cooperação
f. Aproveitamento do tempo
h. Facilidade de expressão